Boom Clap! escrita por Siaht


Capítulo 1
U: (boom, clap) the sound in my heart


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas maravilhosas!!!
Tudo bem com vocês?
Bom, estou aqui com mais uma Deamus para o Pride e espero muito que vocês gostem! ♥
Agradecimentos especiais à violet hood por ter feito essa capa maravilhosa, pela qual sigo totalmente apaixonada! ♥



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{boom clap}

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Seamus Finnigan jamais admitiria em voz alta, mas ele gostava de explodir coisas. Bom, não exatamente. Mais ou menos. Não de forma intencional. O fato era que ele não passava seu tempo tentando explodir coisas. Não era algo deliberado. Era apenas um talento peculiar com o qual o garoto parecia ter nascido. Ainda assim, secretamente, era um talento que o menino apreciava. Havia algo sobre uma explosão que fazia seu coração bater mais forte, seu sangue correr mais rápido, sua respiração falhar. 

Por alguns segundo o mundo inteiro congelava, apenas para ser reiniciado de uma forma diferente. Uma forma caótica. Gritos, falas tropeçadas, risadas nervosas, olhares de julgamento, concentrações perdidas. O status quo bagunçado. A ordem estilhaçada. O dia inteiro se tornando elétrico, pulsante. A empolgação fervendo dentro dele. Uma explosão sempre fazia Seamus se sentir mais vivo. 

O garoto sabia que explosões eram perigosas e, por isso, não saía por aí explodindo coisas de propósito. Não queria machucar ninguém. Ou sequer arriscar machucar alguém. Também não era nenhum lunático que passava seus dias perseguindo aquela sensação intraduzível. Mas se, por mero acaso, seu caldeirão ou varinha explodissem durante uma aula qualquer, ele não iria se queixar. Definitivamente não.  

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Seamus Finnigan jamais admitiria em voz alta, mas ele gostava de Dean Thomas. Bom, não exatamente. Mais ou menos. Não da forma como deveria. O fato era que ele e Dean eram amigos. Os melhores amigos do mundo. Os sentimentos de Seamus, contudo, eram muito maiores do que a amizade. O rapaz levara um tempo para entender aquilo. Para entender que estava apaixonado. Levara um tempo ainda maior para aceitar aquele sentimento.  Não parecia o tipo de sentimento certo para se ter sobre um amigo. Especialmente quando esse amigo era um garoto. 

Se sentir daquela forma por Dean significava algo sobre Seamus e quem ele era como pessoa. Algo que ele precisara digerir. Um lado dele sabia que era inútil lutar contra quem era. O outro estava assustado. A falta de referência apenas tornava tudo mais complicado. O menino nunca conhecera um homem que gostasse de outros homens, afinal. Ao menos, não de forma pública. Talvez houvesse conhecido vários e apenas não soubesse. Talvez aquilo não fosse algo que as pessoas falassem em voz alta. Talvez devesse ser um segredo, algo a ser feito nas sombras. A ideia não o agradava nenhum pouco. Mas o que mais ele poderia fazer? Falar sobre aquilo seria arriscar o julgamento e escrutínio público. Seria arriscar sua relação com Dean. Naqueles tempos, ele achava que amizade era pouco em comparação ao que realmente queria. Amizade, no entanto, ainda era melhor do que nada. Ter Dean Thomas em sua vida era melhor do que não tê-lo. 

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Seamus Finnigan jamais admitiria em voz alta, mas a pior parte da Segunda Guerra Bruxa fora a distância que ela colocara entre ele e Dean Thomas. Bom, não exatamente. Mais ou menos. O fato era que Dean Thomas era um nascido-trouxa, o que o obrigara a se tornar um fugitivo. Seamus não sabia onde ele estava ou como estava. Não sabia sequer se o amigo estava vivo. Não tinha meios de descobrir. Todos os seus dias eram passados em agonia absoluta. Preocupação e medo pareciam as duas únicas emoções que haviam lhe restado. 

Seamus entendia que estavam em guerra e que coisas horríveis aconteciam todos os dias. Batava virar um corredor em Hogwarts para presenciar algum tipo de brutalidade. Não era como se ele não importasse com todos os mortos e feridos. Ele fazia parte da Armada de Dumbledore, pelo amor de Merlin! A questão era apenas que se importava mais com a perspectiva de Dean estar entre os mortos e feridos. Os horrores que poderiam ser cometidos contra o seu amigo o deixavam acordado durante a noite e apavorado durante o dia. Seamus não conseguia pensar em outra coisa. Não sabia o que faria se perdesse o garoto que amava. Não sabia como lidaria com o fato de nunca ter confessado esse amor. 

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Seamus Finnigan jamais admitiria em voz alta, mas o momento em que Dean Thomas emergiu no esconderijo da Armada de Dumbledore, após meses de fuga, fora o mais feliz de sua vida. O mundo estava desmoronando. Uma batalha sangrenta se aproximava. A morte pairava sobre todos eles. E tudo o que Seamus Finnigan conseguia pensar era que Dean Thomas estava bem ali, na sua frente. Vivo. Aparentemente bem. Mais lindo do que nunca. Dean era um sonho em meio a um pesadelo. E Seamus sequer piscou antes de correr para o amigo, o prendendo em um abraço. Um abraço retribuído com a mesma intensidade. Um abraço do qual jamais queria se desvencilhar. 

— Eu senti tanto a sua falta. — Dean sussurrou. Um segredo compartilhado em uma voz tão baixa que, por um segundo, Seamus achou que estava imaginando coisas. Mas não estava. A saudade emanava de cada segundo daquele enlace, do desespero do toque, dos corações explodindo em sincronia.

Uma batalha estava prestes a ser travada. A chance de sobrevivência era mínima. E Seamus Finnigan nunca estivera tão feliz.

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Seamus Finnigan jamais admitiria em voz alta, mas enquanto todos os outros membros da Armada de Dumbledore traçavam planos de guerra, ele e Dean Thomas procuravam um canto escuro, secreto e seguro para o qual se esgueirar. Não havia muito tempo e os dois sabiam disso. Aquela podia ser a última noite de suas vidas. Na verdade, eles eram sortudos o suficiente por terem uma última noite. Qualquer um deles poderia ter morrido um milhão de vezes naquele ano. O simples fato de estarem ali, mãos entrelaçadas, passos guiados pelo mesmo ritmo, já era um milagre. Abusar da sorte seria tolice. 

Então, os garotos encontraram um cômodo vazio, lançaram feitiços na porta e se abraçaram novamente. Soava impossível, mas o segundo abraço conseguira ser ainda mais desesperado que o primeiro. Como se a certeza da  materialidade do outro houvesse despertado cada fibra de seus corpos. Como se a certeza da espada que pairava sobre suas cabeças houvesse tornado tudo mais urgente. Havia um milhão de coisas que Seamus nunca havia dito a Dean.  E, mesmo agora, ele não se sentia capaz de colocá-las em palavras. Olhando nos olhos do outro garoto, no entanto, ele  se dera conta de que nenhuma palavra era necessária. Dean sabia como ele se sentia. Da mesma forma que ele sabia como Dean se sentia. Talvez houvessem sabido por todo aquele tempo e estivessem apenas assustados demais para admitir a verdade compartilhada. Não havia mais tempo para medo. 

Sendo assim, Dean Thomas se aproximou ainda mais de Seamus Finnigan. Olhos castanhos presos a olhos azuis. Respirações se misturando. Corações em harmonia. Nenhum dos dois se afastou. Nenhum dos dois hesitou. Seamus não saberia dizer quem iniciou o beijo, mas isso não importava. O mundo estava desabando, Hogwarts seria palco de uma batalha em instantes, a morte era o destino mais provável. E a única coisa que importava era que Seamus Finnigan e Dean Thomas estavam se beijando. Naquele momento, tão ínfimo e tão singular, não existia nenhuma outra alma no universo. Por alguns segundos o mundo inteiro congelara, apenas para ser reiniciado de uma forma diferente. Uma forma inteiramente nova e caótica. O status quo bagunçado. A ordem estilhaçada. Tudo se tornando elétrico e pulsante. A empolgação fervendo dentro dos garotos Aquele beijo fora como uma explosão. Fora aquela sensação que Seamus estivera procurando por toda sua vida. A comprovação de que ele era real. De que Dean era real. Ele estava vivo! Eles estavam vivos! Tudo era possível. Tudo ficaria bem. Eles ficariam bem.

— Por Merlin, Dean, eu realmente espero que a gente não morra! 

Dean apenas riu, antes de puxar o amigo para um novo beijo. Uma nova explosão. Um pedido ao universo. Uma despedida. Uma promessa. Um último beijo, antes de entrelaçarem as mãos e marcharem juntos para a guerra. 


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Notas finais do capítulo

Essa fanfic foi levemente inspirada no relacionamento de Jesper Fahey e Wylan Van Eck em Six of Crows, porque o amor do Jesper por estar no meio de um tiroteio me lembrou as explosões do Seamus kkkkkk. É bem curtinha, mas adorei escrever e espero que tenham gostado! ♥
Beijinhos,
Thaís



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