O Corredor Da Morte escrita por Chrys Monroe


Capítulo 7
Parte VI - Recomeço


Notas iniciais do capítulo

Olá!

E finalmente chegamos ao fim de mais uma fic. Queria agradecer a todos que leram, comentaram, favoritaram e continuaram aqui aguardando o final, mesmo com meus atrasos devido ao trabalho etc.

Boa leitura a todos, amo vocês ♡



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Narrado por Edward Cullen. 

 

 "E recomeçar é doloroso. Faz-se necessário investigar novas verdades, adequar novos valores e conceitos. Não cabe reconstruir duas vezes a mesma vida numa só existência" - Caio Fernando Abreu

 

De uma hora para a outra, o destino de Isabella Swan sofreu uma grande reviravolta. 

E por consequência, o meu também pois depois de tudo que aconteceu, tenho certeza que jamais serei o mesmo. 

Algo mudou dentro de mim para sempre.

E Bella tem absolutamente tudo a ver com isso. 

No começo, ela parecia estar em total estado de choque, afinal, pensava que ia morrer em segundos e agora... Agora ela vai viver por muitos e muitos anos. Merecidamente, é claro. 

[...]

Bella ainda ficou presa por mais alguns dias, até os trâmites legais correrem e no dia de sua saída do presídio, Alice, sua única família, estava a postos no portão lhe esperando. 

Eu até queria ter ido junto, mas tive um caso para resolver em Ohio e acabei não podendo ir. 

Ainda assim, quando voltei para Virgínia fui direto para a casa de Alice, onde Isabella está hospedada desde a saída da prisão. 

— Você aqui? - Bella indagou surpresa ao abrir a porta para mim. 

Agora ela estava bem diferente dos dias amargos na prisão. 

Seus cabelos estão mais alinhados, sua roupa mais bonita e tinha até uma leve maquiagem no rosto. Não que ela precisasse, pois Bella já é muito linda naturalmente. Ainda assim, seus olhos ainda mantinham um ar sombrio, uma tristeza por todos os anos duros que passou sofrendo como um cão. 

— Eu disse que iria estar do seu lado, não disse? - Dei um sorriso torto - Posso entrar? 

— Claro, Edward - Sorriu discretamente, abriu passagem para que eu entrasse e assim o fiz - Quer alguma coisa?

— Tem um isqueiro? 

— Tenho. - Ela pegou o isqueiro na cozinha e me deu, para que eu acendesse um cigarro. - Sente-se. 

— Se importa com a fumaça? 

— Não, sou acostumada. Aro fumava muito. - Comentou enquanto eu me sentava no sofá - Você sabe que isso faz um mal danado pra saúde. Não sabe? - Perguntou cruzando os braços e se escorando na parede. 

— Sei sim. - Dei uma tragada. 

— Então por quê não para? Se quiser, posso te ajudar com isso. Você me ajudou e dessa vez, eu posso te ajudar. 

— Obrigado, mas vamos ver isso depois pois não vim aqui falar sobre mim e sim, sobre você. Como está sua vida depois de tudo, Bella? 

— É tão estranho, sabe? - Se sentou na beira do outro sofá, suspirando profundamente antes de desabafar - Porque não tenho, não sinto o que é ter liberdade sei lá, desde os catorze, quinze anos. Não tive adolescência, não pude curtir minha juventude como as outras pessoas curtiram. E agora, simplesmente sou livre. Não preciso mais sentir medo de apanhar ou de morrer, por exemplo. De certa forma, me senti muito deslocada no início. - Respirou fundo - No começo, quando a execução foi interrompida, fiquei com raiva porque queria morrer mesmo. Já estava conformada com meu destino. Mas depois, percebi que a vida pode ter tantas possibilidades e... Hoje eu sinto que eu quero viver. Desculpe desabafar com você assim - Comentou com as bochechas vermelhas. 

Que linda ela fica quando está corada. 

— Não precisa pedir desculpas, é bom ver você falando assim. Você sempre foi uma mulher de tão poucas palavras. 

— Na verdade, virei uma mulher de poucas palavras depois de conhecer o Aro. Antes não. Antes eu era alegre, falante e feliz. 

— Ah, tenho uma coisa pra te contar. - Lembrei parando de fumar - Antes de morrer, Aro ficou sabendo que sua execução foi interrompida e que Renesmee está viva. 

— Sério? - A morena perguntou boquiaberta. 

— Uhum - Sorri - Eu mesmo contei. 

— Bem feito! Sabe, não consigo sentir pena alguma daquele ser, odeio Aro Volturi com todas as minhas forças, mesmo ele estando morto. - Confessou - Me acha alguém horrível por isso, não é? - Fez uma careta. 

— Não, Bella. Você só é... Humana. - Dei de ombros - Mas o que pretende fazer da sua vida agora?

— Sinceramente? Não tenho a mínima ideia. Nunca tive uma profissão, nunca pude estudar. Você sabe que eu queria ser bailarina né? Mas na minha idade não dá mais tempo.

— Você tem que pensar, Bella. Pensar de novo, pesquisar bem até encontrar algo que combine com você. 

— É, eu vou fazer isso sim. Alice disse que vai me ajudar com isso também. Enquanto isso, vou tentar arrumar um emprego razoável pra pagar as contas daqui de casa.  

— Isso! E Renesmee?

— Como assim? O que tem a Renesmee? - Sua expressão, antes leve, fechou quase imediatamente após minha pergunta. 

— Você não vai procura-la?

— Mas é claro que não, Edward! Eu não posso de jeito nenhum, ela não pode saber nada sobre mim! - Se levantou nervosa. 

— Mas você foi inocentada, Bella. - A lembrei, ficando em pé também. 

— Sim, mas tudo que aconteceu, tudo, todos os crimes do Aro ainda estão aí... Registrados na internet para quem quiser ver. Um passado como o nosso deixa marcas Edward. Como tinha te dito antes, não quero prejudicar em nada o futuro da minha filha. Absolutamente nada. - Reforçou - Edward... - Se aproximou de mim olhando nos meus olhos - Você tem que prometer que não vai fazer nada que possa prejudicar o futuro da minha filha. Prometa agora. - Insistiu. 

— Mas é claro que não vou, Bella. Que ideia! - Fiz uma careta - Bem, já vou indo. 

— Mas já? 

— Sim, tenho muito trabalho para fazer ainda hoje. - Falei caminhando em direção a porta, mas parei e me virei para ela - Será que de vez em quando posso vir te visitar? Ou sei lá, telefonar para você? Você tem meu telefone, não tem? 

— Sim, Alice me passou dias atrás. Er... Pode sim, se quiser. Ou melhor, quando quiser. - Abriu a porta para mim. 

— Okay. - Dei um sorriso discreto. 

— Edward... Por quê está vermelho?

— Estou vermelho?

— Uhum! 

— Sério? - Dei risada - Sei lá! Então é isso, vou indo. - Saí da casa dela - Até mais, Isabella. 

— Até, Edward. Espera, Edward?! 

— O que foi? - Me virei para ela com as sobrancelhas arqueadas.

— Obrigada por tudo que fez por mim. - Agradeceu abrindo um sorriso lindo - Obrigada mesmo. 

— De nada, Bella. - Sorri de volta - Até! - E fui embora. 

[...]

Não sei ao certo quando ou como tudo isso começou. 

Só sei que não consigo mais parar de pensar na Isabella. 

Sonho com ela, acordo pensando nela, no cheiro dela, no sorriso, absolutamente tudo.  

Ela é tão linda, por dentro, por fora. 

É, estou completamente apaixonado mesmo. 

Mas não sei se ela sente o mesmo por mim.

Quer dizer, acho que não sente não. 

Nos últimos três meses, ficamos muito próximos. 

Nos falamos quase todos os dias, por mensagens, por telefone também. Nos vimos pouco por causa do meu trabalho, afinal, trabalhar no FBI exige muito de mim. 

A vida de Bella está caminhando bem. 

Agora ela está trabalhando em uma cafeteria como garçonete. Ela também está fazendo um curso de informática, pois por conta dos anos presa, ainda não sabe mexer direito no computador. Continua morando com Alice e me disse que já fez algumas amizades com os vizinhos. No entanto, ainda sofre retalhações de algumas pessoas, que ainda não souberam que ela é inocente. 

Apesar de tudo, Bella parece mais alegre. Ao menos um pouco mais alegre do que na época que a conheci. 

Mas sei que ela ainda precisa fazer uma coisa para realmente ser feliz. 

E nos últimos dias, comecei a mexer meus pauzinhos para resolver isso. 

— Já sabe como gosto do meu café, garçonete? - Perguntei após chegar ao trabalho dela para visita-la. 

— Café sem açucar e com algumas pitadas de canela, agente Cullen? - Sorriu. 

— Isso mesmo! Parabéns, a senhorita é uma ótima profissional. - Brinquei entregando o cardápio para a morena, que riu novamente. 

— Obrigada, agente Cullen! Com licença, daqui a pouco venho com seu café! 

[...]

— Hum... Está uma delícia. - Comentei tomando mais um gole - Vai demorar para ser liberada? Podíamos sair juntos de novo. - Sugeri - Semana passada não deu e estou com saudades de sair com você. Além do mais, quero te levar para um lugar especial. 

— Vou sair cedo sim, Ed.  

— Ótimo, combinado então! 

[...]

— Que lugar é esse? - A morena perguntou em seco assim que saímos do meu carro após o fim do expediente dela - Edward, você não podia ter feito isso comigo. - Disse ao constatar que estava em frente ao teatro da cidade. 

— Calma... 

— Eu quero ir embora agora! - Tentou entrar no carro, mas segurei seu braço. 

— Não, Bella. 

— VOCÊ NÃO TEM ESSE DIREITO, VOCÊ NÃO TEM! - Começou a se debater, mas continuei a segurando com cuidado para não machuca-la, é claro. 

— Bella, você está livre. Fala sério, será que não tem mesmo vontade de saber como ela é? Olhe para mim, por favor. - Insisti e a ex-presidiária me olhou com lágrimas nos olhos. 

— Eu tenho medo, Edward. 

— Você não está sozinha. Eu estou aqui com você. - Incentivei e ela me abraçou com força - Vai dar tudo certo. - Beijei o topo de sua cabeça. 

Isabella parou de chorar e respirou fundo. 

— Você vai estar o tempo todo comigo. Não vai? - Segurou minha mão. 

— Juro que sim. 

— Então vamos lá. 

[...]

Bella e eu sentamos na primeira fila do teatro onde o balé das crianças ia fazer uma apresentação especial, em comemoração ao aniversário da cidade de Virgínia. Era um dia importante para a cidade, tanto que até o prefeito, pai de uma das meninas do balé, estava presente no local. 

Isabella estava com a mão trêmula e apertava a minha com força a todo momento. Mordia o lábio a toda hora também, demonstrando todo o seu nervosismo. A ideia de leva-la para rever Renesmee estava na minha cabeça há um bom tempo, mas só agora pude colocar tudo em prática pois estava atolado de casos para resolver no trabalho e também, estava esperando Bella se estabilizar um pouco mais na vida, antes de lhe chamar para fazer algo tão importante assim. 

Bella não tirava os olhos do palco, mesmo antes da apresentação. Era como se não quisesse perder nada, nenhum detalhe da apresentação da pessoa mais importante de sua vida. 

De repente, as luzes todas se apagaram. 

Bella apertou um pouco mais minha mão. 

Então, junto com a luz uma pequena bailarina surgiu no palco, com roupa toda cor de rosa. Parecia uma bonequinha de tão linda. Ela dançou sozinha por uns três minutos e Bella não controlou aos lágrimas ao perceber que era Renesmee. 

Em seguida, as demais bailarinas surgirão e continuaram a apresentação que parecia estar muito bonita, apesar deu não entender quase nada sobre balé. Isabella não conseguia se conter. Sorria, chorava e limpava as lágrimas com o lenço que lhe dei. Assim que a apresentação terminou, ela se virou para mim. 

— Obrigada, Edward. - Agradeceu com um sorriso largo no rosto - Acha que consegue descolar uma visita ao camarim? Sei lá, queria ver Renesmee um pouco mais de perto. Se der, é claro. 

— Acha que não pensei nisso, Bella? Vem comigo. - Chamei e juntos, fomos para os bastidores do teatro. 

[...]

Devia ter umas 50 pessoas na fila a nossa frente, mas duas delas eram certamente as mais importantes para nós. Um casal de meia idade, pais de uma garotinha linda e muito talentosa. 

— Isabella, quero te apresentar ao senhor e senhora Carpenter, pais adotivos da Renesmee. Há algum tempo, na época do fim do seu processo, entrei em contato com eles e expliquei toda a situação e também, para realizarem o teste de DNA para provar sua inocência de vez. - Nós quatro nos afastamos da fila para conversar com maior privacidade. 

— Céus, não sei nem o que dizer para vocês. - Bella engoliu em seco - Quero muito agradecer por terem cuidado da minha, da nossa Renesmee. Eu sei que é tarde, que vocês são os pais delas e jamais, em hipótese alguma tentaria tirar a guarda de vocês pois sei que não aceitariam e também, não merecem isso. Vocês são pessoas boas, eu sei que são. E também sei que estão educando minha filha da melhor maneira possível. 

— Natalie é tudo para nós. - Sarah, mãe adotiva da filha de Isabella, afirmou - Não pude ter filhos e... Quando aquela freira nos apresentou a Natalie, soube que ela era a melhor criança para ser nossa filha. Sabe, Josh e eu não pudemos ter filhos. 

— Por isso resolvemos partir para a adoção. - Josh completou - Ficamos sabendo sobre sua história e lamentamos muito. Mas realmente não estamos dispostos a abrir mão de Natalie. - A morena abaixou a cabeça ao ouvir aquilo - No entanto, estamos dispostos a permitir que vocês se aproximem. Aliás, se você quiser revelar a verdade para ela, também estamos de acordo. 

— Natalie vai ficar feliz de ter duas mães. - Sarah afirmou esboçando um sorriso, enquanto Isabella deixava algumas lágrimas cair.  

— Er... Por enquanto não estou preparada para revelar a verdade a Renesmee, quer dizer, a Natalie. Talvez, nunca esteja. Mas... - Mordeu os lábios - Aceito sim a aproximação com ela. É tudo que mais quero em toda a minha vida, participar da vida de Renesmee - Comentou entre sorrisos e lágrimas. - É isso, eu quero sim me aproximar da minha filha!

[...]

De longe, vi Bella se aproximar de Renesmee nos corredores daquele teatro. Não deu para escutar a conversa de ambas, mas pelos sorrisos de ambas as partes, acho que já estão se dando bem. Não quis me aproximar muito porque aquele era o momento delas e eu... Bem, eu já me meti mais do que devia nessa história toda, apesar de não estar nem um pouco arrependido de tudo o que fiz. 

[...]

— E aí? Como foi? - Indaguei assim que ela entrou no carro para irmos embora - Antes de tudo, quero te pedir desculpas. Talvez, tenha me metido demais na sua vida e... -

De repente, fui surpreendido por um beijo. 

Isso mesmo, Bella me beijou.  

No começo, fiquei muito surpreso. 

Tanto que demorei um pouco para corresponder, mas quando me dei conta do que estava acontecendo correspondi na hora, sentindo o sabor doce dos lábios da mulher que estou tão apaixonado. 

Minha língua passeou por cada canto da boca de Bella, que deslizou as mãos pelo meu peito e costas com carinho. Já eu puxei os cabelos dela de leve com uma mão, enquanto depositei a outra em sua coxa. 

Ao final do beijo, ficamos de testas coladas. 

— O que isso significa, Bella? - Sussurrei.  

— Faz o pedido. - Ela sussurrou de volta. 

— O quê?

— Faz o pedido. - Sussurrou novamente com um sorriso lindo nos lábios. 

— Quer... Casar comigo?! - Perguntei arregalando os olhos  

— Edward! Vamos com calma! Faz o pedido. O pedido mais simples! - Repetiu rindo. 

— Ah, agora entendi. - Sorri de volta - Quer namorar comigo?

— Quero! - E me beijou mais uma vez. 

[...]

Bella e eu namoramos por cerca de 1 ano, onde nos conhecemos muito melhor, descobrindo as qualidades e os defeitos um do outro, mas nada que pudesse atrapalhar nosso amor. 

Nesse meio tempo, ela começou a fazer terapia, trocou de emprego e agora é uma das professoras de balé de Renesmee. Quer dizer, de Natalie. Ambas se tornaram muito amigas e Bella parece muito feliz com isso. Pelo menos uma vez por mês, saímos para passear juntos, os três, como se fossemos uma família. Natalie me chama de tio Ed e com o passar do tempo, passei a ama-la como se fosse minha filha mesmo.  

Bella diz que talvez um dia, quando a filha for mais velha, irá ter a coragem necessária para revelar toda a verdade. E é isso, ela tem que fazer tudo no tempo dela. 

Depois de um tempo, a convidei para morar comigo e comprei uma casa bonita no oeste de Virgínia, para iniciarmos uma nova vida juntos, agora como casal. Quando eu soube que Bella estava grávida do meu primeiro filho, a pedi em casamento. 

Dois meses depois, nós nos casamos no civil e fizemos uma festinha simples, só para os amigos mais íntimos como Alice, Rosalie, Jasper. Na mesma época, Alice foi morar junto com Jasper, com quem estava namorando há apenas 3 meses. E agora, que Anthony, meu filho, nasceu posso dizer tranquilamente que sou o homem mais feliz do mundo. 

Tenho um trabalho que amo, uma família linda e agradeço todos os dias por Alice ter me procurado naquela manhã, afirmando que sua irmã mais velha era inocente. Se não fosse tudo isso, se não fosse todo aquele caso do corredor da morte, não teria conhecido a mulher da minha vida e sido tão feliz como sou hoje e sei que serei para o resto da vida. 

 

 

FIM...!!!


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Notas finais do capítulo

Amei escrever essa pequena história e interagir com vocês por aqui e no grupo do face!

Nos vemos nas próximas fics e em Estranho Amor, que pretendo voltar a atualizar em breve.

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E aí, gostaram do final dessa história?

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