Nascida no Inverno escrita por Sara


Capítulo 2
Capítulo 1




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Era difícil encontrar a um ser todo poderoso e místico em uma multidão de trinta mil, ou ao menos era em teoria.

Entretanto, na convenção anual de ficção científica da Dragon*Com, de Atlanta, Geórgia, era outra história completamente distinta. Havia dois iodas e um Dragon Rider do Pern registrando-se na receção do hotel, enquanto passeava todo um regimento do Storm Troopers. Havia deuses e deusas, todo tipo de alienígenas, guerreiros e damas reunidos aí. Bella inclusive viu a Malvada Bruxa do Oeste viajar em sua vassoura motorizada.

Durante os dez minutos que estava sentada, Bella tinha contado nove Gandalfs e, se não se equivocava, havia ao menos duas dúzias de elfos, fadas, ogros, duendes, e outra variedade de seres reunidos ali, falando pelos seus telemóveis ou fumando fora das portas do hotel.

Sem esquecer todos os vampiros e demônios que estavam repartindo convites para que fossem a sua "festa de sangue" e ao festival de filmes da Buffy.

Sem mencionar que já a haviam convidado duas vezes para o Klingon Homeworld no quarto 316 do Hyatt Regency, cruzando a rua. Enquanto isso, um grupo de supostos homens andróginos Borg, tinham tratado de "assimilá-la" assim que entrou no hall de entrada do Marriott Marquis.

Esta era a reunião mais estranha que ela tinha visto em toda sua vida, e dado o fato de que era uma mulher-pantera, que até a três dias atrás tinha vivido unicamente entre sua própria espécie, tinha-se muito a dizer.

 - Nunca vou encontrá-lo - murmurou ao mesmo tempo em que um homem gótico extremamente alto e bonito parou a sua frente.

OH, céus! O homem era pecaminosamente delicioso!

E ele era a última coisa que precisava estar observando, mas ainda assim, ela não podia evitá-lo. Ele era completamente irresistível.

Vestia um par de óculos de sol escuro, inclusive dentro do hotel, enquanto observava a variada multidão como se estivesse procurando a alguém. Tudo nele demandava atenção e respeito. É obvio, não ajudava nada que as suas hormonas atualmente estivessem elevadas pela mudança que estava experimentando no seu interior à medida que completa a maioridade adulta como mulher. Todo seu corpo estava zumbindo pela sobrecarga hormonal que, até que ele apareceu, estava sob controle.

Agora ela ardia por prová-lo e tudo o que podia fazer era ficar sentada.

Ele devia medir pelo menos dois metros e dez de altura, aumentada pelas botas de motociclista que lhe adicionavam ao menos sete centímetros de altura. Tinha o cabelo comprido e negro que caía sobre seus amplos ombros, e vestia uma velha e descolorida jaqueta de motociclista com uma caveira e ossos cruzados pintados nas costas. O pior de tudo era que ele não vestia nada baixo essa jaqueta e cada vez que se movia, ela vislumbrava mais de seu bronzeado corpo.

   Suas calças negras de couro abraçavam um traseiro perfeito que rivalizaria com qualquer de seus irmãos. Todo seu corpo queria levantar-se, cruzar a pequena distância entre eles, e atirar seu alto e magro corpo contra o dela até que essa fome feroz e demandante de seu sangue estivesse totalmente saciada. Mas mesmo que ela pudesse experimentar essa fome sexual básica, sua parte animal sentia um ar de perigo letal nele. Não era o tipo de homem a que uma mulher pudesse aproximar-se sem convite.

   - Akri!

O homem girou quando uma mulher de aproximadamente sua idade chegou correndo até ele. Tão bonita como podia ser, ela estava vestida como uma demônio, com um par de asas negras que pareciam tão espectralmente reais quando se moviam e batiam. Sua pele era vermelha e negra, e seu cabelo era igual ao dele. Inclusive ostentava um par de chifres vermelhos brilhantes em sua cabeça. Sua pequena camisa púrpura era brilhante e vestia um Top de couro negro com três grandes fivelas de prata à frente. Uma malha raiada em negro e purpuro e um par de botas militares com uma plataforma de quinze centímetros completavam seu estranho traje.

 A "demônio" entregou ao homem um cartão de crédito.

— Rompeu-se de novo, Akri - disse ela, fazendo uma onda ao redor de suas presas de vampiro. - O homem da andar de baixo o fez e disse que Alice não pode carregar nada mais até que eu não volte a liberar o limite. Não sei o que significa isso, mas eu não gosto. Arruma-o, Akri, ou se não eu poderia comer isso. Alice têm necessidades e eu necessito que meu cartão funcione.

O homem riu ao mesmo tempo em que tomava o cartão e tirava sua carteira. Entregou três cartões de crédito.

 A "demônio" deu um chiado de prazer e o abraçou. Pôs os cartões de crédito em sua bolsa em forma de caixão, logo lhe entregou uma pequena bolsa de nylon vermelho brilhante.

 - A propósito, comprei-te estes antes de romper meu cartão. Já que não tenha chifres de verdade, estes são uns falsos para que os use até que retornemos a casa.

 - Obrigado, Alice - disse ele, com uma voz incrivelmente profunda e evocativa, tomando a bolsa.

Ela sorriu, beijou-lhe a bochecha e saiu correndo entre a multidão com as asas agitando-se atrás dela.

O homem olhou a Bella e lhe ofereceu um meio sorriso que só podia chamar-se travesso, mas parecia de algum modo conhecedor. Fez-lhe uma inclinação com a cabeça e logo partiu atrás da mulher que o tinha deixado.

Todos os instintos de seu corpo lhe disseram que o seguisse, mas ela não os escutou.

Estava aqui para encontrar ao legendário Carlisle Cullen - um antigo e imortal atlante que sua irmã esperava pudesse ajudar a Bella a ocultar-se daqueles que a estavam caçando. Nada de perseguir um jovem e arrumado humano que se via sensacional vestido de couro.

Carlisle era sua última esperança.

 Infelizmente, nem ela nem sua irmã tinham ideia alguma da aparência dele. Tudo o que sabiam era que vinha todos os anos a Dragon*Com com sua filha.

Ele era mais velho que o tempo e mais poderoso que qualquer um de sua espécie. Ela examinou aos anciões da multidão que estavam vestidos como feiticeiros, guerreiros ou outras criaturas, mas nenhum deles parecia ser particularmente sábio ou poderoso, nem que estivessem com uma filha.

De todos os modos qual era a aparência que se supunha devia ter um homem de onze mil anos?

Suspirando, Bella ficou de pé e se dirigiu ao corrimão para poder olhar os andares inferiores do hotel e examinar a multidão.

Ele tinha que estar aqui.

Mas onde? Como podia encontrar a alguém nesta lotada massa de gente e, alienígenas.

Mordendo o lábio, ela debateu onde ir buscá-lo. De repente, um homem alto em um elegante traje negro chamou sua atenção. Não era particularmente velho, provavelmente na metade dos trinta, mas sentiu um indiscutível ar de poder nele.

Possivelmente era o misterioso Carlisle. E ele se estava dirigindo aos elevadores.

Bella correu atrás dele, e apenas o alcançou, as portas se fecharam deixando-os dentro do pequeno compartimento com um tambor do renascimento, um extraterrestre verde e Darth Vader.

Mas isso não foi o que fez que seu coração parasse. Quando olhou através das paredes de vidro do elevador, viu quatro coisas que a aterrorizaram.

Era um grupo de homens devastadoramente magníficos. Os dois mais baixos do grupo eram idênticos e mediam ao menos um metro noventa de altura.

Todos tinham o cabelo acobreado e vestiam com roupas góticas negras.

Os quatro homens permaneceram em uma formação específica que ela conhecia muito bem, dando as costas mutuamente à medida que examinavam ansiosa e intencionalmente a multidão, como se estivessem procurando algo em particular.

Eram ferozes. Como animais.

Era como se houvessem literalmente apanhado alo no vento, e em um batimento do coração ela soube o que era esse tudo.

— OH, não - disse ela entre dentes. Por sua textura, beleza e ações reconheceria aos de sua espécie em qualquer parte. Nenhum grupo de humanos poderia ser tão arrumado ou tão intenso. Nem nenhuma outra espécie estaria tão alerta por seu aroma.

Eles, igual a ela, eram homens-pantera, e por sua aparência, eram jovens e viris.

E ela estava em zelo...


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Notas finais do capítulo

O primeiro capitulo espero que gostem