Entrelaços do destino escrita por StarMagic


Capítulo 2
Capitulo 2


Notas iniciais do capítulo

Olá, demorei um pouco a postar devido a reação que a vacina da covid causou. Por isso vou postar um capitulo e outro amanha.
Depois volta tudo ao normal rsrs.
Obrigada a todos que comentaram, isso dá uma força ainda maior para continuar.
Boa leitura!



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A ultima lembrança de Killian, era de uma bela loira de seios fartos e sorriso encantador. Lembrava-se da forma como a mesma inclinou-se na sua direção, fazendo-o delirar com o adocicado perfume que desprendia-se da sua pele dourada, que por sinal parecia ser deliciosamente macia, a voz suave oferecendo-o uma bebida. Céus, nunca passou pela sua cabeça que a filha da puta o drogaria. Sempre foi tão cuidadoso em relação a bebidas, mas a maldita o envolveu em suas palavras e toques que nem mesmo foi capaz de notar o momento que ela batizou o drink. No primeiro gole sentiu seu corpo entorpecer, tornando-se cada vez mais leve. Ele tentou levantar, mas a mulher agarrou seu pulso e o puxou para o sofá. Precisava de ajuda, mas também quem o escutaria? Estava no reservado da boate, ninguém ia até ali sem ser convidado.
  - Vai ficar tudo bem... - Sussurrou a mulher ao seu ouvido, acariciando seu rosto.
   Killian tentou afastar a mão dela, mas não conseguiu. Seu corpo estava pesado demais, mal conseguia mover-se. Sua visão tornou-se turva e os sons ao redor foram ficando cada vez mais abafados, até ser arremessado para a escuridão. Essa foi sua ultima recordação antes de ser despertado por mãos nada gentis que o carregavam como um animal abatido. Ele foi jogado no chão como lixo, o saco preto que cobria seu rosto foi arrancado bruscamente e a claridade quase o cegou.
   - Que porra é essa? - Gritou Arfante. - Me solta! - Killian correu o olhar pelo pequeno cômodo que parecia um quarto de hotel de beira de estrada e parou no homem careca de expressão desdenhosa. O mesmo trajava um terno preto que parecia ter sido feito sobre medida. Uma grotesca cicatriz cobria o lado esquerdo do seu rosto, indo da sobrancelha até a maçã do rosto. - Olha, eu não o que disseram para você, mas não tenho dinheiro...
   - Cala a boca, moleque. - Retrucou o homem, ríspido. O mesmo lhe deu as costas e dirigiu-se até a porta.
   Antes que o homem saísse, Killian o chamou.
   - Ei , será que pode pelo menos soltar minhas mãos? - Ele ergueu os pulsos amarrados, sentindo-os latejar de dor.
   O homem virou a cabeça e um sorriso zombeteiro curvou-se no canto dos seus lábios, depois abriu a porta e saiu.
  - Filho da puta! - Esbravejou Killian, depois arrastou-se até a cama de solteiro e encostou as costas na lateral da mesma. Seu corpo ainda estava entorpecido, uma terrível enxaqueca pulsava seu cérebro ,por um instante pensou que sua cabeça explodiria. Deixou que seu corpo tombasse para o lado, olhando para o teto encardido coberto por infiltração, sentiu sua dignidade esvair-se pelos poros do corpo. Não que tivesse muita dignidade, mas era humilhante está amarrado daquela forma. Como pode ser tão burro a ponto de se deixar levar por uma vadia qualquer?
  As horas foram passando e o tempo começou a tornar-se seu pior inimigo. Não sabia ao certo se havia passado horas ou apenas alguns minutos, uma terrível dor no estomago o fez lembrar de que ainda não tinha comido nada desde a manhã. Será que o deixariam ali para morrer? Um filme dramático da sua vida patética passou diante dos seus olhos. Não que tivesse muito a se orgulhar. Morrer, talvez fosse um favor a todos. O garoto problema que ninguém queria por perto, o homem que ninguém se importava. Por fim, a exaustão começou a vencer, estava quase cochilando quando ouviu o ranger da porta. Com dificuldade, endireitou o corpo, permanecendo de cabeça baixa. Não tinha interesse em olhar nos olhos do seu sequestrador, apenas torcia para que tudo fosse rápido.
   - Olá, Killian. - Saudou uma voz masculina.
  O corpo de Killian paralisou. Não podia ser! Repetiu sua mente várias e várias vezes. Edward está morto! Pelo menos foi o que acreditou durante todos esses anos. Com certeza era uma alucinação, talvez já estivesse morto e o irmão gêmeo estivesse ali para  buscar sua alma. Não podia ser real! Ele ergueu o olhar, encontrando-se com o olhar verde esmeralda do irmão. O ar fugiu dos seus pulmões, como isso poderia ser real?
  - N-não pode ser...
  - Killian, a quanto tempo irmão. - Edward sorrio e agachou-se próximo a ele.    - Desculpe por isso, mas foi a única forma que encontrei de faze-lo chegar até mim... - Disse, enquanto desamarrava os nós da corda.
  - Seu filho da puta! - No instante que as cordas caíram dos seus pulsos, Killian abraçou o irmão gêmeo. As lagrimas que guardou durante todos esses anos romperam-se, deixando-o quase sem folego. - Eu pensei que estivesse morto! Céus, Edward...eu me culpei durante todos esses anos. Aquele velho maldito não me deixou dizer adeus a você e a mamãe...eu...o velório, havia dois caixões, como isso...céus, só posso está louco.
   - Nada do que eu disser vai consertar o mal que fizeram a você, mas Killian, sinto muito...- Edward o apertou em seus braços. - Prometo que vou de alguma forma reparar...
  - Você não tem que fazer nada... - Killian afastou-se dele, fitando-o. Da ultima vez que viu o irmão gêmeo de perto foi a nove anos atrás. Mal conseguia reconhece-lo, exceto pelos olhos, idênticos ao da mãe e os mesmos olhos que sempre o diferenciavam. Mesmo sendo gêmeos idênticos ,Killian tinha os olhos castanhos do pai. Ele colocou as mãos sobre as bochechas do irmão, não conseguia acreditar que era real. Porém, algo o deixou incomodado, Edward sorria, mas não existia felicidade em seus olhos. Era como se uma enorme sombra o envolve-se. Não suportava pensar tudo o que seu irmão precisou enfrentar sozinho, na época ele era só um garoto .Havia tantas perguntas. - Onde você esteve todo esse tempo? Por que me sequestrou dessa forma?
   Edward levantou-se e dirigiu-se até o frigobar e pegou uma garrafa de agua, depois a entregou a ele. Killian sentiu-se agradecido, era como se estive pregos arranhando sua garganta, mas não era bem isso que queria naquele momento. Tinha a ligeira impressão que o irmão estava fugindo do assunto e isso o deixou irritado. Foram anos sem respostas, até hoje de manhã ele era sozinho no mundo, carregando nas costas o peso da dor de perder as únicas pessoas que o amaram.
  - Beba devagar ou pode acabar vomitando. - Informou Edward. - Não se preocupe, a droga na sua bebida não vai te causar dano nenhum. - Acrescentou ele.
  - Está evitando minhas perguntas, Edward. - Killian bebeu um gole de agua, sentindo seu estomago contorcer-se. Edward estendeu a mão para ele, ajudando-o a levantar. Ainda zonzo por causa da droga, sentou-se na cama. -O Willian me disse que você tinha falecido no acidente de carro e logo em seguida ele me expulsou de casa, disse que me daria dinheiro suficiente para viver o resto da minha vida e que eu deveria esquecer que tinha uma família e um pai. A Norah cuidou de mim por um tempo, mas quando completei dezoito anos fugi daquele lugar. - Ele bebeu mais um gole de agua e prosseguiu. - A Norah sabia que você estava vivo? Se sabia, por que ela escondeu isso de mim?
 - Eu não sei, Killian. - Respondeu Edward, pensativo. - Durante muitos anos vivi na Inglaterra, mal recebia visitas do Willian. Quando perguntava sobre você, ele era evasivo e sempre respondia que você estava bem.
  - Como me encontrou?
  - Não foi fácil. - Disse Edward. - Precisei contratar um detetive particular, demorou alguns meses para ele encontrar você. Agora, por que fugiu?
  - Bom...eu nunca quis o dinheiro.
 - Por que não? - Edward indagou ,parecendo surpreso. - Olha o seu estado! Você é barman em uma boate nojenta. Poderia está vivendo confortavelmente ou...
  - Ou nada, Edward! - Exclamou Killian, áspero. - Aquele homem nunca me reconheceu como filho, apenas você! Olha como ele tratava nossa mãe, até hoje não entendo como ela conseguiu permanecer tanto tempo ao lado dele.
  Edward suspirou.
  - Houve um tempo que me fazia a mesma pergunta.
  - O que aconteceu com você depois do acidente?
  - Eu...- Edward hesitou e isso o deixou ligeiramente irritado. Depois de tanto anos a honestidade era algo que precisava desesperadamente. - ...fiquei internado alguns meses na UTI, e como já disse, nosso pai me mandou para Inglaterra.
   - Só isso? - Killian franziu o cenho. - Tem apenas isso para me dizer?
   - O que mais quer que eu diga?
  - Pode começar me dizendo o que aconteceu com suas mãos...
  O rosto de Edward ficou lívido e rapidamente ele colocou as mãos nos bolsos da calça social.
   - Não é nada.
   Killian riu sarcástico.
   - Claro, não é nada. - Ironizou, amargo.
  - Vamos para casa.
  - Casa? - Killian quase gargalhou. Está ai algo que ele nem sabia mais o que era. A única que um dia teve, não o pertencia mais e nem mesmo o queriam lá. - Você ouviu o que eu disse? Aquele velho desgraçado me expulsou de casa. Acha mesmo que eu posso aparecer por lá como se nada tivesse acontecido? Você não sabe e nem mesmo tem ideia de tudo o que ele me disse...
  - Você que não está me entendo. - Disse Edward, calmamente. - Não vamos para aquele lugar e sim para meu apartamento.
 - Meu irmão está crescido a ponto de ter um apartamento? - Zombou Killian. - O Willian sabe disso?
  - Se tive idade o suficiente para arrancar você daquele buraco que você chama de trabalho, então acho que tenho idade suficiente para morar sozinho. - Retrucou Edward, áspero. - Vamos, você precisa de um banho.

 

(...)


   Edward abriu a cortina e a claridade inundou o quarto escuro. Um sorriso amargo curvou no canto dos seus lábios. Vivia a tantos anos na escuridão que começou a esquecer-se como é a luz. Sua alma tinha sido tomada por uma sombra de dor e sofrimento. Por muitos anos foi privado da sua vida e quando achou que poderia novamente ser feliz, tudo foi arrancado dele. O castelo de sonhos que construiu com a mulher que amava foi destruído com um único sopro de realidade. Isabella Swan não merecia pagar pelos erros que não pertenciam a ela. O ódio de Willian era pelo Charlie, mas sabia que isso respigaria nela. Afinal, o sangue daquele maldito Swan corria nas veias dela.
   - Maldito casamento! - Disse entredentes ao fechar a cortina bruscamente.
 Deveria impedir aquela loucura, mas ao mesmo tempo não queria. Quando a viu na sala do Charlie, o sentimento de rouba-la para si quase o fez esquecer do desprezo que deveria sentir. Então ele disse a palavra "casamento", não teve duvidas de quem estava por trás daquilo, seria a vingança perfeita. Não entendia como Willian conseguia ter o sangue tão frio para arquitetar algo tão cruel com um sorriso nos lábios. Edward soltou um logo suspiro e sentou na cama. Porém, como podia culpar o pai por querer se vingar de alguém que roubou o que mais amou na vida?


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Notas finais do capítulo

E ai gostaram?
Me conta o que acharam.



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