Little Miss Perfect escrita por Siaht


Capítulo 1
U: straight hair, straight A's, straight girl


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas maravilhosas!!!
Tudo bem com vocês?
Vocês provavelmente já estão ficando cansados de mim, mas estou aqui com mais uma história para esse projeto maravilhoso. Essa foi a primeira fanfic que escrevi para o Pride 2021 e foi também uma das mais difíceis para mim. Então, quero agradecer às adms {Prongs, Noora, Red Hood e Violet Hood} do Pride e às meninas do JPFMB por terem me convencido a postar, algo que, por um tempo, eu não sabia se faria.
A história tem algumas influências da música "Little Miss Perfect" da Taylor Louderman, então, se quiserem ouvir (o hino da minha vida) fiquem à vontade.
AVISO: essa é uma história que fala muito sobre lgbtfobia internalizada.
Espero que gostem! ♥



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LITTLE MISS PERFECT 

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{straight hair, straight A's, straightforward, straight girl}

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“Straight hair, straight A's, straightforward

Straight path, I don't cut corners

I make a point to be on time

Head out the student council

I don't black out at parties

I jam to Paul McCartney

If you ask me how I'm doing, I'll say

Well, hmm...

[...]

A pretty girl walks by my locker

My heart gives a flutter, but I don't dare utter a word

'Cause that would be absurd behaviour for Little Miss Perfect

No, I can't risk falling off my throne

Love is something I don't even know

Straight hair, straight A's

Straightforward, straight girl

Little Miss Perfect, that's me”

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Ela queria gritar. Ela poderia gritar. Talvez ela gritasse. Talvez não ter gritado antes fosse o seu maior erro. Talvez não tivesse feito nada além de gritar durante todos aqueles anos, berrando incessantemente em sua mente, se enlouquecendo aos poucos. Ensurdecendo sua própria sanidade. Fazia sentido. Ou talvez não fizesse. A garota precisava dormir. Por uma semana inteira, no mínimo. O problema era que não conseguia dormir e isso estava minando qualquer sinal de coerência que ainda existisse em sua mente. Algo que, naquele ponto, parecia bem pouco. Quase nada. Pensar sobre isso também a fazia querer gritar. O que era contraproducente.

A moça provavelmente deveria apenas se levantar da cama e vociferar seus sentimentos. Acabar com aquilo de uma vez. Mas não podia fazer isso. Eram 2h da manhã, ela não podia correr o risco de acordar a vizinhança inteira, os apavorando no processo, por um lapso (temporário, ela esperava)  de sanidade. Não que a jovem se importasse com os vizinhos. Sequer gostava deles. Uma parte dela inclusive achava que mereciam ser despertados das piores maneiras. Daquela vez, no entanto, a culpa não era deles. A culpa era dela. Ou melhor, a culpa residia no fato de que garotas boas não gritavam. Não no meio da madrugada. Não em qualquer situação. E se havia algo que Molly Weasley, a segunda de seu nome, sempre fora, era uma boa garota. E esse era todo o problema. Sempre havia sido. 

Há apenas três coisas que você precisa saber sobre uma boa garota. A primeira é que esse é um título muito pesado para se carregar. Esqueça tudo o que dizem sobre elas. Esqueça todas as vezes que já as viu sendo apontadas como exemplos de comportamento ou modelos a serem seguidos. Se você tem algum amor a sua sanidade, corra para o mais longe possível desse estilo de vida. Pode não parecer, mas não há prêmios reais para boas garotas. Por trás dos troféus reluzentes, dos sorrisos brilhantes e dos aplausos sonoros, o que existe são fardos sobre seus ombros, coleiras em seus pescoços e mordaças em suas bocas. 

O que nos leva ao segundo fato sobre uma garota boa. Ser uma delas é abrir mão de qualquer vestígio de liberdade ou personalidade. É se anular por inteira. Sufocar sua persona. Aprisionar tudo de minimamente humano, sombrio e feio que exista em você. Reprimir, reprimir, reprimir. Até que um dia você se olhe no espelho e não faça ideia de quem é a mulher te encarando de volta. Até que não se torne nada além de uma carcaça de cabelos bem penteados e saias na altura do joelho. Uma morta-viva. Porém, uma morta-viva muito bem comportada. 

O terceiro – e mais importante – fato sobre uma boa garota é que são todas mentirosas. Pequenas farsantes e falsificadoras. Atrizes tão exímias e meticulosas que enganam até a si mesmas. Bijuterias baratas disfarçadas de joias. Por que quando toda sua vida é moldada para seguir convenções sociais e agradar outras pessoas, o que sobra de real? O que é verdade nessa teia, tão bem traçada, de mentiras? 

Molly Weasley sabia muito bem de tudo isso. Não havia como não saber, uma vez que cada instante de sua vida fora construído em cima de dissimulações e embustes. Não foi algo que fez por malícia ou por qualquer intenção de causar dano. Estava apenas tentando sobreviver. Isso, no entanto, não a exímia de seus pecados. Não a tornava algo além de uma mentirosa. Não tornava sua vida qualquer coisa que não uma farsa. Não retirava o fardo de seus ombros. Não mudava o fato de que, aos 26 anos, ela não tinha nenhuma ideia de quem realmente era.

E definitivamente não alterava o começo dessa história. Aquele no qual a encontramos deitada em sua cama, às 2h da manhã, querendo apenas gritar. Esse, contudo, não é começo da história. É apenas o fim e, para compreendê-la melhor, é preciso retroceder um pouco. Retornar aos tempos gloriosos de nossa heroína. Ou, pelo menos, aos tempos em que fingir para se manter no pedestal era algo que parecia valer a pena. Era algo que fazia sentido.

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Não havia no mundo da magia família mais importante ou renomada que os Weasley. Nem sempre havia sido assim, é claro. Por muitos anos, os integrantes daquela árvore genealógica não foram vistos como nada além de traidores do sangue com uma tendência absurda a se multiplicar como coelhos. A Segunda Guerra Bruxa, contudo, havia virado toda aquela sociedade de cabeça para baixo e, de repente, os muito ruivos, muito pobres, muito exóticos e simplesmente muitos Weasley haviam se tornado um grupo peculiar de heróis. O fato de Harry Potter em pessoa ter se convertido, pelo casamento, a um membro da família, apenas os tornou mais notórios, gloriosos e dignos do interesse público. 

Molly Weasley, a segunda de seu nome, era um membro daquela célebre clã. Mais ou menos. Ela era, de fato, uma Weasley. Fato que poderia ser comprovado por seu sobrenome, sua certidão de nascimento, seus cabelos muitos ruivos – embora eles não fossem mais um requisito – e cada um dos suéteres natalinos que guardava com muito esmero. Era apenas uma Weasley que tivera a sorte (ou o azar, essa era uma questão de perspectiva) de nascer no ramo menos interessante da família. 

Quando se tratava de Weasley, você tinha os Weasley-Potter. De longe os mais populares. Herdeiros do próprio Garoto que Sobreviveu e de uma das maiores jogares de Quadribol da atualidade. Os Granger-Weasley, que se originavam de dois dos integrantes do famoso Trio de Ouro, uma delas a própria Ministra da Magia. Os Delacour-Weasley com seu sangue veela, beleza sobre-humana, descendência francesa e um toque de licantropia sardenta. E os Johnson-Weasley, lendários no comércio de logros e brincadeiras e no coração de qualquer pessoa que apreciasse o bom humor e a marotagem. Por fim, havia o ramo da família de Molly, que não era ilustre por nada em específico. 

Percy Weasley não era uma pessoa muito digna de nota, afinal. Ainda assim, ele tinha um emprego respeitável no Ministério da Magia e carregava um sobrenome importante. O mesmo podia ser dito de Molly II. Talvez os holofotes não estivessem voltados para ela, um fato que a menina apreciava, porém, se voltariam, se ela cometesse um deslize. Seus atos refletiriam em sua família inteira. Prejudicariam seus tios e primos famosos. Seriam uma vergonha para seu pai e, dependendo de sua gravidade, um atentado contra suas ambições políticas. A garota nunca gostara da ideia de ser um peso na vida de alguém. 

Acima de qualquer coisa, Molly era filha de sua mãe e Audrey Weasley a havia criado para ser uma garota exemplar. A mulher possuía um rígido código de conduta e sua filha mais velha fora enviada ao mundo para segui-lo ao pé da letra. Naquele ponto, a garota sequer sabia por que agia daquela maneira. Talvez porque aquelas ideias houvessem sido implantadas em sua cabeça desde muito cedo, se tornando seu único e principal referencial de mundo. Talvez porque estivesse desesperada pela aprovação materna, sentindo um pânico constante ao imaginar desapontá-la. Talvez porque sua natureza fosse essencialmente fraca e covarde, uma criatura quebradiça com uma folha em branco no lugar de personalidade. Sua irmã não havia se deixado moldar tão facilmente, afinal. Não, Lucy era temperamental, teimosa, tempestuosa. Sempre desafiando as regras e as autoridades. Sempre em guerra com Audrey. Havia uma parte de Molly que admirava a irmã, havia uma parte que se ressentia dela. Porque cada vez que Lucy errava, Molly precisava ser melhor. Ela era a primogênita, então, era ela quem precisava arrumar a bagunça da caçula. 

Como filha mais nova, Lucy tinha o privilégio de se safar facilmente de todas as suas confusões. Havia condescendência com seus erros, a menina era jovem e estava aprendendo, eram o que diziam. Havia a noção de que ela iria errar e tudo bem. Havia espaço e liberdade. Lucy era a favorita do pai, que via na garota um reflexo de alguém que ele havia amado e perdido, um irmão com quem Percy falhara, um crime do qual o homem nunca conseguira se recuperar. E Lucy era a filha que a mãe estava sempre disposta a perdoar, apesar das brigas. Ou talvez por causa delas. 

Molly, por sua vez, era a mais velha, o espelho dos sonhos e planos de seus pais. Aquela que deveria ter responsabilidades com a família. Aquela que deveria entender o seu lugar. Aquela que deveria ser o exemplo para os mais jovens. Aquela que era cobrada com mais intensidade pelos erros e não recebia nenhuma recompensa pelos acertos. Aquela que não seria facilmente perdoada se errasse e que, portanto, não podia errar. Molly Weasley, a segunda de seu nome, era a “senhorita perfeita”. Um apelido maldoso que recebera da irmã. Um título falso, porque a garota não era perfeita, ela apenas sentia que precisava ser. 

O grande pesadelo de Molly, no entanto, teve início quando ela fez 13 anos. Era a fase em que todas as suas amigas começavam a olhar para garotos e enxergar mais do que os colegas idiotas e um tanto repulsivos de classe. A Weasley estava tentando não olhar para eles. Sua mãe dizia que ela era muito jovem para namorar e boas meninas não se davam a desfrutes, não beijavam sem compromisso, não passavam seu tempo pensando nesse tipo de coisa. Apesar de seus maiores esforços, Molly estaria mentindo se dissesse que não reparava nos meninos de Hogwarts. Tanto naqueles de sua classe quanto nos mais velhos. Estaria mentindo se dissesse que não se pegava abalada por pele, sorrisos e cabelos. Que não sentia coisas que não era capaz de explicar ou nomear vendo músculos se contraindo em uma partida de Quadribol. Que não se perdia na paleta colorida e infinita que eram os olhos daqueles jovens bruxos. Ela estava fazendo o seu melhor para não notá-los, porém, seus hormônios em ebulição tornavam a tarefa muito – muito! – difícil.  

Seria fácil se esse fosse o problema. Mas não era. Não totalmente. O problema surgiu quando Molly se deu conta de que também estava se sentindo abalada por pele, sorrisos e cabelos femininos. Que sentia coisas que não era capaz de explicar ou nomear vendo músculos de meninas se contraindo em partidas de Quaribol. Que se perdia na paleta colorida e infinita que eram os olhos de jovens bruxas. A constatação foi um choque, porque ela não estava preparada para aquilo, nunca imaginara que poderia acontecer. Molly não era tola, sabia que existiam mulheres que gostavam de mulheres e homens que gostavam de homens. Sabia especialmente como eram considerados desviados, como eram exemplos do moralmente errado, como eram rechaçados pela sociedade. Sabia que não queria isso para sua vida. Sabia que aquele tipo de narrativa sequer faria sentido em sua vida, ela era uma boa garota, afinal. Sempre havia sido uma boa garota, não iria deixar de ser agora. Não é?

A menina, então, se convenceu a não pensar sobre o assunto. O que foi apenas uma forma de garantir que não conseguisse parar de pensar sobre o assunto. Por mais que tentasse afastar a ideia, ela sempre voltava para atormentá-la. Uma companhia tão recorrente que se tornava difícil negá-la. Logo, o medo começou a borbulhar em seu estômago, se enrolar em seus órgãos, se fundir a seus ossos. Ela não podia gostar de garotas. Que tipo de pessoa ela seria, se gostasse de garotas? O que as pessoas falariam dela? O que sua mãe falaria dela? Se aquilo fosse verdade, seria o seu fim. Dessa forma, não podia ser verdade. Molly não permitiria que fosse. 

Além disso, ela gostava de garotos. Estava bem certa disso e o tempo apenas confirmava suas suspeitas. Olhar fotos dos integrantes do Wolfsbane, a boyband do momento, fazia com que sentisse que poderia desmaiar. Seu coração saltava toda vez que Henry Davis sorria. Ela quase entrou em combustão quando Matthew Smith tocou a pele de seu pulso, exposta pelas mangas do uniforme, durante uma aula de História da Magia e pediu suas anotações emprestadas. E sentiu labaredas por todo o corpo quando ele as devolveu, elogiando sua organização e caligrafia. Havia escrito um caderno inteiro de poesias – nunca enviadas – para Peter Wright, sonhou com ele por noites sem fim e chorou durante uma semana inteira, quando o menino começou a namorar Sabrina Johnson, seu coração partido pela primeira vez. Então, sim, Molly definitivamente gostava de garotos. 

E, ainda assim, aquilo não era suficiente para afastar a ameaça. Embora seus sentimentos por garotas fossem muito mais complicados, uma vez que a menina estava disposta a engoli-los e fingir que nunca existiram, eles ainda estavam ali. Estavam na forma como ela passara horas decorando todas as músicas das Sereias Escarlates, apenas porque aquela era banda favorita de Marianne Green. Estava na eletricidade que sentira na tarde de sábado que passara no dormitório de Nathalie Edwards, impossivelmente próximas, enquanto escreviam um conto de romance. Estava na forma como encarava as modelos nas páginas do Seminário das Bruxas, por mais tempo do que deveria, enquanto dizia a si mesma que estava apenas observando as roupas. Quando o desejo se tornava forte demais para ser negado, se iludia com a afirmação de que apenas desejava ser bela como elas. Só isso. Nada mais. E, sem dúvida alguma, estava na forma como seu mundo congelou na primeira vez que viu Mandy Walker, quando a menina se transferiu para Hogwarts durante o quinto ano, e passou dias pensando sobre como ela era linda. Uma linha de pensamentos que só a levou a decidir que Mandy era perigosa e que deveria ficar o mais longe possível da novata, jamais arriscando a menor aproximação. Então, sim, Molly gostava de garotas. 

A menina apenas não compreendia como aquilo era possível. A visão de mundo que havia lhe sido ensinada era completamente binarista. Ou uma coisa ou outra. Sendo assim, a possibilidade de gostar de ambos sequer lhe passava pela cabeça. Se interessar por pessoas independe do gênero não era um conceito real na vida em que levava. Seriam necessários alguns anos para que Molly até mesmo ouvisse o termo “bissexual” e, após isso, mais algum tempo de reflexão e digestão para que a jovem aceitasse se entender dentro dele. Em sua adolescência, porém, tudo o que havia era confusão. Não porque bissexuais fossem naturalmente confusos, mas porque não existia referência. Pelo menos, nenhuma que parecesse contemplá-la. Nenhuma que lhe permitisse ser (o que quer que fosse).

Dessa forma, a garota seguiu em agonia por anos. Havia fases em que analisava a reanalisava cada uma de suas interações com pessoas, cada mínima emoção com potencial romântico que já tocara seu coração, tentando desesperadamente entender o que era ou não real. Havia fases em que simplesmente reprimia tudo, incapaz de lidar com isso, apavorada demais para se mover ou sentir. Deveria ser mais fácil, só que não era. A pior parte, contudo, era não poder falar sobre nada disso com ninguém. Molly não sentia que conhecia alguém que conseguiria entendê-la, alguém que não a julgaria. Então, precisava guardar tudo para si mesma. Existindo em um eterno estado de pânico, no qual se perguntava constantemente o que pensariam sobre ela, se descobrissem a verdade. Assustada com a perspectiva de cair de seu pedestal. Um pedestal que a menina sempre odiou e que, ainda assim, não sabia viver sem. 

O tempo ajudou a colocar as coisas em perspectiva, embora não de forma indolor. Descobri o conceito de bissexualidade foi um processo complicado e que exigiu tropeçar em uma série de estereótipos que apenas a machucaram. Era como se o mundo visse bissexuais apenas como pessoas hipersexuais, animais insaciáveis e incapazes de lidar com o próprio desejo. Criaturas infiéis e indignas de confiança. Promíscuos da cabeça aos pés. Molly, que tinha 18 anos quando reuniu coragem suficiente para um primeiro beijo, não gostou nada da ideia. E isso só fez com que ela se sentisse pior. Ela era uma boa garota, logo, não podia ser bissexual, certo?

Errado. Mas a moça precisaria de mais alguns anos, mais algumas vivências e mais algumas leituras para entender isso. Precisaria encarar e desenrolar sua misoginia e lgbtfobia internalizadas e combatê-las em um processo longo, complexo e muito – muito – doloroso. Assassinar seus demônios era sempre difícil, ela supunha. 

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O fato era que, aos 26 anos, Molly achava que havia chegado a um ponto de aceitação e equilíbrio. Até ser confrontada, em uma madrugada silenciosa que deveria ser como todas as outras, pela farsa de tudo isso. Ela era uma mentirosa e vinha apenas contando mentiras para si mesma. Sim, havia existido um avanço inegável. Porém, um avanço que se mantinha prisioneiro das paredes de sua mente.

Nenhuma das pessoas próximas a Molly sabia de sua bissexualidade. Nenhum de seus melhores amigos. Definitivamente nenhum de seus parentes. Para todos eles, ela ainda era Molly Weasley, segunda de seu nome, a “senhorita perfeita”. O que era, é óbvio, uma inverdade. A garota não era perfeita, um fato que não tinha nenhuma relação com sua sexualidade, mas tudo a ver com seu status como humana. Perfeição já não era algo que a jovem cobiçasse. No entanto, também não sabia como de libertar das ideias que foram criadas a seu respeito. Não sabia como ser ela mesma.

 Se fosse realmente sincera – uma raridade em sua vida de boa garota – admitiria que não sabia sequer quem era. Havia passado a vida inteira reprimindo tudo sobre si mesma, especialmente a própria sexualidade. Agora entendia o dano e a tolice de tais atos. Ainda assim, Molly não sabia como ser… Molly. E não sabia se o mundo e as pessoas que amava aceitariam aquela desconhecida. Isso a fazia querer começar a gritar e nunca mais parar. Mas garotas boas não gritavam e Molly Weasley não sabia como ser outra coisa. 

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“It's never worth it

When you're Little Miss Perfect”


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Notas finais do capítulo

Ok, eu escrevi isso em uma madrugada em que estava enlouquecendo e só queria gritar. É provável que seja uma das histórias mais pessoais que já escrevi até hoje e, honestamente, não sei muito mais o que dizer sobre isso. Ou se quero dizer algo mais sobre isso.
Espero que tenham gostado! ♥
Beijinhos,
Thaís



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