犬の花嫁 Inu no Hanayome escrita por Yuushirou


Capítulo 1
一 りん Rin


Notas iniciais do capítulo

Ok, PÉSSIMA sinopse, eu realmente sou HORRÍVEL com sinopses e não gosto de escrever demais nelas, porque gosto do suspense sobre o que virá pela frente kkkkkkkk

Mas espero, do fundo do meu coração, que vocês curtam!



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りん RIN

 

Rin abriu lentamente os olhos e sentiu um pouco de frio. Não era algo como uma corrente de ar que passava brevemente por sua pele, mas uma sensação que a fazia se arrepiar levemente em algumas porções do corpo. Olhou para baixo e percebeu que não estava completamente coberta e aquecida, muito embora Sesshoumaru estivesse bem ali, a seu lado. Parecia um sonho, mas ele realmente estava ali, quieto, aninhando-a no mokomoko, que servia muito bem como apoio para a cabeça e costas. Sesshoumaru-sama costumava ter um sono leve, do tipo que ao menor ruído ou youki estava apto a ter uma reação rápida. Pensando nisso Rin achou que um mínimo movimento seu acabaria despertando-o, mas, felizmente isso não aconteceu quando ela mudou de posição com o máximo de discrição que conseguia. Era muito bom saber que ele estava assim, tão relaxado e seguro que conseguia dormir de verdade. Ficou observando o corpo alvo e desnudo do youkai adormecido sob a luz de uma bonita lua cheia, contemplando ao máximo aquele raro momento de vulnerabilidade e de beleza dele, ao mesmo tempo em que pensava no quanto aquela cena a lembrava o dia em que o havia encontrado, muito ferido, na floresta próximo à vila em que ela havia crescido. Como naquele dia, ele estava reduzido à sua forma humana, desarmado e à mercê de todo tipo de sorte, só que agora na companhia de sua recém-formalizada esposa e em um contexto inteiramente de paz. Muito mais do que apenas sentir que estava finalmente com a pessoa amada, Rin havia se descoberto. Seus sentimentos se tornavam cada vez mais claros do que jamais haviam sido à medida em que ela desvendava, no seu próprio ritmo, o significado de tudo o que já a haviam dito a respeito do amor e de seus intempéries e prazeres. Seu coração estava finalmente unido ao do único homem que amou, e todo aquele sentimento de confiança mútua lhe bastava. Aprumou-se no futon até ficar parcialmente deitada sobre o youkai, aninhando-se em seu peito e repousando uma das coxas sobre o colo dele.

“Agora eu entendo, Sesshoumaru-sama.”

 

Quando a deixou na aldeia de humanos, sob os cuidados da sacerdotisa Kaede, a única ordem de Sesshoumaru à Rin foi de que se cuidasse, o que ela até acatou de bom grado. Significava continuar fazendo o que fazia muito bem, que era manter-se segura e alimentada, certo? Mas, para onde ele estava indo, que não iria levá-la junto? Será que estava partindo em uma viagem muito perigosa, onde Rin só iria atrapalhar?

 

— Mas é claro! – disse Kaede a Sesshoumaru – Claro que eu posso ficar com ela, mas, Sesshoumaru...

Ele ergueu uma sobrancelha ao mesmo tempo em que sustentava a costumeira expressão vazia, então Kaede-obaa-sama, como Rin passou a tratá-la desde então, fez três perguntas, utilizando pausas bem definidas embora não demoradas entre uma e outra:

— O que aconteceu? Você não se importava de andar com ela por aí, não é? Finalmente mudou de ideia?

Boas perguntas, mas que pareciam desnecessárias, pensou Rin, prontamente encarando o youkai à espera de uma resposta muito provavelmente curta e vaga, como era de hábito.

— Não é nada – foi a resposta dele – Apenas, vim devolvê-la aos humanos. É onde deve ficar.

Ouvir que estava sendo devolvida não foi nada agradável porque parecia uma despedida definitiva. No entanto, pela expressão tranquila de Kaede, apesar de a velha sacerdotisa parecer ter ficado tão surpresa quanto Rin, talvez Sesshoumaru-sama apenas fosse ficar fora por algum tempo e depois voltaria para pegá-la. “Talvez” não, “com certeza”! Ela acreditava e confiava em todas as decisões e intenções dele.

— Rin, cuide-se. Você vai ficar aqui agora.

— Sim, Sesshoumaru-sama, eu vou me cuidar! – respondeu com energia - Quando o senhor vai voltar?

Foi aí que algo pouco comum aconteceu: por alguns instantes, parecia que ele não sabia o que responder, até que Rin teve a sua resposta.

— Quando for necessário.

“E quando seria necessário?”, ela se perguntava internamente, mas não questionou de forma aberta. Apenas sorriu e assentiu indicando que iria se comportar enquanto ele estivesse longe. Jaken-sama parecia um pouco triste, se ela bem lembrava do momento, mas nada comentou tendo se limitado a apenas lhe pedir o mesmo que Sesshoumaru, salientando as ordens do daiyoukai.

 

Em nenhum momento Rin cogitou a possibilidade de aquilo tudo poder ser um adeus. Afinal, tinha sido obediente, sempre fazendo o que Sesshoumaru-sama lhe pedia e evitando ao máximo ser um estorvo. Não havia motivos para ele não a querer mais por perto, certo? Ela era capaz de se cuidar sozinha, embora uma vez ou outra tivesse falhado nisso, mas, aprendia tudo rápido, fazia silêncio quando necessário e logo não seria mais tão pequena para precisar de proteção o tempo todo. Para ela, aquela era mais uma das misteriosas e solitárias viagens dele, das quais ele sempre partia para encontrar algo muito importante e retornava para buscá-la. Tal ideia só veio mudar quando Rin começou a perceber que desta vez ele iria mesmo demorar. A começar pela ausência de Ah-Un, que sempre lhe fazia companhia na ausência dele. Por qual motivo o dragão-youkai de duas cabeças não ficou na vila também, se era temporário? Será que ele foi necessário nessa nova viagem, embora Sesshoumaru fosse capaz de voar sozinho?

Ao menos, Rin agora tinha mais pessoas para conversar sempre que se sentisse solitária demais ou entediada. Havia Kaede-obaa-sama, Inuyasha-sama, Miroku-sama e Sango-sama – que haviam acabado de se casar –, Shippou, e até mesmo Kohaku estava ali, vivendo na mesma vila que ela. Não faltaria o que fazer, nem com quem brincar. Em boa parte do tempo, ficava na companhia da sacerdotisa – com quem estava morando oficialmente como uma espécie de neta adotiva – ou então observando Kohaku treinando sozinho ou executando alguma tarefa para a vila. Kaede a ensinou um monte de coisas, desde a preparação de diferentes comidas e a utilização de ervas medicinais, até conhecimentos acerca de youkai e algumas noções de espiritualidade. Todos conhecimentos básicos que toda sacerdotisa deveria ter. Rin não pretendia ser uma, mas estava gostando de aprender tudo aquilo. Kaede-obaa-sama parecia gostar de verdade da companhia dela, algo que há algum tempo Rin não sentia em um humano adulto de quem estivesse próxima. Tinha se esquecido de como era viver com outros humanos graças àqueles dias em que esteve acompanhando Sesshoumaru-sama e Jaken-sama...

Eles não vieram mais vê-la naquele mesmo dia em que a deixaram na vila, nem no dia seguinte, e nem depois... Quando eles viriam? Será que ali agora era realmente o seu novo lar? Estava longe de ser ruim, mas... E Sesshoumaru-sama?

— Ele vai voltar – disse-lhe Kohaku.

— Você acha?

— Acho. Ele deve ter ido resolver alguma coisa muito importante.

— Hee...

Ela e Kohaku haviam ficado bem amigos, quase irmãos. Ele era poucos anos mais velho que Rin e tinha um passado aparentemente tão ruim quanto o dela, mas isso não atrapalhou em nada na boa relação entre eles e nas brincadeiras a dois. Embora ele fosse mais sério e bem mais calado que Rin, os dois conseguiam se divertir quando estavam juntos, quase sempre sendo ela quem iniciava as atividades da dupla. Desta vez estavam pescando para abastecer a vila, as pernas magras submersas na fraca correnteza do rio, quando um som familiar a Rin a chamou a atenção e a fez olhar para cima. O que poderia assustar os moradores locais em outros tempos, atualmente já não causava mais nenhum tipo de temor. Todos agora sabiam que havia youkai vivendo por ali e protegendo o local. Ela abriu um sorriso de genuína felicidade assim que teve a visão do enorme cão-youkai a sobrevoar o céu da vila certamente em busca de um ponto para pousar em segurança.

— Sesshoumaru-sama...! – exclamou, porém o youkai passou direto, como se não tivesse percebido a vila ou a voz de Rin, o que, de certa forma, a deixou decepcionada.

— Calma – disse Kohaku a tocando em um dos ombros – Ele voltou, você viu.

— É... Ele voltou – respondeu, então decidiu reunir suas energias para abrir um novo sorriso – Eu acho que eu deveria fazer algo para ele!

— Como o que?

Ela pensou por alguns instantes, ao que encarava a expressão curiosa no rosto ligeiramente sardento do menino, até que lhe veio a ideia:

— Comida! Sesshoumaru-sama deve ter viajado muito. Não há nada melhor que comida para dar as boas-vindas, não?

— É... Eu acho que é uma boa ideia.

Certamente que era uma ótima ideia, pensava Rin! Ela não havia se esquecido da primeira vez em que tentou oferecer alguma comida a Sesshoumaru, que findou em uma recusa pouco delicada da parte dele, mas não guardava nenhum rancor daquele dia ou qualquer tipo de receio de tentar novamente. Entendia que Sesshoumaru-sama estava muito machucado naquele dia e que por isso devia estar com medo de ser atacado, naturalmente desconfiando de qualquer um que se aproximasse para tentar ajudá-lo. E, embora ele nunca a tivesse pedido para lhe conseguir ou servir comida durante os tempos em que viajaram juntos, isto é, Rin não tinha a menor ideia do que ele gostava ou não de comer, ela providenciaria uma refeição de boas-vindas para ele, com todo o carinho e consideração que acreditava que ele merecia.

Já que havia acabado de pescar, prepararia peixe com alguns acompanhamentos simples que havia aprendido com Kaede-obaa-sama. Uma boa parte dos animais e das pessoas gostava de peixe, então não deveria ser tão difícil assim acertar na escolha. E se mesmo assim ele não gostasse, ela daria o seu jeito de contornar! Kohaku até se ofereceu para ajudar, mas Rin quis fazer tudo sozinha. Quando finalmente estava tudo pronto, correu para procurar pelo youkai, que se não estivesse na vila deveria estar pelo menos bem próximo.

— Sesshoumaru-sama! – exclamou assim que seus olhos o localizaram.

De fato, como Rin havia pensado, ele havia procurado primeiro um local que fosse seguro para pousar, um pouco afastado da vila talvez para não amedrontar os moradores locais. Estava vestido como sempre, com ares de um príncipe guerreiro, sem sinais de que tenha enfrentado alguma luta difícil. Aonde será que ele havia ido?

— Bem-vindo de volta!

— Rin.

— Aah, Rin...!

— Jaken-sama! Bem-vindo de volta também!

O pequeno youkai verde que sempre segurava um cajado com duas cabeças entalhadas parecia bem também. Que bom, ela não gostava de vê-los ou de imaginá-los passando por qualquer dificuldade.

— Você se comportou, Rin? – perguntou Jaken – Espero que tenha se lembrado do que Sesshoumaru-sama ordenou...

— Sim, que eu ficasse aqui e me cuidasse! Eu estou ótima, Jaken-sama!

— Excelente...

— Rin, este Sesshoumaru tem algo para lhe dar.

A reação de Rin foi arregalar brevemente os olhos, em um gesto de quem estava tendo uma pequena surpresa agradável, e em seguida abrir a boca para falar, mas terminou não dizendo nada porque logo ele lhe estendia um pacote retirado de dentro do mokomoko, o qual Rin logo segurava com as duas pequenas mãos aceitando de bom grado o presente.

— Faça bom uso.

Ela rapidamente desembrulhou o que logo descobriu ser um tecido para confecção de quimonos e abriu um novo sorriso.

— Sesshoumaru-sama, é tão bonito!

De fato, era um lindo tecido, que daria um belo quimono! Kaede-obaa-sama certamente aprovaria também aqueles tons de roxo.

— Você ouviu, Rin, deve fazer bom uso! – disse Jaken – Faça um quimono bonito e livre-se destes trapos!

— Muito obrigada, Sesshoumaru-sama, Jaken-sama – se dirigiu a cada um dos dois youkai com um breve curvar do corpo para a frente, então finalmente revelou: - Eu também tenho algo para o senhor.

O viu exibir uma rara, mas muito contida, expressão de curiosidade. Todas as expressões dele, na verdade, eram bem moderadas, mas era tão difícil vê-lo com algum novo sentimento estampado no rosto que não fosse o de indiferença, que Rin se sentiu ainda mais encorajada a convidá-lo a entrar.

De início pensou que recusaria, mas Sesshoumaru a seguiu até a casa que ela atualmente dividia com a velha sacerdotisa. E quando Rin se aproximou dele oferecendo a comida que havia acabado de preparar, ele a aceitou e se sentou para comer, tudo em completo silêncio. Não deu a menor atenção aos demais que entravam ali também para comer. Tanto Kaede quanto Kohaku e Jaken pareciam surpresos com a cena, sendo Jaken o mais impressionado dos três. Será que era verdade o que Sesshoumaru-sama a havia dito no dia em que se conheceram? Que ele não gostava de comida humana? Seria por isso que Jaken-sama parecia chocado com a cena? Bom, tinha comida para ele também, e Rin fez questão de servir. Só esperava que não fizesse mal de alguma forma. Podia ser que os dois, na verdade, por serem youkai, não comiam nada daquilo e somente não quiseram recusar a gentileza.

E, embora nunca tivesse visto um nobre se alimentando, Rin ficou encantada com a forma com que Sesshoumaru-sama comia, tão fina e elegante, que com certeza eram traços de alguém que pertencia a uma família muito importante. Ele realmente agia como um príncipe, disso ela tinha certeza.

— Estava delicioso... – disse Jaken, que pareceu ter se dado conta de algo e logo corrigia as próprias palavras: - Digo, devo agradecer em nome de Sesshoumaru-sama por esta refeição, embora não fosse necessário!

Rin sorriu e disse, com sinceridade:

— Estou feliz que tenham voltado.

Então, a expressão do pequeno youkai verde mudou para uma de preocupação.

— Rin, você entende que vai viver aqui agora, não é?

— Hee...?

Mas mal deu tempo de ela perguntar o porquê. Logo Sesshoumaru se levantava, apoiando-se em Jaken sem a menor delicadeza, como costumava fazer quando queria que ficasse quieto.

— Rin... – disse – Precisamos conversar.


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