Preconcepção escrita por RMJ50


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Feliz 2022, vamos para primeira a atualização do ano.



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— Mãe! - garota quase gritava sentada em sua cama enquanto sua mãe passava escova por seus emaranhados ruivos - vai devagar


— Nem estou puxando Merida - continuou ignorando os protestos da garota


— Eu nem quero ir, pais da Anna não vai obriga-la a ir - fechava cara em desgosto


— Já conversamos sobre a importância disso, você não está ligada ao quadril dela - desfazia um nó embaraçado enquanto a filha praguejava baixo - vamos fazer um acordo então


— O que ? - olhava curiosa por cima da cabeça antes da mãe endireitar a postura dela para continuar escovando


— Você fica no salão por quarenta e cinco minutos, sendo a dama educada que eu criei - Merida sentiu o olhar da mãe queimar sua nuca - e depois disso vai estar livre para arrastar o Soluço e seus irmãos até qualquer esconderijo dele naquele casarão, ele vai estar tão incomodado quanto você. Mesmo que ele esconda isso melhor - terminou dando um pequeno puxão antes de tirar a escova do cabelo da garota


— Esse tempo tod... - engoliu seco quando viu olhar estoico da mãe - Certo, fechado.


— Vou ver se seu pai voltou com os meninos, se não vamos nos atrasar - se levantou indo para porta - vestido está no armário, seu casaco está lá em baixo


— Certo mãe.


 Depois que Elinor desceu, Merida rumou até o armário pegando o tal vestido, era um tom verde escuro com mangas longas e babados não muito volumosos na parte inferior e alguns detalhes em prata


— Pelo menos não parece desconfortável - torcia no nariz se lembrando de experiências anteriores - vai parecer que divido a sala comunal com a víbora do Jack - continuou pensando alto enquanto se trocava

 
 Do andar de baixo ele escutou um coro de risadas indicando que seu pai voltou com os trigêmeos, guardou sua varinha e desceu para ver a pequena comoção no pé da escada, lá estavam seu pai irmãos sujos dos pés a cabeça que pareciam ainda piores em contraste com as vestes da sua mãe que os encarava cansada


— Um acidente querida - o grande homem coçava a barba sem graça


— Fergus - segurava a ponte do nariz em frustação - você volta tarde e com os meninos como tivessem lutado com diabretes na lama


— Quase isso - dava um sorriso pouco convincente


— Fergus - suspirou pesadamente - só limpe eles para não chegarmos tão atrasados


Subiram as escadas apressados, Merida segurava o riso enquanto o pai passava por ela


— Não é tão engraçado - fez um beicinho para filha que bufava falhando em não rir


 Garota enxugou uma lágrima imaginária no canto do olho e se encostava na lareira notando a ausência de um saco característico- onde está o pó de flu? 


— Cortaram a ligação da rede de flu com o Casarão Haddock - explicava vestindo seu casaco - medida de segurança pela presença do Ministro da Magia


— Merda! 


— Palavreado Merida - lançava olhar de reprovação para filha - enjoo passa depois de se acostumar a aparatar, você vai fazer teste para licença de aparatação daqui três anos


— La se vai minha chance de comer no jantar - expressão de nojo só de imaginar - medida de segurança nem faz sentido - suspirou pegando seu casaco também 


— Vamos queridas - Fergus descia as escadas logo depois dos filhos, vestindo roupas formais com sorriso estampado no rosto


 Logo pegaram os casacos e saíram pela porta indo para fora das antigas muralhas onde os feitiços de proteção não impediam a aparatação 


— Merida - Fergus dava o braço direito para filha enquanto segurava com a esquerda a mão de Hubert


 Elinor segurava Harris e Hamish e aparatavam, sendo seguida pelo marido. Logo depois desaparatavam no alto de um morro onde se via o casarão Haddock bem iluminado pela lua que a pouco tinha saído do horizonte


— Um minuto - Merida levantava o indicador e colocava a outra mão sobre a boca sentido gosto amargo - eca, eca


— La dentro vocês bebem água - passava a grande mão nas costas da filha


 Antes da família começar a descer o gramado cerca de dez pessoas desaparatavam ao lado deles com varinhas em riste, alguns descendo apressados ao rumo do casarão 


— O que é isso ? - Elinor perguntava depois de reconhecer um dos aurores que tinham desaparatado 


— Senhora DunBroch, um menor fez uso de magia e viemos verificar pelas circunstân... - Foi interrompido por um grande estrondo 


 Da lateral e do teto do casarão saia uma grande explosão que jogava destroços para o alto e deixava um clarão luminoso no céu noturno, Fergus logo lançou um feitiço escudo para proteger o grupo.


 Passado o choque inicial, Merida tentou correr em direção a casa mas foi segurada por Elinor - MÃE?!

 
— Eu sei - empurrou a filha para o marido - tire eles daqui Fergus - última coisa que viu antes do seu pai a agarrar e aparatar foi a mãe correndo e dando ordens para os poucos aurores do local. 

...

 Mais cedo naquela tarde no casarão dos Haddock elfos e bruxos terminavam os preparativos para o evento de logo mais 


— Pária, quando começa isso mesmo ? - garoto tacanho com forte sotaque norueguês perguntava - estou com fome 


— Logo Melequento - garoto magricela respondia em um tom cansado - se você quiser pode ir na cozinha que ninguém vai te negar comida 


— Quem negaria algo a um Jorgeson - saia andando depois disso 


— Quem né... - bufava indo para seu quarto para se trocar 


 Lá o garoto depois de olhar o traje espalhafatoso que vestia no espelho pensava quanto tempo podia delongar dentro do quarto até uma batida na porta interromper suas divagações 


— Entre - Iduna passava pela porta logo a fechando e sorrindo para o garoto


— Esperava te encontrar aqui querido - se sentou ao lado da escrivaninha


— Já chegaram? - olhou para janela vendo a luz do dia deixando o horizonte alaranjado 


— Agnarr e eu viemos mais cedo pelo protocolo tolo de segurança que o ministério implantou depois da fuga


— Então ela conseguiu enrolar o pai ? - colocou a mão no queixo e murmurou - Merida vai amar que Anna conseguiu e ela não


— Você a conhece, ela tem Agnarr na palma da mão - ria junto de Soluço - imagino que ela combinou de não vir com a DunBroch? - ele confirmou em um aceno com a cabeça


— Mas a Merida com certeza vai estar aqui - voltava para frente do espelho - mas pelo menos ela vai ter tentado não vir


— Não deixe ela matar seu primo - sorria atrás dele endireitando as vestes largas, olhar dela fica distante reflexivo olhando para o menino 


— O que foi ? - olhou por cima do ombro 


— Você é muito parecido com ela - deu uma risada - magro, desajeitado e roupas largas. Como na época que ela entrou no time de quadribol da sua casa - as bochechas do menino coraram com comentário 


— Sei que hoje pode ser um pouco chato - acariciou o cabelo do menino depois de alguns instantes de silêncio - mas o jeito mais pacífico de acalmar essas cabeças fechadas preconceituosas e afagar seus egos com coisas chatas e pomposas assim


— Imagino, mas sobrevivo até meu pai tomar a quinta caneca - arrancou uma risada ruidosa da mulher enquanto saiam do quarto

Lá embaixo alguns convidados começavam a chegar, Stoico e seu meio irmão um pouco menos corpulento de cabelo preto recebiam simpaticamente e com um pouco de barulho os recém chegados, Soluço e o primo se juntando a eles como figuras decorativas ao lado dos pais


 Com cair da noite o espaçoso salão do casarão ficou cheio de um variado número de bruxos e algumas poucas criaturas, conversas amenas entre pessoas importantes enchia o lugar junto com uma música ambiente monótona


— O salão da nossa casa e bem maior que esse espinha de peixe - Melequento cutucava o primo sentado ao lado dele próximo a saída do - casa dos Jorgensons e bem melhor para um coisa dessas 


— Haddock ! - respondeu revirando os olhos 


— Que ? 


— Casa dos Haddock - passava a mão no rosto considerando se valia a pena continuar falando - não faz sentido você contar vantagem com a casa na Noruega, ela também é do meu pai - bufava cansado da interação com o outro garoto


Começou a prestar atenção a qualquer outra coisa que não fosse as reclamações do primo, como os adultos fofocando e bebendo, e com a dança que faziam em volta um do outra para conseguir favores. Mas uma coisa o chamou atenção, um elfo que provavelmente estava a serviço da cozinha essa noite passando rigidamente pelo salão, não sendo notado pelos outros bruxos do salão


 Elfo foi até Agnarr e Iduna que conversavam com um casal de idade chamando a atenção do ministro, que depois de uma breve troca de palavras se desculpou com o casal e seguiu o elfo junto de Iduna ao que parecia ser na direção do escritório do casarão. Soluço seguiu com olhar até não estarem mais em sua vista


— Vou ali - afirmou para o primo que ainda tagarelava algo que ele não se importou em entender e se levantou saindo do salão 


 Usou sua curiosidade como desculpa para sair do salão, e seguiu pela casa afastando do som chegando ao corredor do lado oposto das escadas, lá ouvia tanto o som abafado do salão tanto um conversa baixa vinda do escritório 


Bateu na porta já a abrindo e entrando - Com licen 


— Calado! - alguém disse derrubando o garoto no chão, lá dentro no escritório espaçoso escuro só iluminado pela luz noturna que entrava pelas duas grandes janelas entreabertas havia seis pessoas, Agnarr sendo segurado pelo braço por um mascarado de capa e Iduna cercada por outros dois mascarados empunhando varinhas e outro que tinha derrubado o garoto perto da porta - sem fazer barulho moleque - no chão aos pés de Soluço as duas varinhas que foram desarmadas do adultos 


— Um simples feitiço de som resolveria isso - respondeu ironicamente pegando uma das varinhas e apontado para porta - Abaffiato - olhou para o adulto mascarado como ele fosse um idiota e apontou o cabo da varinha para ele pegar 


— Seu moleque - pegou a varinha e puxou o garoto o jogando com força contra a parede oposta à janela

 
— Pare, o menino não tem nada haver com isso - Agnarr levantava um pouco a voz 


— Ótimo mais um para dar o fim, quem é esse moleque afinal? 


— Um estrangeiro que veio com pai para negócios com ministério - foi a vez de Iduna de dar um passo a frente e falar antes do menino que esfregava o braço depois de se levantar


— Para trás, e nem pense em usar algum truque como aquele monstro que você pariu - outro mascarado disse com a varinha apontada para ela


 Ela voltou um passo para trás erguendo as mãos para cima, olhou para Soluço com olhar de compreensão do que ele tinha feito depois de entrar. Agora tudo que eles precisavam e ganhar tempo até que alguém perceba 


— Devíamos só explodir tudo é nos livrar desses traidores de sangue - o mascarado que tinha jogado Soluço na parede disse com um tom ligeiramente transtornado 


— Você sabe que não podemos - rosnou o que segurava o braço de Agnarr 


— Então tem apoiadores ativos das milícias supremacistas na festa - não muito inteligente o Haddock mais novo continuo argumentar - isso explica por que todos ainda estão vivos.


— Soluço - Iduna advertiu com um olhar exasperação

 
— Calado antes que eu te mate garoto 


— Uma ameaça vazia quando você já vai nos matar mesmo - o sarcasmo era palpável na voz do adolescente irritando ainda mais os quatro que os mantinham reféns - e se vocês não quisesse ele vivo pelo menos temporariamente o explosivo ali já teria feito algo


— Mas não preciso de você seu merdinha - o que estava ao lado de Iduna começou atravessar o escritório.


— É eu só preciso da sua atenção - com movimento rápido a varinha dele escorregou do manga do casaco - ESTUPEFAÇA


 Os quatro usaram feitiços escudos ou contrafeitiço, mas para surpresa de todos ele não mirou neles mais sim em Iduna que saiu voando com impacto batendo na janela quebrando alguns vitrais e caindo lá fora nos jardins que cercavam a casa fazendo um grande estrondo


— Seu filho da - um dos quatro acertou garoto com movimento de varinha fazendo o cair e gritar de dor

 
— Parem - gritava Agnarr tentando desvencilhar de quem o segurava que por fim o jogou em cima da mesa 


— Isso tudo vai queimar - o mais desequilibrado do grupo ergueu 


— Não - alguém disse antes que tudo virar uma grande bola de fogo que consumia tudo pela frente.


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