Tales of a Uchiha escrita por Saberus


Capítulo 6
S01Ch06;




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/802805/chapter/6

"O que está acontecendo?" o rosado pensou, olhando a kunai caída no chão a poucos metros dele e depois para Li, que continuou a sua frente mantendo a guarda com a espada frente ao corpo. 

— Li, vai. — Foram as únicas palavras da Hyuga ao espadachim e pôs a mão direita nas costas de Kira. — Quantas pessoas? — E depois estalou os dedos chamando a atenção do rosado. — Acha que consegue acompanhar Li de forma ofensiva? —

Rin conhecia melhor do que ninguém suas qualidades e defeitos e, por isso, sabia que havia uma certa desvantagem para alguém treinado como Li, mas ele acabou sorrindo de forma debochada enquanto seu olhar se tornava mais e mais sério, se aproximou da kunai e a pegou, então a girou no indicador da mesma mão até parar e a lâmina emitir algumas faíscas. Era verdade que Rin trocou a vida de um ninja pelo Ninjutsu Médico, mas não era razão para não conhecer algumas, pouquíssimas, técnicas e saber que tinha afinidade com o fogo e raio.

— Até melhor. — Foi tudo o que ele disse antes de olhar o horizonte e perceber mais alguns brilhos sutis. — Está vindo. —

Mas ele não esperou. Em poucos segundos o rosado já havia disparado, correndo lado a lado com Li que o olhou por um breve momento antes de sorrir, ou melhor, antes de ambos sorrirem para o outro. Rin estendeu sua mão direita com a palma aberta e o espadachim não precisou de muito para entender os pensamentos do róseo e, por isso, puxou um papel de dentro da mochila em suas costas e entregou para o rapaz que conseguiu o acompanhar. Li usou a espada, ou melhor, da lâmina em si para defender do próximo ataque de kunai e depois apressou ainda mais os passos e, desta forma, ficou na frente de Rin e curvou o suficiente seu corpo. O rosado usou o outro rapaz como apoio e saltou a uma boa altura e lançou a kunai com um papel enrolado no seu cabo, mas ao mesmo tempo em que lançou já havia fechado sua mão direita em punho e um sorriso tomava conta de seus lábios. 

A kunai tocou o chão e explodiu por causa do papel enrolado no seu cabo. Então, Rin aproveitou da distração, da fumaça escura, para correr ainda mais rápido quando chegou ao chão depois do salto e olhou para seu punho direito antes de olhar para frente.

— Shannaro, Kuso Baka! — Ele gritou com todo fôlego dos pulmões.

No entanto, antes que acertasse o alvo sentiu quando seu braço direito foi segurado e seu corpo suspenso no ar por alguns segundos e, por fim, sendo jogado para longe. Ele ficou sem entender o que havia acontecido até a fumaça se dissipar, revelando Suitai Hyuga e atrás dela um homem chegando a meia idade e com roupas adequadas para o campo e com um olhar surpreso, ou melhor, um olhar assustado pelas estranhas companhias. A Hyuga olhou para seu aluno de cabelos róseos ofegante a poucos metros que ainda não entendia o que estava acontecendo, depois olhou para Li que estava com a mesma expressão confusa. 

— Ele é o nosso contratante. — A Hyuga comentou sem se virar para o homem, mas usando o polegar esquerdo para apontar para o sujeito.

"Eu quase quebrei a cara dele com um soco" Rin pensou e voltou seus olhos esverdeados para o punho e devagar o abriu e depois levou as mãos aos bolsos, mas desviou sua atenção por um momento para reparar na Uzumaki que se aproximou dele e, como antes, segurou seu braço direito junto ao corpo dela. O rosado retornou sua atenção para o homem e notou como as mãos dele ainda tremiam.

— Desculpe, senhor. Entendemos isso como um mal entendido. — Foram as únicas palavras de Rin que curvou um pouco sua cabeça antes de desviar sua atenção para os animais.

— Quem deve se desculpar sou eu. — O homem coçou uma das bochechas gordas assim que soltou aquelas palavras sinceras, mas assim mesmo continuou. — Achei que fosse a mesma pessoa que apareceu de madrugada. — O homem levou as mãos para a cintura e estufou o peito numa prolongada inspiração. — Desculpem, ainda não me apresentei. —

— Não tem necessidade. Seu nome estava no papel da missão. — O rosado disse e não foi difícil buscar o nome na sua memória. — Kofuku Ishi, estou certo? —

— Um momento. — A Hyuga disse assim que o rosado soltou no ar aquele nome e o homem estava para confirmar. Ela prosseguiu com uma pergunta quando a atenção de todos pairou sobre ela. — Que pessoa apareceu? —

— Ah, sim. — O fazendeiro respondeu Rin e moveu o corpo em 180° e usou o braço esquerdo para apontar ao celeiro antes de prosseguir. — Já estava voltando para casa quando vi alguém perto do celeiro, mas não acho que tenha entrado ou saído de lá. Não devia ser maior que esse garoto. — Ele apontou para Rin durante sua resposta. — Usava uma máscara branca e um manto preto com um pouco de plumagem na gola. Pisquei e desapareceu, mas sei que estava lá por causa da pegada. —

— A mesma descrição que usaram para os Mokushiroku no Kishi. — A Hyuga sussurrou para ninguém em particular e levou encostou a mão esquerda no queixo enquanto abaixava sua cabeça, mas seus olhos perolados estavam concentrados no fazendeiro. — E o ataque da madrugada? —

"Gluttony está perto? Essa missão mudou para o Rank B..." o rosado pensou e dirigiu seus olhos para a Hyuga que, ao que parecia, pensava na mesma coisa. "Devemos retornar e avisar Sasuke da localização de Gluttony?" Rin pensou e abriu a boca para um preguiçoso bocejo e voltou o olhar para o celeiro e suspirou antes de puxar seu braço que estava encostado no corpo de Kira.

— Bom, vocês viram. Mais animais morreram. Não tem o que dizer. — O fazendeiro respondeu, mas prosseguiu assim que olhou para Rin que acabara de bocejar. — Ah, descansem um pouco. A viagem deve ter sido cansativa, não é mesmo? Temos muito tempo até o anoitecer. —

O rosado concordou e se afastou do grupo e não se importou que a atenção deles estivesse nas suas costas. Ele só levou a mão direita para a boca e bocejou uma segunda vez enquanto continuava caminhando. 

— Você precisa de ajuda com alguma coisa? — Li quem perguntou desta vez. Ele estava quieto desde o princípio já que sabia que não podia, ou melhor, não devia se meter. 

— Só que alguém vá pegar os ovos no galinheiro. — O fazendeiro respondeu e apontou para uma construção de madeira grande o suficiente para um adulto se mexer com tranquilidade. — Já tirei o leite das vacas. —

— Eu faço isso. — Kira disse e não escondeu um sorriso de pura animação e olhou para o galinheiro. — Não deve ser difícil. —

— Eu vou preparar o almoço para mais pessoas. — Foram as últimas palavras do homem antes dele se virar e seguir para dentro da própria casa, mas com a Hyuga o acompanhando.

Li sabia que a Hyuga conversaria com o homem para obter mais detalhes. O máximo de informação que o fazendeiro fornecesse. Ele olhou para a Uzumaki que seguia para o galinheiro e depois para o Katsuryoku que estava parado no celeiro e, por isso, se aproximou dele para saber o que o mesmo fazia. E ficou em silêncio quando o viu comparando sua pegada com a pegada deixada pelo visitante do dia anterior.

— Deve calçar quarenta e dois. — Foram as únicas palavras de Rin que não havia levantado o rosto para ver o rapaz que se aproximou.

— Pode ser. — Li murmurou e moveu a cabeça o suficiente para olhar Kira que fugiu do galinheiro com algumas galinhas correndo furiosas atrás dela, mas ele voltou a atenção para Rin. — Desde quando você sabe trabalhar tão bem ofensivamente? Você não disse que o Ninjutsu Médico era melhor do que arriscar a vida com missões como um ninja? —

— Desde que me tornei aprendiz de Sakura Haruno. — Rin o respondeu, mas nem olhou para ele durante a sua resposta. Ele suspirou e levou a mão direita ao cabelo e o coçou um pouco antes de continuar a resposta. — É necessário um controle de Chakra preciso e minucioso, mas com isso tenho uma força sobre-humana. Ela me ensinou algumas coisas desde que virei seu aprendiz. —

— E o que ia acontecer com aquele homem se o soco tivesse acertado? — Li voltou a perguntar.

— Ah… — Rin finalmente subiu seu olhar para observar o companheiro de equipe e abriu um sorriso ao reparar na distante Uzumaki ainda em fuga, mas voltou sua atenção para Li antes de respondê-lo. — Tenho certeza que desmaiaria ou, quem sabe, seria arremessado para longe pela força de impacto. —

Rin abaixou o olhar novamente, mas desta vez reparou em suas mãos e se esforçou para não sorrir quando Li pôs as mãos por cima das suas. O espadachim olhou para o celeiro e puxou o rosado para dentro da construção com dois andares e muito feno. Enquanto isso, Kira conseguiu escapar das galinhas e esfregou o rosto com alguns cortes e engoliu em seco. "Galinhas são perigosas" pensou e voltou seus olhos azuis para o celeiro e sorriu com um pouco de malícia quando viu que os rapazes de sua equipe tinham entrado na construção. Ela não seria boba de incomodar já que gostava do romance deles, desde sempre os apoiou e, por isso, era a melhor amiga da dupla. A Uzumaki voltou sua atenção para o galinheiro e depois para a casa do fazendeiro e cruzou os braços abaixo dos seios antes de retornar para o galinheiro. Enquanto isso, Suitai Hyuga era servida por uma xícara de café por Kofuku Ishi assim que a morena se sentou numa cadeira.

— Os lobos não atacavam com tanta frequência. — O fazendeiro começou a falar depois de se servir também de uma xícara de café. — Eles ficavam mais no interior na floresta caçando animais pequenos. Quatro ou cinco vezes ao mês que meu gado era atacado por eles, mas de umas semanas para cá isso mudou, mais lobos têm vindo para essa floresta como se alguma coisa atraísse eles. — O fazendeiro tomou um gole de café.

— Consegue descrever mais a pessoa que viu? — A Hyuga perguntou e olhou para a xícara de café ainda cheia antes de tomar um gole curto. — Alguma arma? —

— Não consigo. Não estava tão perto para dar uma boa descrição, mas posso afirmar que o cabelo era escuro como o seu. — O fazendeiro bebeu mais um pouco de café antes de pôr uma perna em cima da outra e cruzar os braços. — E estava desarmado. —

"Menos um problema, eu acho" a Hyuga pensou e levou o dedo indicador esquerdo para o cabelo escuro e enrolou uma mecha por pura diversão, ou melhor, tédio enquanto olhava para o fazendeiro.

— Serei franca com o senhor. — A Hyuga começou e parou de mover o dedo na mecha de cabelo antes de prosseguir. — Essa missão originalmente era de Rank C, mas caso a pessoa que viu ontem resolva aparecer novamente, será reclassificada como Rank B. — Ela deu uma pausa para que o fazendeiro entendesse o que estava lhe dizendo e, então, prosseguiu. — Até mesmo as de Rank C tem baixas chances de lutas, mas quando tem são bandidos e ou ladrões. Essa missão era para proteger, ou melhor, enfrentar alguns lobos que atormentavam sua fazenda. Alguns lobos, entendeu? — A Hyuga não esperou por uma resposta antes de continuar. — Não enfrentar outro ninja que pode ser experiente e um número desconhecido de lobos. —

— Essa missão evoluiu então? —

A Hyuga olhou para trás por mais que soubesse quem era a responsável por aquela pergunta. Kira estava na entrada da cozinha com uma sacola de ovos e alguns cortes adicionais pelo rosto e antebraços. 

— Essa missão evoluiu então? — Ela voltou a perguntar enquanto se aproximava da mesa e colocava a sacola de ovos no alcance do fazendeiro e nem olhava para ele. 

— Por enquanto não. Ainda não sabemos com o que estamos lidando. — A Hyuga a respondeu e olhou para os cortes da Uzumaki antes de suspirar. — Vá atrás de Rin para resolver isso aí. —

— Outra hora. — Kira respondeu e passou a mão direita por seu cabelo ruivo antes de fazer outra pergunta. — O que acontece se essa missão evoluir? —

— Vocês ficam de fora. Eu sou a Jounin responsável pela equipe sessenta e quatro. — A Hyuga respondeu e terminou sua xícara de café antes de dar continuidade. — Seria perda de tempo retornar para a vila da folha. —

Kira abriu a boca para dizer alguma coisa, mas um som a calou. O longo uivar de um predador que foi respondido por outro e depois mais um. O fazendeiro engoliu em seco e ficou de pé e se aproximou da janela pequena de sua cozinha e olhou para fora.

— Isso não acontecia antes. — Foram suas únicas palavras antes de olhar para trás e ficou quieto por reparar que nem a Hyuga e nem a Uzumaki estavam por ali.

Kira e Suitai chegaram ao lado de fora da casa e correram por alguns metros adicionais. A Hyuga foi a primeira a perceber seis lobos deixarem a floresta. A Uzumaki já segurava uma kunai em cada mão e moveu os olhos azuis para reparar no celeiro que era por onde Rin e Li saíram correndo e se reagruparam pouquíssimos segundos depois. Mais doze lobos deixaram a floresta para acompanhar aqueles que saíram a pouco tempo. Kira engoliu em seco e olhou de relance para Rin que abria e fechava as mãos em punho devagar como se controlasse um medo. O rosado olhou para a ruiva e sorriu pelo canto dos lábios para ela.

— Fique lá dentro, Kira. Alguém tem que cuidar do senhor Ishi. — Foram suas únicas palavras para a ruiva antes dele desviar sua atenção para os animais.

Kira obedeceu, mas entregou as kunais para o rosado antes de retornar para dentro da casa. Li já segurava duas de suas espadas em formato de agulha e não tirava seus olhos dos animais que aproximavam-se numa corrida.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Tales of a Uchiha" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.