Tales of a Uchiha escrita por Saberus


Capítulo 43
S03Ch07;




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Rin desviou sua atenção para Doro que se ajoelhou na presença do "guardião" do deserto, mas voltou a olhar para o Uma Cauda que casualmente balançava sua cauda e fechava suas poderosas mãos em punhos. "Contra isso não temos chance" o rosado pensou, permitindo seus joelhos fraquejarem, desta forma se ajoelhando e abaixando sua cabeça e levando sua testa para a areia. Seus olhos se mantiveram fechados a todo momento, mas os abriu e encarou a areia quando ouviu a imensa criatura se aproximando, seus olhos se moveram um pouco mais, desta forma pôde ver suas mãos tremendo por causa do medo que sentia, por isso as fechou devagar e respirou com mais calma. Se era para morrer naquele momento, então morreria sem sentir medo. Ao menos iria reencontrar seus amigos no além. "Misa…" pensou e sentiu seu coração disparar, sua respiração acompanhando os batimentos cardíacos e seu rosto suando cada vez mais. Era quase um ataque de pânico que o rosado sentia. Seus olhos esverdeados continuavam olhando para a areia que lentamente era molhada pelo seu suor, também pelas lágrimas que escorriam pelo canto de seus olhos. "Eu posso fugir e deixar Doro para trás. Eu posso continuar minha viagem de autodescoberta. Eu posso voltar para Konoha, amar Misa por toda a minha vida e esquecer que deixei alguém morrer. Eu posso mesmo" pensou e um sorriso tomou forma e depressa endireitou sua postura.

E todos aqueles pensamentos covardes escaparam de sua mente, vislumbrando seu reflexo naqueles olhos amarelos do rosto gigantesco tão próximo dele. "Chance de fugir? Sem essa" pensou, movendo seu rosto um pouco, desta forma olhando para a garota ajoelhada tão próxima dele. "Eu não sou o tipo de pessoa que deixa alguém morrer para se salvar. Desculpe, Doro" pensou novamente, mas retornou sua atenção para a criatura de areia gigantesca, que expirou jogando um pouco de ar para cima dos aventureiros. 

Rin fechou seus olhos novamente, mas quando os abriu… não estava mais naquele mar de areia que aprendeu a odiar. O novo lugar era escuro. Provavelmente, não importava o quanto andasse, não encontraria a luz. Seus pés tocavam o que parecia um mar escuro e estrelado também, com as estrelas servindo como iluminação para aquele lugar que ele já tinha visitado num pesadelo. Ele sentiu uma presença nas suas costas, por isso olhou para trás e observou novamente a criatura que surgiu para ele no deserto, mas consideravelmente menor do que antes. 

— Seu Chakra é familiar. — A criatura comentou. Sua expressão ficou um pouco mais séria antes dele acrescentar. — Você quem eliminou os escorpiões? —

"Não vai me matar?" Rin pensou, mantendo seus olhos esverdeados na criatura a poucos metros dele. O rosado reparou que estava de pé — bem diferente de sua posição no deserto — por isso resolveu se sentar de frente para a criatura, cruzando suas pernas e apoiando as mãos nos joelhos.

— Familiar em que sentido? — Rin perguntou, mas acrescentou quando percebeu algo curioso. Aquela criatura lembrava muito um bicho de pelúcia bem popular. — Shukaa-ku. —

Comentário errado no momento errado. A criatura não gostou da forma que foi chamada, por isso aproximou seu rosto um pouco mais do corpo do garoto ajoelhado à sua frente. Semicerrou seus olhos enquanto um sorriso cruel e malicioso tomava forma.

— Vou te matar se me chamar de Shukaa-ku novamente, garoto. — A criatura de areia comentou. Se deliciando com o medo que surgiu nos olhos esverdeados do garoto. Então, acrescentou. — Seu Chakra em grande parte é gentil, mas há ódio impregnado nele… Uchiha. —

Rin ficou em silêncio, abaixando seu rosto e olhando para suas mãos trêmulas nos joelhos. "Uchiha, né?" pensou, seu olhar se modificando pouco a pouco para aquela imensa tristeza que sentia quando viajava solitário até o país do vento. Até o momento em que jogou sua bandana fora. E por muitos dias viajando solitário. Ele mordeu com sutileza seus lábios. Não era o momento de pensar naquilo, por isso voltou a olhar para a criatura.

— Foi um trabalho em conjunto. — Rin respondeu a primeira pergunta da criatura de areia. Ele suspirou, levando sua mão direita para trás da cabeça e a coçou. — Como posso te chamar? —

— Shukaku, a encarnação da areia. — O Uma Cauda se apresentou. Ele moveu sua cabeça de cima para baixo como se estivesse se apresentando para o garoto a poucos metros dele. — Você está com medo ainda? —

— Estaria mentindo se dissesse que não. — Rin sussurrou. Eram verdadeiras aquelas palavras. Podia parecer calmo, mas estava se esforçando para agir normalmente.

— Eu não vou matá-lo. — Shukaku comentou, mas acrescentou quando percebeu o alívio do garoto. — Se fosse em outra época você já estaria morto, mas muita coisa mudou… —

— Shukaku-sama, agora não sei se fico aliviado ou com medo. — Rin comentou. Novamente, eram verdadeiras suas palavras. Ele acrescentou. — Porque outra época, Shukaku-sama? —

— "Sama"? — Shukaku perguntou, mas era uma pergunta retórica. Sua cabeça se levantou e sua boca foi aberta ainda mais, e a encarnação da areia gargalhou, desta forma preenchendo aquele vazio infinito com sua risada estridente, mas não demorou para acabar de rir e responder a pergunta. — Porque nós, bestas de cauda, não confiávamos nos humanos, odiávamos vocês que só queriam nos aprisionar para terem nossos poderes. —

— Uma época terrível. — Rin comentou. Ele jogou seu corpo para trás, desta forma se deitou naquele chão estranho e usou os braços como apoio para sua cabeça. Seus olhos encaravam o vazio infinito acima de sua cabeça. — Eu também odiaria as pessoas se tivesse de ficar preso por anos e emprestando meu poder, Shukaku-sama. Sabe do que mais gosto? — Rin perguntou, mas deu continuidade antes da besta de cauda ter a chance de dizer alguma coisa. — Liberdade. Gosto de sentir o vento no meu rosto, de me deitar num lugar alto por horas e aproveitar um bom e merecido descanso. —

Shukaku ficou em silêncio com a resposta do garoto. Podia sentir aquele ódio no Chakra do rosado, mas era surpreendente que a gentileza se fazia dominante. Ele semicerrou seus olhos amarelos, mantendo ainda sua atenção no garoto incrivelmente relaxado.

— Eu não deixaria vocês presas, Shukaku-sama. — Rin sussurrou, mas deu continuidade depois de usar sua mão direita para coçar os olhos. — Deixaria que fossem livres como qualquer ser vivo desse planeta merece a liberdade, perguntaria para vocês se poderiam emprestar seus poderes para nos ajudar, mas aceitaria uma resposta negativa. E nem mesmo insistiria. —

— Porque eliminou os escorpiões? — Shukaku enfim perguntou. Retornando aquele assunto por mais que achasse o garoto cada vez mais interessante. 

— Porquê? — Rin perguntou, inspirando com profundidade e expirou lentamente antes de dar continuidade. — Acho que é porque ela precisava de ajuda, sabe? Claro, também era por causa do dinheiro da missão, mas não deixaria alguém concluir uma missão perigosa. Um ninja médico era necessário para o concluo, sabe? —

— Você se interessa por dinheiro? — Shukaku perguntou. Ele conheceu poucos humanos, mas sabia que eles se importavam com poder e dinheiro. 

— Não. — Rin respondeu, mas deu continuidade depois de desistir de ficar deitado, se ajoelhando e mantendo a atenção em Shukaku. — Eu não ligo para dinheiro, Shukaku-sama. Mas terão coisas em meu futuro, por isso vou precisar de muito dinheiro. —

Shukaku retornou ao silêncio. Rin era completamente diferente de Bunpuku e Gaara, mas tão interessante quanto. A besta de cauda moveu seu braço direito com a mão fechada em punho, aproximando do garoto de cabelos róseos que Inicialmente pareceu curioso com aquilo.

— Um agradecimento por ter eliminado uma praga do meu deserto. — Shukaku explicou.

Rin continuou olhando para o punho fechado da encarnação da areia. Até que entendeu a intenção da besta de cauda, por isso abriu um sorriso pelo canto esquerdo dos lábios. Ele fechou sua mão direita em punho e acertou o punho do Uma Cauda.

— Sim! — Rin comentou.

Então, o rosado sentiu um pouco do Chakra da besta de cauda se assimilando ao seu, mas era bem pouca a quantidade. Ele não escondeu a surpresa, confusão, curiosidade de querer a resposta daquela ação de Shukaku, mas o mesmo não deu a entender que responderia. 

— Posso pedir um favor, Shukaku-sama? — Rin perguntou. Ele ainda não tinha afastado seu punho do punho da besta de cauda.

— Mais poder? — Shukaku perguntou.

— Não. Uma viagem rápida até Sunagakure. — Rin respondeu. Ele enfim afastou seu punho e usou o indicador para coçar sua bochecha. — Estamos sem água e não faço ideia de quanto tempo mais até chegarmos em Sunagakure. Então, como você tem um corpo gigantesco… poderia dar uma carona? —

Shukaku novamente gargalhou. Só aquele garoto para pedir para uma besta de cauda dar-lhe uma carona. Dessa vez, sua risada foi um pouco mais demorada, mas parou e olhou novamente para o rosado. Então, balançou sua cabeça numa confirmação silenciosa para aquele pedido. Rin parou de coçar sua bochecha, ficou em pé e manteve seus olhos esverdeados concentrados na besta de cauda, até o momento em que curvou a parte superior de seu corpo para frente numa reverência.

— Muito obrigado, Shukaku-sama. — Rin comentou.

Rin fechou seus olhos por alguns segundos, mas quando os abriu… lá estava a areia e o maldito calor do deserto. Suor continuava escorrendo de seu rosto, molhando a areia quente. Ele moveu um pouco a cabeça, olhando para Doro que continuava ajoelhada diante da presença de Shukaku. O rosado suspirou e devagar cortou a distância que o separava da garota, se ajoelhou e pôs a mão direita nas costas dela. Desta forma, a garota levantou sua cabeça e seus olhos púrpuros se encontraram com os esverdeados do garoto. E ela vislumbrou a calma, tranquilidade, transparecendo nos olhos esmeraldas enquanto Shukaku movia sua mão direita aberta até a repousar na areia quente. A besta de cauda não disse uma única palavra, mas Rin entendeu a intenção do mesmo.

— Vamos pegar uma carona, Doro. — Rin sussurrou com tranquilidade para a garota.

— Eh? — Doro sussurrou.

Ela não acreditava. Nem mesmo acreditou quando subiram na palma gigantesca de Shukaku, mas não escondeu um sorriso de alegria quando a mão subiu um pouco mais, desta forma colocando os dois aventureiros no topo da cabeça da besta de cauda. No momento em que chegou a cabeça da encarnação da areia, Rin se deitou para descansar e sentir um pouco do vento fresco da viagem. Por outro lado, Doro começou a acreditar e gargalhou com muito, muita alegria por causa daquele evento completamente inesperado, ela ajeitou uma das mechas de seu cabelo e voltou seus olhos púrpuros para o garoto que descansava do seu lado, curvou um pouco seu corpo e seus lábios alcançam as bochechas dele num beijo suave.

— Você é incrível, Rakun. Não sei o que aconteceu, mas eu adorei. — Doro comentou.

Rin ficou em silêncio, mas suas bochechas lentamente se aquecem por causa do beijo, e o calor se espalha até suas orelhas. Shukaku não parecia ter pressa na viagem até Sunagakure, por isso seguia seu ritmo normal que já era considerado mais rápido do que qualquer coisa, mas assim mesmo a viagem parecia que demoraria.

[ ۝ ]

Misa não escondia a surpresa ainda por ter passado na segunda etapa do Rasengan. Ela olhou para suas mãos quando sentiu dor e ficou ainda mais surpresa pelas queimaduras que o Chakra provocou, mas voltou seu olhar para o Uzumaki que também percebia as queimaduras. A mesma coisa havia acontecido com ele quando passou naquela etapa.

— Pode me dizer qual será a última etapa, Hokage-sama? — Misa perguntou.

Ela não estava afim de ir atrás de Konohamaru para que ele lhe dissesse outro "Gah, Ban, Guh e Don". A Yamanaka fechou suas mãos em punhos devagar para que as queimaduras, machucados, não fossem observados pelo Uzumaki.

— Você ainda tem uma bexiga? — O Hokage perguntou.

Misa ficou em silêncio. "Bexiga?" pensou e levou sua mão direita para o bolso da jaqueta, sentindo um pouco de alívio ao confirmar que lá havia uma última bexiga. E a retirou do bolso e mostrou para o Uzumaki que a pegou e a encheu com facilidade.

— O primeiro passo é sobre rotação. O segundo é poder. Esse é o terceiro passo… — O Uzumaki mostrou a bexiga descansando na palma de sua mão direita, mas usou a palma esquerda para demonstrar o que acontecia dentro do balão. — ...usa tudo o que aprendeu com os passos anteriores e carrega. Basicamente, você maximiza o giro e o poder de seu Chakra, mas você faz um muro com a bexiga e concentra o seu poder. —

— Então, meu objetivo é… — Misa pensou um pouco. Continuava concentrada na esfera da palma esquerda do Hokage. — ...não estourar o balão? —

— Isso mesmo. — Naruto respondeu. Então, jogou a bexiga para Misa e aproveitou para cruzar os braços. — Tente. —

Misa segurou a bexiga com sua mão direita. Ela inspirou fundo e fechou seus olhos, se concentrando como fizera anteriormente. Repetindo os dois passos anteriores, mas não funcionando já que a bexiga estourou. A Yamanaka olhou para os restos da bexiga, depois para o Uzumaki que sorria com aquela demonstração.

— Ainda tem tempo para dominar. Além disso, isso é um Jutsu de dificuldade A. — Naruto comentou. Ele aproveitou para se afastar de Misa, retornando para o lado de Hinata, que em silêncio assistia aquela conversa. — Até que foi rápida chegando até essa etapa. —

"Nessa terceira etapa, tenho que liberar 100% do que aprendi até agora e manter" Misa pensou e pôs suas costas no apoio do sofá que estava sentada a muito tempo. "As dicas de Konohamaru-sensei… por mais idiotas que sejam… podem ser úteis agora" ela pensou e usou a mão direita para coçar os olhos e suspirar. Apesar de tudo, sentia-se satisfeita por ter um pouco mais de dois meses para dominar a terceira etapa, mas ao mesmo tempo preocupada. O Yondaime demorou meio ano para dominar a técnica… então ela, uma ninguém, com certeza demoraria mais tempo, quem sabe uma vida inteira, para dominar o Rasengan.

[ ۝ ]

Os guardas de Sunagakure não esconderam a surpresa quando viram Shukaku no horizonte. A encarnação da areia aproximou-se da aldeia, mas parou não muito longe de seus muros e moveu o braço direito para sua cabeça e algo se moveu para a palma da mão. Os queixos dos guardas caíram, seus olhos esbugalham quando viram duas pessoas sendo deixadas na areia pela besta de cauda. Um era desconhecido, mas mantinha o queixo erguido e um olhar sério como se fosse a pessoa mais poderosa da região, a outra era um pouco conhecida pela aldeia e gentilmente segurava o braço esquerdo do desconhecido e aproximou seu rosto do ouvido do estranho para dizer alguma coisa.

— Se estão boquiabertos com isso, Rakun… imagine como ficarão ao saberem que eliminamos os escorpiões. — Doro sussurrou.

Rin olhou para trás. Para Shukaku que submergia naquele maldito mar de areia e só metade de seu corpo era visível, depois olhou para os guardas — inúmeros deles — na entrada de Sunagakure. Ele enfim gargalhou pelo comentário de sua acompanhante. Afinal, a garota estava certíssima. 

— Não use meus nomes quando estivermos dentro de Sunagakure. Não quero que minha aldeia saiba que estou por aqui, Doro. — Rin sussurrou aquele pedido. Seus olhos esverdeados bem concentrados nos guardas.

— Como devo chamá-lo? Querido? Amor? Posso chamá-lo de amor e assim demonstrar o que sinto por você em público? — Doro perguntou. A animação dela já era palpável, por isso que segurava o braço do outro com mais força contra seu seio esquerdo.

— Ahn… não. — Rin respondeu de forma seca, mas assim mesmo sentiu suas bochechas se esquentarem pela forma que a garota falava e o tratava. Um sorriso tomou seus lábios ao lembrar-se de algo. — Meu nome será… —

Então… um guarda os recebeu. O mesmo tinha boa parte do rosto destruído por uma queimadura, seus olhos sérios e azuis acinzentados se concentraram nos transeuntes. Ele avaliou inicialmente a garota que trajava roupas tradicionais de Sunagakure, depois olhou para o garoto que posicionou as mãos dentro dos bolsos da bermuda.

— E quem seria você? — O guarda perguntou. Sua voz era ríspida, um pouco educada, mas havia aquela precaução.

— Shiki, de Takigakure. — Rin comentou.


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