Tales of a Uchiha escrita por Saberus


Capítulo 29
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Quatro dias se passaram desde que o rosado começou a ajudar as pessoas daquele vilarejo. Em algum momento, percebeu-se que o mesmo desenvolveu uma rotina. Pela manhã, o mesmo cuidava dos enfermos até o meio dia, depois do almoço passava um pouco de tempo mas fontes termais conversando com os senhores de idade — e com Shojiki — e quando voltava para a casa de Chishiki, era levado para a dimensão da gravidade para que pudesse melhorar seu condicionamento físico. Para sua alegria, aquela manhã estava monótona e, por isso, o rosado decidiu que o melhor a ser feito era relaxar. E ele tinha o lugar ideal para aquele descanso. E era o telhado daquele hospital de meros dois andares do vilarejo. Ele havia se deitado por lá e usado as mãos como travesseiro, seus olhos mantendo-se fechados e um sorriso puxado ao canto esquerdo ao sentir um vento fresco beijando seu rosto. Ele só abriu o olho direito quando escutou alguns passos, mas ficou em silêncio ao ver Sasuke se aproximando e o encarando com calma. 

— O que está fazendo aqui? — Sasuke perguntou assim que ficou a menos de um metro de distância do rosado.

— Porque as pessoas sempre me perguntam isso? — Rin sussurrou aquela pergunta retórica e voltou a fechar seu olho, mas o sorriso não foi perdido. — Não há mais casos de emergência aqui, Sasuke-san. Desde que chegamos, ou melhor, desde que vi esse lugar que penso em descansar aqui. — O rosado respondeu e inspirou fundo para que pudesse sentir o cheiro agradável e continuou com sua explicação. — Antes que diga alguma coisa, Sasuke-san. Não estou evitando começar nosso treinamento mais cedo. —

— É o que parece. — Sasuke comentou e não foi capaz de esconder uma expressão ligeiramente mais séria para o garoto bem acomodado.

— Parece, mas não é. — Rin comentou e abriu a boca para soltar um preguiçoso e demorado bocejo antes de dar continuidade ao seu comentário. — Tô aguardando a hora para começarmos. Sabe, seguindo a nossa boa rotina, Sasuke-san. —

"Ele não vai ficar aqui em cima até às três e meia, né?" Sasuke pensou e começou a mudar de ideia a respeito do que pensou. Rin parecia mesmo que aceitaria aquele descanso que o universo oferecia a ele pelo trabalho árduo dos últimos dias. Rin se espreguiçou e voltou a abrir seus olhos para ver que o Uchiha não tinha abandonado sua posição. Nem mesmo parava de olhá-lo. O rosado suspirou e se sentou e levou os antebraços aos joelhos e olhou para o vilarejo abaixo.

— Você devia aprender a descansar um pouco. — Rin comentou e se colocou em pé, mas fechou seus olhos para que pudesse apreciar outro vento que beijou seu rosto.

Rin voltou a abrir os olhos e ficou em silêncio, mas ligeiramente mais sério quando notou uma pessoa andando não muito longe. Era Hachi que andava de cabeça abaixada por estar devorando um dos livros de Chishiki. O morador de Amegakure virava as páginas do livro com uma boa velocidade e não se importava de virar-se para pedir desculpas quando esbarrava com alguém. Sasuke percebeu que o foco de Rin era naquela pessoa e até mesmo a mudança no rosado era sugestiva. O garoto mordeu seus lábios antes de suspirar e se ajoelhou, mas seus olhos esverdeados continuavam atentos no leitor.

— O que está pensando, Rin? — Sasuke perguntou e se moveu para ficar do lado do garoto e manteve a atenção no leitor.

— Ah, nada. É só uma brincadeira. — Rin o respondeu e colocou-se de pé e levou a mão direita ao bolso da bermuda preta que vestia e retirou de lá uma pedra do tamanho de seu punho. — Uma brincadeira, Sasuke-san. Ative seu Sharingan no momento em que eu lançar a pedra. —

Rin jogou a pedra no ar por algumas vezes sempre que a mesma voltava para sua palma. Ele inspirou fundo na última jogada e segurou a pedra com força e um sorriso crescia pelo canto esquerdo de seus lábios. Ele se afastou por dois passos e depois firmou seu pé direito no telhado e levantou a perna esquerda. Seus olhos mantinham-se concentrados em Hachi que andava com o livro em suas mãos, ou seja, distraidamente. Sua perna esquerda se abaixou no momento em que ele inclinou seu corpo para trás e lançou a pedra com toda força conseguia naquele momento. A jogou na direção de Hachi. Ele já tinha feito aquilo com Chishiki e a pura lembrança fez com que um sorriso tomasse seus lábios.

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Rin estava sentado no sofá da confortável casa. Seus braços encontravam-se no apoio do sofá e seu queixo estava sob eles enquanto seus olhos se concentravam nos movimentos de Chishiki que andava de um lado a outro em busca de um livro em específico. O rosado segurava na mão direita uma pedra menor do que seu indicador e esperava o momento ideal de usá-la.

— Procura de novo no armário, idiota. — Rin sugeriu já cansado de ver o rapaz andando sem um rumo certo. Ele moveu sua cabeça e olhou para o armário e suspirou. — Porque está procurando esse livro? —

— Tem uma frase específica que quero usar no romance e que vai mudar todo o rumo do livro. E essa frase é a mesma que usei no segundo livro. — Chishiki o respondeu e voltou sua atenção para o armário com incontáveis livros e suspirou. — Não vai mudar em nada procurar ali de novo. —

"O segundo livro tá com Hachi, idiota. Você o emprestou, Kuso Baka" o rosado pensou e moveu devagar seus olhos, acompanhando o movimento do corpo de Chishiki que deixou finalmente o lugar que estava para se aproximar de um dos armários. Rin sorriu pelo canto dos lábios e moveu a pedra em sua mão enquanto esperava pelo momento certo de usá-la.

— Rin… — Chishiki o chamou assim que ficou ajoelhado em frente ao primeiro armário e começou a procurar por baixo, mas ele moveu seu rosto o suficiente para que pudesse ver o garoto. — ...posso perguntar algo pessoal? —

— Eu não gosto de você nesse sentido. — Rin comentou e levantou as sobrancelhas ao imaginar que fosse aquele tipo de pergunta que o loiro se referia. — E já gosto de alguém que está me esperando em Konoha. Além disso, nós dois nem nos conhecemos direito. —

— Vou socar a sua cara. — Chishiki murmurou com uma expressão de nojo para o rosado. — Porque está treinando com o Sasuke? —

Rin ficou em silêncio, mas apertou um pouco mais a pedra na palma de sua mão antes de olhar para o teto da casa. Ele tinha a opção de não oferecer uma resposta, mas também poderia ser gentil o suficiente e sanar a dúvida do rapaz.

— Isso é necessário. Eu preciso ser mais forte para lidar com problemas futuros. — Rin respondeu. Apesar de conhecer Chishiki a alguns dias, ainda não possuía nada concreto a respeito dele e, por isso, achava melhor não dar respostas exatas. 

Chishiki ainda possuía outra pergunta a fazer, mas a próxima era ainda mais pessoal. E imaginou que não teria uma boa resposta considerando que Rin se esquivou parcialmente da primeira. Ele retornou sua atenção para a caçada do livro específico. Rin abriu sua palma e olhou para a pedra ali presente e depois para o rapaz aparentemente concentrado. E fechou sua mão em punho e a jogou sem fazer uso de muita força contra o escritor. E a pedra voou os metros que os separavam e acertou a nuca de Chishiki que inclusive avançou alguns centímetros para frente, mas lentamente moveu o rosto para trás e olhou com um puro ódio para o garoto que estava com o braço estendido e a palma aberta. Rin abriu um sorriso pelo canto esquerdo dos lábios antes de um livro ser jogado no seu rosto.

— Cretino! — Chishiki gritou e levou a mão esquerda para onde foi atingido e usou a direita para atirar outro livro. — Que ideia foi essa? —

— Só testando um negócio. — Rin comentou e começou a rir alegremente por mais que retornasse a ser golpeado por livros.

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A pedra jogada por Rin viajou depressa. Seguia em direção a onde Hachi estaria se continuasse em linha reta como continuou nos últimos metros. Não havia razão para que ele andasse para um dos lados ou para trás. Sasuke ficou em silêncio quando viu o feroz movimento do rosado, mas assim mesmo ativou seu Sharingan de acordo com o pedido do garoto. Ele deu um passo adiante e esse gesto foi acompanhado por uma expressão curiosa de Rin que levava a palma esquerda para o pulso direito e massageava. A pedra cortou com graciosidade, mas também violência, o ar e continuou se aproximando de Hachi que ainda lia seu livro. E então a pedra acertou o chão, mas não o leitor. O fragmento rochoso se afundou na grama a pouco mais de um metro e meio de distância de Hachi, que parou de andar para saber o motivo daquilo. Ele não foi o único a fazer isso, já que outras pessoas olharam em volta sem entender o que aconteceu ou de onde se originou aquela pedra. 

— Errei. — Rin comentou e levou as duas mãos para os bolsos e suspirou antes de mover a cabeça para olhar o Uchiha. 

— Não. Devia ser o contrário disso. — O Uchiha comentou e desfez seu Sharingan antes de mover a cabeça e olhar para o garoto ao seu lado. — No momento em que você lançou a pedra, os movimentos dele ficaram mais lentos. Ele mudou o próprio ritmo. — Sasuke voltou seu olhar para Hachi que agora havia se ajoelhado e se aproximado da pedra. — O que está pensando? —

— Me faça um favor, Sasuke-san. — Rin comentou e piscou seu olho direito para o Uchiha antes de voltar sua atenção para Hachi.

O leitor segurou a pedra e devagar voltou a se levantar e olhou em volta assim como um pequeno número de pessoas. Tentava entender de onde aquela pedra caiu. Ele só deu um passo para trás quando Rin pousou a sua frente depois de sair do telhado do hospital. O garoto estava acompanhado do Uchiha que o olhava com seriedade e com um padrão diferente de seu Sharingan. "Mangekyou Sharingan" o leitor pensou e engoliu em seco e continuou atento naqueles olhos antes de desviar sua atenção para Rin que se aproximou mais ainda.

— Ah, não foi tão longe, Sasuke-san. — Rin comentou e pegou a pedra da mão de Hachi e olhou para o Uchiha. — Quer fazer o teste de força agora? —

Hachi ficou em silêncio, mas levantou uma das sobrancelhas. "Teste de força?" pensou e fechou o livro numa página marcada e cruzou seus braços.

— O que estão fazendo? — Hachi perguntou com uma ligeira curiosidade.

— Um teste de força com pedras. Pode ser mais uma brincadeira ou competição. — Rin o respondeu e olhou para as pessoas que sorriam ao vê-lo. Eram algumas das pessoas que ele passou a ajudar nos últimos quatro dias. Ele sorriu em resposta e voltou sua atenção para Hachi. — Estamos vendo quem joga pedras mais longe. Aproveitando a companhia um do outro enquanto estou desocupado. Né, Sasuke-san? —

Rin moveu a cabeça e olhou para o Uchiha que ficou em silêncio, mas com uma expressão diferenciada. Não era nada daquilo que o rosado teria dito, mas sua obrigação naquele momento era mentir. Ele só balançou a cabeça.

— Isso mesmo. — Sasuke o respondeu e voltou seus olhos ônix para Hachi e engoliu em seco. — Que bom que ninguém saiu machucado. —

Hachi estava para oferecer uma resposta, mas a atenção dos três se esquiva para uma direção em específica no momento em que se escuta um grito. Era uma jovem, de cabelos azuis escuros curtos e que usava roupas bem casuais e de olhos azuis, ajoelhada de frente para um senhor de idade que não respondia aos chamados da garota.

— Vovô! — A garota o chamou pela segunda vez.

"A agitação que eu estava querendo" Rin pensou e voltou seu olhar para Hachi uma última vez. E não se importou que ele também o olhasse com a mesma seriedade. O rosado piscou e com isso sua atenção se desviou ao mais velho caído e ele usou sua mão direita para bater no ombro de Sasuke.

— As três e meia apareço para treinar, Sasuke-san. — O rosado sussurrou e apertou o ombro do Uchiha antes de se afastar dele. — Até depois, Hachi-san. —

Rin não esperou para obter a resposta das duas pessoas. Ele nem mesmo olhou para trás para saber se estavam ali ainda. Ele só se aproximou do senhor e do que parecia ser a neta dele e pôs a mão direita na cabeça da garota e sorriu de forma gentil enquanto eram cercados por muitas pessoas.

— Qual seu nome? — Rin perguntou. Ele sabia a maioria dos nomes das pessoas do vilarejo, mas ainda não tinha conhecido a garota à sua frente.

— Kon. — A garota o respondeu enquanto lágrimas começavam a escorrer de seus olhos.

— Que belo nome. Então, Kon-chan… — Rin comentou e seu olhar se tornou mais sério e ele abaixou a mão antes na cabeça da garota para o peito do mais velho. — ...vamos salvar seu avô. —

A garota ficou em silêncio, mas não deixou de se encantar pela forma que o garoto soltou aquelas palavras. Na sua cabeça, Rin acabava de se tornar uma pessoa incrível e que merecia admiração. Ela deveria admirá-lo por talento, em ser alguém que ajudava seu vilarejo, e pela autêntica beleza. O jovem de cabelos rosados levou sua cabeça ao peito do mais velho e encostou sua orelha e fechou seus olhos para que pudesse se concentrar e ouvir.

— O coração está parando. — Rin comentou para ninguém em específico e mordeu seus lábios. 

"Ou gasto muito Chakra, ou posso economizar da maneira certa" o garoto pensou e se lembrou de ter escutado algo sobre um dos feitos de sua mestra. Ele olhou para sua palma esquerda e deixou os dedos médio e indicador próximos e com isso o chakra fluiu entre eles. Ele aproximou os dois dedos do peito do senhor, mas na lateral e moveu sua mão e, desta forma, foi cortando-o. Rin ignorou completamente as pessoas, concentrou-se em absoluto no senhor que necessitava de sua ajuda, e levou sua mão esquerda para dentro do mesmo e fechou seus olhos e sentiu quando agarrou o coração. Ele usou a única mão disponível para separar os lábios do senhor e depressa o beijou enquanto tampava seu nariz. Aquilo era um beijo, mas era puramente respiração boca a boca e que seria útil. Ao mesmo tempo, sua mão esquerda apertava e soltava o coração de forma a estimular batimentos cardíacos.

— Vamos lá, vovô. — Rin murmurou após o primeiro beijo e com uma expressão séria antes de avançar para o segundo beijo e continuar com os estímulos.

 


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