Tales of a Uchiha escrita por Saberus


Capítulo 188
S08Ch20;




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— O que espera que eu faça… Rin? — Doro perguntou ao mesmo tempo que semicerrava suas sobrancelhas e vagarosamente sentava-se na cama.

— Rin? Você nunca me chamou de Rin… — Rin (Mirai) disse com uma ligeira curiosidade, além de manter um olhar suave e a voz gentil e levantou uma das sobrancelhas.

— O Rakun que conheço nunca ameaçaria dessa maneira a Misa, então você não é a mesma pessoa que conheço. Só se parece com alguém que é muito importante para mim. — Doro disse, mas não demorou para dar continuidade ao fim de um suspiro. — Então? —

O rosado ficou em silêncio, ao mesmo tempo pensativo sobre a resposta, mas não sentia-se ofendido pela maneira que a kunoichi lhe respondeu. Ele levou a mão direita ao bolso da calça e a retirou alguns segundos depois, então estendeu o braço e abriu a mão, assim revelando um anel para a garota acamada.

— O outro está com você no futuro… no meu tempo. — Rin (Mirai) disse e vagarosamente fechou sua mão e a levou novamente para o bolso da calça, então cruzou os braços. — Posso afirmar que segui a risca os erros de qualquer Uchiha que marcou a história, mas a diferença é que mantive-me nas sombras por muito tempo, praticamente indetectável. — Rin (Mirai) usou a mão direita para coçar uma das bochechas coradas, então deu continuidade. — Sinto que quanto mais ganhava poder… mais me distanciava da única pessoa que era significativamente importante para mim, mas sinto também que essa mesma pessoa aguentou meu distanciamento e está me esperando. —

Doro ficou em silêncio. Por um breve momento enxergou o Rin daquele tempo naquele rosado mais velho e que praticamente humilhou-os no Coliseu a alguns dias. Ela entendia bem cada palavra solta por aquela pessoa e vagarosamente levou a mão esquerda para a barriga e acariciou enquanto mantinha seus olhos púrpuros ainda concentrados no mais velho.

— Então… estamos casados no seu futuro? E temos algum problema… é isso mesmo? — Doro perguntou com um ligeiro divertimento e levando a mão direita para o queixo enquanto exibia um sorriso pelo canto direito dos lábios.

— As vezes acho que o problema em nosso casamento sou eu, outras vezes tenho certeza. — Rin (Mirai) disse e aproveitou para cruzar os braços e manter uma expressão mais calma para a kunoichi. — Tem como me ajudar? Posso ser classificado por muitas palavras no futuro, mas não quero que "péssimo marido" seja uma delas. Não quero fracassar com você. —

Doro ficou em silêncio. Ela continuou observando o rosado a sua frente e acabou sorrindo com discrição. Rin (Mirai) possuía uma maneira de agir com cada um, contudo era mais gentil com ela e agora a mesma conhecia a razão para aquele comportamento mais gentil. Ela continuou acariciando a barriga e fechou seus olhos e respirou fundo antes de soltar lentamente o ar acumulado de seus pulmões como um suspiro até duradouro.

— Eu até poderia contar, mas… — Doro disse e acabou por assumindo um sorriso malicioso enquanto abria seus olhos e concentrava-os no rosado mais velho.

— …mas? — Rin (Mirai) perguntou.

— …tem que me mostrar o nosso futuro, ou o nosso presente, e não me esconda nada. Quero saber exatamente como estamos em seu tempo, Rin. Assim tem como ajudá-lo. — Doro disse, e então piscou o olho esquerdo para o rosado.

— Não esconder nada? — Rin (Mirai) perguntou e levantou uma das sobrancelhas. Ele sabia que isso implicaria em mostrar mais do que gostaria. Ele mordeu o lábio inferior e não demorou para seu olho ônix se alterar para o Sharingan e depois mudar o padrão para o Mangekyou Sharingan Eterno, então deu continuidade. — Se é assim que vou conseguir sua ajuda, então que seja. Kuebiko! —

[ ۝ ]

Doro não estava mais na cama do quarto que compartilhava com Tsuyu, nem mesmo possuía tantas injeções em seu corpo. A kunoichi estava de pé num quarto que não demorou para reconhecer como sendo aquele de sua casa em Sunagakure, mas não apenas isso, como também havia uma versão um pouco mais velha dela na cama e de pernas bem abertas com um lençol cobrindo-lhe a intimidade que muito provavelmente estava exposta enquanto agarrava-se a outro lençol com toda força do mundo enquanto as veias de seu pescoço e braços ficaram visíveis junto de todo aquele suor. A kunoichi estava acompanhada pela mesma pessoa — Rin — que aparentemente fizera uso de Kage Bunshin para que pudesse fazer múltiplas tarefas em simultâneo, mas acabou olhando para a porta do quarto quando uma batida chamou sua atenção, dessa maneira reparando no rosado mais velho que parecia sério.

— Estamos numa memória. E você já deve saber o que está acontecendo. — Rin (Mirai) disse ao mesmo tempo que mantinha os braços cruzados e seu olhar naquela cama. 

— Nós temos… — Doro não concluiu seu comentário. Era óbvio como estava surpresa com aquela primeira amostra do futuro.

— …uma menina chamada Kaori. — Rin (Mirai) se adiantou enquanto semicerrava suas sobrancelhas, então deu continuidade quando coçou a nuca com a ponta dos dedos da mão esquerda. — Depois de alguns anos criamos o hábito de nos encontrarmos algumas vezes ao mês para nos divertirmos, na realidade não passava de uma ideia para Konoha não criar desconfiança em meu respeito… possuo um carácter bem duvidoso. — Ele agitou os ombros como se realmente não se importasse com aquilo, então deu continuidade. — Eu não preciso explicar como esses encontros acabaram, né? —

— Não, não precisa. — Doro disse enquanto suas bochechas ganhavam um breve rubor, porém não demorou em dar continuidade quando semicerrou as sobrancelhas. — Seu plano era criar uma família comigo para que qualquer um não criasse dúvidas a seu respeito? —

— Meu plano era criar um relacionamento com você para que não suspeitassem dos meus desaparecimentos, que suposessem que passava meu tempo livre com você, não com um plano em andamento. Em nenhum momento pensei que acabaria engravidando. — Rin (Mirai) disse e baixou um pouco a cabeça, então levantou o braço direito e estalou os dedos. — Assista. —

A kunoichi obedeceu, assim retornou sua atenção para a cena e acabou cobrindo momentaneamente seus ouvidos quando escutou um agonizante berro de sua versão mais velha enquanto lágrimas escorriam de seus olhos forçadamente fechados. Aquele foi o último grito antes de um choro infantil começar a ecoar por aquele cômodo, assim fazendo-a suspirar em alívio enquanto seu corpo recebia o tratamento imediato de algum Kage Bunshin que usava o Shōsen Jutsu, ao mesmo tempo o rosado — verdadeiro — aproximava-se da kunoichi acamada com uma bebêzinha em seus braços. A recém nascida era muito pequena — menor que o antebraço do pai — e continuava chorando enquanto era levada para a mãe e colocada bem ao lado do rosto dela.

— É tão pequena… — Doro sussurrou. Seus olhos estavam bem marejados e não demorou para mover os dedos médio e indicador da mão direita até o peito da bebê chorosa e soltar um riso, então continuou. — …sinta o coração, Rakun. —

— É a menor criança que já vi. E olha que passo pela maternidade quase que sempre, então sei do que estou falando. — Rin disse com uma expressão calma e obedecendo a kunoichi, assim levando o indicador para o peito da bebê, então sorriu. — Hehe… tá disparado. —

Doro aproximou seu rosto ao da recém nascida, então afagou suas bochechas nela enquanto a kunoichi chorava em contentamento pelo nascimento concluído. Rin cruzou os braços enquanto assistia aquela cena e acabou por suspirando e levando as mãos aos bolsos da calça e desviando imediatamente a atenção quando sentiu os olhos púrpuros atentos nele.

— Ela tem um cheirinho doce. — Doro disse ao mesmo tempo que dava um choroso riso e continuou. — Venha sentir, Rakun. —

— Agora não. Fique um pouco com ela… — Rin disse e olhou para o Kage Bunshin que usava o Shōsen Jutsu na kunoichi, então voltou sua atenção para ela e sorriu pelo canto dos lábios antes de dar continuidade. — O que acha de Uchiha Kaori? —

— Você é péssimo com nomes, mas... — Doro disse com um ligeiro divertimento e soltou um riso em seguida, mas levou seus lábios para a criança que havia parado de chorar a alguns segundos e deu continuidade. —...eu acho que está bom. —

— Ótimo… — Rin disse e levou as mãos para a cintura, então continuou enquanto tomava um pouco de distância enquanto seu olhar ficava mais sério. — …tenho que voltar para Konoha. —

— Não ficará comigo? Com a gente? — Doro perguntou e levantou as sobrancelhas com um pouco de surpresa. 

— Tenho coisas para fazer por lá que são importantes. — Rin disse. Ele deu continuidade quando apontou para o Kage Bunshin que terminava os cuidados. — E não estarão sozinhas. Ele ficará com vocês e ajudará no que precisar. —

— Essas coisas são mais importantes do que nós? — Doro perguntou enquanto mantinha uma certa preocupação em seu olhar que era dirigido para o rosado.

— Doro… — Rin murmurou. Ele suspirou ao mesmo tempo que baixava a cabeça, assim deixando em evidência um cansaço. — …não estou afim de conversar sobre isso agora, está bem? Estou mesmo ocupado por lá. Eu tenho que… — Ele semicerrou as sobrancelhas enquanto concentrava seus olhos na criança, então deu continuidade. — …pensar em nosso futuro. Uma vida tranquila para vocês… esse é meu objetivo. —

— E abandonará esse objetivo se alguma coisa acontecer? — Doro sussurrou, mas de maneira que o rosado escutasse. Ela mantinha uma expressão séria mesmo estando tão cansada depois do esforço que fez. Ela não demorou em continuar. — Só estou pedindo um pouco mais de tempo… que segure essa criança e fique mais um pouco. É tão difi-... — Ela não concluiu seu comentário.

Rin desapareceu antes mesmo da kunoichi completar seu comentário, assim deixando-a sozinha com o Kage Bunshin que manteve-se afastado e de braços cruzados. A cena em questão foi congelada, assim Rin (Mirai) suspirou e coçou seus olhos enquanto recebia uma expressão reprovativa de Doro que lentamente se aproximou dele.

— O que era mais importante? — Doro perguntou ao mesmo tempo que parecia cada vez mais séria.

— Senjutsu. O domínio da energia natural. — Rin (Mirai) respondeu e não demorou em estalar os dedos, dessa maneira fazendo duas versões dele aparecer do lado esquerdo da kunoichi, então deu continuidade enquanto uma delas sofria modificações, como por exemplo o crescimento de chifres e a tonalidade dos olhos mudarem. — Um é minha forma base e o outro é minha forma no Sennin Mode das cobras, o mesmo que usei naquele dia do Coliseu. Passei algum tempo com alguém que foi inimigo de Konoha no passado… esse alguém me ajudou a compreender a energia natural de uma maneira que o seu Rin não entende… e por isso precisava ficar afastado. Nem mesmo para Konoha voltava, afinal por lá deixava um Kage Bunshin, então contava mentiras para você. —

— Entendo… — Doro murmurou. 

— O que você entende? — Rin (Mirai) perguntou e levantou uma das sobrancelhas.

— Por enquanto não é importante o que entendi. Podemos continuar? — Doro perguntou.

— Ahn… — Rin (Mirai) murmurou e levou a mão direita para o bolso e suspirou antes de balançar a cabeça, então deu continuidade. — Claro… podemos sim. O tempo dentro de memórias é bem diferente do tempo no mundo real. Bom… — Ele levantou o braço esquerdo e estalou os dedos. — …vamos para a próxima. —

E aconteceu. O cenário voltou a mudar, ou melhor, a se mover bem rápido, mas assim mesmo a kunoichi entendeu muitos acontecimentos em família que não acabavam muito bem e dava para ver o crescimento da pequena Kaori por meio daquelas memórias, então parou. Dessa vez o cenário sendo a reconhecível Konohagakure por causa de toda ambientação. Todas as pessoas estavam imóveis e poderia ser estranho, mas a kunoichi começava a entender que o tempo não se moveria até que o rosado quisesse isso. Ela olhou para ele, porém Rin (Mirai) exibia uma expressão bem suave para a cena, ao que tudo parecia o mesmo lembrava-se muito bem daquele momento. Isso porque sua versão mais jovem encontrava-se caminhando por uma rua com sua parceira que segurava uma sacola de compras na mão direita, enquanto isso uma Kaori de quatro anos estava sentada em seus ombros e com as mãozinhas em seu cabelo róseo, além disso o rapaz parecia contente.

— O que tem essa memória? — Doro perguntou.

— Ahn? Ah, certo… — Rin (Mirai) murmurou e estalou os dedos, assim dando seguimento a aquela lembrança.

E assim as pessoas no cenário começaram a se mexer. Rin pareceu bem animado enquanto carregava Kaori em seus ombros e Doro lhe acompanhava do lado esquerdo. O contentamento da criança era sentido e ouvido por causa de seus gritos de animação enquanto viajava daquela maneira com seu pai.

— O dia está lindo, né Rakun? — Doro perguntou. Ela mantinha os olhos púrpuros no parceiro e na filha.

— Hm? Eu acho que sim. O que você acha do tempo, Kaori-chan? — Rin perguntou e levantou as sobrancelhas quando a pequena cobriu seus olhos com as mãozinhas. — O que está fazendo? —

— Papa não vai ver mais o céu nem nada! — Kaori disse e aproveitou para passar suas perninhas no pescoço do pai, assim evitando futuras quedas.

— Não vou? E como continuaremos esse passeio se não posso ver o caminho? Como vou aproveitar para ver a mamãe contente? — Rin perguntou com uma inocente curiosidade.

— Eu acho que sei o que ela está querendo, Rakun… — Doro sussurrou com um pouco de divertimento. Seus olhos brilhavam em alívio por aquele momento em família.

— Sabe? E o que essa pestinha tá fazendo? — Rin perguntou e de propósito olhou para o lado oposto que a parceira de encontrava, então olhou para trás. — Cadê você, Doro? —

— A mama não está aí, papa! — Kaori disse com divertimento. Ela não demorou em continuar. — Ela tá do seu lado esquerdo. —

— Espera… à minha esquerda ou à sua esquerda? — Rin perguntou e de propósito se virou como se fosse voltar todo o caminho percorrido. — Doro? Você está aí? —

— Não, querido. — Doro disse com divertimento e não demorou para cutucar o rosado em suas costas dele e depois andou para o lado direito dele, ou seja, mudou de posição.

O rosado se moveu depressa, assim fazendo com que Kaori soltasse boas gargalhadas por causa daquele momento. Rin também aumentou seu sorriso.

— Certo, você tem que me guiar, Kaori-chan. Não posso ver por onde estou indo porque tem algo atrapalhando meus olhos, então diga-me o que tenho que fazer. Entendeu? — Rin perguntou.

— Sim, papa! — Kaori disse, mas não demorou em dar continuidade. — Levante o braço esquerdo, papa. —

— Hm? OK! — Rin obedeceu.

— Agora, deixe esticado para o lado e abaixe até quando ouvir um "chega", papa! — Kaori disse.

Rin ficou em silêncio e semicerrou as sobrancelhas, sentindo um pouco de curiosidade quanto a intenção da garota, mas acabou obedecendo-a e devagar movendo seu braço para baixo depois de o movimentar para o lado, novamente levantando as sobrancelhas quando sentiu algo roçando em seu antebraço e depois sentindo que tocou em algo e ouvindo algumas risadinhas.

— O que as duas estão aprontando? — Rin perguntou.

— Nada… — Doro respondeu.

— Quer ver, papa? — Kaori perguntou com divertimento.

— Se possível, garota travessa. — Rin disse com a mesma quantidade de diversão que a garota.

E assim as mãos foram removidas de frente dos olhos dele, dessa maneira ele pode entender o que aconteceu. Seu braço esquerdo repousava sob os ombros de Doro que sorria para ele enquanto as bochechas estavam ligeiramente coradas, da mesma forma Kaori abraçava a cabeça do pai com carinho. O rosado sorriu pelo canto dos lábios enquanto seus olhos ônix se cruzam com os púrpuros de sua parceira.

— Nada mal o plano das duas. — Rin sussurrou.

— Eu nem pensei nisso. Nossa menina que agiu por conta própria. — Doro disse ao mesmo tempo que levava a mão disponível para a mão que repousava em seu ombro e aproveitava para juntar mais seu corpo com o parceiro. 

Kaori estava para dizer alguma coisa, mas acabou acontecendo do rosado mais velho desaparecendo e Doro pensando um pouco rápido e a alcançando antes de sua eventual queda. Rin não desapareceu da mesma forma que fazia quando usava um Hiraishin no Jutsu, não… desapareceu com um pouco de fumaça, assim provando ser um Kage Bunshin. O cenário voltou a parar e Rin (Mirai) sorriu.

— Esse foi um bom momento em família. O Kage Bunshin só desapareceu porque testei minhas limitações e usei o máximo de Kage Bunshin com Susano'o em outra dimensão. — Rin (Mirai) disse depois de um momento em silêncio. Ele parecia um pouco orgulhoso daquela decisão, então deu continuidade. — Oito é o meu máximo, usando Ninjutsu e tudo mais. Uma boa maneira de treinar combate é com você mesmo, não acha? —

Doro ficou em silêncio. "Ele tem olhos tão incríveis e uma inteligência superior ao Rakun, mas tem a mesma lerdeza para assuntos óbvios" a kunoichi pensou e acabou suspirando. Algo que chamou um pouco a atenção do rosado, mas ele só agitou seus ombros como se não ligasse tanto para aquela reação e novamente estalou os dedos, dessa maneira fazendo com que o cenário se movesse na mesma velocidade de antes e os eventos passavam com certa frenesi e novamente para se enxergar o crescimento da pequena Kaori e outra vez não demorou para que a cena congelasse. Agora estavam de volta a casa em Sunagakure e o rosado, sentado na cadeira e com um jornal na mão direita com as pernas cruzadas e uma xícara de café na mão esquerda enfaixada, possuía muito da aparência daquele que controlava as memórias, ou seja, muitos anos realmente tinham se passado, além disso estava com Doro que acompanhava-o ao sentar-se do seu lado direito e passava tranquilamente uma geleia de framboesa numa fatia de pão comprado naquela manhã. A cena aconteceu sem que Rin (Mirai) tivesse de fazer alguma coisa.

— Podíamos fazer uma viagem em família, Rakun. O que acha? — Doro perguntou com um olhar tranquilo, mas era quase nítido uma levíssima preocupação.

— Viagem? — Rin perguntou e levantou uma das sobrancelhas enquanto bebia o café e rapidamente semicerrava as sobrancelhas e afastava a xícara de seus lábios e deixava-a na mesa antes de dar continuidade. — Por Hagoromo… tá doce esse café. — Ele voltou seus olhos para a parceira antes de continuar. — Para onde exatamente? —

— Desculpe, vou preparar um sem açúcar para você. — Doro disse e sorriu pelo canto dos lábios antes de realmente dar continuidade. — O que acha do País do Ferro? Podíamos ver como é feito o treinamento dos espadachins. —

— Ahn, não. O clima lá é uma desgraça em qualquer época do ano, então eventualmente ficaríamos doentes. — Rin disse e voltou a ler seu jornal, mas naquele momento sentia-se curioso pela ideia da parceira. — Porque está querendo viajar? —

— Nosso aniversário de casamento, assim como o aniversário de Kaori. Esqueceu que são no mês que vêm? — Doro perguntou e levantou as sobrancelhas, porém soltou um risinho e não deu a chance do outro respondê-la, assim dando continuidade. — Claro que esqueceu… está tão ocupado em Konoha que eventualmente esqueceria de alguma coisa. —

— Desculpe, não era minha intenção esquecer… — Rin disse e coçou sua bochecha esquerda que ficará bem avermelhada. Ele não demorou em continuar. — Se é para comemorar, então temos que ir para um lugar paradisíaco.  —

— Que tal o País das Fontes Termais? Podíamos ficar alguns bons dias relaxantes em Yugakure. — Doro sugeriu.

— Pode ser. Estava pensando no País da Água, Kirigakure para ser mais exato. As outras ilhas do arquipélago são umas porcarias. A praia de Kirigakure é a melhor que verá em toda sua vida. — Rin disse e rapidamente desviou sua atenção para a escada que dava acesso ao segundo andar.

Ele só olhou naquela direção porque escutou passos. E não demorou para que Kaori se revelasse saindo do andar superior. A jovem Uchiha possuía cabelo róseo curto como do pai com uma franja cobrindo seu olho direito que, assim como o esquerdo, era púrpuro como da mãe, além disso usava óculos de armação retangular. Rin suspirou e rapidamente retornou sua atenção para o jornal.

— Bom dia, papa! — Kaori disse com a gentileza de sempre e rapidamente levando a mão direita para cima do cotovelo esquerdo. Ela olhou para a mãe e aumentou um sorriso. — Bom dia, ma-... — Ela não concluiu seu comentário.

— Passei ontem na academia antes de voltar para casa, Kaori. — Rin disse enquanto semicerrava suas sobrancelhas e voltava a olhar para a garota que manteve-se distante. — Que história é essa que não pretende seguir carreira shinobi? —

— Querido… — Doro sussurrou. Seu olhar estava cheio de preocupação.

— Qual o problema com isso? — Kaori perguntou, mas não demorou para dar continuidade enquanto mantinha seus olhos púrpuros concentrados no pai. — A vovó Shiawase apoiou minha decisão, e ainda disse que você fez a mesma coisa quando terminou a academia porque queria se concentrar no Iryō Ninjutsu, que por acaso sou boa. — 

— Kaori… — Doro sussurrou com mais preocupação ainda e fechando as mãos em punhos quando a viu trêmulas.

— Isso mesmo. Minha mãe e meu pai apoiaram minha decisão, mas estou de desacordo quanto a você. — Rin disse ao mesmo tempo que semicerrava suas sobrancelhas e não demorou para dar continuidade. — Você falará para o seu professor que estava agindo de maneira infantil quando tomou essa decisão, que não sabia o que estava falando. —

— Não vou fazer nada disso. — Kaori disse e cruzou os braços. Apesar da pequena teimosia, era visível uma certa quantidade de medo. A mesma não demorou em continuar. — Porque não pode me apoiar? —

— Porque? — Rin perguntou enquanto aumentava um pouco sua voz e se levantava, assim deixando as mãos na mesa enquanto sua atenção na garota, assim não demorando em continuar. — Porque a escolha que fiz em meu passado me causou inúmeros arrependimentos. Você não… — Ele não concluiu seu comentário.

— Eu vou sim! — Kaori disse no mesmo tom elevado dele. Preocupação e medo eram bem visíveis em seu olhar. Ela não demorou em dar continuidade. — Você mesmo diz que sou péssima no Ninjutsu, que não tenho talento para o Katon que é o mais relacionado ao nosso clã, que sou fraca demais para o Taijutsu e que não me concentro para Genjutsu. O que você quer que eu faça, papa!? E você nem pode decidir a minha vida, papa! Você sequer fica direito em casa! —

— Os dois… — Doro sussurrou e acabou mordendo o lábio inferior e baixando de pouco em pouco sua cabeça quando um barulho ecoou pela casa.

O barulho nada mais era do que Rin levando o punho esquerdo enfaixado para a mesa e dando um soco com aquela mesma força bruta, assim partindo a mesa em duas. O Uchiha encarou a garota com mais seriedade do que o habitual, assim fazendo-a recuar por alguns passos.

— Eu não fico aqui? Você já reclamou que falta alguma coisa, garota? Já sentiu algum tipo de necessidade? Todas as porcarias que você tem são por causa do que faço em Konohagakure. — Rin disse ao mesmo tempo que seu olho ônix se tornava o Sharingan, então não demorou em dar continuidade. — E eu não quero você falando do Iryō Ninjutsu, ou dessa estúpida ideia de virar médica em Sunagakure. Se não quer seguir carreira ninja, ótimo, mas não será médica. —

— Porque eu não posso, mas você pode? Você é cirurgião chefe do hospital de Konohagakure, não mencionando as inúmeras técnicas de Iryō Ninjutsu. — Kaori perguntou. Ela soluçava um pouco, assim demonstrando o medo que sentia por aquele olhar agressivo do pai.

— PORQUE!? HAHA! PORQUE SERÁ!? — Rin perguntou com uma diversão quase irônica ou debochada ao mesmo tempo que seu Sharingan progrediu para o Mangekyou Sharingan Eterno, assim dando continuidade enquanto levava a mão direita para o peito. — PORQUE O IRYŌ NINJUTSU TIROU TUDO DE MIM, SUA ESTÚPIDA E INOCENTE GAROTA! SE EU NÃO CRIASSE UMA AMBIÇÃO ESTÚPIDA POR CAUSA DELE, NÃO TERIA PERDIDO TANTAS PESSOAS. É ISSO QUE VAI ACONTECER COM VOCÊ… ESSA MERDA DÁ SONHOS PARA OS INOCENTES… — Rin levou a mão direita para frente do olho e não demorou para ele regressar ao tom ônix, então deu continuidade. — …e você é inocente… e será burra se decidir continuar por esse caminho. Eu só sigo usando-o e agindo como cirurgião chefe porque é isso que esperam de mim, mas eu não espero nada de você. — O rosado olhou para a mesa destruída, então suspirou e continuou. — Vou procurar outra mesa. —

E o rosado desapareceu, assim tendo utilizado o Hiraishin no Jutsu para uma viagem bem rápida e o cenário em si congelou. Doro olhou para Rin (Mirai) que mantinha-se de braços cruzados e agia como se estivesse certo naquela decisão.

— Eu sei o que tem que fazer para consertar seu casamento. — Doro disse ao mesmo tempo que cruzava os braços abaixo dos seios. 

— O que? — Rin (Mirai) perguntou e levantou uma das sobrancelhas.

— Não agindo assim com elas, bem mais simples do que parece. Você está destruindo sua família de dentro para fora. Que tipo de pai diria para a filha que ela é um fracasso no que faz e que é inocente e será burra se seguir um caminho semelhante, não mencionando que fez ameaças quando ativou seu Doujutsu e usou a força bruta. Você claramente é uma pessoa ausente na vida delas, então tem que mudar isso. E não me refiro a usar Kage Bunshin para compensar. Você, pessoalmente, tem que estar ao lado delas. — Doro disse com seriedade e não demorou para levar a mão direita para o queixo antes de continuar. — Seja mais gentil e aberto com elas, de o apoio que merecem e coloque-as em primeiro plano a partir de agora. —

O rosado ficou em silêncio, porém começou a enxergar que havia sentido naquelas palavras. Ele suspirou e fechou seus olhos por um breve momento. E não demorou para estalar seus dedos, assim o cenário começou a se desfazer até que não sobrou mais nada.

[ ۝ ]

De repente os dois se viram de volta ao cômodo na Mangetsu. Doro piscou e olhou para seu corpo, assim reparando nas injeções que estavam conectadas nela, então olhou para o rosado que naquele momento sorria pelo canto dos lábios. "Eu apaguei minhas memórias da cabeça dela enquanto voltávamos…" pensou enquanto se afastava da cama.

— Não vou te mostrar o meu presente e o seu futuro, garota. — Rin (Mirai) disse ao mesmo tempo que mantinha os braços cruzados e ficava cada vez mais afastado da cama.

— Então não posso ajudá-lo. — Doro disse e coçou com suavidade o pescoço antes de dar continuidade. — Quando trará o Rakun de volta? —

— Essa é uma boa questão. — Rin (Mirai) disse e não demorou para um portal negro aparecer bem perto de onde se encontrava, ele logo continuou. — Mas quando ele voltar… será o momento que poderá remover essas coisas. —

As cobras que impediam a entrada de pessoas e de qualquer conversa ser ouvida do lado de fora saíram da porta e se aproximaram do rosado e voltaram para a manga dele. 

— Ele está bem? Pode ao menos me responder isso? — Doro perguntou.

— Ele está bravo comigo, mas está ficando mais forte conforme mais tempo passa naquela dimensão. — Rin (Mirai) disse ao mesmo tempo que parava em frente ao portal. Ele sorriu para a garota. — Seu corpo está recebendo uma momentânea agilidade e força em decorrência do treinamento que está tendo. E suponho que será o suficiente para vencer o inimigo. —

— Porque você não o enfrenta no lugar de Rakun? — Doro perguntou.

— Eu já o enfrentei uma vez. Agora estarei observando, quem sabe dando um pouco de suporte, mas não é minha intenção enfrentar War uma segunda vez. — Rin (Mirai) disse e sorriu pelo canto dos lábios, então continuou. — Estou indo nessa. —

Doro ficou em silêncio. Rin (Mirai) não disse mais nada também e assim atravessou o portal negro que não demorou em ser fechado, assim como não levou muito tempo para que o mesmo surgisse em outra dimensão com o terreno sendo triangular e a gravidade um pouco alta, mas principalmente contendo um rosado sentado e visivelmente cansado num terreno nada prejudicado pelo meteoro que deveria ter causado uma boa destruição. A aura escura do Susano'o ainda cobria o rosado mais jovem que moveu a cabeça para o lado, assim reparando na chegada de sua versão mais velha.

— Como? — Rin (Mirai) perguntou com um pouco de divertimento e curiosidade, mas também com malícia nas entrelinhas.

— Susano'o com o Chidori e outro Kage Bunshin usando as mesmas coisas para me auxiliar. — Rin respondeu enquanto deitava-se no terreno, então continuou. — Eu tô morto… —

— Faz sentido. O poder ofensivo do Chidori junto ao Susano'o… e sendo multiplicado. Nada mal mesmo, garoto. — Rin (Mirai) disse e não demorou para se ajoelhar ao lado de sua versão mais jovem e deu continuidade quando pôs a mão esquerda enfaixada na cabeça dele. — Aqui uma pequena recompensa por seu esforço. —

Rin ficou em silêncio, mas sentia algo um pouco estranho da mesma forma que sentiu no primeiro dia de treinamento, ou melhor, no fim da luta. Ele sentia que o mais velho estava mexendo com seu chakra, mas em vez de roubá-lo estava lhe entregando uma boa quantidade, assim fazendo com que abrisse seus olhos esverdeados e se concentrasse na figura de joelhos.

— Não pense que é generosidade. — Rin (Mirai) disse e sorriu pelo canto dos lábios enquanto seu olho ônix brilhava com certa animação, então deu continuidade. — Vamos lutar, por isso seria bom se fosse com todo o chakra. Faz parte do seu treinamento, esqueceu ou pensava que aquele meteoro de nada era uma substituição minha? —

O rosado mais jovem ficou em silêncio. Ele realmente imaginou que deveria enfrentar um meteoro no lugar do mais velho. Rin (Mirai) abriu mais um pouco seu sorriso, deixando-o convencido ao mesmo tempo que seu olhar ficava mais sério enquanto levava o punho direito para a palma esquerda ao mesmo tempo que se afastava de sua versão mais jovem que colocava-se aos poucos de pé.

— Vamos nessa, moleque. — Rin (Mirai) disse.


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