Tales of a Uchiha escrita por Saberus


Capítulo 166
S07Ch29;




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Ainda era o mesmo dia em que houve sucesso naquela cirurgia. O rosado ganhava aos poucos a consciência e assim recuperando seus sentidos, mas não fazendo questão de abrir seus olhos esverdeados como esmeraldas para saber exatamente onde estava. Ele confiaria em sua audição, por isso aflorou aquele sentido até onde era capaz e o máximo que escutou foram vozes, mas abafadas em decorrência de algumas coisas que não sabia ainda por não ter aberto seus olhos, contudo eram as paredes grossas e a porta de uma sala de descanso que impediam que soubesse o que acontecia no corredor do esconderijo de Orochimaru. Ele não demorou em abrir seus olhos ao perceber que aquela tentativa seria inútil, então sentou-se corretamente no sofá que o colocaram e levou a mão para os olhos, assim coçando-os por um breve momento e levando a mão em seguida para a nuca e massageando por sentir um ligeiro desconforto, mas até que havia um pouco de sentido naquilo por sua óbvia ausência de sono em dois ou três dias e ainda ter relaxado completamente no sofá bem confortável. Ele levantou uma das sobrancelhas quando reconheceu uma voz do lado de fora daquela sala.

— Misa? — Rin chamou um pouco alto ao mesmo tempo que olhava para a porta de madeira daquela sala.

Houve um silêncio momentâneo. E não demorou para que a porta fosse aberta pela Yamanaka que pareceu satisfeita com o desperto noivo, contudo não teve a oportunidade de se pronunciar, pois a mesma acabou sendo empurrada com sutileza para dentro da sala pela mesma mulher que possuía um cargo elevado e respeito no hospital de Sunagakure — Saryu — que carregava em sua mão direita um envelope. Rin prestou atenção em sua mestra do País do Vento, na realidade se interessou pelo conteúdo em sua mão, mas olhou de relance para a Yamanaka que não parecia incomodada por aquele empurrão, por isso mesmo que o rosado também não disse uma única palavra a respeito. Rin levou a mão para seus olhos e não demorou para coçá-los enquanto a cirurgiã chefe ocupava um lugar do seu lado esquerdo e jogava aquele envelope em seu colo.

— Leia. — Saryu disse e aproveitou para cruzar os braços.

— O que tem aqui dentro? — Rin perguntou e levou sua mão para o envelope, mas depois olhou para a Yamanaka que resolvia se aproximar e sentar-se ao seu lado direito, então deu continuidade. — Quando eu dormi? —

— Quando saiu da sala cirúrgica, já iam fazer seis horas que descansava aqui dentro, querido, mas você mereceu depois de tudo que passou. — Misa respondeu e levou sua mão direita para cima da cabeça do noivo e aproveitou para fazer um cafuné nele. 

— Só leia. — Saryu disse e revirou seus olhos. Era visível seu incômodo pela demora do aprendiz quanto a abertura do envelope e a leitura do conteúdo.

— Por Hagoromo… você está impaciente, Saryu-san. — Rin sussurrou a primeira parte, pois não sabia se qualquer um teria noção do verdadeiro nome do Rikudou Sennin, mas assim mesmo não demorou em abrir o envelope e puxar de dentro um pedaço de papel, ou melhor, uma carta, assim não demorou em continuar com a leitura da carta. — "Prezado Shiki de Takigakure, ou, como poucos de Sunagakure o conhecem, Uchiha Rakun ou Katsuryoku Rin, mas seu nome verdadeiro não vem ao caso. Sou conhecido como Suna no Tatsumaki, conselheiro do Kazekage, além de pai das crianças que salvou neste dia. Temo dizer que não haverá como nos encontrarmos, o que acaba sendo uma tremenda infelicidade para mim, mas esteja ciente de que não há palavras suficientes para agradecer o que fez por mim nesse dia. Você me deu o maior presente como pai, que será ver os filhos crescerem e ter bons e ruins momentos com eles, me deu inúmeras oportunidades. Eu sinto muitíssimo que não possamos nos encontrar e conversarmos, assim teria conhecimento do rosto e da personalidade do salvador de minhas crianças, contudo outras pessoas estão indo no meu lugar. A primeira é Suna no Enma, minha esposa e também conselheira do Kazekage. A segunda pessoa é Gaara, o Godaime Kazekage." —

O rosado ficou em silêncio ao fim daquela carta. E não levou mais do que cinco segundos para olhar ao lado direito, assim prestando atenção na Yamanaka que sorria para ele e não dava indício daquela ser uma brincadeira de péssimo gosto com ele, então olhou para o lado esquerdo e semicerrou as sobrancelhas quando seu olhar se encontrou com o da cirurgiã chefe que suspirou e balançou a cabeça uma única vez.

— É verdadeira essa carta. — Saryu disse e sorriu pelo canto esquerdo dos lábios. A mesma possuía um olhar mais diferenciado para o rosado ao seu lado. Era uma sensação de orgulho que sentia por aquele garoto, assim não demorando em continuar. — Isso é algo que não conversei com você, mas acha mesmo que qualquer pai ou mãe aceitaria que seus bebês indefesos fossem parar nas mãos dele por um tempo indeterminado? As pessoas de Sunagakure ainda se lembram das ações de Orochimaru. E acontece que a conselheira propôs a condição de que a cirurgia só aconteceria nesse lugar se pudesse comparecer em algum momento. E o Kazekage se interessou em conhecê-lo um pouco mais cedo por conta de algumas coisas que não me interessam, por isso acompanhou sua conselheira. —

— E onde estão? — O rosado perguntou e olhou para a carta e com cuidado a dobrou e a guardou no envelope. Uma excelente recordação daquele dia. O mesmo deu continuidade assim que saiu do sofá que dormia até alguns minutos atrás. — É falta de educação deixar o Kazekage esperando. —

— Ele já está nessa espera a quatro horas, então duvido que fique incomodado em esperar por mais alguns minutos. — Saryu disse com um ligeiro divertimento, mas acabou suspirando e dando continuidade quando percebeu o olhar de desgosto do rosado. — Ah, está bem. Saia e siga pelo lado esquerdo e continue até o segundo corredor, então vire a direita e depois a esquerda e abra a terceira porta. Lá estará o Kazekage. —

— E quanto… — O rosado não concluiu seu comentário. Ele acabou por ser interrompido pela sua noiva.

— Lado esquerdo também, a duas portas daqui. Os bebês estão se recuperando da cirurgia. Karin está passando lá de hora em hora e deixando ser mordida para que os dois tenham vigor o suficiente e recuperem-se um pouco mais rápido. — Misa disse. Ela sorria com uma ligeira gentileza, afinal imaginava mesmo que seu noivo teria tamanha preocupação com as crianças mesmo após a cirurgia, até por isso insistiu que ficassem próximos da sala em que o rosado descansava, a Yamanaka não demorou em continuar. — Vou com você. Se importa, Saryu-san? —

— Não é mais da minha conta o que fazem ou deixam de fazer. — Saryu disse e suspirou profundamente antes de balançar a mão direita como se sugerisse que a garota saísse do sofá, assim dando continuidade. — Vá de uma vez. —

— Educada… — Rin sussurrou, mas retornou sua atenção para a noiva e sorriu com gentileza para a mesma antes de dar continuidade. — Vamos, amor? —

— Não sejam melosos. — Saryu disse e revirou seus olhos.

— Da licença, velha? Eu tô falando com a pessoa que amo… não com alguém que é do tempo da Era dos Estados Combatentes. — Rin disse com uma expressão mais séria. Ele sabia que o desgosto da cirurgiã chefe era chamarem-na de velha. 

A Yamanaka ficou em silêncio. Ela observou como o olhar da habitante de Sunagakure se alterou em milissegundos para algo semelhante a ódio, assim como não demorou para que a mesma se levantar e guiar seu punho direito para o meio das pernas do rosado que não esperava por aquele acontecimento. O mesmo recebeu um soco no meio de suas pernas que fez com que um arrepio se espalhasse por seu corpo, além de algumas lágrimas escorrerem por seus olhos ao mesmo tempo que sua expressão se tornava dolorida. O rosado perdeu os sentidos por aquele breve momento ao mesmo tempo que gemia dolorosamente. E ele reconheceu naquele instante que a força de qualquer mulher tornava-se brutal quando era chamada de velha. A Yamanaka não demorou em parecer surpresa com tamanha agressividade, por isso olhou para a cirurgiã chefe de Sunagakure ao mesmo tempo que seu noivo caía no chão sem fôlego algum, além disso parecia enxergar uma luz no final de algum túnel pois sussurrava "papai?".

— Você está… — Misa não concluiu seu comentário.

— Ele mereceu por ter me chamado de idosa. — Saryu disse e aproveitou para cruzar os braços. Ela visivelmente não parecia arrependida de seu último ato, na realidade se orgulhou de ter "machucado'' o rosado que manteve os joelhos dobrados e a mão no meio das pernas, assim não demorando em continuar. — Ele ficará bem. Traumatizado, mas bem. —

— Velha… maldita. Você… já tava… aí meu Hagoromo… — O rosado dizia com dificuldade e rangendo os dentes, além de tentando manter seus olhos esverdeados e marejados concentrados na médica mais velha, assim dando continuidade. — …aqui quando… as Bestas de Cauda… apareceram. —

— Você não está numa posição tão favorável, sabia disso? Posso chutá-lo tanto que terá de sentar para fazer suas necessidades, além de outras incapacidades. — Saryu disse. Ela já parecia bem irritada por aquela última comparação, mas resistia para que não machucasse o rosado.

— Rin, cale a boca. — Misa disse. Na realidade seu comentário soou mais como uma ordem e não como um pedido.

— Sim… senhora. — Rin disse. E ele não sabia ao certo se aquela resposta era para Saryu ou para Misa, apenas tinha certeza de que sua boca deveria manter-se fechada.

— E levante-se, querido. Fará mal para sua saúde se ficar deitado nesse chão. — Misa disse com a clássica gentileza. 

A Yamanaka não esperou por uma resposta e nem pela ação de seu noivo. A mesma já havia ficado ao lado dele — ajoelhada — e ajudado-o a se levantar e aceitando quando o braço dele ocupou seus ombros, além disso o braço esquerdo dela ficou em volta da cintura do mesmo, abraçando-o e impedindo que o mesmo cometesse qualquer engano futuro e desse de cara com o chão. A Yamanaka sorriu com uma expressão bem suave enquanto prestava atenção no noivo que parecia sentir muita dor ainda na região que levou o soco. Ela nem reparou na cirurgiã chefe que assumia uma expressão de contentamento pela maneira que a loira tratava o rosado. 

— Logo estarei com vocês. — Saryu disse.

O rosado balançou a cabeça em confirmação ao comentário dela. E a loira suspirou ao mesmo tempo que caminhava em direção a porta com seu noivo lhe acompanhando. Ela levou a mão direita para a porta e a deslizou para o lado, desta forma dando acesso ao corredor e saindo da sala de descanso. O rosado olhou para o lado direito e depois para o esquerdo assim como houve a instrução e balançou a cabeça para o lado esquerdo, assim chamando a atenção da noiva que ergueu um pouco a cabeça e prestou atenção nele e pareceu ter entendido, por isso que deu continuidade aquela caminhada até passarem por uma porta e depois parando na frente da outra e não demorou para que a loira usasse a mão disponível para bater a porta. Um momento de silêncio e então o rosado pôde ouvir alguns passos se aproximando da entrada do cômodo. 

Ele engoliu em seco no momento que a porta deslizou para o lado, assim revelando a conselheira de Sunagakure. Suna no Enma era uma mulher que estava na faixa dos trinta e cinco anos e possuía olhos verdes, mas numa tonalidade enfraquecida e mais parecida com musgo, além de seu cabelo castanho claro não ser muito comprido — sequer chegando aos ombros — e usando um pano longo que cobria-lhe toda a cabeça e mantendo a bandana de Sunagakure em sua testa, além de vestindo um manto marrom — cor de areia — de mangas incrivelmente longas e aberto naquele momento, assim revelando que usava sandálias marrons, calça marrom escura e uma camiseta de malha de aço, além de uma expressão lívida enquanto ao fundo uma criança parecia gemer em desgosto pela ausência materna. Enma olhou para o rosado por alguns segundos a mais do que ele gostaria, então prestou atenção na loira que o acompanhava.

— Aconteceu alguma coisa? — Enma perguntou com preocupação.

— Está tudo bem. — Rin respondeu e não poupou um generoso sorriso para a habitante de Sunagakure, então deu continuidade. — Só queria saber como as crianças estão. Eu queria a opinião de quem melhor as conhece. —

— Ah, você deve ser Uchiha Rakun ou Katsuryoku Rin, estou certa? — Enma perguntou e mirou seus olhos esverdeados no tom de cabelo dele, assumindo uma ligeira confusão por saber que a imensa maioria daquele clã (Uchiha) tinha cabelo preto e olhos ônix, bem o oposto do tom róseo e esverdeado do rapaz a porta, mas acabou deixando isso de lado e olhando para trás antes de dar ao rapaz o que ele queria, ou seja, uma resposta. — Estão bem. Yami-kun e Hikari-chan desde o nascimento estiveram juntos, então levará algum tempo para que se acostumem com essa separação, mas fico contente por não terem chorado desde que acordaram. Eu não sei exatamente o que aconteceu naquele laboratório cirúrgico, mas tudo que posso fazer é agradecê-lo. —

"A menina está com os órgãos originais, enquanto que o implante de órgãos foi feito no garoto que estava em pior condições, então muito pouco do corpo dele é original, mas fico contente que a cirurgia tenha ocorrido bem" pensou e acabou suspirando em alívio e sentindo um peso realmente deixar seus ombros, como se precisasse apenas ver, ou melhor, escutar que as crianças estavam verdadeiramente bem para que aquela sensação tomasse conta dele. Ele pareceu um pouco confuso quando sentiu as mãos da conselheira em suas bochechas, até mesmo Misa não compreendia o que estava acontecendo.

— Você parece um rapaz bondoso. Me diga… estou certa nisso? — Enma perguntou ao mesmo tempo que mantinha uma expressão suave e concentrava seus olhos verdes nos verdes do rapaz.

— Você está certa. — Rin respondeu.

— Então… farei questão de contar a essas crianças que o responsável por salvá-las é um bondoso sujeito de Konohagakure. — A conselheira contou e aproveitou para acariciar as bochechas do rapaz usando os polegares. 

— Enma-san, está me deixando envergonhado. — Rin disse e não conteve um risinho meio bobo enquanto suas bochechas ganharam um tom avermelhado e ficaram mais quentes.

— Qual sua moeda de troca? Diga-me o seu valor por ter se esforçado tanto por essas crianças. — Enma disse e aproveitou para afastar suas mãos das bochechas dele.

O rosado ficou em silêncio. Ele não se enxergava como ganancioso monetariamente. Naquele momento havia uma quantia de seis milhões de Ryo em sua conta e não sabia nem como gastaria uma mínima parte daquela quantia, quem dirá então o que gostaria de receber em troca daquele auxílio. Ele olhou de relance para a noiva que percebeu imediatamente a atenção em si, mas balançou discretamente a cabeça como se não soubesse o que fazer naquela situação, por isso retornou sua atenção para a conselheira.

— Eu só quero que essas crianças cresçam com saúde, Enma-san. Se isso acontecer, então saberei que meu esforço valeu a pena. — Rin disse. Ele sentia-se bem melhor do que antes, por isso removeu seu braço do ombro da noiva e pôs no bolso da calça antes de se virar e dar continuidade a caminhada. — Até outro momento, Enma-san. Vamos, Misa-chan. —

— Certo. — Misa disse.

— Muito obrigada! — Enma disse.

O rosado olhou para trás enquanto continuava com sua caminhada, assim prestando atenção na conselheira que lhe olhava se distanciando dela, por isso o mesmo sorriu em resposta e acenou com a cabeça, mas logo retornou sua atenção para frente enquanto a Yamanaka aproveitava para acompanhá-lo ficando ao seu lado esquerdo e não demorando para bater seu ombro ao dele, assim chamando sua atenção.

— O que foi? — Rin perguntou.—

— O que disse foi bem legal. — Misa disse.

— Não disse nada demais. — Rin murmurou e levantou uma das sobrancelhas ao mesmo tempo que dava continuidade. — Então, o que aconteceu nos últimos dias? —

— Nada demais. Passei a maior parte do tempo ocupando mente e corpo com um treinamento. Jūgo estava me auxiliando com o treinamento em Senjutsu, por isso tenho reunido energia natural mais rápido e há maior duração do Sennin Mode, também praticamos aquela técnica que vinha desenvolvendo. — Misa respondeu.

— Que bom pra você. — Rin disse. E ele não estava sendo irônico e nem debochado. Ele realmente sentia-se contente pelo avanço da noiva em técnicas que a mesma possuía.

— Obrigada, querido. — Misa disse e não demorou em dar continuidade quando se lembrou de algo importante mencionado pelo Sannin das Cobras. — Os braços artificiais, feitos das células de Senju Hashirama, estão prontos. Mas o seu levará mais alguns dias. Não é uma boa notícia? —

— Aquele idiota de Amegakure ficará contente com essa informação. O que acha de contarmos só no Natal que há um braço novo esperando por ele? — Rin perguntou com um pouco de malícia e não demorou para gargalhar quando a noiva lhe beliscou a bochecha esquerda, então deu continuidade. — Estou brincando! —

— Eu espero mesmo. — Misa disse com uma expressão comicamente séria com as bochechas inchadas, então afastando sua mão da bochecha dele.

— Obrigado. — Rin sussurrou.

A Yamanaka nem mesmo o respondeu, mas ele sabia que não havia essa necessidade. Ambos continuaram naquela caminhada até virarem à direita no segundo corredor, então seguirem a esquerda no próximo e não demorou para que chegassem à porta da sala que o Kazekage aguardava pacientemente. O rosado pôs a mão na maçaneta e não demorou em puxar a porta para o lado, desta forma dando acesso aos dois no cômodo que nada mais era que outra sala de espera com sofás aparentemente confortáveis e uma mesa de centro com uma xícara de chá quente pela metade. O rosado ficou em silêncio quando reparou no único ali presente com o braço esquerdo repousando sobre o apoio do sofá que mantinha-se acomodado por algumas horas. Aquele homem possuía cabelo curto, espetado e ruivo com anéis pretos ao redor de seus olhos azuis e pálidos e o kanji do amor — 愛 — ao lado esquerdo de sua testa, além disso vestia uma camisa carmesim de manga comprida com vários botões e calças que correspondem à cor de sua camisa e um cinto marrom que carrega uma cabaça de areia — bem inferior aquela que Doro possuía — do seu lado esquerdo. 

O rosado engoliu em seco quando o Kazekage lhe encarou silenciosamente. Ele sentia que aqueles olhos azuis eram verdadeiras ameaças, mas de alguma maneira também sentia que aquele homem não procurava por problemas, que estava apenas analisando os recém chegados. Sem qualquer dúvida o rosado sabia que estavam na presença do Godaime Kazekage, Gaara.

— Tenho aguardado por esse encontro há algum tempo. — Gaara anunciou pacientemente ao mesmo tempo que se curvava para alcançar a xícara de chá na mesa e levá-la aos lábios, assim tomando um gole generoso do conteúdo.

— Posso imaginar. — Rin disse.

E ele sabia que era verdade. Saryu lhe contou no dia de sua partida de Sunagakure que o Godaime Kazekage queria reunir-se com ele como forma de agradecimento por seus serviços, mas aconteceu do rosado não preferir aquele encontro, contudo aquilo serviu para adiar o inevitável. O rosado caminhou em direção ao sofá que ficava de frente para o ruivo e não demorou a sentar-se na frente dele e encará-lo momentaneamente com seus olhos esverdeados, afinal não havia razão para ativar o Sharingan. O rosado não precisou verificar para saber que a noiva ocupava um assento disponível na extremidade do sofá. E não demorou para que o rosado sorrisse pelo canto esquerdo dos lábios enquanto prestava atenção no ruivo.

— Sobre o que está querendo conversar, Godaime Kazekage? — Rin perguntou. 

— Sobre tudo. — Gaara respondeu ao mesmo tempo em que arrumava sua postura e levava a perna direita para cima da esquerda. — Foi você que eliminou os escorpiões do deserto? —

— Um trabalho em conjunto, mas sim. Em parte sou o responsável. — Rin respondeu e não pareceu incomodado em responder tão abertamente.

— Os guardas? E os recentes vermes da areia? E todo aquele fogo? — Gaara perguntou.

— Fogo? — Rin perguntou e levantou uma das sobrancelhas, então direcionou sua atenção para a noiva que parecia incomodada, assim dando continuidade com uma ligeira provocação. — Sabe de alguma coisa sobre isso? —

— Não se faça de bobo. — A Yamanaka sussurrou. Ela sabia que por causa do Kage Bunshin o noivo saberia também o que tinha acontecido, mas assim mesmo deu continuidade quando percebeu um silêncio duvidoso do Kazekage. — Óleo dos sapos na areia e fogo em todas as direções. —

— E respondendo suas outras perguntas… sou o responsável por ajudar seus guardas, assim como a maior parte do hospital, e também sou responsável pela eliminação dos recentes vermes da areia, mas devo entregar os créditos para ela. No começo acabei me afastando demais dela e sendo levado para os túneis onde achei os casulos e a rainha. — Rin respondeu.

— Compreendo. Sei que os escorpiões eram parte de uma missão de uma kunoichi que mais tarde se tornou sua companheira, mas por qual razão decidiu atacar os vermes da areia? — Gaara perguntou.

O rosado ficou em silêncio. Ele olhou de relance para a noiva que aguardava por aquela resposta com um pouco de curiosidade por mais que soubesse a respeito. E depois retornou seu olhar para o ruivo.

— Shukaku-sama me pediu. — Rin respondeu e pareceu ligeiramente satisfeito pela reação de surpresa no olhar do ruivo, até porque sabia da história entre eles por causa dos dez dias em coma e dos inúmeros contos que a Besta de Cauda lhe contou durante aquele período.


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