Tales of a Uchiha escrita por Saberus


Capítulo 149
S07Ch12;




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O rosado parou com sua caminhada pouco depois da saída do quarto. Isso porque se interessou no movimento de uma porta mais a sua frente, por isso parou e aguardou para ver o que aconteceria, contudo olhou para Sirius e percebeu a expressão de desinteresse dele, por isso aquilo serviu para informá-lo que não havia risco, então retornou sua atenção para frente. Era Ryūsei que saia de dentro do cômodo e parecia bem confortável com as roupas que vestia naquele momento — uma camisa escura de manga curta com uma calça jeans e sandálias com abertura para os dedos — e não havia o menor sinal de sua katana. Rin sorriu pelo canto esquerdo dos lábios, como se fizesse um comprimento silencioso, e retornou sua caminhada com intenção de achar a escada que o levaria ao andar inferior, porém não demorou para ouvir os passos rítmicos da garota. Não era nem necessário mover a cabeça para saber que ela estava logo atrás dele com os braços nas costas e as mãos entrelaçadas. 

— Procurei você o dia inteiro. — Ryūsei disse e moveu seu rosto para o lado esquerdo enquanto suas bochechas se aqueciam um pouco. — Por onde andou? —

— Por aí. — Rin respondeu. 

"Será ótimo quanto menos souberem a meu respeito, além disso não sei o que pode acontecer se mencionar Yattsuhoshi. Já basta saberem que tenho amigos em Amegakure…" pensou e levou a mão para o cabelo e usou a ponta dos dedos para coçá-lo. Ele olhou para Ryūsei que havia apressado os passos, assim a ruiva passou por ele e parou a sua frente, dessa maneira obrigando-o a parar — por mais que fosse viável passar pelos lados — e observou quando a mesma lhe encarou com seriedade — e um provável desgosto — e até tentou se aproximar dele, mas o rosado simplesmente curvou para trás a parte superior do corpo, porém manteve seus olhos verdes concentrados nos carmesins.

— O que foi? — Rin perguntou.

— Você está dando respostas vagas. — Ryūsei disse áspera e levou a mão direita para a cintura e usou o indicador da esquerda para apontar ao rosto dele, assim obrigando-o a se curvar um pouco mais. — Você está sendo grosseiro com alguém que tenta ser gentil. Estou querendo ser sua amiga, não sua inimiga, me entendeu? Sei que isso está o deixando cansado, mas espero que tenha um pouco mais de consideração com os outros. É possível? —

Ele ficou em silêncio. E discretamente olhou para o cachorro que optou por ficar sentado no seu lado esquerdo e aguardando pela continuidade do passeio, porém Sírius exibia um olhar atípico. Era como se o cachorro silenciosamente lhe dissesse "está feliz? Deixou ela brava", assim como aquele olhar deixava-o com um sentimento de culpa. Rin retornou sua atenção para a ruiva que aguardava ainda por uma resposta, por isso que ele acabou suspirando.

— Me desculpe. — Rin disse. Ele começava a sentir que havia errado mesmo em agir daquela maneira com a ruiva.

— Vamos tentar de novo. Por onde andou? — Ryūsei repetiu a pergunta e aproveitou para cruzar os braços abaixo dos seios e tomar o lado direito do rosado.

— Antes… — Rin disse e estendeu a mão para a ruiva que lhe encarou com dúvida, por isso ele achou necessário que continuasse. — …me dê sua mão direita por um momento. — 

— Oi? — Ryūsei perguntou e sentiu as bochechas se esquentarem. Seu olhar era cheio de dúvidas quanto a pergunta do rosado.

— Me dê sua mão. — Rin disse. Ele manteve seus olhos verdes concentrados nos carmesins.

— Qual o objetivo? — Ryūsei perguntou. Ela devagar moveu sua mão direita para cima da palma do rosado.

Ele não a respondeu, apenas segurou com cuidado a mão dela e aproximou um pouco de seu rosto e concentrou-se naqueles dedos calejados pelo manuseio duradouro de uma katana. Ele ignorava uma empregada passando ao lado esquerdo deles e soltando um risinho divertido e quase malicioso. Apesar dos calos, Ryūsei tinha um certo cuidado com suas unhas, afinal de contas eram pintadas de preto e curtas de forma a não prejudicar no uso da katana. Rin dirigiu sua atenção para o polegar e sentiu um ligeiro alívio ao não encontrar a cicatriz que havia na lembrança do mercenário, então retornou seus olhos verdes para a garota que continuava com as bochechas coradas e soltou a mão dela. "Ela sem dúvida se daria bem no esquadrão de Kenjutsu…" ele acabou pensando antes de suspirar.

— Em parte foi buscando as últimas e essenciais informações. Fui até aquele bar que seu pai frequenta quando está de cabeça cheia, depois para uma casa de chá. E como precisava de um descanso… voltei ao País do Fogo e estive até agora pouco na casa de um amigo. — Ele respondeu e levou a mão para dentro do bolso de sua calça.

— Você já sabe quem é o responsável por trás desse crime? — Ryūsei perguntou e levantou com surpresa suas sobrancelhas e perdendo depressa o calor das bochechas. Sua surpresa era bem perceptível. — Mas não faz tanto tempo assim que começou essa investigação. —

— Minha mestra diz que sou esforçado quando quero. Ela reviveu um peixe após três meses treinando Iryō Ninjutsu, enquanto levei apenas uma semana. Então, é correto afirmar que faço o impossível quando estou motivado. — Rin respondeu e aumentou um sorriso de canto de boca ao ponto de mostrar os dentes.

— Você não me causou inicialmente a impressão de ser inteligente, na realidade me pareceu desde o começo alguém sossegado, mas... — Ryūsei começou a falar e levou a mão esquerda para o queixo enquanto olhava para o rosado. — …quando vi, ou melhor, senti a estratégia que usou no nosso confronto, percebi que devia repensar nas minhas observações. —

O rosado ficou em silêncio. "É como dizem a meu respeito e como gosto que me descrevam. Eu gostaria de uma vida sossegada, até procuro por isso, mas de alguma forma há sempre um problema me alcançando. Não é pedir demais por algumas horas de relaxamento, ou é?" pensou enquanto descia os degraus que dão acesso ao segundo andar — o inferior — e assim desceram enquanto mantiveram-se em silêncio. "Desde o começo… desde aquela missão… que perdi grande parte do sossego que procurava… tanto problema me alcançou, mas também… eu não conheceria tantas pessoas se aquilo não tivesse acontecido…" continuou pensando, porém deixou tais pensamentos para trás quando olhou para Ryūsei que ajeitou uma mecha de cabelo atrás da orelha esquerda quando sentiu estar sendo vigiada por ele.

— O que pensa de mim? — Rin perguntou.

— Em qual sentido? — Ryūsei perguntou.

— Tem outros sentidos? — Rin perguntou e levantou as sobrancelhas, obviamente demonstrando uma grande dúvida, então continuou antes que a ruiva tivesse a chance de respondê-lo. — Sobre suas observações. Quero saber o que pensa a respeito do meu comportamento. —

— Ah, nesse sentido. — Ryūsei disse. Ela olhou para cima por alguns segundos, então retornou a olhar para ele e deu continuidade. — Você é cauteloso, tem pensamentos rápidos que parecem se adequar a situação, pois volto a ressaltar a estratégia em nosso confronto. Me parece o tipo de pessoa que não se abre com facilidade, porém… seus olhos são incapazes de esconder a sua gentileza, ou seja, você é naturalmente uma pessoa de bom coração. —

"Que percepção… nos conhecemos a pouco tempo, mas já tirou essa conclusão a meu respeito" pensou ao mesmo tempo que optou por manter o silêncio após aquela descrição bem por cima a seu respeito. O rosado olhou para Sirius e esperou por alguns sugestiva expressão do canídeo, mas o mesmo não parecia interessado naquela conversa, então retornou sua atenção para Ryūsei enquanto ambos alcançam a escada que levaria ao primeiro andar. "Vou aproveitar para tirar as confirmações finais. Quero estar 100% correto quando anunciar…" pensou.

— Tenho um pedido. — Rin disse.

— Pois faça. — Ryūsei disse.

— Vamos até o quarto de Sekitan? Quero saber como está sua saúde depois de tudo que passou, quem sabe posso ajudá-lo com alguma coisa. — Rin disse.

— Não soube? Ele está ótimo, por isso comparecerá ao jantar, mas tudo bem… posso levá-lo para o último check-up. — Ryūsei disse e sorriu pelo canto dos lábios, mas não demorou para continuar. — Soube também que o jantar acontecerá mais tarde, então podemos ir ao jardim assim que terminarmos a visita ao meu primo, o que acha? —

— Uma boa ideia. — Rin respondeu.

[ ۝ ]

Já estavam caminhando pelo primeiro andar menos de cinco minutos depois de concordarem com aquele passeio noturno. Rin, quando passava por uma empregada, fazia questão de acenar para a pessoa e até mesmo transmitir uma expressão bem dócil para a mesma, enquanto que Ryūsei não fazia muito questão, apenas mantendo-se focada no caminho. E não demorou para os três chegarem frente a porta do quarto, então o rosado pôs a mão na maçaneta e a girou, assim abrindo a porta e puxando-a para frente e vislumbrando o quarto relativamente simples do rapaz que continuava na cama, contudo mais saudável que dá primeira vez que o viu — e que extraiu o veneno de seu corpo — e tinha a mão esquerda no queixo enquanto seu corpo estava curvado na cama e lendo um livro de aparência desgastada, mas levantou a cabeça assim que os visitantes se revelam. Sírius optou por ficar do lado de fora do quarto — com a cabeça em sua pata dianteira esquerda — e cochilou enquanto aguardava pela saída de seu dono e de sua acompanhante.

— Pois não? — Sekitan perguntou. Seu olhar era gentil e carregado de inocência.

— Como está? — Ryūsei perguntou assim que passou ao lado esquerdo do rosado e diminuiu consideravelmente sua distância com o primo. 

— Se não fosse por ele… — Sekitan disse e moveu seus olhos para encarar o rosado que continuava distante dele, então continuou quando a atenção retornou para a prima. — …estaria morto, então acredito que estou ótimo. Vieram aqui só para saber se estou bem? Tenho certeza que metade dos empregados já divulgaram minha saúde. —

— Eu disse… não disse? — Ryūsei disse enquanto olhava para o rosado.

— Quem é o médico? — Rin fez uma pergunta retórica enquanto lançava um olhar ligeiramente mais sério para Ryūsei só passar por ela e seguir para o lado direito da cama e estendeu sua mão para Sekitan antes de dar continuidade. — Me dê sua mão direita por um instante. —

— Porque? — Sekitan perguntou e levantou suas sobrancelhas ao mesmo tempo que fechava o livro que lia antes deles entrarem em seu quarto. 

— Uma toxina esteve em seu organismo por algum tempo. Posso até tê-la removido sem problema, mas pode acontecer de… — Rin ficou em silêncio por um milésimo de segundo. Ele precisava contar uma mentira excelente. E deu continuidade. — …uma mudança sutil na coloração dos seus dedos. O sintoma mais comum e inicial de toxinas é a insuficiência renal… que pode levar a distrofia… que são alterações na textura das unhas, na cor ou ambas… —

— Não sinto diferença nas minhas unhas. — Sekitan disse.

— Você não tem o mesmo conhecimento que eu, então acredite quando digo que isso pode evoluir severamente se não for cuidado com antecipação. Pode acontecer que daqui a alguns dias a ponta dos seus dedos fique pálida, isso acontecerá porque o sangue não chegará em seus dedos, não vai demorar para isso acontecer as suas mãos… e aí será tarde demais para fazer alguma coisa. — Rin disse. Ele obviamente sentia-se incomodado por contar aquele tipo de mentira. 

— Isso tudo por causa de uma insuficiência renal? — Ryūsei perguntou com óbvia surpresa e assumiu uma cara de boba.

— E por causa de uma toxina que esteve no organismo dele. — Rin respondeu e semicerrou suas sobrancelhas, sentindo-se ligeiramente incomodado com aquela situação.

— Acho um pouco difícil de acontecer, mas está certo… se for pelo bem das minhas mãos… — Sekitan disse e estendeu sua mão direita para o rosado.

"Eu realmente odeio contar mentiras. Posso esconder certos tipos de informações, mas mentiras… são incômodas…" pensou e sentiu um peso crescendo nos ombros por contar uma mentira, mas parte dele sabia que era por uma boa razão. Ele segurou a mão do rapaz e com cuidado observou as unhas — normais — dele, mas também percebeu que eram aveludadas… como se jamais tivesse usado uma espada ou qualquer tipo de arma, até mesmo os punhos para machucar outra pessoa, muito diferente dele e até mesmo de Ryūsei. Seus olhos verdes acabam se concentrando numa cicatriz que havia no polegar que começava na lateral esquerda da unha e seguia em vertical e não era tão larga, na realidade era bem fininha, mas assim mesmo perceptível quando sabia onde procurar. Ele nem reparou inicialmente em Ryūsei que ficava logo atrás e com os joelhos dobrados e as mãos repousando neles, além disso o rosto em seu ombro direito e a mesma fazendo um beicinho enquanto uma mecha de cabelo escorria por causa de sua posição. "Que cheiro adocicado… parece com chocolate" pensou o rosado que não esboçou reação, mas era óbvio que não estava apreciando aquele aroma.

— Eu não sabia que tinha uma cicatriz, primo. Quando isso aconteceu? — Ryūsei perguntou e moveu seus olhos carmesins para o primo.

"Ótimo, então posso descartá-la oficialmente. Ela poderia ter usado o Henge no Jutsu e orquestrado todos esses acontecimentos, mas parece que é inocente" pensou e tentou não parecer tão interessado naquela cicatriz, por isso que sua atenção se voltou para as unhas dele.

— Alguns meses com um estilete. Foi bem ao acaso. — Sekitan respondeu e puxou sua mão e depois cruzou os braços. — E não gosto quando é reparada, por isso adoraria se mantivessem entre nós. —

— Tudo bem. — Ryūsei disse.

A atenção de Sekitan se voltou para o rosado. Aparentemente o mesmo aguardava por uma resposta semelhante da ruiva, por isso que Rin acabou suspirando e levando a mão ao cabelo e o bagunçou um pouco. 

— Como se alguém no País do Fogo se interessasse por sua cicatriz, sem contar que não vou andar por aí mencionando que o neto do Daimyo dos Vales possui uma cicatriz no polegar direito. — Rin disse e assumiu uma expressão um pouco mais séria que misturava-se perfeitamente a desgosto, então deu continuidade. — Tem algo que está acabando comigo, por isso gostaria que me respondesse, ou então teria de recorrer a outros métodos. —

— Se estiver ao meu alcance… — Sekitan disse.

— Está. O que estava conversando com seu avô no momento que aconteceu o ataque? — Rin perguntou.

"Eu poderia procurar por aquela empregada que estou toda a conversa, mas não tenho ideia de quem seja…" pensou e manteve seus olhos bem concentrados em Sekitan que mantinha uma expressão neutra, sendo assim bem difícil de dizer se o que contaria era verdade ou uma mentira bem elaborada.

— Aquilo? Bom, já deve saber que um conflito entre o País dos Vales, da grama e do chá pode estourar a qualquer momento, não é verdade? — Sekitan perguntou.

— Isso mesmo. — Rin respondeu.

Ele apenas soube daquela informação por ter invadido as memórias do barman, assim vendo-o conversar com um Kinzoku mais ou menos bêbado, contudo quem disse sobre os participantes era alguém sóbrio — o barman — então dava para acreditar nelas. Assim como também sabia que não passavam de boatos que Kinzoku a todo custo tentava desmentir.

— Estava tentando convencê-lo a enviar um grupo capacitado para as fronteiras desses países, quem sabe avançarem e procurarem por exércitos em formação, então atacar caso isso realmente estivesse acontecendo, ou seja, que fôssemos os primeiros a fazer algum tipo de movimento. — Sekitan respondeu. Ele deu continuidade assim que suspirou e levou a mão direita ao ombro, dessa vez parecendo um pouco irritado. — Mas ele se negou. Disse que era um absurdo o que estava lhe propondo, que tudo não passava de boato, mas eu só estava querendo o bem para o País dos Vales, então aconteceu o ataque. E aposto que foi o País da Grama ou do Chá, quem sabe os dois, que tentou matá-lo, mas por sorte me atingiu. —

"Claro que é um absurdo. São boatos que Kinzoku está a todo custo tentando desmentir, essa ação causaria o que todos esperam que não aconteça…" pensou e sentiu vontade de morder o lábio inferior, mas lutou contra essa sensação. Ele levou a mão para o bolso da calça e sorriu como se agradecesse pela colaboração do rapaz, então retornou sua atenção para Ryūsei que naquele momento já havia se distanciado e cruzado os braços abaixo dos seios, então voltou seu olhar para Sekitan.

— Espero vê-lo no jantar como sua prima realmente disse, ah… me chame caso comece a sentir alguma coisa, está bem? — Rin murmurou com uma expressão amigável para o acamado. 

— Vou pedir. — Sekitan disse.

O rosado se satisfez um pouco com a resposta, por isso tomou distância da cama enquanto sentia os olhos cautelosos e "gentis" de Sekitan em suas costas, aproximando-se de Ryūsei e levando a mão ao cotovelo esquerdo dela e depois indicando a porta com um movimento de seu queixo, assim a mesma compreendeu que era o momento de partirem sem trocarem uma única palavra. Os dois abrem a porta e passam por cima de Sirius que continuava deitado, porém de olhos bem abertos — sem se incomodar que os dois tivessem de passar por cima dele. Porém, o cachorro decididamente se levantou quando eles tomaram uma distância de dois metros e voltou a acompanhá-los.

— Vamos ao jardim? — Ryūsei perguntou.

— Com certeza. Quero ver o que acha tão bonito para querer minha companhia. — Rin disse ao mesmo tempo que colocava a mão no bolso da calça.

— Você logo saberá. — Ryūsei disse animadamente.

[ ۝ ]

O jardim era na parte de trás da residência particular do Daimyo. Apesar de pequeno, sem dúvida alguma carregava beleza — um gramado esverdeado bem cuidado, com cerejeiras e glicínias em formato de arco por um caminho de terra com poucos bancos, contendo também belíssimas flores plantadas num formato ovalar (como num redemoinho) e cada espaço era um tipo e os aromas se combinavam perfeitamente… sem dúvida alguma o jardineiro precisou pensar por muito tempo para que aquilo funcionasse. O rosado olhou para Sirius que parecia incomodado, mas não era de se estranhar considerando que o olfato do canino era tão apurado, então retornou sua atenção para Ryūsei que levantará o braço direito e a ponta dos seus dedos roçaram nas cerejeiras e glicínias acima de suas cabeças, porém a mesma lhe encarou e um sorriso amigável tomou seus lábios ao mesmo tempo que suas bochechas ganham um suave rubor. Rin desviou seu olhar imediatamente, porém acabou imaginando estar ali na companhia de Yamanaka Misa… imaginando o quão maravilhada sua noiva ficaria com aquele exuberante jardim… ele suspirou e balançou a cabeça. "Eu quero vê-la… abraçá-la e cheirá-la, quero estar perto dela o quanto antes…" pensou e engoliu em seco e tentou suprimir tais vontades.

— Tem um redemoinho de rosas por aqui… tenho certeza que vai agradá-lo. — Ryūsei disse, mas então continuou assim que começou a andar de costas. — Gosta de alguma flor? —

— Você é curiosa. — Rin disse e retornou a observá-la, então suspirou antes de continuar. — Jasmins são as minhas favoritas. —

"Afinal… esse é o cheiro de Misa" pensou e sentiu as bochechas se esquentarem com suavidade. "Será que Tsuyu sente algum cheiro em Doro? Tenho que perguntar isso para ele num próximo encontro…" pensou e sentiu o interesse crescer.

— Elas são o símbolo do carinho, do amor eterno e da sensualidade. — Ryūsei disse, assim fazendo com que a atenção do rosado voltasse para ela. — O que acha do jardim? —

Sem dúvida… bonito. Aquela noite com poucas estrelas e uma lua minguante, sem dúvida que favorecia o jardim. "Venho do clã Uchiha que é dito valorizar o amor acima de tudo, então imagino que tenha sentido gostar de uma planta tão simbólica…" pensou e olhou discretamente para Sírius que mantinha a cabeça baixa e o óbvio desconforto com a continuidade do passeio, então retornou sua atenção para Ryūsei que aguardava ainda por sua resposta, então parou de caminhar e se esforçou para não sorrir quando o cachorro fez a mesma coisa e uma leve esperança tomou os olhos dele.

— É o mais belo jardim que vi em toda minha vida. — Rin respondeu e usou o polegar para apontar ao caminho que tinham feito e inclinou a cabeça para o lado esquerdo. — Vamos embora? —

— Aqui é melhor de dia. Posso trazê-lo amanhã se estiver interessado. — Ryūsei disse e caminhou para perto dele e cruzou os braços abaixo dos seios. Ela não parecia descontente com a ideia de partirem do jardim, na realidade estava satisfeita.

— Você é peculiar. — Rin disse enquanto se virava e retornava a seguir o caminho para a saída do jardim, então deu continuidade quando recebeu um silêncio da garota. — Seu pai e avô tem posições altas, então imaginei que você seria o tipo de pessoa que não se interessa por… coisas tão comuns… mas suas mãos dizem o contrário. Você treina com sua katana a muitos anos, dá para reparar por serem tão ásperas, mas assim mesmo cuida das unhas até certo ponto, além de parecer que gosta desse jardim, ou seja, um interesse por flores… que é comum. —

— Você esperava alguma coisa diferente? — Ryūsei perguntou. Ela obviamente estava surpresa por ter sido descrita daquela forma pelo rosado. Ela deu continuidade. — Imaginava que eu fosse mais parecida com meu primo? —

— Mais ou menos nesse sentido… — Rin respondeu e não demorou para sorrir pelo canto dos lábios, assim mostrando os dentes reluzentes, e então inclinou a cabeça para o lado direito antes de continuar. — …que bom que você não é parecida com ele. —

Eles seguem a caminhada para fora do jardim. Rin levou a mão para dentro do bolso de sua calça enquanto que Ryūsei mantivera os braços cruzados abaixo dos seios, de vez em quando reparam em Sirius que ganhava ânimo por estarem cada vez mais longe de todo aquele aroma que incomodava seu sensível olfato, até por isso que o rosado sorriu e imaginou que numa próxima vez teria de deixá-lo no quarto, ou solto para que se divertir da própria maneira. 

[ ۝ ]

O jantar começou às oito e meia. O Daimyo ocupava o assento na ponta direita da mesa, então Kinzoku ficou com o lado direito e Gintaro com o lado esquerdo, por isso que Sekitan optou por ficar ao lado do pai, enquanto que Ryūsei ocupava um assento ao lado do pai e Rin ao lado da garota. A mesa estava forrada por um delicada e pano branco longo, além de estarem sendo servidos com carnes, peixes e frangos dos mais variados tipos e de uma salada com boa aparência, sem contar que alguns empregados enchiam constantemente as taças do Daimyo e de seus filhos de vinho, enquanto que Sekitan, Ryūsei e Rin bebiam água ou suco. 

— Estou pensando em oferecer minha neta como parte da recompensa por tudo o que tem feito. O que me diz? — O Daimyo disse enquanto cortava um pedaço de carne e tentou não se impressionar quando Rin cuspiu a água que bebia. — Algum problema? —

— Cof cof… sim… — Rin respondeu e passou a mão em seus lábios enquanto as bochechas estavam bem avermelhadas e se espalhava para as orelhas.

Tantos outros param de comer. Ryūsei mantinha o garfo com um pedaço de peixe muito próximo aos lábios e não sabia exatamente o que dizer. 

— Eu não posso aceitá-la. — Rin disse.

— Porque não? Sua organização terá mais reconhecimento se estiver casado com a neta de um Daimyo. — O Daimyo disse e continuou cortando sua carne.

Ryūsei soube que naquele momento não teria voz, por isso optou por apenas escutar, assim como seu pai, tio e primo faziam. Os quatro mantiveram um certo interesse naquela conversa. 

— Porque minha noiva me mataria se soubesse que fui unido em matrimônio com outra pessoa… — Rin disse.

— Você está noivo!? — Ryūsei perguntou e sentiu as bochechas esquentarem. Naquele dia tentou se aproximar de alguém que já estava relacionado com outra e nem ao menos sabia daquilo.

Todos — incluindo o Daimyo — ficaram em silêncio e aguardavam por uma resposta do rosado.

— Estou. — Rin respondeu. Ele levou a mão para a taça de água e depois a guiou para os lábios e tomou um generoso gole.

— Me contaram que teve um dia muito interessante com minha neta. Que esteve correndo e conversando com ela pela manhã… que até mesmo a venceu no treinamento de Kenjutsu… e alguém me contou que segurou na mão dela um pouco mais cedo… e agora a pouco estiveram no jardim. O que significam essas coisas então? — O Daimyo perguntou e pôs os cotovelos na mesa e entrelaçou as mãos e aproveitou disso para apoiar o queixo.

O rosado soltou a taça assim que engasgou e levou o punho fechado para o peito e deu socos relativamente fortes enquanto suas orelhas ficaram ainda mais quentes. Kinzoku assumia um olhar pouco amigável para o rosado, mas Sekitan parecia achar tudo muito divertido.

— Situações ao acaso. — Rin respondeu e dirigiu seus olhos verdes para o Daimyo, então deu continuidade. — Conversei mesmo com Ryūsei durante a manhã, mas minha intenção era de possuir informações a respeito de Gintaro e Kinzoku, pois como sabe estava procurando o responsável por aquele atentado. Segurei a mão dela por um motivo muito essencial que tem respeito a essa investigação… e o passeio no jardim… ela me convidou mais cedo. — 

— Sou suspeito de tentar matar meu sobrinho ou meu pai? — Kinzoku perguntou e olhou com surpresa para o rosado. Parecendo não acreditar no que estava ouvindo. E até mesmo Gintaro concordou com a pergunta do irmão.

"Que bom que o rumo da conversa está mudando" o rosado acabou pensando enquanto bebia mais um pouco de água e deixava em seguida a taça na mesa e retornou sua atenção para Kinzoku. O rosado ao olhar discretamente para Sekitan percebeu que duas emoções se confrontavam para um sorriso — contentamento por seu plano estar dando certo e "surpresa" por achar que o tio era o culpado pelo que tinha acontecido.

— Não é mais. — Rin respondeu.

— Explique. — O Daimyo ordenou.

— Já sei quem tentou matá-lo, tenho conhecimento até mesmo da toxina que foi usada. — Rin respondeu e retornou sua atenção para o Daimyo e ignorou todos os olhares voltados para ele, até mesmo o de Ryūsei que sabia meio por cima que ele já havia descoberto o culpado.

— Quem é? — O Daimyo perguntou.

— Alguém muito inteligente. — Rin respondeu e levou a mão direita para o cabelo e o alisou para trás antes de continuar. — A pessoa que quis matá-lo usou uma planta conhecida como Atropa Belladonna, popularmente conhecida como Belladonna e bem tóxica, mas aqui está o antídoto para ela. — O rosado levou a mão para dentro do bolso da calça e puxou de dentro dela um frasco e levantou o braço para que todos vissem e depois o pôs ao lado de seu prato. — O antídoto é a pilocarpina. —

— Quem é o maldito que tentou… — O Daimyo tentou dizer, mas acabou sendo interrompido pelo rosado.

— Sekitan. — Rin se adiantou, ou melhor, interrompeu o homem que ocupava o assento na ponta da mesa, além disso lançou um olhar calmo para o recém mencionado. — Você tentou matá-lo. —

— Está brincando num momento tão sério? — Sekitan perguntou e se esforçou para soltar um riso cheio de deboche e então voltou sua atenção ao avô. — Eu continuo achando que foi alguém da Grama ou do Chá. —

— Sua suposição seria a mais errada, afinal você mandou alguém atrás de um mercenário, além de obviamente encontrá-lo para que ele matasse algumas pessoas para você. — Rin disse e continuou mantendo seus olhos verdes bem concentrados no rapaz que estava a sua frente. Ele não demorou para dar continuidade. — Você queria que ele matasse seu avô, depois seria a vez de Gintaro e usando alguma arma favorita de Kinzoku, assim todos acreditariam que seu tio foi o responsável por ambas as mortes, dessa maneira perderia o crédito com a população e todos os outros países… não se tornando um Daimyo. Ah, mas espere um momento… o País dos Vales necessita de um Daimyo, não é verdade? E quem melhor para esse cargo do que o gentil Sekitan que muitas vezes aconselhou o avô? —

— Eu quase morri! — Sekitan disse e se levantou ao mesmo tempo que suor escorria por seu rosto e assumia uma expressão séria.

— Por engano. — Rin respondeu. E não demorou para dar continuidade enquanto movia sua mão pela mesa por alguns centímetros. — Você levou seu avô para aquele andar porque havia dito ao mercenário que era lá que o alvo estaria aguardando, porém… aconteceu de seu avô caminhar e o resto é o que todo mundo já sabe. —

As atenções estavam divididas. Parecia que todo mundo queria acreditar em Sekitan, mas ao mesmo tempo os comentários do rosado eram válidos demais para serem mentiras ou alguma maluquice.

— Você não tem provas! — Sekitan disse e pareceu um pouco mais aliviado.

— Tenho duas excelentes provas. Sua voz… a pessoa que se encontrou com o mercenário disse "certo" para Kinzoku quando aconteceu um esbarrão, além de uma curta conversa com o mercenário. E… — Rin dirigiu seus olhos para a mão direita de Sekitan e sorriu pelo canto dos lábios. — …a cicatriz que tem no polegar é a mesma que vi. —

— Como viu todas essas coisas? Quero dizer… me lembro de esbarrar em alguém coberto por um manto e pedir desculpas e receber um "certo", mas com certeza lembraria do seu rosto. Então, como viu todas essas coisas? — Kinzoku perguntou. E era a primeira vez em sua vida que sentia a garganta tão seca.

— Viu!? Você não tem provas concretas! E todas essas insinuações? Ahaha! Não passam de acusações baratas. — Sekitan disse e parecia um pouco mais calmo com aquela situação, porém o suor continuava lhe escorrendo e pingando ao chegar no queixo.

Os funcionários não se aproximavam para servir desde que aquela conversa começou. Alguns até mesmo começaram a sussurrar para outros e afastaram-se para, muito provavelmente, espalhar a informação. Rin suspirou e não demorou para ativar seu Mangekyou Sharingan combinando-o com o In'yu Shōmetsu, assim chamando a atenção de todos a mesa para o fato dele ser um Uchiha, mas suas expressões se congelam no momento em que o rosado olhou para cada um deles e sangue escorreu por seu olho direito. Levou menos de um segundo para que cada um tivesse acesso às memórias — ao menos tudo em respeito daquela investigação, desde a simples e coincidente cicatriz no polegar de Sekitan e do estranho que se encontrou com o mercenário no bar, até a escolha de alvos e as suposições que Rin e seus Kage Bunshin fizeram no quarto algumas horas mais cedo — e piscarem quando o Mangekyou Sharingan se desativou, porém manteve-se como um simples Sharingan. Rin continuou prestando atenção em Sekitan que não saiu do lugar e estava de boca aberta.

— Acusações baratas? — Rin perguntou e levantou uma das sobrancelhas. 

— Meu neto… tentando me matar? — O Daimyo perguntou com surpresa e decepção enquanto jogava suas costas no assento e suas mãos tremiam.

— Sekitan… — Gintaro sussurrou. Era óbvio que estava bravo e decepcionado com o próprio filho.

Sekitan rangeu os dentes e agarrou a faca que estava ao seu alcance. Ele se jogou na mesa e dirigiu um ataque que seria na cabeça do rosado. O movimento era repentino, por isso todo mundo ficou surpreso. Ryūsei realmente não esperava por tudo aquilo, até por isso estava sem reação ao lado de seu recente amigo. E o rosado sorriu pelo canto dos lábios quando usou um garfo para impedir a faca de se aproximar mais de seu rosto, além disso jogou o objeto cortante para o alto e não se importou quando a mesma caiu em cima da mesa. A mão de Sekitan estava vazia… ele estava desarmado. E não demorou para que seu rosto fosse pressionado na mesa, sob um pudim, pela firme mão direita de Kinzoku, enquanto que Gintaro segurava as pernas dele, assim impedindo-o completamente de fugir. Rin olhou para o garfo que tinha usado e depois retornou sua atenção para Sekitan e sorriu pelo canto dos lábios.

— Parabéns. Não conseguiu o que queria e ainda se tornou a decepção da família, sem dúvida alguma uma grande noite para você. — Rin sussurrou o mais baixo possível, aproveitando-se que o rapaz estava próximo dele, usando tais palavras com um pouco de provocação, quem sabe até mesmo debochando do rapaz que não tinha mais nada.

— O que faremos com ele? — Kinzoku perguntou e assumiu um olhar mais sério para o pai que continuava escorado e com a expressão mais cabisbaixa possível. — Papai!? —

— O que? — O Daimyo perguntou e olhou para Kinzoku, depois olhou para Sekitan e pôs a mão direita em frente a boca. — Ahn… —

— Tem de ser um lugar que não haja como escapar, nem como usar o carisma que possui, ou quaisquer contatos para que adquira informação exterior ou faça comandos. — Ryūsei disse e assumiu um olhar mais sério enquanto sua mão esquerda tremia. Ela estava com ódio demais pelo que seu primo tentaria fazer. E deu continuidade. — O País da Grama tem o lugar certo para ele. O Castelo Hōzuki. —

O Daimyo olhou perplexo para sua neta, mas não sabia mais como discutir com ela, por isso optou pelo silêncio enquanto Gintaro e Kinzoku concordavam. Rin sabia que naquele momento não teria voz, por isso optou por ficar em silêncio enquanto assistia Sekitan sendo retirado de cima da mesa por seu pai e depois guiado para longe pelo tio que rasgou a manga esquerda da blusa e envolveu seus pulsos, dessa maneira criando uma algema temporária. O rosado comeu alguns tomates e algumas folhas de alface.

— Ele não tentará escapar. Coloquei um Genjutsu que está programado para se desfazer no momento que estiver na presença do chefe do Castelo Hōzuki. — Rin quebrou o momento de silêncio. Ele bebeu um pouco de água e deu continuidade. — Estou de partida. Já terminei a missão que fui encarregado, então não há mais nada pra mim aqui. Exceto… —

— O dinheiro já foi depositado. Todos os seis milhões de Ryo já estão na sua conta… — O Daimyo disse. Ele ainda não tinha abandonado o decepcionante tom de voz, nem a expressão abalada.

— Não é isso. — Rin disse.

— O que está querendo mais? — O Daimyo perguntou.

— Quero sua neta. — Rin disse.

— O que? — Ryūsei perguntou e levantou as sobrancelhas. Era muita coisa para uma única noite, mas sem dúvida lembrava-se dele recusando-a da primeira vez por estar noivo.

— Explique-se… — O Daimyo disse. Ele parecia cansado demais para se surpreender com aquele tipo de comentário tão simples. Até poderia perder a paciência.

— Certo… — Rin disse e voltou sua atenção para Ryūsei e sorriu pelo canto dos lábios antes de dar continuidade. — …quero que ela vá para Amegakure. Um amigo está liderando-a nesse momento. E acontece que há algum tempo perdemos alguém que estava encarregada de treinar a Rokujūshi em Taijutsu, mas começo a imaginar que o Kenjutsu seja melhor, por isso quero que vá para Amegakure e procure pela Mangetsu e diga que foi mandada por Rakun Uchiha, líder da Rokujūshi, sob o pretexto de ensinar os membros o Kenjutsu. — 

"Musashi é um estilo mais agressivo de Kenjutsu, enquanto que ela o oposto, por isso imagino que vá funcionar…" pensou e aproveitou para se levantar e levou a mão para o cabelo e o coçou pacientemente. "...sem contar que quero vê-los num confronto, quem sabe Musashi não apanha para uma garota?" pensou e se esforçou para não sorrir.

— O que acha? — O Daimyo perguntou.

— Não há problema. — Ryūsei disse e agitou seus ombros e depois cruzou os braços abaixo dos seios. — Eu posso ir para lá e ensiná-los. —

— Vá ao nascer do sol. — Rin disse.

— Muito obrigado. — O Daimyo disse ao perceber que aquilo nada mais era do que uma despedida.

Certamente que havia muita politicagem para ser resolvida naquele momento. O jantar foi arruinado pela revelação de que Sekitan era o traidor. Rin sorriu ao mesmo tempo que desativou seu Sharingan, desta forma voltando a ter olhos verdes. Ele afastou seu assento da mesa, então se levantou e no piscar de olhos seguinte não estava mais ali. O rosado ressurgiu dentro do quarto — ainda na residência particular do Daimyo — e levantou as sobrancelhas quando Sirius, que estava deitado numa poltrona, abriu apenas o olho esquerdo, mas voltou a fechá-lo. 

— Você é um péssimo cão de guarda. — Rin disse com um tom reprovativo ao mesmo tempo que se aproximava do cachorro e fazia carinho em sua cabeça. — E eu um péssimo shinobi. E nós dois prezamos por cochilos na tentativa de esquecermos dos problemas, então somos uma boa equipe. De qualquer forma… está na hora de ir pra casa, Sirius. —

O rosado conseguia se entender bem com o cachorro, afinal compartilhavam da mesma característica preguiçosa. Ele seguiu para a mochila que já estava pronta em cima de sua cama e olhou no interior dela, assim certificando-se de que estava tudo lá dentro — inclusive o pano do clã Yamanaka — e depois a pôs em suas costas, então se aproximou do cachorro que continuava na poltrona e pôs a mão em sua cabeça. E levou menos de um segundo para que os dois desaparecessem do quarto. E a mesma quantidade de tempo para aparecerem no País do Fogo, em Konohagakure. O rosado levantou a cabeça e olhou numa específica direção e sorriu pelo canto dos lábios ao reparar no Monumento dos Hokage a uma boa distância dele. O lugar que eles apareceram era muito perto da casa de Yamanaka Misa, no mesmo muro que tantas outras vezes apareceu. O rosado fechou seus olhos e respirou profundamente e depois de alguns segundos foi soltando o ar dos pulmões.

— Eu che-... — Rin não concluiu seu comentário.

— Bem vindo de volta. — Uma voz feminina particularmente conhecida e acima de sua cabeça.

O rosado abriu seus olhos e moveu a cabeça para cima. E um sorriso suave tomou forma quando reparou em Yamanaka Misa usando nada mais do que um pijama — calça e camiseta — da mesma cor que seus olhos e mantendo o cabelo solto. O rosado estava para dizer alguma coisa, mas mudou de ideia quando a garota pulou de braços abertos em sua direção, por isso que ele também estendeu o braço direito e conseguiu agarrá-la e passar a mão em sua cintura, mas acabou se desequilibrando, por isso os dois foram ao chão e riram enquanto Sirius latia pelo que havia acontecido. A Yamanaka continuou por cima dele e depressa selou seus lábios ao dele como se aquela fosse a maneira de se cumprimentarem. O rosado sentiu todo o carinho naquele beijo, assim como o aroma de jasmim que tanto se afeiçoou. A Yamanaka interrompeu o beijo, porém manteve-se por cima do rosado, então abriu um sorriso de felicidade enquanto suas bochechas ficam ruborizadas.

— Bem vindo de volta. — Misa repetiu.


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