Tales of a Uchiha escrita por Saberus


Capítulo 132
S06Ch09;




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No momento em que disse aquelas palavras… algo comum aconteceu. Os participantes se viram com um dos punhos fechados e prontamente levaram-no ao rosto mais próximo. Tudo aquilo tornou-se uma barbaridade, afinal de contas estavam lá para vencerem e ganharem uma boa posição assim como subordinados, por isso a selvageria aconteceria em algum momento, então porque não seriam selvagens logo nos primeiros segundos? Tsuyu acomodou-se no assunto que havia disponível para ele e pôs o cotovelo no apoio da confortável poltrona, então levou a palma da mão ao rosto e manteve seus olhos amarelos no que acontecia na arena, mas acabou levantando uma das sobrancelhas e atentando-se a um dos participantes. Isso porque estranhamente o participante — homem, de cabelo castanho arrepiado com um rabo de cavalo, sombreamento vermelho abaixo dos olhos verdes-limões, pele ligeiramente pálida, vestindo um quimono azul e marrom com uma corda na cintura fazendo-lhe um nó, além de calça verde musgo, sem contar que o quimono estava bem aberto e assim evidenciando o abdômen coberto de bandagens — afastou-se do maior número possível de pessoas e segurou um objeto entre as palmas de suas mãos estendidas ao céu e baixou a cabeça enquanto balbuciava algumas coisas.

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— Que gratificante, que interessante, esplêndido. Uma boa matança para Jashin-sama!!! — O participante disse com grande animação. E então abriu as mãos e revelou um colar de prata com um triângulo para baixo dentro de um círculo e o levou para o pescoço. — Bons sacrifícios. —

Sem dúvida alguma aquilo chamou a atenção de muitos participantes. Pessoas nada cultas sobre aquela religião, mas que consideraram o homem como sendo o mais fraco. E estavam enganados, terrivelmente enganados. O participante e devoto de Jashin era mais conhecido como Lich; apagando quaisquer registros de sua identidade ao atingir a maioridade. Ele adotou uma expressão mais séria ao reparar em seis pessoas correndo em sua direção e algumas carregando armas numa das mãos — um bastão, uma faca e um facão — e ele não deu a mínima de estar em desvantagem numérica. O bom servente a Jashin concentrou chakra na mão direita, ou melhor, nas unhas compridas e afiadas como as garras de um animal selvagem, e esperou por maior aproximação daqueles indivíduos que seriam os primeiros a servirem de sacrifícios para o deus caótico. Ele semicerrou suas sobrancelhas e em dado momento saltou e ficou acima de três cabeças, então moveu suas pernas para os lados e seus pés acertam os rostos de duas pessoas que caíram imediatamente, assim como ao mesmo instante ele baixou seu braço direito com a palma bem aberta e atacando o terceiro na cabeça. O chakra nas unhas serviu para torná-las mortais — afiadas como um Bisturi de Chakra — e até por isso que o homem caiu morto no chão e sangue jorrando de um corte aberto em sua cabeça. 

No momento em que Lich retornou ao chão e deparou-se com as outras três pessoas restantes — as mesmas que foram armadas até ele — as atacou. O primeiro — aquele que empunhava um bastão — tentou atacá-lo com golpes em diagonais com o estranho bastão de ferro, mas o servo de Jashin desviou das fracassadas e lentas tentativas de feri-lo, então levou sua mão esquerda para o bastão no momento que o atingiria em seu rosto, desta forma segurando-o e levando a mão direita — com chakra e tudo mais — para o estômago do inimigo, assim perfurando-o e subindo o corte enquanto sangue manchava a roupa do adversário, parando somente quando alcançou o coração do estranho e o agarrou e sem piedade alguma o apertou até estourá-lo… sangue jorrou da boca do indivíduo e do imenso corte em seu abdômen.

Lich olhou para o segundo inimigo que parecia pensar melhor em sua decisão de atacá-lo com apenas uma faca, por isso que o servente de Jashin sorriu e jogou o corpo mórbido até o segundo indivíduo que estendeu os braços para agarrar o homem já falecido, mas era exatamente aquilo que Lich queria que acontecesse. Ele avançou até o segundo indivíduo que se assustou ao reparar na aproximação enquanto segurava o corpo. E o servente de Jashin cortou-lhe a garganta com aquele chakra que tornava suas unhas — garras — ainda mais mortais, desta forma vendo a cabeça do mesmo separar-se do corpo e rolar para longe do corpo que cairá segundos depois. Ele sorriu pelo canto direito dos lábios ao ponto de mostrar os dentes brancos. E moveu seu olho direito ao lado, desta forma percebendo a rápida aproximação do desconhecido que empunhava um facão com as duas mãos e parecia tentar o apunhalar com desespero. Lich dobrou seus joelhos e posicionou suas pernas — a direita mais à frente da esquerda — e deixou o braço direito junto ao corpo, mas então o moveu como se estivesse desembainhando uma espada e cortou em diagonal o braço direito do desconhecido — arrancando um belo pedaço — mas ainda sim acabou sendo atingido pelo facão em seu abdômen e sangue começou a escorrer pelo canto dos seus lábios. 

— Nada mal. Nada mal mesmo. — Disse o servente de Jashin que aproveitava a curta distância agora arranhar e depois chutar para longe o último dos seis. — Mas isso não me matará. —

E era verdade, ou quase. Lich removeu o facão de seu abdômen e aproveitou o sangue que escorria para fazer uma imagem peculiar no chão — um triângulo de cabeça para baixo com um círculo em torno dele — e depois levou uma das mãos para a língua que estava fora da boca. Era a mesma mão que tinha usado para cortar o último sobrevivente que agora estava se recuperando do chute em seu abdômen. Ele saboreou o sangue do desconhecido e uma reação tomou seu corpo que chamou mais ainda a atenção do público. O corpo de Lich escureceu e marcações brancas surgiram na onde era visível, desta forma dando o aspecto de um esqueleto. Ele continuou atento ao adversário, enquanto a plateia ficava atenta nele. Ele baixou seu olhar, desta forma reparando no facão e na comprida lâmina manchada por seu sangue, então agitou seus ombros e posicionou-a em seu peito coberto por bandagens — bem onde ficava seu coração — e usou a mão disponível para bater no cabo, desta forma a lâmina lhe atravessou o peito e consequentemente o órgão. Algumas pessoas na plateia levaram as mãos a boca ao suporem que viam um suicídio, mas… Lich continuava de pé. E uma reação acontecia com aquele mais afastado dele.. o adversário levou a mão direita ao peito e começou a vomitar sangue e então… deitou-se no chão… morto.

— Menos seis, faltam… muitos. Uma gratificante oferenda para Jashin-sama. — Lich disse. Ele puxou o facão de seu peito e depois o jogou ao chão enquanto seu corpo voltava ao normal.

O servente de Jashin parecia sério, e na realidade estava mesmo. Ele avançou ao maior número de pessoas em pé e que meramente davam socos umas nas outras, que sequer prestaram atenção nele nos últimos instantes, e manteve o sorriso ao usar o facão para cortar metade da cabeça do primeiro que olhou para ele quando o mesmo assobiou. Mais pessoas olhavam-no e recuaram alguns passos ao sentirem a presença ameaçadora dele. O servente de Jashin saltou para cima de uma segunda pessoa e fincou a lâmina do facão em sua cabeça, depois usou-a como apoio para saltar e deu um mortal no ar ao mesmo tempo que usava a arma para acertar o joelho esquerdo de um terceiro indivíduo que parou somente para gritar ao ter sua rótula partida. Lich chegou ao chão de joelhos dobrados, mas não ficou parado por muito tempo, pois logo avançou para aquele que estava gritando com o facão em seu joelho e o acertou com um golpe no coração usando as unhas — garras — cobertas de chakra. E pegou o facão do joelho do mesmo e aproveitou para mover-se ao lado esquerdo, desta maneira desviando de um soco e sorrindo ao usar o facão para acertar o coração daquele que tentou um ataque físico muito inútil. 

— Grande dia, grande sacrifício. — Lich murmurou.

Ele puxou o facão, desse jeito removendo-o do corpo e o sacudindo para tirar um pouco do sangue que havia na lâmina. Ele suspirou e olhou para os corpos caídos e com sangue escorrendo das áreas que foram atingidos, porém sua atenção retornou para duas pessoas que foram chutadas por ele no começo de tudo, por isso bateu na testa com a palma esquerda e andou calmamente até uma que reclamava da dor facial — com certa dificuldade, afinal o nariz estava quebrado — e ajoelhou-se ao lado dela.

— Já ia me esquecendo de você. E do outro que aparentemente está inconsciente. Acho que peguei pesado no chute, por isso sinto muito. — Lich disse. Sua voz era rouca e séria. 

— Vai pa-... para.. o… — O desconhecido tentou dizer, mas não conseguia por causa de, como dito anteriormente, seu nariz ter sido quebrado. Contudo, choramingava.

Lich não se incomodou, nem sentiu-se ofendido ou pena do desconhecido, mas assim mesmo usou o facão para o apunhalar algumas vezes. E depois de certificar-se que estava morto, se virou e seguiu para o que estava inconsciente e cortou-lhe a garganta. E assim soltou o facão e levantou os braços, assim se espreguiçando enquanto mantinha sua atenção no grande número de pessoas que sobraram naquele evento. Ali seria uma divertida carnificina que duraria por um tempo indeterminado. Ele não demorou e prontamente foi ao encontro de mais pessoas. O servente de Jashin avançou para duas pessoas que brigavam aos socos e escolheu aquela que estava de costas para ele. Lich imediatamente concentrou chakra nas unhas e atacou o estranho pelas costas.

— Uh… — O estranho disse.

— Que… porra… é essa!? — O adversário perguntou assustado e caindo no chão.

Isso porque um braço… o braço direito de Lich… saída do peito do estranho e na mão encontrava-se o coração. O braço direito do servente de Jashin estava completamente vermelho, manchado pelo sangue do recém morto inimigo ao atravessá-lo com as mãos "nuas". Ele puxou de volta o braço e jogou fora o coração e aproximou-se calmamente daquele que estava caído e com algumas marcas de socos por seu rosto, ajoelhou-se ao lado dele e pôs os braços nos joelhos enquanto o olhava.

— Isso foi um sacrifício para Jashin. Um dos muitos que acontecerá por aqui, então agradeceria se cooperasse. — Lich disse.

— Cooperar como? — O desconhecido perguntou.

— Ora essa… não é óbvio? — Lich perguntou e pôs a mão direita em cima da cabeça do estranho e sorriu enquanto lhe afagava o cabelo. — Coopere sendo sacrificado. Bem simples, não? — 

O desconhecido não teve muito tempo para assimilar. Isso porque a mão esquerda de Lich se moveu bem rápido e acertou a garganta do mesmo. E assim sangue jorrou para todos os lados, inclusive no servente de Jashin que não deu a mínima e removeu sua mão de cima da cabeça do recém falecido que tombou para o lado esquerdo no momento seguinte. Lich aproveitou para se levantar, mas acabou não indo muito longe. Isso porque três pessoas acabaram o atacando pelas costas e perfurando-o com duas katanas e o mesmo facão que ele tinha até a pouco tempo atrás. E olhou para as lâminas que passavam por ele, depois olhou para os responsáveis e suspirou. Os três se afastaram e esperaram pela sua eventual queda.

— Eu sou imortal… bom, até certo ponto, então obrigado por terem me dado suas armas e servirem de sacrifícios para o meu deus. — Lich disse.

Ele puxou de suas costas uma katana. E a usou para fazer um corte em diagonal no inimigo mais próximo e depois mais outro, assim formando uma espécie de "X" no abdômen e cravando a lâmina no exato ponto em que os dois cortes se encontravam. Ele repetiu aquilo com o segundo e terceiro indivíduo, mas com armas diferentes. Ele agitou os ombros e depois cruzou os braços e manteve sua atenção na quantidade de gente que ainda participava do confronto, por isso que entrelaçou as mãos e estendeu os braços à frente do corpo, assim estalando os dedos e lambendo os lábios inferiores.

— Kaimon. — Lich disse. E não parou apenas naquela abertura do primeiro portão que permitia usar 100% de suas capacidades físicas. — Keimon. — Lich disse. 

Naquele momento uma aura esverdeada circulou em seu corpo. Ele acabara de desbloquear dois portões e melhorar em muito suas habilidades físicas, desta maneira não necessitando da trivialidades que era usar o chakra para cobrir e afiar suas unhas. Ele fechou sua mão direita em punho e prestou atenção num bom número de participantes que pararam o que estavam fazendo para prestarem atenção nele. Lich lambeu novamente os lábios inferiores e disparou numa altíssima velocidade para perto daquelas vinte pessoas. E parou em certa distância e moveu o braço direito a frente do corpo, mas sem acertar qualquer pessoa. Ele fez aquilo por causa da onda de choque que serviu para jogar um bom número de indivíduos contra o domo de vidro, outras até mesmo voaram consideravelmente alto e algumas se mantiveram no chão. Ele sorriu e agarrou a cabeça de uma pessoa que não teve como reagir ao seu avanço, nem mesmo quando ele enterrou sua cabeça no chão e começou a arrastá-lo, assim criando um caminho de seis metros pela arena ao mesmo tempo que machucava terrivelmente a face do participante. Lich olhou para trás algumas vezes, desta maneira reparando nos corpos que antes estavam no ar por causa da onda de choque — e agora estavam no chão com poças de sangue abaixo delas.

[ ۝ ]

Aquele dia no Coliseu foi perturbador, mas acabou tendo um vencedor que eliminou uma quantidade bem alta de participantes. A plateia ficou em silêncio por alguns segundos ao reparar que não sobrará mais ninguém vivo na arena, exceto Lich que estava sentado em cima de uma pilha de corpos e com suor lhe escorrendo pelo rosto, mas ele não parecia tão cansado quanto deveria. O evento durou uma hora e meia… um recorde se não fôssemos contar os dias em que um certo rosado esteve participando. Tsuyu estava em silêncio desde o começo, então voltou sua atenção para o especialista em Kenjutsu que mordia os lábios em aparente animação, provavelmente se imaginando enfrentando-o. 

— Quantos portões ele abriu mesmo? — Tsuyu perguntou. Ele ainda se lembrava de Kanako Urai e de alguns portões que a mulher costumava demonstrar. 

— Ele abriu até o sexto. Isso é mais do que Kanako era capaz. — Musashi respondeu. E parecia que tinha lido a mente do Hyuga para acabar citando a ex-companheira.

— Será que não tem mais ninguém para enfrentá-lo? Não, não ouse, Musashi. — Tsuyu disse e olhou para o rapaz do País do Ferro quando um pouco de animação tomou sua feição. Ele deu continuidade assim que coçou seu cabelo. — Ele eliminou todo mundo. Eu não esperava que isso fosse acontecer. —

— Muita coisa acontece sem esperarmos. — Musashi disse e agitou seus ombros, mas deu continuidade assim que cruzou os braços. — Eu acho que ele será uma boa adição para a Mangetsu. O pessoal do esquadrão da Kanako já estava ansioso por um comandante. —

— Você me disse… — Tsuyu murmurou.

— ...e está aí o seu comandante. Em cima de uma pilha de corpos. — Musashi disse.

— Eu sei. Eu estou vendo. — Tsuyu disse áspero.

— Vai aceitá-lo? Olha que nem Kanako seria capaz de derrubar tanta gente em condições normais. Esse cara quebrou o recorde dela. — Musashi disse.

— Eu sei! — Tsuyu disse. Ele estava se irritando por conta dos comentários do especialista em Kenjutsu. — Mas… o problema é… —

— Hosen era covarde demais, por isso evitava a todo custo o público. Kanako tinha mais músculos do que qualquer homem que eu já tenha visto. Fushin… sem contar o interesse por mulheres… é de uma energia medonha… e eu… venho do País do Ferro. Vai mesmo ligar para detalhes? — Musashi disse.

— Fushin gosta de mulheres? — Tsuyu perguntou.

— Ela e Doro podem estar se pegando nesse exato momento. — Musashi disse e sorriu de maneira maliciosa para o líder.

— Ah… — Tsuyu disse e levou sua mão para o queixo e pensou um pouco naquilo… em sua noiva e a líder do esquadrão de Genjutsu se pegando em algum lugar da Mangetsu, quem sabe até mesmo na rua em algum beco, mas balançou a cabeça e suspirou. — ...foco! —

— Então, vai aceitá-lo? Coloque-o na coleira como fez comigo durante muito tempo, mas não perca essa chance. — Musashi disse.

— Você está querendo mesmo brigar com ele, né? — Tsuyu perguntou e levantou uma das sobrancelhas enquanto mantinha seus olhos amarelos no colega.

— Pra caralho. — Musashi disse e alargou um sorriso.

— Ah, cacete. Certo… — Tsuyu disse.

[ ۝ ]

O microfone novamente foi ligado. E os holofotes se voltaram todos para Lich que fechou seus olhos antes de pôr a mão direita acima deles. As pessoas que assistiam pareciam curiosas pelo duradouro silêncio que tomou-se mesmo após a ativação dos microfones. E então…

— Senhoras e Senhores… — Era a voz de Tsuyu. E estranhamente estava séria, provavelmente pesando as incontáveis vidas perdidas naquele evento. — ...gostaria de anunciar que o indivíduo conhecido Lich ganhou a posição de Especialista em Taijutsu, liderando a partir de agora o antigo esquadrão que pertencia a Kanako Urai. Então, peço por gentileza que levantem-se e aplaudam o desempenho de nosso companheiro. —

Lich não esboçou reação quando muitas pessoas saíram de seus assentos e começaram a aplaudi-lo, contudo… ele levantou o braço direito com o punho fechado e tendo nele o colar que antes estava em seu pescoço… o mesmo colar com o triângulo invertido em torno de um círculo… como se a salva de palmas fosse para o deus caótico que acreditava fielmente. 

 


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