7 Minutos escrita por Siaht


Capítulo 6
04h25min – 04h26min




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04h25min – 04h26min

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Os lábios de Sirius Black encontraram os de Remus Lupin com suavidade. Uma delicadeza que não parecia nada característica do rapaz. Sirius sempre fora áspero. Arestas pontiagudas, laminas cortantes, garras furiosas. Ele fora feito para a ruína e para arruinar. Mas não naquela noite. Não naquele instante ínfimo e precioso. Não quando finalmente tinha Remus em seus braços. Parecia um sonho. Só que muito melhor. Porque em um sonho, ele não poderia sentir a textura da pele de Moony, o calor que emanava do corpo dele, o cheiro de sabonete e roupa limpa. Em um sonho, ele não seria capaz de ser eletrizado pela barba por fazer do garoto, pelo toque de suas mãos calejadas, pelo gosto de chocolate em sua boca. Aquilo era melhor do que todos os sonhos que Sirius já tivera. Aquilo era real.  

Lupin sentia o coração batendo desesperado em seu peito. Sentia o coração de Sirius batendo alucinadamente contra o dele. Sentia o sangue fervendo em suas veias. Foi ele o responsável por intensificar o beijo. Por devorar os lábios de Sirius com uma urgência rude que não lhe era característica. Remus sempre fora suave. Círculos bem fechados, nuvens de fumaça, algodão cândido. Moderado, autocentrado, controlado. O rapaz sabia que havia um monstro dentro dele e não se deixava esquecer desse fato, gastando todo seu tempo na tentativa de ser tão oposto àquela fera quanto possível. Tentando seu máximo para ser sempre delicado e gentil. Mas não naquela noite. Não naquele instante ínfimo e precioso. Não quando finalmente tinha Sirius em seus braços. Ele nunca havia se permitido imaginar aquela cena, ciente de que permitir que sua mente vagasse em fantasias era perigoso. Ciente de que precisava existir com cautela. Até aquele momento. Até que saltara de um precipício, caindo em areia movediça. Sequer se importava. Nada importava além do perfume caro e almiscarado de Sirius, do gosto ardente de Whisky de Fogo na boca dele, dos toques precisos e incendiários do Black.

Remus estava faminto e sua fome alimentou a de Sirius. De repente, aquele beijo, que começara de forma tão singela, se convertera em erupção vulcânica. Os dois rapazes se dissolvendo em lava e se transformando em uma coisa só. Uma amálgama forjada por constelações e lua cheia. Impulsividade e licantropia. Sirius e Remus. Remus e Sirius. Aquele beijo era a síntese de anos de anseio reprimido. O clímax de uma história que, embora seus protagonistas não soubessem, estava sendo escrita há anos. E que, da mesma forma, reverberaria por anos.


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Notas finais do capítulo

Isso aqui foi provavelmente uma das coisas mais difíceis que já escrevi em minha vida fanfiqueira, porque costumo ser bem sucinta na hora de escrever beijos. Todas essas erupções me fizeram sentir a própria Sarah J. Maas. Mas, bom, foi um beijo intenso kkkkkkk



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