Coffee&books escrita por GD Autoras


Capítulo 7
Surpresinha de uva


Notas iniciais do capítulo

Só vamos dizer uma coisa: FINALMENTE ALGUM DESSES DOIS PERCEBEU!! E agora? Sea sumido, Dean tristinho. Tantaaas possibilidade, aiai.

Não temos muito o que falar hoje, então tenham uma boa leitura e aproveitem cada momento que só temos mais 2 capítulos depois desse.



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Sea estava encarando o computador, lendo e relendo o último e-mail de Roni (ou, agora sabia, Dean, o médico bonitão). Tinha passado dias só fugindo dele e sentindo o coração parar toda vez que o homem aparecia na porta do café, sua mente entrando em alerta máximo.

Tinha contado tudo para ele. Todos os sentimentos e como era completamente apaixonado por ele. Sem saber que ele era ele. Céus, sua mente estava dando nós dentro da sua cabeça e não conseguia parar de pensar nisso. Nem conversar com alguém sobre.

Seus amigos tinham as próprias vidas e os próprios problemas com que lidar. E se fosse sincero consigo mesmo não queria falar com eles sobre isso. Não queria ouvir as verdades que vinha tentando ignorar.

E ainda tinha sua mãe que havia ficado doente de novo e, mesmo que não tenha sido nada grave e ela já estivesse melhorando, todas as atenções estavam voltadas para ela. E somando a doença da mãe, ter que tomar conta do café, agora da casa e ainda ter a faculdade, sua cabeça estava a ponto de explodir. E a única coisa que desejava era conversar com ele, ainda mais depois daquele último e-mail onde o homem estava completamente bêbado, queria poder ajudá-lo, abraçar e dizer que era culpa sua e não dele.

Tinha até escrito alguns muitos e-mails durante a semana, pelo menos um por dia. Sua pasta de rascunhos estava cheia e não tinha tido coragem de apertar o botão de enviar. Não, Seamus Finnigan era um completo covarde que, apesar de tudo o que Roni tinha dito nos e-mails, não conseguia acreditar no que estava acontecendo.


De:
fanatic4words@gmail.com
Para: lordefleetwood123@gmail.com
Assunto: mais um rascunho

Oi, Dean. Agora eu sei seu nome. E preciso dizer que é perfeito, combina com você.

Eu passei tanto tempo só te admirando de longe que é até estranho pensar que te conheço. Que conversei com você e confessei meus sentimentos (mesmo sem saber que era você do outro lado).

Você nunca vai chegar a ler esse e-mail. Te disse milhões de vezes como sou covarde, Dean, eu te disse!! Me desculpe por ser assim, eu queria de verdade te beijar assim que te olhasse ou só falar que era eu o tempo todo. Você nem imagina!! Mas eu não consigo, não sei o motivo ou o que tem de errado comigo, mas fico travado no lugar e meu primeiro instinto é correr para longe.

*acrescente um longo e grande suspiro aqui*

Minha mãe está melhorando, ela não precisa mais de ajuda pra comer e não passa o dia todo dormindo, mas ainda tá fraca e meu pai não sai de perto dela, então tenho que cuidar da casa, da cafeteria e da minha irmã. Não é mais tão difícil como quando a gente descobriu tudo, mas enfim, me desculpe.

Eu tirei nota ruim numa prova, não consegui estudar e faltei a aula de revisão pra levar minha irmã no dentista, mas tudo bem, recupero na próxima prova. Harry disse que me ajuda a estudar e me empresta as anotações dele.

Vai ficar tudo bem, não é, Dean? Queria conseguir conversar com você, também estou com saudades.

Com todo meu amor,

Sea.

Soltou outro suspiro quando desligou o computador e se jogou na cama depois de apagar as luzes, deixando o quarto iluminado apenas pelo abajur. Mexeu um pouco no celular, desabafando com ninguém em particular no twitter e acabou dormindo rapidamente, grato por estar tão cansado que provavelmente não sonharia com nada.

—@-


De
: lordefleetwood123@gmail.com
Para: fanatic4words@gmail.com
Assunto: okay, acho que entendi 

Fiquei muito tempo pensando se deveria escrever mais alguma coisa, tentando me convencer a esquecer o que rolou, mas achei que te devia um pedido de desculpas. Me perdoe pelo email alterado, estava me sentindo bastante solitário naquele dia e algumas taças de vinho a mais me deixam um pouco manhoso e dramático, me desculpe. 

Devido ao seu silêncio e etc acredito que algo deve ter acontecido. Não vou mais te incomodar, okay? Quando (e se) quiser falar comigo, você sabe onde me encontrar, só mandar um email que estarei aqui para te ajudar no que precisar. 

até, 

Macaroni 

Depois de apertar enviar, Dean se jogou na cama. Hoje ele teria outro plantão noturno, depois de quase uma semana livre. Logo, o certo a fazer era tentar descansar para pegar no batente às 19h, mas nem se quisesse, conseguiria dormir agora, tinha muita coisa na cabeça. A começar com o fato de que sentia falta da sua cafeteria regular. Depois da vergonha que passara com o atendente, tinha optado por tomar apenas o café do hospital, que no caso era horrível, mas o médico não tinha coragem de rever Sea depois de ver o homem claramente fugindo dele por dias seguidos.

Além disso, o amigo online ainda o ignorava, ou seja, não havia nada que o distraísse do trabalho. Se não bastasse tudo isso, sua mãe não só havia ligado, exigindo a presença de Dean no aniversário do tio em duas semanas, como também dado um chilique quando o filho disse que não poderia porque tinha plantão diurno no final de semana em questão. Resumindo, a semana anterior fora péssima, e esta parecia ir pelo mesmo caminho. 

Ele se revirou na cama por algumas horas, só conseguindo dormir quando o cansaço da semana o dominou. Ao acordar, constatou que dormira apenas duas horas, não as quatro que estava acostumado. Suspirando, pegou o celular na esperança de ter alguma coisa para se distrair, mas, como sempre, não havia nada lá. Há alguns dias estava pensando em stalkear o amigo para saber se algo tinha acontecido, mas achava que era uma invasão de privacidade, pelo menos era isso que falava para si mesmo, mas esse argumento não fazia nenhum sentido, se a pessoa publica algo numa rede social não é realmente privado, não é mesmo? 

Sendo honesto, tinha medo de abrir o perfil do amigo e encontrá-lo reclamando ou falando alguma coisa sobre como Dean era irritante. Mas como o dia já estava sendo uma merda, se arriscou a olhar. Voltou até o dia anterior ao último e-mail que Fan havia respondido. Nada fora do normal ali, apenas alguns surtos sobre o cara que ele gostava e tudo mais, mas foi ai que as coisas ficaram interessantes. Pouco tempo depois o amigo estava surtando por ter falado com o cara que gostava, e Dean voltou a se sentir mal porque o amigo não lhe falara nada. Mas ai, Fan começou a falar dos e-mails e surtar por causa do Tiramisu, e muito devagar, a ficha de Dean foi caindo. Ele era o cara que Fan gostava, os últimos tweets provavam isso, até o seu nome era citado. Dean era o crush de Fan, o Tiramisu poderia ser uma coincidência, mas quando o amigo falou o nome do café, bem, até uma pessoa lerda como Dean Matthias Thomas conseguiria perceber o que tinha acontecido. 

Se Dean era o crush de Fan, isso quer dizer que Fan havia feito o Tiramisu, e se Dean era o médico bonitão, isso implicava que Fan era Sea, e se Fan era Sea, Dean tinha passado o último mês descrevendo o que sentia para o homem que gostava sem saber e agora o amigo/crush o estava ignorando provavelmente porque tinha sacado isso com muito mais facilidade. A resposta do médico para isso foi ficar encarando o celular, sentindo o rosto queimar ao lembrar tudo que tinha falado. 

Como ele deveria conseguir encarar Sea depois de ter praticamente declarado seu amor incondicional para o cara? Além disso, Dean não apenas passou vergonha na frente dele, mas também tinha contado sobre a situação num e-mail extremamente surtado logo em seguida.. Para sofrer mais um pouco, começou a reler seus e-mails e quis cavar um buraco no chão para se esconder porque, bem, num certo ponto até a cor do olho do homem ele cadelava. A situação não tinha como ficar pior, sentia o rosto ficar mais quente a cada e-mail. 

Se tinha uma coisa que ele agora entendia muito bem é o porquê de Sea estar fugindo dele a semana toda, Dean tinha absoluta certeza de que faria o mesmo. Ele esfregou o rosto e se levantou, desistindo de dormir e indo tomar um banho para fazer alguma coisa que não fosse encarar o celular e conter a vontade de se enrolar como uma bolinha e nunca mais sair de casa. 

Foi no meio do banho que a segunda ficha do dia caiu, repassando os e-mails na cabeça, ele percebeu mais uma vez o óbvio: Sea também gostava dele. Era o que os e-mails diziam, ele não só gostava de Dean como também o cadelava para pessoas diferentes pelo que tinha contado. Foi ai que o médico se deu conta de que sua vida tinha virado uma fanfic - muito boa por sinal - e saiu correndo do banho para trocar de roupa, sem se importar que mal havia se enxugado ou que estava vestindo as roupas às avessas. Teve memória o suficiente para pegar a carteira e trancar as portas. Entrou no primeiro metro que passou, agradecendo aos céus que era o que o deixava mais perto da cafeteria. Ao chegar na estação, voltou a correr, empurrando a porta da cafeteria sem se importar com o sinal de “estamos fechados”. 

— Sea? - chamou alto, indo na direção da cozinha. Era domingo, e nos domingos eles fechavam às 14h, pelo menos era o que a placa com horários falava na porta - Sea, você está aqui? Nós precisamos conversar.. por favor, esteja aqui… não quero passar vergonha na frente da sua família também. - acrescentou em voz baixa.


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Notas finais do capítulo

Não esqueçam de comentar e deixar duas autoras felizes numa tacada só ahaha ♥



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