Youth escrita por red hood


Capítulo 2
II: corrupted lungs 17/18


Notas iniciais do capítulo

Ahhhhhhhh muito obrigada pelos comentários no capítulo anterior. Um agradecimento especial para a Shippersdunne, prongs e G B Murphy por favoritarem a história!

Bem esse capítulo conta o último ano da Dominique no ensino médio e o primeiro na faculdade, e é o fim dos capítulos inspirados em Youth da banda Daughter. Gostei muito muito de escreve-lo,

Espero que gostem e sofram com a nossa menina perdida ♥ juro que as coisas vão melhorando, mas antes nossa protótico de Lady Bird tinha que dar uma sofridinha. Como pontuou minha amiga Fanfictions, isso aqui é um angst soft.

OBRIGADA VIOLET POR LER MINHA BAGUNÇA ♥



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Setting fire to our insides for fun

 

Aos 17 anos, tudo que Dominique queria era que aquele ano acabasse.

Havia passado os últimos meses se matando para ser aprovada em pelo menos alguma faculdade e de preferência que não fosse em Londres. Aplicou para algumas na França e até na Irlanda, mas seu grande sonho mesmo era a Escócia. Longe o suficiente da casa dos pais, mas também perto o suficiente para voltar caso a saudade apertasse. 

Afinal, apesar das brigas e desavenças ela os amava e sentiria falta deles. Gostava dos dias que sua mãe lhe chamava para assistir filmes franceses que não faziam o menor sentido, ou quando seu pai a chamava para cozinhar ou provar o novo bolo que ele havia tentado fazer com alguma das receitas da vovó Molly.

Dominique também aprendeu que quanto menos tempo passasse dentro do seu quarto, menos brechas para broncas ela dava. Além disso, havia percebido que Louis estava começando a seguir seus passos — não de um modo positivo —, e o bebê de Fleur Delacour, estava se tornando um adolescente para o desespero de todos.

Portanto, no momento, Dominique se sentia na obrigação de trazer alguma felicidade para aquela casa e só poderia conseguir isso entrando em alguma faculdade até o fim do ano letivo. Já que desde que Victoire terminara com Teddy, a dinâmica de todos parecia ter mudado. Nem Dominique sabia direito o que havia acontecido entre eles. Ao contrário dela, que mostrava todos os sentimentos a flor da pele, Victoire era muito fechada em relação ao que sentia e desde que a irmã havia ido para a faculdade, Dominique a sentia cada vez mais distante.

Foram meses agoniantes antes que as cartas de aprovação começassem a chegar.

Em dias ruins, Dominique se escondia no banheiro da escola e chorava até que seu rosto estivesse coberto de rímel e uma de suas amigas a encontrasse. Pois, mesmo com todo esforço, ainda tinham matérias que ela era incapaz de fazer o mínimo durante as provas. Pelo menos era o que ela acreditava.

O sentimento de insuficiência, costumava assombrar Dominique.

Em dias bons, ela olhava para seus amigos e pensava na merda em que todos eles se encontravam: escolher o que fazer da vida aos 17 anos. Dominique nunca tinha pisado em uma faculdade, não sabia nem direito se o curso que ela sonhava seria bom. Era confortante saber que não era a única que estava se sentindo perdida.

O dia finalmente chegou. E indo contra a crença de todos em sua casa, que na maior parte do tempo demonstravam não acreditar que ela seria capaz, Dominique passou para a faculdade de Hogwarts muito bem classificada. Todos ficaram animados com o feito da garota, porém ela estava prestes a fazer um curso de Moda, não era como se fosse concorrido como uma bolsa para Direito ou para Engenharia, pelo menos foi isso que teve que ouvir de Tio Percy.

Dominique havia passado tanto tempo se sentindo péssima com suas escolhas que naquele dia fez tudo que pode para não se importar com a habitual voz no fundo de sua mente que dizia que ela deveria ter escolhido algo mais tradicional, mais seguro, como seus pais haviam a instruído.

Queria por um dia apenas poder se sentir feliz por sua conquista. Por isso, olhou pela última vez sua carta de aprovação e ligou para seus amigos e primos, porque eles precisavam comemorar naquela noite.

Rose, Roxanne e Albus, seus primos que dividiam a mesma idade que ela, também tinham boas notícias e aprovações dignas de celebração. Alice Longbottom não havia sido aprovada em Hogwarts, mas tinha decidido passar um tempo com a parte da família que morava na Irlanda, antes de decidir para onde iria. Dominique ficou sabendo que Scorpius Malfoy também estudaria na mesma faculdade que eles, para o desespero de Rose, afinal, a prima não suportava o garoto.

Se encontraram em um bar bem no centro da cidade. O local estava lotado, porque, aparentemente, eles não eram os únicos jovens que haviam decidido fazer decido comemorar as aprovações nas faculdades e o fim do ano letivo. Isso tornava aquilo mais excitante para Dominique.

Fazia tanto tempo que não tinha um dia despreocupado, sem a tensão de ter que estudar ou aproveitar o tempo livre para nutrir mais conhecimento. Havia até se esquecido de como amava festas. Amava estar com várias pessoas, rir com os amigos, fazer tanto alvoroço e acabar chamando atenção das mesas vizinhas.

Primeira coisa que pediram foram diversas porções de batatas e qualquer outra coisa que pudessem comer em conjunto. Dominique estava particularmente faminta naquela noite, pois desde que tivera a notícia de que havia passado, suas necessidades básicas tinham sido completamente negligenciadas.

Tudo corria bem, até Fred e James chegarem no local.

Ambos eram seus primos mais velhos, que já estavam na faculdade há 2 anos. Fred, irmão mais velho de Roxy, fazia administração, porque dizia que tudo que queria na vida era cuidar da franquia de lojas de seus pais. Já James, o primeiro neto da vovó Molly e irmão de Albus, Dominique não fazia ideia do que ele cursava, uma vez que o garoto só falava sobre futebol e que era capitão de seu time.

Apesar de em dias normais eles serem superprotetores com os irmãos, naquele dia foram os primeiros a proporem que eles comemorassem bebendo e, fazendo questão de ajudarem cada um dos futuros calouros de Hogwarts a escolherem brindes adequados para a ocasião.

Rose ficou com um Pumpkin Pie, que segundo eles, combinava com a personalidade flamejante da ruiva. Já Albus vou designado de provar um Dry Martini, já que se iriam para Escócia, deveriam honrar o primeiro James Bond, que era escocês. Já as demais meninas da mesa, Dominique, Alice e Roxanne, receberam Cosmopolitans, para beberem tal qual Carrie e suas companheiras de Sex On The City.

O grupo de amigos se entre olhou, enquanto os drinks chegavam. A verdade era que nenhum ali era muito chegado em beber, e apenas Rose já era maior de idade. Mesmo excitante do que aconteceria caso chegassem em casa bêbados, confiaram na dupla caótica e deram um gole em conjunto nas bebidas.

Dominique nunca havia ficado bêbada e o Cosmopolitan em sua mão era doce demais, leve demais, que quando se deu conta já havia o bebido por inteiro e pedido um novo.

A medida em que a noite ia ficando mais turva e o mundo parecia girar mais devagar, outros colegas de classe deles foram chegando no local. Bardo Jordan fazia a interlocução de uma bizarra queda de braço de Conall McLaggen e Gregory Nott. Cameron Creevy já tibha tirado fotos com possivelmente todas as pessoas presentes. Luke e Anthony Zabini empurravam Albus para o fundo do bar para jogar sinuca, mesmo o garoto falando que não tinha coordenação motora nenhuma. Até Scorpius, que Dominique costumava ver tão poucas vezes, parecia se divertir, enquanto competia com Rose quem aguentava mais shots de tequila, afinal, ela podia odiá-lo, mas jamais recusaria um desafio.

E, por fim, a pista de dança tornou-se palco de Dominqiue, Roxanne e Alice. Sóbria Dominique jamais teria feito aquilo daquela forma, porém o álcool parecia ter lhe dado toda coragem para dançar até o chão e não se importar com a falta de coordenação. Roxy e Alice pareciam se divertir tanto quanto ela.

As músicas começavam, terminavam e Dominique queria que aquela noite jamais tivesse fim. Tudo se tornou irrelevante: as dores, as aflições, a ansiedade. Nessa hora nem lembrou dos dias que chorou por medo de nunca chegar em lugar algum. Esqueceu de temer jamais ser amada, enquanto olhava alguns casais se formarem pelos cantos do local. Não se importou nem de ver Charlie Wood conversando animadamente com Ronan Thomas-Finnigan, em uma mesa bem perto da dela.

Ela estava feliz e nada podia mudar isso.

Em algum momento da noite, juntaram-se a elas Lysander Scamander e Peony Brown-Patil. Alice as abraçou euforicamente, cumprimentando as duas garotas com rápidos selinhos, para o choque de Dominique.

— Vocês estão juntas? — ela perguntou, já que não havia mais pudor algum em seu corpo e a ideia de um trisal secreto entre elas parecia muito viável.

Nunca tinha visto aquele tipo de gesto entra as amigas, mas também não sabia que Roxy conseguir virar tantos shots de vodka. Talvez ela houvesse perdido muito nos últimos meses.

— Não! — Peony respondeu entre risadas. — Alice só tem essa mania com a gente.

— Você nunca me cumprimentou assim — Dominique disse virando-se para a outra amiga, em um tom indignado.

— Não seja por isso —  ela respondeu.

Então, antes que ela pudesse fazer algo para impedir, Alice a beijou. O ato terminou tão rápido quanto começou, deixando a Weasley rindo enquanto tentava processar o que havia acontecido.

Seu segundo beijo havia sido dado por Alice Longbottom.

Alice Longbottom que era sua amiga.

Uma menina.

Oh.

Só um encostar de lábios não anulava o fato de que Dominique Weasley havia acabado de beijar uma garota. E naquela mesma noite, enquanto levemente encorajada devido à bebida, beijaria muitas outras.

 

Collecting names of the lovers that went wrong

 

Aos 18 anos, Dominique se sentia em um sonho. Já estava há alguns meses na faculdade sendo obrigada pela primeira vez na vida a se virar totalmente sozinha. Se divertia até durante as lavagens de roupa, quando colocou sabão em pó demais, ou quando transformou suas meias brancas em vermelhas.

Sua rotina consistia em ir para as aulas, ficar no ateliê de costura e estudar em algum lugar pelo campus. Amava não precisar usar uniformes e basear sua autoestima em combinações de roupas que faziam ela se sentir uma personagem de uma série da Netflix.

Durante a noite, ela caçava qualquer festa que estivesse acontecendo no campus e fora dele. Com 3 meses na faculdade já conhecia os integrantes do time de futebol e hockey melhor do que gostaria de admitir. Assim como as meninas do time de natação.

Estava determinada a aproveitar seus dias na pequena Hogsmeade, onde podia se dar ao luxo de não dar satisfação a ninguém.

Para quem havia entrado em pânico no ano anterior por encostar os lábios nos de outra garota, até que Dominique tinha tido uma recuperação bem rápida. Sem dúvidas não era a intenção dela continuar indo atrás de outras meninas, mas não podia fazer nada se elas iam atrás dela.

Era um grande experimento para Dominique. Muito mais do que explorar a própria sexualidade, era saber o que ela gostava e o que dava certo para ela com outra pessoa. Contudo, havia algo que parecia certo, normal, em querer garotas tanto quando ela desejava garotos. Para Dominique a única diferença era que meninas eram normalmente mais delicadas, muitas vezes menores que ela e também mais intensas. Algumas ficadas rendiam boas amigas, poemas e outras blocks em seu Instagram.

A verdade é que Dominique gostava de muita gente, porém, ao mesmo tempo não queria ninguém. De vez em quando aceitava ir a encontros apenas para conhecer uma nova cafeteria da cidade ou ter companhia para sair quando suas primas não queriam ir com ela.

E foi entre longas noites em quartos desconhecidos, chupões em seu pescoço e rastros dela em corpos alheios, que Dominique Weasley conheceu Armin Goldstein.

Aquela foi a primeira vez que a garota considerou algo a mais.

Armin não era muito mais alto que ela, tinha os cabelos mais dourados e cheios. Olhar para ele era observar uma escultura de ouro. E foi com uma fala mansa e histórias sobre viagem pelo mundo que eles acabaram se aproximando.

O garoto parecia estar sempre pronto para qualquer coisa. Seja para passar dois dias sem dormir, ou viajar até as Terras Altas.

Foram os três meses mais intensos de Dominique Weasley. Mas no fim, ela não o levava a sério e ele de volta não levava a relação dos dois, o que não era de fato bom ou ruim.

Nos dias melhores, eles iriam para festas, beberiam juntos até pararem em algum quarto, onde minutos depois terminariam colasando de prazer um sob o outro. Armin a fazia se sentir linda, desejada. E Dominique sabia que era um desafio para ele, como se o garoto estivesse determinado de passar os dias buscando formas de impressioná-la.

Nos dias piores, ela não suportaria ouvir a voz dele ou a falta de perspectiva do garoto. O menino de ouro não precisava pensar em futuro, a espontaneidade às vezes fazia com que Dominique ficasse parada na frente de restaurantes sozinha ou sendo acordada no meio da noite para sair com ele. Ela sabia que sua necessidade de controle e de fazer com que as coisas sempre dessem certo.

Portanto, os dois eram como pipas no ar, que se cruzavam, voavam longe e quando necessário, eram puxadas para o solo, onde podiam repousar. Leves, mas nunca seguros.

Dominique ousava dizer que havia vivido mais naqueles 6 meses em Hogwarts, do que nos últimos 18 anos de sua existência. Tudo era muito novo, intenso, divertido, porém, muitas vezes também solitário.

Entretanto, para alguém que afirmava gostar da própria companhia, a solidão às vezes era algo difícil de lidar. Mesmo com Armin, seus primos, e as novas amizades que ela havia feito, alguns dias ela passava sozinha vagando pela faculdade, estudando na biblioteca, lendo em cafés e observando as pessoas.

Talvez era por isso que Dominique gostava tanto das festas, estar só e ao mesmo tempo não. De criar memórias, arrependimentos que viravam histórias e motivos para rir e encontrar pessoas em uma tentativa de recriar o que havia acontecido na noite anterior.

O ano estava sendo incrível, contudo, quanto maior o pedestal, maior também a queda dele.

Era a última festa antes do verão começar e todos os alunos voltarem para suas respectivas casas e Dominique estava se estressando com Armin, enquanto se arrumava no dormitório de Roxy.

— Você falou que ia ‘tá aqui —  ela sentiu a voz falhar.

— Eu sei meu amor, mas surgiu um imprevisto. —  ele respondeu, sem nem ao menos inventar uma desculpa descente.

— Qual o nome do imprevisto, Armin?

O telefone ficou mudo.

— A gente pode conversar depois? — a voz dele era baixa e quase envergonhada.

— Você é um idiota, sabia? Um grande otário, porque você poderia ter me contado e eu não estaria fazendo papel de palhaça aqui! — ela gritou e desligou o telefone em seguida.

Dominique não queria um depois, ela queria um agora, sempre quis. Não aguentava mais aquele jogo infantil dele de não se comprometer com nada, nem com a ida a uma simples festa. Imaturidade vestida de espontaneidade. Aquilo ali estava sendo pior do que no dia em que ele havia furado com ela para plantar uma árvore com os alunos de Engenharia Ambiental.

Contudo, no fundo, ela sabia que era questão de tempo até enjoar daquilo tudo, só não queria que fosse assim. Não queria ter raiva dele, não queria que ele fosse um idiota, afinal, até onde sabia eles eram amigos — que se pegavam, mas ainda assim amigos.

— Finalmente! —  Roxy exclamou indo abraçar a prima. — Já estava na hora não?

A loira riu enquanto largou o celular na cama e ia até sua prima terminar a maquiagem que estava fazendo nela.

Naquela noite, Dominique bebeu para esquecer qualquer coisa que tivesse imaginado sentir por ele. Bebeu para amenizar a sensação de insuficiência que tomara conta do seu peito, afinal, o que ela precisava fazer para fazê-lo querer ficar? Como era ser a prioridade de alguém?

Por mais que ela negasse, no fundo era o que queria. Dominique Weasley sempre acreditou que quem estava apaixonado tinha muita sorte, então nem sabia ao certo por que a decepção dos dois não terem dado certo era tão grande.

O triste fato de estar em um relacionamento sem muitos rótulos é que se não houver uma comunicação adequada, ele termina sem nem mesmo ter tido um início digno, quebrando expectativas e depois corações. Mas a leveza de não existir compromisso era tentadora, era eletrizante, porém cansava Dominique. Uma vela pequena consumida por chamas violentas.

Isso era algo que Dominique jamais entenderia em relacionamentos amorosos. Como que em um dia a pessoa é a sua pessoa e no outro ela deixa de estar por completo em sua vida? Um dia vocês deitam juntos e assistem o nascer do sol no olhar um do outro, mas depois o magnetismo que antes os ligava, agora os repelia na mesma intensidade?

Chegando na festa perdeu as contas de quantas cervejas virou, mesmo odiando o gosto amargo descendo em sua garganta. Estava mais enjoada de si mesma do que da bebida, mas fez de tudo para não tocar no nome do garoto durante a noite toda.

Dançou com Rose até ela perder a amiga para Scorpius. Depois, sentou-se com Lysander na varanda e conversou sobre as estrelas e como tudo estava passando tão rápido, por pouco não tragando o cigarro que a outra menina fumava. Beijou Anthony Zabini mesmo sabendo que ele gostava de outra. E, por fim, foi explorar a casa, como se já tivesse feito todo o seu checklist da fossa.

Tamborilava os dedos pelas paredes da casa desconhecida, até que um dos quartos lhe chamou atenção. Estava apenas com uma pequena fresta da porta aberta e uma menina de cabelos castanhos e piercing no nariz.

Jia Chang.

Naquele momento o nome dela derretia como açúcar em sua boca. Sempre havia a achado linda, desde a primeira vez que a vira durante uma de suas aulas de História da Arte.

Era uma das amigas mais próximas de Rose, e também colega de curso de sua prima. Apesar de dividirem o mesmo grupo de amigos, jamais saíram juntas. Além de terem sido oficialmente apresentadas apenas no aniversário de Rose, onde Dominique não podia evitar querer gravitar na órbita da garota, porém, não sabia como se aproximar dela. Algo intimidava Dominique, como se precisasse ser uma pessoa melhor antes de conhecê-la.

E agora ali estava ela, entrando no espaço pessoal da garota do pior jeito possível: bêbada e com o ego ferido. Além disso, sempre pensou que quartos poderiam ser lugares muito íntimos, ainda mais para se entrar sem convite.

— Você mora aqui? —  Dominique perguntou curiosa, assustando a garota que estava sentada na janela observando o céu.

— Sim — Jia respondeu, como se também não acreditasse nisso. —  Minha mãe participou dessa irmandade quando ela tinha a minha idade, então achou que essa seria a melhor opção pra mim também, resultado: insônia forçada.

— Pelo menos você tem um quarto só seu —  Dominique comentou, enquanto examinava o quarto de Jia.

— Dominique Weasley, certo? — ela perguntou com um sorriso.

Ela não tem certeza de quem eu sou, Dominique pensou e logo mordeu os lábios, levemente frustrada. Hoje o universo estava querendo acabar com ela.

— A própria — respondeu se aproximando da janela.

— Ter um quarto só para mim infelizmente não é sinônimo de conforto — ela apontou para a cama. — Os colchões daqui são péssimos, pode testar se quiser.

A lua refletia o rosto de Jia, e Dominique só conseguia pensar o quanto ela era linda.

— Só se for para dividir a cama com você — disse entre risadas, antes de se dar conta do que havia proposto.

— Quem sabe um dia —  Jia respondeu dando de ombros, rindo de volta para a loira.

Jia era uma das melhores amigas de Rose, ela não podia fazer isso com com a prima. Igual Armin não poderia ter dado um pé na bunda dela igual ele deu. Um misto de raiva e vergonha subiram pelo seu peito e Dominique sentiu a necessidade de sair dali o mais rápido possível. Precisava ficar sozinha.

Então, para corrigir seu comportamento inadequado, ela se despediu de Jia rapidamente e foi embora da festa.

Dominique chegou em seu dormitório, com os joelhos ralados, um coração dolorido e pulmões que pareciam estar pegando fogo.

Afinal, o que ela estava fazendo com a vida dela?

O que ela queria da vida dela?

We are the reckless, we are the wild youth


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Notas finais do capítulo

GOD IT'S BRUTAL OUT HERE!

Pobi Dominique, uma terapia caia-lhe bem. Mas as coisas vão melhorar eu juro, acho que pra mim um dos momentos mais difíceis foi essa transição dos 17 para os 18, pois eu deixei de ser totalmente dependente dos meus pais, pra ter que me virar e entender a medida entre os extremos. Há algo eufórico em ter tanta novidade nas nossas vidas e pode ser difícil medir os próprios limites. Até que ponto me sinto confortável fazendo o que eu estava fazendo, até que ponto eu tava ultrapassando meu limite de uma maneira não tão saudável. Espero que tenha conseguido passar um pouco disso durante esse capítulo!

O próximo teremos a Dominique de 20/21, mais amarga que doce, mais madura e tendo consciência de algumas coisas. E que venha ai Youth do Glass Animals ♥

Menções honrosas para o menino que desmarcou comigo uma hora antes da gente sair, porque ele tava PLANTANDO ÁRVORE no parque da cidade, 4 anos e ainda fico bitter lembrando KKKKKKKKKKKKKKKK. Pelo menos ele pagou por tudo no segundo encontro nosso.

Me digam o que acharam nos comentários!



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