Ventos do destino escrita por Olívia Ryvers


Capítulo 6
Capítulo 6




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Isabelle tentou por um momento evitar, mas era inútil ir contra o desejo latente de seu corpo, então, logo se viu correspondendo ao beijo de David com o mesmo vigor. Suas pequenas mãos afundaram-se em seu cabelo dourado, adorando tal resposta, ele desceu seus beijos através do seu pescoço delicado alcançando seu colo bronzeado. Seu peito movia-se ofegante pela excitação. Grief sessou por um segundo os beijos e encostou o rosto de olhos fechados na pele macia e quente deliciando-se com a sensação de tocá-la depois de tanto tempo.

—David, o que está fazendo?_as palavras saíram como um gemido abafado em sua garganta.

—Não farei nada que você não queira…_respondeu_diga-me que não quer e eu não continuarei._era verdade, por mais que seu corpo o exigisse tomar posse de Isabelle ele não o faria sem que ela tivesse certeza do que queria._O que você deseja, Isabelle?_Negou-se olhá-la por medo de que ela ordenasse que se afastasse. Seria doloroso física e emocionalmente se deixá-la neste momento.

—Eu desejo você, David._respondeu por fim. Não se negaria novamente o prazer de estar em seus braços. Logo estaria longe e ao menos carregaria consigo as recordações de fazer amor estando de fato apaixonada. Isabelle não era inocente, em sua vida livre havia experimentado muitos prazeres, algumas vezes acreditou sinceramente amar o companheiro que com compartilhava o leito durante o sexo, entretanto, depois que conheceu David estava segura de que jamais teria com outra pessoa tamanha conexão. Estava disposta a dar a sua alma este presente, mesmo que por apenas uma vez.

Ele sorriu. Ergueu os olhos e encontrou os dela rasos de emoção. Beijou-lhe novamente a boca, agora com menor sofreguidão, mas, ainda sim, carregado de sentimentos.

—Eu cuidarei de você… eu prometo._ele faria isso sem nenhum sacrifício. Seu único objetivo era fazê-la sentir-se única e especial. Apagar dela toda e qualquer impressão de que não era uma mulher digna de ser amada. Ele a amava, e agora que sabia disso estava pronto para demonstrá-lo.

Já estava escurecendo e David acendeu uma lamparina, precisava de luz, queria admirá-la, absorver cada detalhe seu. Em sua mente, por várias vezes a imaginara e seu calor estava tatuado nele desde o dia que Isabelle lhe extraiu uma bala e o aqueceu durante toda a noite em seu estado febril. Como ele teve coragem de rechaçá-la pela manhã? Tendo-a tão próxima como naquele exato momento, pareceu-lhe, esta ser uma ideia absurda. Se deu conta que tinha medo de experimentá-la e se ver viciado à aquela mulher, porém, frente a sua partida eminente, soube que o pior medo era perdê-la para sempre.

Abriu os botões de sua camisa fina e expôs sua roupa íntima. Ela fez o mesmo com ele. Como jovens se descobrindo, tão diferente das pessoas que julgavam ser, eles se tocavam com calma experimentavam e desfrutavam do que o contato físico despertava um no outro. David livrou-se da combinação de seda que a amada usava, estava ela em total nudez, era ainda mais linda do que ele sonhava. Seus seios pequenos, turgidos pela excitação eram adornados por mamilos rosados, perfeito, ansiosos pelo seu toque. Sua silhueta miúda escondia um corpo cheio de curvas com carne depositada na medida e lugares certos. Para Isabelle, o capitão também era um exemplar magnífico de pura masculinidade. Seus ombros largos e braços fortes a envolviam com voracidade e sua boca escrutinava todas as partes de seu corpo fazendo-a vibrar em inebriante prazer. Lágrimas de emoção brotaram de seus olhos quando o sentiu afastando suas coxas e com suavidade penetrou seu interior em movimentos carinhosos e estimulantes. Nunca havia se sentido tão completa, e sabia que jamais seria a mesma.

 

****

 

Ele jamais seria o mesmo”, era o que David pensava enquanto refletia sobre o que tinha acontecido. A linda mulher que o fez atingir o ápice do prazer beirando a loucura da paixão agora se encontrava adormecida em seus protetores braços na pequena cama de sua cabine, ambos embalados pela maré baixa da Baia de Matavai aquela hora da madrugada. “Ele não a deixaria nunca mais sair dali”, determinou. Se algum dia achou ser bobagem planejar o futuro ou pensar em um compromisso, suas crenças acabavam de cair por terra. A única coisa que conseguia imaginar no momento era um futuro ao lado de Isabelle, uma casa na beira da praia, lindos filhos com os olhos azuis infinitos dela e passeios de barco ao pôr do sol. Pela primeira vez o futuro lhe parecia perfeito e mal podia esperar pelo amanhecer para contá-la tudo o que havia sonhado acordado.

 

****

 

Os raios de sol incomodaram Grief, não se lembrava de ter deixado a escotilha aberta naquela noite, bem, isso não importava agora. Abraçou com um pouco mais de força o volume entre seus braços decidido a dormir mais um pouco. Notou o corpo de Isabelle mais fofo do que se lembrava na noite anterior. De súbito abriu os olhos e então notou o evidente, não era linda morena em seus braços e sim um de seus travesseiros velhos. “Para onde ela foi?”

Pulou da cama chamando pelo seu nome, procurou-a em todas as partes possíveis e então viu o bote encalhado na praia. Ela havia ido embora sem dizer-lhe adeus. Milhões de teorias formaram-se em sua cabeça. Talvez ela apenas o tivesse usado, não seria a primeira vez que acontecia com ele… aliás esse era a principal razão pela qual evitava se entregar a alguém. Logo abandonou tal ideia, Isabelle não era assim. Um dia ele imaginou que fosse, mas ontem, quando a viu indo as lágrimas em seus braços percebeu que o amava de verdade, isso o levava a outra questão, por que foi embora? Logo a cruel realidade o assolou… Ela se foi por que não sabia que ele a amava. Lamentou do fundo da alma ter esperado até amanhecer para contar sobre seus sentimentos. Agora, por certo ela imaginava que o amor que compartilharam era apenas uma despedida.

Vestiu-se com rapidez. Precisava encontrá-la.

 

****

 

Benjamin abriu a porta do consultório para que uma senhora idosa saísse por ela após terminada a consulta. Assim que ergueu os olhos da baixa mulher, encontrou a imagem de Isabelle sentada em uma cadeira à sua espera. Sua expressão era séria e seu olhar enigmático. O médico não se atreveu a tentar decifrá-lo, apenas fez sinal para que entrasse em sua sala.

—Passei em sua casa esta manhã… Paiku me disse que não dormiu lá._disse o médico sem rodeios.

—Eu não dormi._admitiu.

—Quer me dizer algo a respeito?

—Eu não conseguiria… iria magoá-lo demais, e você não merece isso._ lamentou._Eu estou aqui por que quero que seja o primeiro a saber que… não voltarei para Londres. Eu sinto muito, mas posso.

—Tem a ver com David, não é verdade?

—Tem a ver comigo, e com o que eu sinto. Fugir não mudará isso… também não posso enchê-lo de esperanças falsas. Não é justo. Você merece alguém que o ame por inteiro.

—Você também merece isso, Isabelle.

—Eu sei… mas, estou disposta a aceitar o ele tem a me oferecer… seria mais infeliz de outra maneira.

Benjamin se aproximou dela e sorriu. Ela retribuiu o gesto. Puxando-a para si a abraçou.

—É uma mulher muito especial, Isabelle. David não imagina a sorte que tem.

—Evidente que não sabe._ela riu.

Um estrondo na porta os assustou. Nem ela, tampouco Dr. Summerlee tiveram tempo de reagir. Capitão Grief partiu pra cima do médico com o rosto vermelho tomado pela ira.

—Seu patife! Não levará Isabelle a lugar algum!_dizia o marinheiro enquanto esmurrava o médico.

—David!_gritou a mulher desesperada tentando pará-lo._Pare com isso.

—Isabelle, eu a amo. Você não pode ir embora…_largou o médico e dirigiu-se a ela._ desculpe se meu orgulho não permitiu que eu lhe dissesse isto antes, mas, a verdade é que eu tinha medo do eu sentia por você. Medo de me tornar dependente deste sentimento, me vi vulnerável e somente quando estive diante da possibilidade de perdê-la é que eu enxerguei o quanto era importante para mim.

Isabelle secou as lágrimas que escorriam dos seus olhos, parecia viver um sonho.

—Eu não vou embora…_disse suavemente_vim aqui exatamente para dizer isto a Benjamin.

David olhou para o médico já de pé, exibia um pequeno corte nos lábios e levava a mão ao queixo tentando abafar a dor.

—Acho que lhe devo um pedido de desculpas._disse o capitão com indulgência.

—Sou capaz de entendê-lo. Isabelle valeria a surra._tentou suavizar o ambiente._Você é um sortudo, Grief.

O capitão olhou para a mulher a sua frente, pegando a sua mão antes de dizer.

—Eu nunca me esquecerei disso, Summerlee.

 

****

 

O sol se punha no horizonte distante. Isabelle e David caminhavam de mãos dadas na areia morna da praia. Ele não podia evitar sorrir quando imaginava que de agora em diante ela seria sua e de que ele não precisava negar ou controlar seus sentimentos e os apelos de seu corpo por tocá-la e beijá-la sempre que desejasse.

—Por que está sorrindo?_perguntou curiosa.

—Apenas me perguntando se você, assim como eu, está pronta…

—Para o que exatamente?

Puxou-a pra si e roçou seus lábios no dela.

—Para o futuro… para o nosso futuro.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


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