Sins of Hope escrita por DGX


Capítulo 4
O Novo Rei de Lioness




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Opening

A Capital de Lioness era um lugar agitado, com muitas pessoas andando por entre suas ruas, sendo um ótimo lugar para angariar dinheiro e criar riquezas. E era exatamente isso o que uma caravana de bardos pensava, decidindo ir até o lugar para fazerem sua pequena fortuna.

Parando no portão norte da cidade, guardas saem de suas guaritas para averiguar os viajantes.

—Bom dia caros viajantes, possuem documentos de identificação de Lioness? - Perguntou um dos soldados.

—Possuímos sim. - Diz o líder da caravana estendendo a mão com os papéis.

O outro dos seguranças olha por cima dos ombros do homem, que nota e o questiona.

—Algo de errado, senhor? - Perguntou em um tom sereno.

—Apenas averiguando se possuem não-humanos na caravana. - Respondeu o guarda. - Possuem?

—Não, não possuímos, somos todos humanos. - Respondeu. - Tem algum problema com não-humanos?

—Sim, tem. Como Gallien está fora do posto de Rei, o novo Rei, Zengate, baixou o decreto que todos os não humanos estão banidos do Reino de Lioness. Essa escória já causou dano demais à raça humana, então eles estão proibidos de entrar nesse reino. - Respondeu enervado.

—Tudo certo com os papéis também, não há nem mesmo um druida que pode muito bem ser confundido com um humano. - Disse o outro guarda, acalmando o exaltado. - Bom, sejam bem-vindos à gloriosa Capital de Lioness.

Os grandes portões se abriram, e a caravana de doze pessoas pôde entrar na cidade. Ela era exuberante, com várias casas de dois ou mais andares. Uma rua principal poderia ser seguida até o palácio, porém ela era sinuosa e cheia de comércios ao seu redor. Eles procuravam por um bar para poderem se apresentar e receber algumas moedas de ouro e assim galgar espaço até se apresentarem no centro da cidade, que só não era tão movimentado quanto Araruna, a capital comercial do Reino, por estar em uma posição em relação a uma grande estrada que a conectava com reinos de outros cantos da Britânia e com a cidade portuária de Lestalum.

—Papai, esse lugar é incrível! - Disse uma garota de cabelos loiros claros e olhos magenta. - Acho que vamos nos dar muito bem por aqui!

—Tem razão, Luna! - Disse o líder da caravana. - Talvez possamos até nos estabelecer aqui como uma companhia de bardos ao invés de caravana! - Falou com empolgação, e todos os outros sentiam a mesma coisa.

—Chefe, eu tenho um primo que mora aqui e ele me disse que tem um bar no fim da rua, podemos ir dar uma olhada por lá, talvez consigamos nos apresentar por ali.

—É uma ótima ideia. Vamo’ nessa, pessoal! - Ele gritou erguendo a mão, com os outros gritando de entusiasmo. 

Eles seguem até o fim da rua, chegando na taverna Quatro Escudos. Uma grande taverna com quatro escudos sobre a porta fazendo uma espécie de cruz. Haviam dois guardas particulares que permitiam que viajantes deixassem suas coisas estacionadas na frente do lugar, coisa que o líder da caravana não via desde Grisgandor, quando era uma criança.

Deixando as coisas, entram na taverna, que estava num clima leve e nem foram notados, e se foram, foram apenas ignorados. Eles seguem até o balcão, onde um atendente aparece para os atender.

—Boa tarde, senhores! O que vão querer?

—Nos apresentar! Somos bardos! - Respondeu prontamente.

—Ora ora, não estamos pagando por bardos no momento… - Rebateu o atendente. 

—Não precisa nos pagar, apenas as gorjetas e um espaço seriam o suficiente. - Disse o líder dos bardos.

—Bom, como não estamos com a casa totalmente cheia, podem escolher um canto e começar seu show. - Os outros bardos foram pegar os instrumentos e organizar a apresentação enquanto o seu líder ficou conversando. - Talvez isso até melhore as coisas por aqui… - Ele olhou levemente para baixo.

—O que aconteceu? O lugar parece tão animado... 

—Não ficou sabendo? - Retornou a fitar o bardo.

—Não tivemos como parar em cidades ou vilas até aqui, então não, O que rolou? - Perguntou curioso.

—A princesa Camille, filha de Gallien, fugiu. E mais, dizem que a Saligia está voltando a agir! - Disse em um tom mais baixo. 

—Não brinca… Fazem dez anos desde que eles debandaram.

—Sim, e parece que querem tomar Lioness para transformá-la em um novo reino de não-humanos! 

—Isso tem cara de mentira… - Comentou o bardo.

—Não é. - Disse um homem sentado no bar. - Meu sobrinho Jack está em estado grave no hospital, e não para de falar que enfrentou o Capitão da Saligia, Nier da Ira. Alguns médicos dizem que são ferimentos idênticos aos de quem ele enfrentou no tempo da Saligia, então dificilmente seria apenas um imitador. Tempos sombrios se aproximam… - E voltou a beber.

—Bem, Zengate e as outras Virtudes são bem fortes, não? Eles não deixariam que Lioness acabasse desse jeito, embora eu ache meio bobagem o ódio contra não-humanos.

—Isso é porque seu pai não foi morto por um gigante que achou que seria legal fazer ele correr até pisar nele como um inseto. Ou seu irmão por fadas malucas que depois de matar os culpados por matarem alguém da sua espécie matavam inocentes por esporte. - Falou o homem sentado no bar.

—Família de soldados, pelo que vejo. - Disse o atendente. 

—Exatamente. E antes que esse caos político entre humanos me atingisse, eu preferi me aposentar. Espero que Zengate consiga trazer paz, ao menos para o nosso Reino.

—Tem razão. - Comentou o bardo. - Já que fui meio grosseiro com o senhor, o que acha de escolher uma música para tocarmos para abrir nosso show? 

—Eu gostaria de ouvir a canção sobre a Batalha das Rosas. 

—Seu pedido é uma ordem.

Assim que acabaram de montar seu palco, começaram a tocar a música sobre a Batalha das Rosas, onde os Reinos de Drangleic e Benoic lutaram, e vários não humanos apenas se metiam no meio como caçadores em uma competição, até um homem acabar com vários deles de uma vez.

No Palácio, uma mulher de cabelos azuis muito escuros e acinzentados arrumados em um exótico penteado e olhos igualmente escuros e acinzentados, porém verdes, se levantou de sua cadeira e tocou no encosto do trono, trazendo o novo Rei, que fitava a grande Lioness, de volta a realidade.

—Fazia tempo que não ouvia cantarem sobre a Batalha das Rosas, Zengate… Pelo visto, os feitos de vocês caem todos sobre você, me pergunto se os outros estão bem com isso… - Disse a mulher para o homem de cabelos brancos e olhos lilases, com uma pequena tatuagem em baixo do olho esquerdo.

—Acredito sim que estejam, Hanna. O importante é saber o que você fez, não o que os outros acham que você fez ou deixou de fazer. Mas de fato, talvez seja melhor informar que os outros estavam no meio disso… - Respondeu Zengate, a Virtude da Paciência.

Com uma pequena explosão mágica, surgiu ao seu lado uma mulher de cabelos roxo escuros e olhos negros. fazendo os dois outros darem um pequeno salto, que não foi notado pela mulher.

—Creio que seja melhor desse jeito, Zengate. Desse jeito, é mais um argumento para lhe tornar o Imperador da Britânia. E claro, a derrocada da Saligia pelas nossas mãos, liderados por você, torna um argumento que é tão sólido que está na beira de ser material.  - Retrucou Glenn, maga da Psychomachia e Virtude da Humildade.

—Tem razão, Glenn. Inteligente como sempre. - Respondeu o homem. - E como está a situação da Princesa? Ela já achou alguém desde sua fuga?

—Pelo que dizem, ela achou justamente Nier, o Capitão deles. - Falou Hanna.

—Achei que ela morreria antes… Ela não é forte nem perita em magia, chegava a ser improvável sobreviver. - Disse Glenn pensando em Camille.

—Possivelmente foi pela vontade dela. Uma vontade de “salvar” seu Reino e o entregar para Gallien novamente, que sempre continuou negligenciando a nós, humanos, e nem pensando em se tornar Imperador. Me pergunto o que ele e Uther tinham na cabeça…

—Vai saber… - Respondeu Glenn. - Mas ao menos você preza por nós, humanos, e vai dar um jeito nisso.

Os três ficaram quietos, com Glenn e Zengate olhando pela janela a bela Capital de Lioness, mas Hanna estava pensativa. Sabia que estava deixando algo passar, e isso a estava incomodando bastante, até que conseguiu se lembrar o que era.

—Zengate, eu acabei de lembrar de algo. Convoque imediatamente o pessoal, pois há algo importante para avisá-los.

—Bom, vindo de você deve ser algo maravilhoso. Em alguns dias estarão aqui, então pense em seu discurso. - Respondeu o homem de cabelos brancos. 

Ele fechou os olhos e começou a concentrar sua magia, para usar a sua telepatia para convocar todos os membros da Psychomachia.

Pessoal, ouçam todos. Acabem imediatamente o que estão fazendo e retornem para a Capital de Lioness, é uma reunião emergencial. Temos um novo e possivelmente derradeiro trabalho pela frente.


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Notas finais do capítulo

Amanhã teremos o próximo arco! Não deixem de comentar o que acharam desse primeiro arco :)



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