Sins of Hope escrita por DGX


Capítulo 39
O Luxurioso e a Princesa




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Opening

—Não precisamos demorar tanto aqui, então vamos nos separar, para ganharmos tempo e podermos voltar logo para o bar. – Diz Nier, se dirigindo aos outros olhando por cima dos ombros, entre o buraco que seus braços faziam por andar com as mãos atrás da cabeça.

—Então o Asura vient com moi, preciso d'ingrédients, et je n'ai pas muito afim de carregá-los. – Diz Skanfy, flutuando em sua aparência nova.

—Eu posso carregar, mas depois terá que fazer um banquete para mim. – Falou o vampiro pensando no que queria que a fada fizesse, com ambos se afastando para ir ao mercado público.

—Gwyndolin e eu podemos ir juntos? Desde que nos reencontramos ele está com a mesma roupa, toda rasgada ou está andando com roupas apertadas suas ou largas do Takashi ou do Asura, queria comprar alguma para ele. – Fala Camille, entusiasmada.

Ela gostava de comprar roupas, mas nunca teve tantas oportunidades desde que estava com a Saligia, já que o pessoal tinha suas mudas de roupa consigo. Talvez em Lestalum, uma cidade portuária, encontrasse até coisas de outros países, como de algo do continente.

—Ryon, vá com eles. – Falou Nier. – Cuide dos dois.

—Você confia no Gwyn ao ponto de deixá-lo com a Camille, Capita? – Cochicha Takashi, desconfiado. Ele nunca confiava em deixar o Pecado da Luxúria perto de garotas, principalmente garotas bonitas.

—Eu confio nele, Takashi. – Nier lançou um olhar que pareceu uma facada para Takashi, por desconfiar de um de seus companheiros, fazendo o mesmo engolir em seco. – Além disso, eles não vão sozinhos, o meu gato estará com eles. Vamos Takashi, sinto que vamos achar algo bom nesta cidade. – Os dois saem em direção contrária a que Skanfy e Asura foram, e deixam os outros três sozinhos.

Andando pelas ruas, vem um padre da mesma ordem de Zugmon pregando que a Saligia era enviada do inferno para tomar o reino, e outras baboseiras mais. Vários comerciantes conversam sobre esse fato da Saligia estar pensando em transformar Lioness em uma ditadura não-humana era real, com argumentos quase convincentes.

Muitos nobres estavam passeando pela cidade, inclusive de várias cidades e até de outros Reinos, e todos comentavam com desprezo sobre não-humanos, e como a única coisa para qual serviam era para serem escravos ou virarem produtos supérfluos. A própria população num geral poderia ser considerada nobre em outras cidades pelos seus altos ganhos, então esse era um pensamento comum entre os cidadãos.

Gwyndolin, Camille e Ryon conversavam no mesmo momento que essas conversas periféricas eram prontamente ignoradas, enquanto não acham uma boa roupa para o Pecado da Luxúria.

—Princesa... Você sente algo pelo Capitão? – Diz curioso (escondendo um olhar malicioso) Gwyn, fazendo a Camille dar um pequeno sobressalto.

—Sir Gwyn... Posso chamá-lo assim, não é? – Pergunta Camille, com um pouco de vergonha. Era a primeira vez que ia chamar algum pecado por um apelido.

—Claro! – Responde sorrindo. – Eu até prefiro, Gwyndolin é um nome um tanto quanto grande de se falar. – Diz em tom de brincadeira.

Olhando para a divisa do grande mar do porto de Lestalum com o céu azul com poucas nuvens, Camille sorri e diz:

—Eu... não sei responder sua pergunta, só sei que quando estou com o Nier, me sinto protegida, como se ele não fosse deixar nada ruim acontecer comigo. E mesmo ele sendo bobo, eu gosto do jeito dele. Sinto que nunca vamos nos separar. – Fala de um jeito meigo e gentil sobre Nier. 

Ao ouvir as palavras de Camille, o necromante para de fitar o horizonte e torna sua atenção para ela e fala:

—O Nier é uma boa pessoa, um bom amigo, me ajudou nos piores momentos, me fez... superar minhas piores falhas. – Fala Gwyn, lembrando de um passado triste que o assombra até hoje.

—Você e ele se dão muito bem, e com Takashi e Asura também, mas e o Krioni, você é amigo dele também, não é? – Pergunta a princesa curiosa, principalmente lembrando do que falaram da relação deles.

—Não exatamente... – Ele dá uma risada amarela ao falar isso. – O Krioni nunca foi muito com a minha cara, mas não o culpo, há motivos para isso... Um dia quem sabe, nós possamos nos resolver. – Fala com tom de esperança na voz.

—Então o Krioni te odeia, Gwyn? – Fala o gato passando no meio das pernas de Gwyndolin. – Esse cara me parece perigoso, sabia? Tudo bem, se ele quiser te machucar, eu posso derrotá-lo. – Diz o confiante Ryon, fazendo o necromante dar uma pequena risada.

—Eu adoraria Ryon, você é muito corajoso, mas acho que o Krioni não tem a intenção de me ferir. – Diz sorrindo, mas seu sorriso logo se desfaz para uma expressão sombria e com medo. – Eu espero.

Camille olha para o seu novo companheiro e pensa em perguntar o motivo do ódio de Krioni, mas se lembra que os Pecados não gostam de falar sobre seus problemas e principalmente, seus pecados. Ao ver que a conversa inevitavelmente acabaria chegando nesse ponto, ela logo se prontificou a mudar de assunto.

—Temos que achar uma roupa para você, Gwyn, vamos ver em mais lojas. – Fala pegando a mão dele e o arrastando para outra loja de roupas. Ao ver o gesto gentil da princesa, Gwyn dá um leve sorriso, pensando se já poderia ter se redimido de seu crime.

Perto do cais do porto, comerciantes conversavam sobre os mais variados assuntos, desde como vão suas famílias até as novas cargas que haviam chegado, entre outras coisas.

—Estou lucrando muito, meus sócios conseguiram no leilão uma gigante de cabelos e olhos rosas para ser escrava, ela trabalha como ninguém, e nem preciso pagá-la! – Fala um homem gordo e baixo, ligeiramente mais baixo que Nier, com roupas de um nobre.

—Só não deixe os outros saberem disso, eles podem te matar como vingança, ou até mesmo... Inveja. – Adverte seu companheiro preocupado.

—Relaxe, ela está bem presa, não fugirá tão cedo... – Diz o homem roliço. – Se bem que ela é super submissa, duvido que irá fugir. – Ele solta uma risada rouca, provavelmente por causa do fumo.

Ao escutar isso, imediatamente Gwyn corre na direção daquele comerciante, saindo da loja que estava, onde tentava se decidir entre uma saia e uma calça.

—Você disse gigante? – Pergunta gritando. – Onde ela está? – Fala Gwyn, ofegante. Essa descrição era a mesma de Lilian, não haviam muitas gigantes de cabelos e olhos rosas além dela, e que fariam de tudo para serem prestativas.

—Está nas docas, mas quem é você? – Questiona o comerciante. – Por que quer saber daquele monstro? – Desdenha do Pecado da Luxúria.

—Nada, nada... – Despista o necromante. – Obrigado por falar onde ela está. Com licença! – Gwyn corre para perto de Camille, que estava na porta da loja juntamente de Ryon. – Exatamente o que Nier suspeitava se tornou verdade, Lilian está aqui! – Exclama Gwyn, preocupado. Sabia o quão longe a sua companheira iria só para querer ser útil, e isso era terrível.

—Lilian? – Fala Camille com um ar de curiosidade. – Essa não é o Pecado da Inveja? Como é que ela é escrava sendo uma gigante?

—Não sei, ela deve estar querendo ser útil de alguma maneira para as pessoas... – Fala exaltado. – Então não podemos demorar, ela pode estar sendo mal tratada ou até mesmo torturada, temos que ir o mais rápido possível para lá! – Exclama Gwyn.

—Vamos, temos que encontrar os outros, essa gigante só pode ser ela! – Grita Camille. 

Os três saem correndo em direção às docas atrás de Lilian. No meio da corrida, Gwyndolin fecha seus olhos para sentir a magia do lugar, e consegue sentir a magia de sua amiga naquela direção.

—Ei, Camille! Eu achei ela! – Exclamou se virando para a princesa, que não estava mais ali. 

Ao ver que Camille sumiu, o necromante caiu de joelhos, desolado. Sentiu como se um mundo caísse nas suas costas, por um leve descuido. Alguns cidadãos de Lestalum começaram a tossir e passar mal por estarem ao redor dele, que liberava uma quantidade avassaladora de magia negra – ou como é chamada popularmente, miasma. Ele pegou o gato no colo, que estava desmaiado no chão.

Ele viu um bilhete preso com uma faca no chão alguns metros atrás e se levantou para ir vê-lo, com uma expressão completamente sombria e assustadora. 

Essa pessoa que sumiu acabou de se tornar parte do Leilão de Escravos de Lestalum. Obrigado pela compreensão e tenha um bom dia.

Gwyn deu uma risada leve, porém por não saber como reagir. 

Sequestrar alguém para um leilão de escravos? E dizer tenha um bom dia? Isso é tão idiota que chega a ser cômico! Eu acho que esses cidadãos não devem gostar muito de se meter, por terem ficado quietos. Veja bem, todos estão até dormindo no chão! Mas... onde é isso? Que droga... Eu vou matar cada um desses sequestradores e transformá-los em parte do meu exército de mortos vivos!

Gritou internamente e se pôs a caminhar para o Delito, desolado. Ele tinha um trabalho para fazer, e precisava da Lilith e de alguns gizes para isso.


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