Sins of Hope escrita por DGX


Capítulo 34
Um Dia Tranquilo




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Opening NOVA

Passados dois dias desde que Zugmon e a Ordem do Bode Voador foram derrotados, Nier já havia acordado como se nada tivesse acontecido e, segundo ele, sem se lembrar o que houve (o que provavelmente era mentira apenas para despistar as perguntas da princesa) e Camille e Ryon se recuperado plenamente, e as crianças devidamente pagas e aconselhadas a como gastar seu dinheiro até a ordem chegar em Araruna. Acordados na manhã do terceiro dia já na estrada, eles começam a conversar sobre o que fazer em seguida. 

—Sir Asura, eu já vi a tatuagem de todos aqui, mas… onde fica a sua? – Questionou a princesa.

—Ah, aqui. – Ele puxou a camisa enquanto estava deitado no balcão para cima e a mostrou, do lado do umbigo. – Só dá pra ver quando eu fico sem camisa. – E se deitou para possivelmente dormir.

—Entendi… Mais alguém de vocês não dá pra ver a tatuagem? – Perguntou curiosa.

—A do Krioni é nas costas, então raramente você vê. – Respondeu Nier.

—Et si a Lilian estiver de calças também não dá pra ver, comme moi. – Completou a fada.

—Então, encontramos Gwyn e vamos atrás de Lilian? – Perguntou Takashi, com a boca cheia do pão caseiro de Skanfy, que o fitava com ódio pelos maus modos na mesa, enquanto bebia seu chá de maçã.

—Exatamente. – Respondeu Nier, enquanto lia um boletim de notícias do Reino. Normalmente não falavam nada, mas a esperança era a última a morrer. Porém como a paciência é a primeira, incinerou o papel ao ver que não tinha nada demais. 

—Sabe como salvaremos o Gwyn? – Pergunta Takashi dando um longo gole em sua caneca onde normalmente estava cheia de cerveja, agora cheia de café.

—Faremos como sempre. Você na ponta de lança, eu e Asura no meio e Skanfy provendo suporte. – Fazendo como um desenho na mesa usando os dedos.

—Mas não será de dia? Como quer que Asura lute? – Fala olhando para a bancada do Delito, onde Asura dormia quase caindo, com sua mão e perna direita escorregando e balançando.

—Então ele fica no bar. – Responde mexendo o nariz, e fazendo Asura acordar, caindo no chão.

—Mas eu quero lutar também! – Ele grita se levantando.

—Vai ficar querendo. – Skanfy responde com ironia, batendo seu livro de receitas novas na cabeça do vampiro, que emite um som estranho com a boca, fazendo Skanfy repetir o gesto para ele repetir o som.

—Sir Asura, assim você pode ficar e me proteger se algo der errado. – Responde Camille o confortando.

—Verdade! – Fala batendo a parte de baixo de sua mão fechada na palma da outra. – Bem pensado, princesa!

—É mais fácil ela te proteger, vampirão. – Desce das escadas do Delito um gato flamejante debochado com um rebolado felino muito peculiar. – Mas, se for necessário, eu luto e protejo os dois. – Fala Ryon, pulando no colo de Nier, fazendo todos rirem.

Eles vão seguindo viagem, até chegarem na pequena cidade de Veigel ao anoitecer, onde a Mama se enterra no solo. 

—Cidade pequena essa, hein... – Ele deixa escapar um suspiro. – Capita, será que vamos ter algo aqui? – Fala Takashi observando da janela o local.

—Espero que não. Temos que chegar até Gwyn o mais rápido possível. – Responde Nier. Não queria perder tempo até chegarem ao seu destino, pois cada segundo era precioso.

—Sir Nier? – Camille se aproxima da porta onde Nier está escorado – Como o Sir Gwyndolin é? Foi uma surpresa muito grande como o Sir Takashi é, então não gostaria de ser surpreendida de novo. – Ela dá uma risada amarela.

—Bem, o Gwyn é... difícil de explicar. – Fala Nier coçando a parte de trás da cabeça.

—Um necromante. – Takashi, como sempre, foi curto e grosso em sua resposta.

—Como? O que disse, Sir Takashi? – Camille fala horrorizada, tapando a boca com as mãos.

—C'est exact. – Skanfy aparece por trás de Camille, passando um braço por cima de seu ombro. – C'est un necromante. Ele ressuscita os mortos e essas coisas. Por mais que também possa conjurar eles das sombras e usar a maioria das magias negras... – Fala Skanfy lembrando de como ele age em combate.

—Isso é terrível! Como alguém assim consegue ser um herói? – Pergunta Camille assustada.

—Como alguém como o Takashi consegue ser um herói? – Asura aparece pulando do segundo andar por fora do bar. – O Gwyn é uma flor comparado a esse... esse...

—Assassino frio e que gosta de banhos de sangue? – Takashi responde com um sorriso irônico no rosto.

—Provavelmente isso. – Ambos começam a rir. – Se bem que ele é uma flor comparado até a Skanfy e a Lilian... – Fala Asura coçando o queixo.

—Oi? – Camille fica cada vez mais confusa com relação ao próximo pecado que pretende encontrar.

—Não se preocupe, Camille. C'est quase mon petit frère e não faz mal a ninguém. – Responde Skanfy sorrindo. – Sóbrio. – Ela coloca a outra mão no queixo, pensativa.

—Então ele tem problemas com álcool? – Camille ergue uma sobrancelha. Era o primeiro da Saligia que aparentemente ficava bêbado.

—Dos grandes. – Responde Takashi, balançando positivamente a cabeça.

—Ele bebe muito? – Indaga Camille.

—Até onde eu lembro, o Capitãozinho proibiu ele de beber mais do que cinco canecas de cerveja. – Fala Asura fazendo cinco com a mão.

—Não quero ter que lidar com o Krioni tendo um acesso de fúria com ele. – Responde Nier fazendo uma careta de desgosto.

—Sir Krioni? – Questiona Camille. Estavam revelando várias coisas do seu passado em equipe, e ela gostava disso.

—Pecado do orgulho. Ele e o Gwyn tem uma relação... complicada. – Afirmou Nier;

—Péssima. – Continuou Takashi;

—Terrible. – Skanfy;

—A pior de todas. – E terminou Asura.

—Por quê? – Camille estava confusa, era informação de mais para princesa de menos.

—Melhor não saber. Sério. Isso se dá ao pecado do Gwyn. – Esclarece Nier. – O Pecado da Luxúria. 

Camille começa a imaginar todas as coisas que Gwyn possa ter feito, e imagina várias mulheres ao redor dele, e atrapalhando todos os outros dando em cima de todas as mulheres que vê pela frente, e começa a ficar vermelha.

—Não se preocupe, ele não vai fazer nada com você. – Completa o vampiro. – Acho. – Ele fitou Camille com seus olhos vermelhos que brilharam intensamente ao proferir a última palavra.

—Realmente, eu não consigo confiar no Gwyn quando se trata de moças bonitas... – Falou o Pecado da Ganância, olhando para a ruiva com um sorriso macabro.

—Vocês estão assustando la princesse! – Exclama Skanfy – Vamos pra dentro, Camille. Deixe os garotos aí fora pra se divertirem. – Ela engancha seu braço no de Camille e a arrasta para dentro da taverna.

—Certo... – Ela dá uma risada sem graça e entra com Skanfy no Delito.

—Ryon! – Nier grita pra dentro do bar. – Traz um barril de cerveja aqui pra fora, e três canecas! – Ele sai do bar juntamente com Takashi, e se reúnem com Asura fora dele.

Ele escuta uns resmungos felinos e ouve o barril rolando do depósito para a porta do bar, que ele para com um pé. Em seguida, vê o gato carregando três canecas numa bandeja para eles, equilibrando na cabeça. Os três o agradecem e se sentam numa mesa, e Ryon volta para dentro do bar, provavelmente para Skanfy o acariciar ou praticar bullying com Camille, afinal passou dois dias sem atazanar sua vida e precisava tirar o atraso.

—Então, o que fizeram nesses últimos dez anos? – Pergunta Nier, servindo três canecas de cerveja.

—Você sabe... depois que tivemos que fugir, fui direto para Araruna. Era óbvio demais para se procurar, e eu sempre quis ir pra lá. – Fala Takashi pegando sua caneca.

—Eu vaguei um pouco por aí. Passei por algumas cidades, sempre me escondendo. É terrível não poder beber sangue de qualidade, você logo fica fraco. – Disse Asura gesticulando e segurando seu caneco.

—Imagino. – Disse Nier erguendo a caneca dele para brindarem. – Deve ser o mesmo que tomar cerveja ruim. Ou quente. Ou os dois ao mesmo tempo.

—Com certeza. – Responde o bebedor de sangue brindando. – Só agora em Rodório que pude me alimentar direito. Tive que atacar algumas pessoas, mas ao menos diminuí alguns crimes noturnos da cidade. Mas não matei nem infectei ninguém! – Disse negando com as mãos.

—Eu aumentei os crimes da minha cidade. – Takashi olha com satisfação para sua caneca. – Parti vários corpos ao meio. O cheiro da cidade é confortante.

—Louco. – Respondeu Nier após um gole em sua cerveja.

—Como você não está preso? – Perguntou Asura.

—E você, ô chupa-pescoços? Vampirismo não é crime? – Disse erguendo uma sobrancelha.

—Não. – Respondeu mostrando a língua. – Quase ninguém sabe que existem vampiros. Fomos extintos faz tempo. No máximo você encontra algum doente mental ou com alguma maldição, mas sangue-puros como eu, não. – Fala mostrando algum tom de majestade.

Takashi pondera em um longo gole de cerveja sobre isso que acabou de ouvir sobre os vampiros e fala:

—Tanto faz. – Ele toma mais um gole. – E você, Capita? O que fez?

—Bem... logo após fugirmos, o Ryon me encontrou e encontrei a Mama, com ele me arrastando pra perto dela. Estavam caçando ela, e eu cacei os caçadores. – Disse rindo. – O Ryon já estava junto dela e ele sempre chamou ela de Mama, e é melhor deixar assim, um gato filho de uma porca. E então decidi construir meu bar. Assim seria fácil reunir informações

—Como você construiu isso? Digo, é uma grande construção. – Falou Takashi lembrando de seu trabalho como marceneiro para consertar algumas portas. 

—Ameacei uns caras por aí. – Nier sorri se lembrando do que fez.

—E podemos ver que surtiu muito efeito construir o bar. – Fala Asura zoando seu capitão. – Só foi nos encontrar após a princesa se juntar a você.

—Poderia ter ido atrás de Takashi antes, mas decidi esperar. É muito problemático entrar em Araruna. Já o resto... – Fala se lembrando de suas viagens. – Passei por Antares várias vezes, e nunca encontrei Skanfy. Você se escondeu muito bem, Asura. Lilian ainda segue uma incógnita, e Gwyn não ouvia falar dele, provavelmente deve ter ido pra natureza, como o bom druida que é. E Krioni, tenho a sensação que saiu do reino, ele é bem ardiloso e é a cara dele fazer isso.

Enquanto continuam jogando conversa fora e bebendo eles sentem, ao longe, um poder mágico crescendo no meio da cidade. Eles se levantam, e olham pra cima, e veem que Skanfy está na janela, observando.

—Skanfy! – Berrou Nier. – Provenha suporte. Nós vamos lá.


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