Sins of Hope escrita por DGX


Capítulo 2
Execução Real




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Opening

A jovem se espanta com a força utilizada pelo jovem taverneiro, mas em meio ao seu espanto, surge uma grande preocupação – devido às palavras ditas pelo cavaleiro –, onde o mesmo assegurava trazer reforços consigo. 

Camille percebeu os riscos que sua jornada traria para aqueles que se envolvessem com ela, por isso ela decide explicar ao jovem a situação em que a capital se encontrava para que o mesmo pudesse entender os perigos que estava prestes a enfrentar, se permanecesse ao seu lado.

—Ela não parece ser muito inteligente… – Falou o gato para o dono, chamando a atenção da princesa. 

—O gato… fala?! – Ela questionou surpresa. 

—Só quando usa muita erva de gato… – Respondeu o rapaz fazendo ela sorrir e o gato o morder. Voltando a realidade, Camille se pôs a falar.

—Alguns anos atrás, a Saligia era considerada a ordem de cavaleiros mais forte que já surgiram na história do reino, sendo formada pelos mais brutais criminosos, todos acusados de crimes baseados nos Sete Pecados Capitais. Mas eles foram acusados de conspirar contra o reino, ao assassinarem a rainha e seu filho mais novo. Mas não acho que foram eles que cometeram tais crimes, trazendo o sofrimento para o povo. Os Cavaleiros Sagrados, que deveriam ser responsáveis pela proteção do reino, há muito tempo planejam formas de criar conflito e guerra para este país e agora parece que decidiram pôr , finalmente, o plano em açã–

Antes que pudesse continuar a explicar ao taberneiro a situação da capital, Camille tem sua fala interrompida por batidas ensurdecedoras de um cavaleiro do reino que estava a bater na porta e a gritar:

—Abram a porta, senão serei obrigado a derrubá-la! Como representante de mestre Jaeger, eu, o grande Cavaleiro Sagrado Jack, estou aqui para levar a princesa de volta e averiguar a denúncia de um possível membro da Saligia escondido no estabelecimento! – Os jovens se olham e ficam quietos, provocando a fúria do cavaleiro. – Eu já disse e não vou repetir, abram a porta, eu sou Jack, um Cavaleiro Sagrado de seis estrelas, e não sairei daqui até que a princesa me seja entregue, ou eu colocarei este local abaixo!

O taverneiro e a princesa se encaram. Um Cavaleiro Sagrado de seis estrelas era muito poderoso para eles sequer tentarem despistar, então receosamente o garoto se dirige à porta, e gira a maçaneta, revelando um homem de cabelos negros bagunçados, esguio porém forte e com uma tatuagem com o número 760 em baixo do olho esquerdo. Talvez o garoto dono do bar fosse filho de um Cavaleiro Sagrado e fosse forte por isso, mas não era páreo para alguém tão forte.

—Olá senhor Jack, o que gostaria de beber? – Pergunta o rapaz sorrindo.

—Nem tente se fazer de idiota, moleque. Um de meus cavaleiros denunciou que a princesa Camille está aqui, e quer saber? Ele é o mais honesto de todos. – Seu sorriso era sombrio, aterrorizante, e fez a ruiva suar frio. – E pelo que sei, seus cabelos são bem vermelhos, como aquela ali. – Ele apontou para ela.

—E se ela for? – Questionou o dono do bar.

—Significa que eu serei condecorado com um posto da Guarda Real de Zengate! E além disso, se ela quer reunir a Saligia, podemos dizer que ela se tornou uma terrorista, e vocês sabem o que acontece com terroristas? – Sorriu maliciosamente para eles. – São mortos por decapitação.

A princesa engoliu em seco. Era um beco sem saída. Ele havia a encurralado como um rato indefeso.

—Mas e se for um mal entendido isso de ela estar atrás da Saligia? – Indagou o garoto, interrompendo os pensamentos de Camille.

—Então apenas será levada à Capital, mas não sei o que acontecerá depois disso. Não duvido que seja executada. Mas pode apenas ser presa. – Respondeu realmente pensativo. – E então, princesa? Está realmente atrás da Saligia?

Camille não sabia o que responder. Deveria mentir para tentar se manter viva, ou deveria ser honesta e tentar dar um jeito nisso agora? Se mentisse, voltaria à estaca zero, e tinha certeza que seria morta, e fugir de seus ideais? Isso não parecia algo que ela faria.

—Eu estou sim atrás da Saligia, para acabar com essa tirania da Psychomachia. – Respondeu convicta, surpreendendo os dois.

—Ora, isso só deixa tudo mais fácil. E você, garoto, vai junto também por ajudar uma terrorista! – Berrou, assustando o taverneiro.

—Mas hein? – Olhou confuso. – Eu tenho quase certeza que você não pode fazer isso.

—Eu sou um Cavaleiro Sagrado, eu posso dobrar a lei como eu quiser! – Esbravejou, quase cuspindo enquanto gritava. – Rings of Prison!

E assim, ele conjurou anéis mágicos que prenderam os corpos dos dois, para que não se mexessem. Com seus fortes braços ergueu o taverneiro e o colocou em seu ombro, e pegou a princesa de baixo do braço, como se ambos fossem sacos de batatas. 

 Assim sendo, passou a carregar os dois para fora do bar, indo em direção à cidade. Quando os cavaleiros da cidade viram o que estava acontecendo, logo se puseram a montar um palco para a execução. Com a movimentação, as pessoas começaram a olhar pelas janelas, vendo o que estava acontecendo.

Em menos de um minuto, o palco estava montado na frente deles, coisa que aparentemente era treinada. Quando se aproximaram, vendas foram colocadas nos dois, para não enxergarem o que estava acontecendo. Apenas sentiram serem colocados em ajoelhados no chão, para ficarem na altura correta.

No instante que sentem o contato do pescoço no toco frio de madeira, um frio desce dedilhando suas espinhas, anunciando que a morte havia chegado, e descido de seu cavalo baio pronta para usar sua gadanha em suas gargantas.

De fundo, conseguiam ouvir Jack discursar sobre ter pego dois terroristas e executá-los, mas não davam a mínima. Suor frio escorria por suas testas, enquanto centenas de pensamentos corriam suas mentes.

Como isso foi acabar assim? Eu só fiz o que o papai disse, saí pra tentar achar ajuda enquanto tomavam o castelo e vou ser morta por tentar ajudar o meu reino? Isso não é justo...! Eu quero que minha aventura continue e que eu ache a Saligia pra poder salvar todo mundo!

Pensava a princesa aos prantos, com seu pescoço branco como neve encostado em um sujo e úmido toco de madeira, com a venda começando a encharcar. Seus soluços e gemidos podiam ser ouvidos por quem estava perto, principalmente aquele que ela arrastou para a execução.

Por mais que tentasse lutar contra o seu destino inevitável, suas mãos e pés estavam amarrados, e se acabasse se mexendo demais, apenas teria uma morte mais dolorosa.

—Últimas palavras, traidora? – Perguntou o Cavaleiro Sagrado, que exalava um ar mágico aterrorizante, fazendo seu estômago revirar.

—Eu... – Lágrimas escorriam de seu rosto. – Não quero morrer... E... – Respirou em desespero. – E... eu quero salvar o meu Reino...! – Falou engasgando com o choro.

—Então nos faça um favor e morra, assim ele estará salvo de você e da Saligia! – Respondeu o mesmo homem, irritado.

Com toda sua força, abaixou o enorme e pesado machado, visando pôr um fim à pequena vida da jovem garota de cabelos vermelhos.

 


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