A angústia de Reuel escrita por Melian a Maia


Capítulo 1
Um sonho...




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Flashes perduram em sua mente, um barco, uma donzela, um olhar sob o véu, uma maldição, um beijo de amor, a dor, lágrimas. Reuel acorda  atordoado.

— Mais uma vez tive o mesmo sonho, o que será que significa? 

Ele se levanta, já é dia em Aurethel, mais uma vez sonhou o mesmo sonho, talvez esteja sendo influenciado pelos acontecimentos próximos. Chegou o dia em que Homens e elfos se reunirão novamente para ouvir o que o Oráculo tem a dizer sobre o futuro de nossas raças. 

— Há cada 30 anos, por centenas de anos, eu recebo uma dama sagrada e seu cardeal em nossas terras, para assim preservar nossa aliança em busca de paz, porque dessa vez me sinto angustiado? 

O dia está diferente e Reuel não consegue entender o motivo, está incômodo, está diferente, meio que a força, coloca suas roupas bem a tempo de Emílio o chamar. 

— Vossa Eminência, Bom dia, estamos o Aguardando no porto de Aurethel, nossos Convidados estão prestes a embarcar… Vossa Eminência?

— Sim Emílio, estou ciente, só preciso terminar de me vestir e iremos, bom dia.

— Aconteceu algo meu senhor?

— Não… Nada importante, apenas estou distraído, tomado por pensamentos casuais. Vamos, nossos convidados não podem desembarcar sem nossa presença.

Ambos seguem para o cais aguardando a chegada da caravana dos humanos. Reuel se vê ansioso, sentimento que jamais teve em toda sua existência, não pelo aguardo da caravana, seria isso um mau presságio? De repente seus olhos alcançam a visão do Navio, seu coração começa a disparar, sua respiração de tranquila passa a agitada. 

— Sumo Sacerdote? Questiona Emílio - Sente-se Mal?

— Não, estou bem… estou… bem… 

Quando o navio atraca, logo é possível ver dentre a tripulação duas figuras distintas, o Cardeal Alexei e ela, a dama sagrada, da qual seus sonhos tem alertado. Reuel sente o corpo arder e o coração acelerar ainda mais, porém insiste em se manter neutro e sem expressão, Emílio tem questionado demais. 

— Bem vindos à Aurethel, Representantes da Humanidade. Diz Emílio. 

Reuel segue hipnotizado, em silêncio, atônito. 

— Esta terra que chamamos de Viera Leste… 

Emílio segue como guia para os convidados enquanto Reuel caminha um pouco a frente, tentando evitar contato, mas dura pouco tempo, logo ele sente que foi notado, pela pessoa que ele no momento não gostaria de ser notado, a Dama Sagrada. Um olhar curioso sob o véu o observa, mas timidamente se desvia. Seu coração acelera ainda mais, Reuel tenta em vão se distanciar quando é surpreendido por uma doce e delicada voz: 

— Vossa Eminência, quando não tivermos passeios ou eventos programados, poderemos passear livremente por Aurethel? 

Reuel trava, não consegue ser mais cortês e apenas responde: 

— Sim.

Nesse momento ele se chicotearia se tivesse a oportunidade. - “Como pode ser tão rude com os ilustres visitantes”.

— E… o Ritual da árvore sagrada é onde vamos ouvir o que o Oráculo tem a dizer? Questiona mais uma vez a Dama Sagrada.

— Sim.

— E após o ritual, minha delegação voltará para casa, sim?

— Correto. Visivelmente incomodado por sua timidez involuntária, Reuel vira o rosto e solta uma respiração frustrada. A Dama Sagrada percebendo, silencia por um momento. Nesse momento, Emílio interrompe o diálogo com uma informação.

— Honrados convidados estamos quase chegando ao seu alojamento.

Visivelmente constrangida, a Dama Sagrada desiste de conversar com Reuel e se volta para Emílio e um ar de tristeza recai sobre Reuel. Ambos seguem até os cômodos dos hóspedes e Emílio claramente agitado começa a informar sobre o quanto os cômodos permaneceram intactos até a chegada dos ilustres visitantes. Reuel tenta parecer apático, mas não consegue tirar os olhos dela. seus cabelos adornados e o véu sobre seu rosto só o deixam ainda mais curioso. de repente Emílio a pergunta:

— A propósito jovem donzela, qual o seu nome?

— Meu nome? é Zo... Olga… Meu nome é Olga.

Reuel se volta para ela, teve a impressão de que ela iria falar outro nome, seria apenas uma distração? Em todo caso, Olga, esse é o nome da mulher que perturba sua mente desde que aportou em Viera Leste. Emílio segue com frases constrangedoras até que menciona:

— Haha! Jovem Olga, amanhã o Sumo Sacerdote e eu mostraremos Aurethel pra você. Reuel só consegue ficar imóvel, sua mente está em branco, não consegue ser mais cortês que o jovem Guarda. Ele pensa consigo “vamos Sumo Sacerdote, seja um pouco mais condescendente e educado” e diz:

— Adeus convidados de honra.

Tomado pela timidez, ele parte deixando Emílio para trás, que se despede dos convidados apressadamente e segue ele em seguida. Descendo as escadas Emilio acena para o Cardeal antes de se aproximar de Reuel e questionar:

— Meu senhor, definitivamente não se sente bem, o senhor agiu de forma fria e anormal com os convidados, há algo que eu possa fazer por vossa eminência?

— Tens razão Emílio, não me sinto bem, preciso descansar, vou para meus aposentos, garanta que os convidados estejam bem acomodados até que eu me sinta melhor. 

Sem dizer qualquer outra palavra, Reuel segue para seu aposento deixando Emilio curiosamente perplexo. Em sua mente, os flashes do sonho que teve essa noite voltam mais nítidos e claros. 

— O que está acontecendo… preciso de respostas… 


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