Sr. Benson escrita por Fê Rocha


Capítulo 4
Capítulo III


Notas iniciais do capítulo

Olá people! Estou de volta com mais um capítulo um pouco tenso para o Freddie.
Bora ler?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/802455/chapter/4

TRÊS DIAS DEPOIS

SÁBADO - 14:15

CASA DE KARL

PDV GERAL

—Foi pra isso que o senhor me convidou? Pra jogar na minha cara as coisas que eu não sou? - Freddie questionou Karl, seu pai.

—Eu não precisaria jogar nada na sua cara se você tomasse vergonha na sua cara e virasse homem! - Karl retrucou.

Freddie riu com escárnio e de repente se alterou, ficando vermelho.

—Então quer dizer que só porque eu não quis seguir a sua carreira imbecil de bombeiro e não me casei, eu deixo de ser homem? Ah, não fode, cara!

—Olha aqui, moleque!

Karl tentou avançar no moreno, mas Marissa interveio a tempo segurando o marido e clamando aos dois que parassem de brigar, mas nunca adiantava de nada.

—Será que vocês dois não conseguem conviver em paz? - Marissa perguntou, também nervosa.

—Não tem como conviver em paz com esse moleque! - Karl exclamou e se soltou das mãos da esposa, indo até um armário no canto da sala de estar, de onde tirou uma garrafa de uísque e se serviu.

—Agora é crime querer construir a própria vida? - Freddie questionou cruzando os braços com um pouco de irritação e desdém.

—Eu organizei tudo para você. Consegui pra você uma boa posição dentro do departamento. E o que você fez? Largou uma vida boa pra ir estudar essa porcaria de literatura e o caralho a quatro! É o que? Você é viado, porra? Só vive com aquele seu amigo cabeça de vento! 

—Karl… - Marissa tentou acalmar o marido outra vez, porque ela sabia como aquilo terminaria.

Mas ela mal pode acalmar Karl, pois Freddie logo perdeu a cabeça:

—Quer saber de uma coisa, Karl? Vai tomar no seu cú! Bem no meio do seu cú!

As palavras de Freddie enfureceram ainda mais Karl, que sem nem pensar duas vezes arremessou o copo onde tomava o uísque na direção do filho, acertando-o na testa e fazendo sangrar próximo à sua sobrancelha esquerda.

—KARL! VOCÊ ENLOUQUECEU? - Marissa esbravejou enquanto corria até Freddie.

Mas o moreno não quis saber nem dos cuidados da mãe. Com uma mão estancando o sangramento, ele saiu do casarão e foi até o seu carro, que estava estacionado próximo à entrada da casa.

CINCO MINUTOS DEPOIS…

Assim que Spencer parou seu carro e Carly e Sam saltaram para fora, a loira segurou a amiga pelo braço e apontou para frente, pasmada.

—Ué, Carly! Aquele não é o…

—Sr. Benson? - A morena completou perguntando.

As duas olharam uma para a outra e soltaram risadinhas. 

Freddie estava sem camisa olhando no retrovisor do seu Ford Explorer azul tentando limpar com sua camisa o sangue que escorria da sua sobrancelha. O corte feito com um dos cacos do copo que seu pai havia arremessado em sua direção não era tão profundo, mas foi feio o suficiente para sangrar por pelo menos cinco minutos sem parar.

Sam e Carly, que de longe só conseguiam reparar no abdômen do moreno e no cós preto de sua cueca boxer branca, nem se deram conta do quão furioso ele estava.

—O que vocês duas tanto cochicham? - Spencer perguntou quando trancou o carro e se juntou às duas garotas para caminhar até a casa de Karl.

—Nada! - Ambas exclamaram despistando.

Então ao se aproximarem de Freddie, Carly exclamou:

—Oi, professor!

Sam teria feito o mesmo se não estivesse vermelha de vergonha. E ela nem sabia direito porque corou quando se aproximou. Era verdade que ela achava o moreno bonito e até podia confessar que tinha um pouco desse crush adolescente por ele. Mas qual outra aluna não tinha também?

Freddie quando ouviu a palavra professor engoliu a raiva e ergueu o olhar, vendo Carly, Sam e Spencer lado a lado a alguns passos de distância.

—Olá, meninas! Como vão? - A raiva pelo pai borbulhava dentro dele, mas ele se conteve.

—O que aconteceu com você, cara? - Spencer, que a princípio nem percebeu que a irmã chamou o moreno de professor, perguntou quando viu o sangue escorrendo sem parar da sobrancelha de Freddie.

—Hããã… Isso? - Ele apontou para o machucado com um sorriso constrangido. - Não, isso não é nada! Foi só um… Incidente.

—Que tipo de incidente, Sr. Benson? Porque parece que foi bem feio! - Carly disse com um semblante preocupado.

Freddie se olhou no espelho do retrovisor outra vez, vendo que Carly tinha razão. A lateral esquerda do seu rosto estava quase totalmente coberta de sangue.  Mas foi só quando ele passou a mão pelo cabelo, um pouco acima da orelha esquerda, que ele descobriu outro corte.

—Merda! - Freddie exclamou e praticamente correu para dentro da casa.

Spencer e Carly olharam um para o outro.

—Ué! Ele conhece o Karl? - Spencer perguntou intrigado.

—Sei lá. Ele é o meu professor de inglês. - Carly respondeu também confusa.

Sam por sua vez estava parada igual uma estátua olhando para a entrada da casa. Ela estava no mundo da lua com a imagem do moreno sem camisa.

(...)

Carly e Sam estavam sentadas numa das mesas organizadas perto da piscina. A maioria dos convidados não havia chegado ainda, mas a contar pela quantidade de mesas espalhadas muitas pessoas pareciam estar sendo aguardadas.

—O Sr. Benson é tão gostoso, né? - Sam murmurou num tom como se estivesse sonhando com os olhos abertos.

Então Carly olhou para trás, na direção onde a amiga olhava, e viu Freddie abotoando uma camisa social branca que sua mãe o havia dado, já que a sua outra ficou totalmente manchada de sangue.

—Demais! A Ridgeway estava mesmo precisando de um professor como ele. - Carly concordou com um meio sorriso.

—Em todos os sentidos, né? Porque além de gostoso ele é um bom professor. 

—O que deu em você, Puckett? - Carly perguntou rindo da amiga. - Você que nem gosta de estudar elogiando a didática de um professor?

Sam balançou a cabeça de um lado para o outro, meio pensativa, e respondeu:

—É verdade que eu não gosto de estudar, mas até que eu tô ficando interessada nessa coisa.

—Por causa do Sr. Benson?

—Sim! - A loira respondeu sem hesitar.

—Então você só tá interessada em inglês, porque…

—Claro! As outras matérias não me interessam. Obviamente se tivesse um Sr. Benson em cada sala, quem sabe eu não me tornaria o próximo Einstein?

Carly riu da piadinha da amiga e logo as duas estavam quase gargalhando sozinhas. Até que Spencer se aproximou e se sentou à mesa. Imediatamente as duas pararam de rir e ficaram apenas se entreolhando.

—Perdi a piada? - Perguntou o moreno mais velho.

Sam e Carly olharam uma para a outra e negaram disfarçando.

—Eu vou ao banheiro. - Carly disse de repente se levantando. - Você também vem, Sam?

—Sim! - A loira saltou da cadeira e então as duas saíram determinadas a ir ao banheiro, mas era óbvio que aquilo era só uma desculpa.

MEIA HORA DEPOIS…

Freddie se aproximou do banheiro da área da piscina e antes mesmo de colocar a mão na maçaneta, ele ouviu risadinhas vindo de dentro. Claro que ele logo deduziu que se tratava de Carly e Sam, por isso balançou a cabeça negativamente e riu discreto para depois dar algumas batidas leves na porta.

Imediatamente, depois que Freddie bateu na porta, as risadas cessaram e foi possível ouvir Sam dizendo enquanto prendia a risada:

—Tá ocupado!

—Eu sei que está ocupado. Mas quanto tempo as duas levam para usar o banheiro? - Freddie perguntou e no mesmo instante Carly abriu a porta.

As duas saíram lá de dentro com cara de paisagem e um sorriso amarelo estampado no rosto. A festa já estava começando a tomar forma e uma música tocava no fundo. 

—Um monte de gente estava querendo usar esse banheiro, sabia? Mas as duas bonitas estavam lá dentro fazendo não sei o que. - Freddie repreendeu as duas num brincalhão, sem deixar muito óbvio que estava chamando a atenção das duas.

Era visível o band-aid um pouco acima da sobrancelha do moreno e a lateral esquerda do seu rosto tinha alguns arranhões. Não dava para dizer que as coisas com o pai dele haviam se ajeitado, mas estava tudo mais tranquilo agora.

—Foi mal, profe! - Carly se desculpou olhando de relance para Sam que tinha uma cara de "ferrou!".

Freddie apenas riu com aquilo e saiu andando, enquanto as meninas o olhavam por trás e cochichavam. De repente, Sam teve uma ideia que na sua cabeça era apenas para provocar Melanie.

—Carly, vamos tirar uma foto com o Freddie?

A loira sabia que sua irmã iria se contorcer de inveja. Aliás, boa parte das garotas da Ridgeway fariam o mesmo.

—Só se você pedir ele. - Carly disse aderindo à ideia, mas com vergonha.

—Pede você! - Sam pediu, também envergonhada.

—Eu não!

As duas olharam uma para a outra e se viram num impasse, até que Sam se convenceu. Tudo valeria a pena apenas para fazer raiva em Melanie. Por isso, largou Carly onde ela estava e correu para alcançar Freddie. Ao alcançá-lo segurou ele pelo braço, fazendo-a parar de andar, e perguntou:

—Sr. Benson, tira uma foto comigo e com a Carly?

O moreno que até havia se assustado um pouco com a repentina aparição de Sam, sorriu enquanto processava a pergunta e por fim responde:

—Claro!

Então os dois voltaram para onde Carly estava e sem demora a loira sacou seu celular de tela rachada e posou para a selfie. Freddie ficou no meio das duas garotas e ambas grudaram as bochechas nas suas, cada uma de um lado.

Mas o que o moreno não percebeu até que a selfie fosse tirada foi seu pai, que de longe só observava aquilo. Então assim que Freddie se distanciou das meninas outra vez, deixando as duas risonhas, ele notou Karl vindo em sua direção. 

Karl já havia “se desculpado” com o moreno, mas não pôde evitar começar uma nova provocação:

—Que porra foi aquela, Benson?

—O que, pai?! Meu Deus do céu! - Freddie exclamou nitidamente cansado do controle do seu pai.

—Você acha que pega bem um marmanjão igual a você - Karl bateu a mão no peito de Freddie - ficar tirando fotinha com umas garotas que tem o quê? Quinze anos?

—Elas são minhas alunas, pai! E oh, me deixa em paz, valeu?

Freddie largou o pai para trás e saiu andando enquanto sentia a irritação de mais cedo voltar. De certa forma, o moreno estava começando a pensar que ter voltado de Los Angeles para Seattle foi uma má ideia, pois na Califórnia, longe de seu pai, a vida parecia muito melhor.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Sim, assim como a Sam, o Freddie não satisfaz totalmente as expectativa dos pais e está em constante conflito com eles, principalmente com o pai. Tenso né?

Até o próximo capítulo!
Beijos!!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sr. Benson" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.