UMA SEMANA DEPOIS

SEGUNDA-FEIRA - 13:35

RIDGEWAY HIGH SCHOOL

PDV GERAL

—Carly! 

Sam se inclinou na direção da mesa da amiga enquanto olhava Freddie, que prestava atenção no filme. Não queria ser pega conversando.

—Já reparou que o Sr. Benson tem…

—Samantha! - A voz de Freddie ressoou na sala, fazendo a loira parar de falar e sorrir com um pouco de culpa.

—Sim, Sr. Benson! - Ela respondeu.

—Já posso te dar o questionário sobre o filme?

—Não.

—Então, fique em silêncio!

A loira assentiu e deitou sua cabeça sobre a mesa voltando sua atenção para o filme.

ALGUNS MINUTOS DEPOIS…

Freddie que estava sentado na primeira mesa, olhou para trás para observar os alunos e ver se estavam todos prestando atenção no filme. Mas ao olhar para trás, viu Sam dormindo tão à vontade como se estivesse em sua casa.

Então logo o filme terminou e Freddie acendeu as luzes da sala e abriu as cortinas. Depois saiu pela sala distribuindo uma folha com perguntas e quando chegou na mesa de Sam, disse alto de propósito:

—Esse questionário valerá ponto e vocês tem que me entregar até o final da aula.

Sam, que praticamente roncava, ergueu a cabeça meio desnorteada e no mesmo instante Freddie entregou a folha para ela e ainda completou:

—Ouviu, Samantha?

—Ouvi - Ela respondeu esfregando os olhos.

Então Freddie saiu andando e rindo disfarçadamente.

A NOITE - 20:50

APARTAMENTO DE FREDDIE

—Gibby, vem ver isso. - O moreno chamou pelo amigo que estava sentado no sofá assistindo televisão.

Gibby foi até o cômodo ao lado onde era o escritório de Freddie e ao entrar perguntou:

—Que foi?

—Olha isso daqui! - Freddie esticou uma folha para Gibby. - Essa é a atividade daquela aluna que eu te falei. Olha como ela escreveu o nome dela.

—Asmantha Dioy Buckett — Gibby leu em voz alta e com uma cara confusa. - Que nome zuado, hein!

—O nome dela não é assim. É Samantha Joy Puckett. Tô intrigado com isso, cara! Como uma garota de 15 anos ainda não sabe escrever o próprio nome direito?

Gibby que parecia em outro mundo de repente falou:

—Cara, você lembra da Pam? O sobrenome dela era Puckett, não era?

Freddie fez uma careta tentando se lembrar.

—Acho que era.

—Será que essa garota aí e a irmã dela não são filhas da Pam? Porque eu lembro que ela teve gêmeas.

O moreno arregalou os olhos.

—Será, mano?

—Faz todo sentido. - Gibby afirmou com certeza. - E as contas batem. Porque a Pam é da nossa idade, então ela deve ter uns 30 anos, se as garotas tem 15, quer dizer que a Pam tinha 15 quando elas nasceram… Olha aí! Não lembra a treta que foi quando ela apareceu grávida na Ridgeway?

Freddie balançou a cabeça concordando.

—Bem que a cara das duas não me era estranha - O moreno murmurou pensativo.

—Já pensou se ela ficar sabendo que você agora dá aula pras filhas dela? Ela vai começar a correr atrás de você de novo. - Disse Gibby em meio a risadas.

—Deus me livre, cara! Tô bem do jeito que eu tô. Não quero aquela mulher não.

—Mas ela era toda a fim de você.

—E você acha que eu não sabia? 

Gibby riu mais ainda e depois saiu do escritório, enquanto Freddie ficou lá parado olhando para o nome de Sam escrito errado.

DOIS DIAS DEPOIS

QUARTA-FEIRA - 14:20

RIDGEWAY HIGH SCHOOL

—Ei, Samantha! - Freddie chamou pela loira quando viu que ela já ia saindo da sala junto com os outros alunos. - Tem um minuto? Preciso conversar com você.

Sam trocou olhares com Carly que lhe disse que a esperaria lá fora. Então quando todos já haviam saído da sala, Freddie disse:

—A senhorita dormiu na minha aula passada e não respondeu o questionário, né?

A loira soltou seu sorriso amarelo de sempre.

—O fim do semestre está chegando - Freddie continuou. - Logo vai ter as provas e você simplesmente não tem nota. Como a gente vai resolver isso?

—Você inventa uma nota para mim e me aprova - Sam respondeu com a cara mais limpa do mundo.

Freddie riu e disse:

—E aí você não aprende nada. Do que adianta?

—Pra mim tanto faz, eu nunca aprendo nada mesmo. Todos os professores me aprovam no final do ano porque querem se ver livres de mim…

—Mas por que você não aprende nada? - Freddie perguntou com um pouco de curiosidade.

Sam deu de ombros e respondeu com certa ironia e revolta:

—Minha mãe diz que é porque eu sou burra.

—Baseado em que ela fala isso? - O moreno perguntou com as sobrancelhas arqueadas.

—Baseado no fato de que ela é uma péssima mãe.

Freddie levantou ainda mais as sobrancelhas e pensou um pouco se devia perguntar a Sam se sua mãe se chamava Pam. O que Gibby havia dito na segunda-feira, não saiu da cabeça dele.

Por fim ele decidiu que não haveria nada de mal em perguntar, então perguntou:

—Sua mãe se chama Pamella?

—Sim. Por que?

—Não, é que…

Freddie se deteve um pouco para rir.

—Eu acho que sua mãe e eu estudamos juntos.

—Sério?

—É…

Sam também não segurou o riso e comentou:

—Ela deve ter sido uma péssima aluna. Porque se eu sou burra, ela é bem pior.

—Você não é burra. Fique tranquila quanto a isso! Agora que tal se esforçar um pouco e não dormir nas aulas?

—Eu vou tentar - Sam respondeu.

Então Freddie sorriu de lado com simpatia e disse à loira que ela já podia ir. Alguma coisa nela sempre o fazia rir.

A NOITE - 18:45

APARTAMENTO DE CARLY E SPENCER

—Sabe o que o Sr. Benson me falou? - Sam perguntou para Carly enquanto ambas estavam sentadas na mesa da cozinha esperando Spencer terminar de fazer seu típico taco de macarrão.

—O que?

—Que ele e minha mãe estudaram juntos.

—Sério?! - Carly se espantou. - Oxe! Então ele tá dando aula na escola que ele estudou?

—Aham! Louco! Porque eu quando me formar não quero nem passar em frente a aquela prisão.

Carly riu do quanto a amiga odiava a escola e no mesmo instante Spencer veio à mesa para servir as meninas com o taco de macarrão.

—E voilá! - Ele exclamou.

—Spencer, você tá lembrado da festa de aniversário do Karl, né? - Carly perguntou para o irmão enquanto ele se sentava para comer os tacos também.

—Sim, a festa é no sábado. - Spencer respondeu.

—Quem é Karl? - Sam perguntou curiosa.

—O bombeiro que sempre vem apagar o fogo aqui em casa. - Carly olhou para o irmão e completou: - O fogo que não sei como o Spencer provoca!

—Olha, já faz três dias que não acontece. - Ele tentou se defender.

—É, mas da última vez você quase colocou fogo no Bushwell inteiro. - Carly retrucou.

Então Spencer ergueu as duas mãos, como se estivesse se desculpando.

—Eu posso ir com vocês? - Sam perguntou. 

—Claro! - Carly respondeu sem hesitar. 

—Na sexta, minha mãe vai pra Vegas e a Melanie com certeza vai pra casa do Vernon, ou pra casa de alguma amiga patricinha dela. Eu não quero ficar sozinha em casa no final de semana. - A loira se justificou.

—Vai até ser bom, porque aí eu vou ter com quem conversar. - Carly completou com um sorriso.