Supernova escrita por Lady Anna, Morgan


Capítulo 6
Capítulo VI


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura, gente ♥



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Confuso, perdido, desorientado… todas essas palavras definiriam Sirius Black naquele momento, porém arrependido com certeza não era uma delas. Com o malão de Hogwarts em uma das mãos trêmulas e a varinha na outra, ele ainda não conseguia acreditar que finalmente se libertara das amarras de sua família. Depois de anos ouvindo toda aquela babaquice sobre sangue puro ecoar nos quatro cantos de sua casa, Sirius criara coragem para enfrentar os pais, dizer-lhes o quão preconceituosos e doentes eles eram e deixar para trás aquele legado de sangue e destruição.

Sentia-se mal por abandonar Regulus naquela casa que nunca pôde ser chamada de lar por nenhum deles, entretanto não aguentava mais conviver com toda a imundice que cercava os Black. O sangue deles podia ser puro, mas os costumes eram sujos. Apesar de não saber ao certo para onde ir, estava mais tranquilo e leve do que jamais estivera em toda a sua vida. Sua consciência estava limpa por fazer a coisa certa.

Pegou o Nôitibus em uma praça perto de sua casa e quando percebeu já estava quase amanhecendo. Fora parar do outro lado de Londres, sem galões, com um malão pesado para carregar, sem poder usar magia ou aparatação. Perdido. Sentou-se em um banco qualquer, esperando por um sinal divino do que fazer – não que ele acreditasse nisso, porém estava desesperado o suficiente para tentar. Sua cabeça pensava em muitas coisas e em nada ao mesmo tempo, o que dificultava a concepção de um plano minimamente lógico.

— Sirius?

Sorriu ao ouvir aquela voz melodiosa atrás de si. A escuridão, de alguma forma, sempre acompanhou os Black, atraindo-os para as trevas, contudo, Andrômeda Black sempre lhe pareceu mais um anjo cheio de luz do que qualquer outra coisa. Talvez ela realmente fosse uma, ou pelo menos para Sirius ela com certeza o era.

— Oi, Andy.

Ela era bem mais velha do que Sirius e ele ainda conseguia se lembrar de como as unhas pintadas de preto da prima, parecidas com garras, o assustavam na infância. Hoje, não conseguia encontrar nada que o assustasse nela, apenas inspiração e admiração. Andrômeda e Sirius eram parecidos, ambos estrelas que não se encaixavam em suas constelações. Apenas tolos rebeldes para sua família, mas, na realidade, guerreiros, crentes em um mundo melhor.

Sirius nem percebeu ao certo quando ou como começou a contar a Andrômeda da fuga de casa, apenas sentiu que precisava lhe contar sobre como Órion não interferiu quando Walburga o agrediu e lhe disse que ele não faria falta, que só trazia desgosto para a família. Precisava lhe contar sobre o olhar desolado de Regulus ao ver o irmão partir e as expressões impassíveis dos pais. Precisava lhe contar de como estava sentindo medo e que, na verdade, não sabia o que fazer. Precisava que alguém lhe entendesse, compartilhasse de sua dor; as mesmas raízes e ambições.

Quando terminou, ele a olhou nos olhos pela primeira vez desde que a encontrou. Não sentia medo de ser julgado – pelo menos não por Andrômeda – mas ainda era constrangedor estar ali, admitindo todo aquele caleidoscópio de sentimentos. Ela parecia tão forte quanto sempre fora, porém em seu olhar havia uma recém-revelada vulnerabilidade.

— Eu sei como você está se sentindo, Six. – Disse. – Não é fácil e não vai ser durante um longo tempo.  Sei que está preocupado com Regulus, eu também fiquei assim quando sai de casa. Pensando se poderia ter feito algo diferente, que talvez pudesse ajudar de alguma forma minhas irmãs. Porém, aquela casa não te fazia bem e você fez o certo fugindo de lá. Você é forte, Sirius, vai conseguir se reconstruir. Apenas siga o seu coração.

Aquela poderia parecer um conselho muito genérico, entretanto Sirius era bom nisso, em seguir aquilo que acreditava. Foi por isso que naquela fria manhã ele bateu na porta dos Potter, um misto de nervosismo e ansiedade o corroendo por dentro. Esperava que eles pudessem recebê-lo, afinal não sabia se havia outro caminho possível a se seguir no momento.

— É claro que você pode ficar aqui, idiota. – Exclamou James, dando um tapa na nuca de Sirius. – Você sempre foi um irmão para mim, pensei que soubesse disso. Vem, estamos tomando café da manhã.

O Sr. e a Sra. Potter logo se apegaram a Sirius, tratando-o como se ele realmente fosse filho deles. A primeira vez que Euphemia o chamou de “meu filho”, houve um constrangimento inicial antes que Sirius dissesse que não havia problema, contanto que ele pudesse a chamar de mãe. Também, não demorou muito para que ele pensasse em Fleamont como seu pai.

Simples assim Sirius soube que pela primeira vez na vida seria aceito como membro de uma família do jeito que ele era, sem nenhuma imposição ou cobrança absurda. Seria apenas ele, Sirius Órion Black, e isso seria o suficiente.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, até o capítulo de amanhã!



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