Supernova escrita por Lady Anna, Morgan


Capítulo 4
Capítulo IV


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura! ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/802384/chapter/4

Quando acordou, Sirius teve certeza que era cedo demais. O quarto ainda estava escuro, a única luminosidade era uma fresta na cortina, a qual apontava diretamente para o beliche que ele e Remus dividiam. Como já estava desperto, decidiu se levantar e arrumar a cortina, antes que aquilo também acordasse o Lupin. Entretanto, ao descer a pequena escada, percebeu que a cama do amigo estava estendida, como se ninguém tivesse dormido ali. Com o cenho franzido e os olhos arregalados tentando enxergar algo, Sirius procurou por Remus em todo o quarto, mas não o encontrou. Indo até a janela, abriu completamente a cortina, o que causou caretas em James e Peter quase instantaneamente.

— Fecha isso aí, Six. – Pediu Peter, a voz rouca de sono.

— É sábado. – Resmungou James.

Analisando mais uma vez o quarto, ele confirmou aquilo que já suspeitava: Remus não dormira ali.

— Remus não passou a noite aqui, ele… sumiu.

A frase foi o suficiente para despertar os outros marotos, os quais se sentaram na cama, a bruma do sono ainda presente em suas expressões.

— O quê?

— Olhem para a cama dele: está do mesmo jeito que estava ontem à noite. Ele não dormiu aqui.

— Onde ele está então? – Peter perguntou, levantando-se.

— Qual lua é hoje?

Ao ouvir a pergunta de James, Sirius soube que o amigo pensava a mesma coisa que ele. Já fazia um tempo que os outros marotos desconfiavam das saídas noturnas e dos machucados inexplicáveis de Remus, mas não tocar no assunto para evitar o desconforto do Lupin virara quase uma lei. Eles não perguntavam e Remus não contava. Isso parecia funcionar, até o momento em que ele começou a ficar mais introspectivo e mais distante dos outros. Remus Lupin estava definhando dia após dia e eles não poderiam deixar que isso continuasse.

— Lua cheia. – Respondeu Peter, sério. – Vamos procurá-lo? Onde?

— Enfermaria. – Sirius respondeu, sentindo calafrios em sua pele. Não medo de Remus, mas do que poderia encontrar.

Rapidamente, os três garotos saíram da Torre da Grifinória, correndo pelos corredores até chegarem à Ala Hospitalar. Abrindo a porta com mais força do que deveria, Sirius percebeu que apenas um leito estava ocupado e que a curandeira estava ao lado dele, bloqueando a visão deles.

— Ei! Vocês não podem entrar aqui desse jeito!

Ignorando-a, eles correram até a cama, mas pararam assim que viram o estado de Remus. Não seria possível descrever tudo que Sirius sentia no momento, apenas dizer que, enquanto via o enorme corte que ia do umbigo até o pescoço e os hematomas arroxeados por todo o corpo do amigo, somente queria que Remus não sentisse aquela dor e aquele desespero nunca mais. Sentiu-se impotente e idiota, percebendo o quanto o outro sofria e o grande nada que fazia em relação a isso.

— Ele… está muito mal? – James sussurrou.

— Ele vai ficar bem. – Foi tudo que a curandeira respondeu.

— Quando? – Exigiu Sirius.

Ela hesitou por um momento, colocando um pano úmido em cima do machucado antes de responder.

— Eu não sei. Um dia? Uma semana? É difícil ter certeza.

— Se você fosse melhor no seu trabalho saberia. Talvez ele nem estivesse assim. – O Black disse, fazendo-a semicerrar os olhos.

— Quem é você para me dizer como fazer o meu trabalho? Vocês deveriam sair daqui, ele precisa de repouso.

— Ele precisa dos amigos!

— Padfoot – Peter chamou –, você não está ajudando assim.

Respirando fundo, ele se calou e olhou para Remus. Era estranho vê-lo assim, inexpressivo. Era quase como se estivesse… não, Remus Lupin era alguém vivaz e não poderia perder isso.

— Me desculpe. – Disse ele a curandeira, baixo.

Eles pegaram algumas cadeiras e ficaram sentados em volta da cama, esperando-o acordar. Quando isso finalmente aconteceu e Remus percebeu a presença dos amigos no quarto, um suspiro de alívio saltou da boca dos marotos. Era bom vê-lo acordado e melhor. Entretanto, a expressão do Lupin refletia o mais puro desespero e horror.

— O que vocês estão fazendo aqui? Eu só...– Remus, sempre era tão calmo e articulado, estava tremendo, os olhos saltando de um lado para outro. – Eu caí da escada. Não a do quarto, aquelas que… por isso o corte e os machucados… não… é...

— Calma, pode ficar tranquilo. – James pediu, colocando a mão no ombro do amigo. – Nós sabemos e não nos importamos.

— Sabem o quê?

Os olhos de Remus estavam arregalados e sua respiração saía muito rápido. Sirius sentiu um aperto no peito ao pensar que não era estranho o Lupin reagir daquela forma. Muitos bruxos – incluindo sua família – acreditavam que pessoas como Remus eram uma escória. Mas ele não pensava assim e ficou feliz em perceber que James e Peter também não.

— Você é um lobisomem. – Sussurrou Peter, olhando ao redor para conferir se não havia ninguém por perto.

— Ah. – Remus ficou sem palavras por alguns segundos, a expressão triste e cansada. – Como vocês podem não se importar? Olhem o que eu fiz comigo mesmo quando me transformei. Isso é… horrível. Eu me torno irracional e machucaria qualquer um de vocês sem nem saber o que estava fazendo. Eu sou um monstro.

— Não, não é. – Respondeu Sirius. – Você é um maroto, Remus Lupin, e não sei como pensou que poderia esconder isso de nós. Não nos importamos com sua licantropia, apenas queremos que você fique bem. Você é um de nós e não vamos mais deixar que enfrente isso sozinho.

Peter e James acenaram concordando, o que fez Remus sorrir.

— Obrigado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e até amanhã! :)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Supernova" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.