Garota Arco-íris - Imagine Shinsou escrita por penny bu


Capítulo 2
Amarelo Dourado


Notas iniciais do capítulo

Bem-vindos e bem-vindas. Espero que estejam bem. Tenham uma ótima leitura! Até lá embaixo!



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  Se pode ver a lua no céu, já anoiteceu. Em casa me encontro, forcei Shoto a estar comigo por mais uma noite aqui, eu não quero ir para o dormitório da U.A. Agarro meu travesseiro com força enquanto largo o livro que lia para observar minha mão nua atentamente. O garoto de mais cedo, Hitoshi Shinsou era seu nome, me lembro bem. Ele as viu. Ele viu as cicatrizes daquela noite. A noite em que a água quente que borbulhava sobre o fogo foi despejada sobre o rosto do pobre menino, Shoto. Eu não pude impedir o que houve, não cheguei a tempo de parar toda a água. Consequentemente, minha mão direita sofreu queimaduras graves, e eu a cubro desde então, pois da última vez que a viram, não terminou muito bem. Pelo menos, quando eu utilizo meus poderes ninguém as vê.

 

 — [Seu nome]? — Fuyumi sorri ao entrar — Não quer se juntar a nós na mesa? Temos Soba.

 

 Droga, meu celular está descarregado. “Ele está em casa?”, pergunto em libras.

 

 — Não, está tudo bem, ele disse que vai chegar bem mais tarde hoje, pode vir. — seu sorriso se alargou.

 

 Com um salto me levanto, largando meu travesseiro fofo no colchão. Cambaleio até a cozinha, me apoiando nas paredes apagadas do corredor.

 

 — Irmãzinha! Até que enfim saiu daquele quarto. — Natsuo me cutucou — Já que está aqui... Obrigado pela comida!

 

 Atacou a comida desesperadamente o mais velho, enquanto Shoto comia calmamente e Fuymi perdia a fome com os gestos desagradáveis de Natsuo. Quebro os hashis, hora de comer!

 

 — Como foi na escola hoje [Seu nome]? — perguntou a garota.

 

 “Bem”, fiz gestos.

 

 — Shoto, tem visitado a mamãe?

 

 — Isso é coisa pra se perguntar numa hora dessas irmã? Podemos comer sem ter que pensar na família? — Natsuo se retirou da mesa.

 

 Nós quatro temos nos comunicado bem menos agora que estamos tão atarefados com nossas coisas particulares. Sempre em silêncio, cada um com seus próprios pensamentos que não gostariam de compartir, é tão evidente.
O trinco da porta se abre lentamente revelando Endeavor que a cruza distinto. Minha orbes se estremeceram, de onde estava caí, e os cabelos esvoaçavam em cor amarelo dourado, eu estava com medo outra vez, o mesmo trauma de sempre.

 

 — [Seu nome], fica calma! — Shoto me puxou para si e eu agarrava sua camisa tentando me encolher ainda mais em si. Lágrimas eram derramadas, é inevitável  quando o vejo.

 

 — O que aconteceu? — Natsuo se voltou a cozinha.

 

 — [Seu nome]...

 

b— Sai daqui, sai por favor! — Fuyumi impediu o pai de prosseguir.

 

                            [...]

 

Sentei-me em minha cama, não pude pregar os olhos esta noite. Ergo os braços para me espreguiçar e então bocejo em seguida. Passo delicadamente a mão em meu rosto, me sinto cansada para levantar e sair. Ao meu lado, uma bandeja com o café da manhã, Fuyumi é bem atenciosa comigo nesta parte, sinto que sempre poderei contar com ela.

 

— Ohayo [Seu nome], dormiu bem? — Shoto perguntou e eu somente acenti — Que bom, mas agora levante-se, vamos para a Yuuei e depois para o dormitório, preparei sua mala. — não parece que é só isso que quer me dizer.

 

Mas eu não quero ir”, peguei o celular para digitar.

 

— Eu não posso ficar aqui todos os dias, você se lembra do que aconteceu ontem? Eu não vou deixar você aqui sozinha [Seu nome], não outra vez. — seus olhos firmes me deixaram ser levada, concordei.

 

Minutos depois me encontro sentada atrás do insuportável explosivo de antes. A minha volta todos estão conversando e me vejo com um caderno em mãos rabiscando um desenho qualquer, uma boneca.

 

— Isso é uma garota? — Kirishima se aproximou — Bem estranho para uma garota, mas não deixa de ser bonito né?

 

— Ohayo turma. — Aizawa-sensei caminhava lento e demandamente cansado — Hoje teremos o combate livre de a cada duas semanas. Coloquem seus uniformes.

 

O que é isso?”, pergunto a Shoto.

 

— Ah, ele vai levar a gente para lutar uns com os outros, não se preocupe.

 

— Senhorita Todoroki, pode vir aqui um segundo? — me chamou o moreno — Como entrou no meio do ano, os professores All Might e Mindnight tomaram a liberdade de fazer seu uniforme, espero que goste.

 

A maleta cor cinza que me entregou encheu meus olhos de maravilha, eu finalmente terei um uniforme de verdade. Agradeço ao sensei e logo vou o provar. Ele era inteiriço cor branca e com faixas coloridas como arco-íris. Ele é bem colado, e realça minhas curvas, essa deve ser a parte da Mindnight no projeto. Ainda assim, eu gostei muito, quero conversar com o Tio Might pessoalmente depois para agradecer.

 

— Espero que superem as expectativas da luta anterior, eu quero ver progresso. — disse Aizawa — começaremos por Sato e Kirishima, venham a arena.

 

Eu particularmente estou curiosa, nunca havia visto uma luta da U.A, assim como tenho curiosidade em saber em como me sairei. Levo meu dedo indicador até meus lábios para saciar minha ansiedade. Percebo o cabelo longo ocilar em azul pelo vento.

 

— Bem gatinha ein, quando vamos sair? — um despresível me encara maliciosamente.

 

— Saia de perto dela Mineta antes que perca suas mãos. — Todoroki que estava perto de mim, sussurrou para o pequeno que correu assustado.

 

Os dois oponentes, ambos fortes, mediam seus poderes físicos com determinação, é admirável. A minha volta, todos sorriam e apoiavam os colegas com respeito.

 

— ANDA LOGO CABELO DE TOMATE, É PRA HOJE ISSO AE, GANHA DELE OU EU ACABO COM VOCÊ! — bom, talvez devêssemos tirar o Bakugou da lista.

 

Kirishima bloqueia o ataque de Sato com seu endurecimento e o joga para fora da arena com um soco rápido.

 

— Kirishima vence, sendo assim, a próxima rodada será entre Bakugou e [Seu nome].

 

— SE FERROU ALGODÃO DOCE AHAHA! — gargalhou o loiro.

 

— Ganha a rodada quem estiver no chão ou ultrapassar a risca vermelha. — o sensei dizia.

 

Respiro fundo. Você só tem que se acalmar e não deixar que suas emoções transbordem. Ao sinal de Aizawa, o oponente veio para cima com tudo que tinha, ele realmente precisa ser tão escandaloso assim? Desvio de seu ataque jogando chamas vermelhas no mesmo que também desvia.

 

— SE QUISER VENCER DE MIM, VAI TER QUE USAR MUITO MAIS QUE ISSO. — um ataque de esquerda me atingiu.

 

Estou me sentindo insuficiente. Não, agora não! Deixo que meus pensamentos se desvaneie enquanto me concentro em Bakugou que gargalha instantaneamente. Posiciono as mãos ao lado da cintura para concentrar poder e em seguida lanço para cima dele, mas é inútil.

 

— VOCÊ DEVE SER SÓ MAIS UMA FILINHA DO PAPAI COMO O MEIO A MEIO ALI, NÃO É?! HAHA!

 

Filhinha do papai? Os cabelos tomaram um tom de vermelho carmesim, transbordando raiva, e descontrolavel, as chamas tomam conta de mim, instalando um clima quente como o sol em época de verão. Corro para cima do mesmo que desvia com uma explosão no ar, mas como as chamas realmente densas estavam, tomou parte de sua perna esquerda, quase o consumindo por inteiro.

 

— [Seu nome] está fora da linha, Bakugou venceu.

 

O quê?! Olho para meus pés vendo que meu calcanhar toma minimamente espaço fora da risca no chão. Me viro para Bakugou que tenta controlar a respiração rápida em que se encontrava, espero que isso signifique que eu causei algum tipo de impacto.

 

— Isso foi incrível! — uma arosada gritou.

 

— Demais [Seu nome]!

 

                            [...]

 

Depois de deliberadamente escolher por vestir o uniforme outra vez, caminho sem pressa agora que o fim da aula chegou. O corredor nada silencioso incomoda meus ouvidos. Me incomoda o bater da sola do sapato ao chão, me incomoda o "tic tac" do relógio na parede assim como me incomoda as conversas alheias. Levo o olhar para os lados, me sinto observada. Um garoto brinca com marionetes no chão, ao meu lado esquerdo, e sorri quando me vê, apenas retribuo o sorriso.

 

— Enfim te achei, vamos. — Shoto me puxa pela mão.

 

Antes de entrar no dormitório, Shoto vira pra mim com os olhos trêmulos, e com o intuito de dizer algo, ele está assim desde que falou comigo pela primeira vez essa manhã.

 

Diga de uma vez”, digitei.

 

— A mamãe... ela quer te ver. — sorriu docemente, é a primeira vez que o vejo sorrir assim.

 

Não posso vê-la, eu não quero”, vejo o amarelo se instalar lentamente sobre o cabelo.

 

— Sabe que não pode se esconder para sempre, não tenha medo.

 

Não é você quem decide isso”, desviei o olhar.

 

— Vamos entrar de uma vez. — pisou forte.

 

O meu medo de rever a mamãe é equivalente ao mesmo medo que sinto de Endeavor. As vezes penso que ela não me perdoará por ser uma filha como ele, pois eu sou ele, querendo ou não. Melhor deixar as coisas como estão, o jeito é seguir em frente, com ou sem mãe, afinal, foi o que eu tenho feito desde então.
Subo quatro degraus atrás de Shoto que abre a porte de correr para atravessar a sala. Olhos nada surpresos me encaram quando a maior parte deles sorri.

 

— [Seu nome], seja bem-vinda! — a arosada de antes dava pulinhos até mim — Eu sou Ashido Mina!

 

Me escondo atrás de Shoto, tentando me encolher o máximo que podia, e os fios rosa do cabelo me faziam ter mais vergonha ainda. Cabelo dedo-duro, as vezes eu tenho raiva de você.

 

— Que fofa! — uma de cabelos castanhos sorriu.

 

Depois de um banho rápido, desço as escadas até o lado de fora do dormitório que escurece devagar. O pôr do sol em mesclados de laranja e amarelo sumiam diante do manto negro da noite que estava por encubrir para a chegada da lua. Admiro o céu com atenção, até que ouço barulhos mais ao lado do dormitório, vejo uma escada que leva até a parte superior. Subo devagar, até chegar a uma vista linda, era simplesmente mágico. Avisto Shinsou, o garoto de ontem.

 

— A-ah, eu não sabia que mais alguém vinha aqui, desculpa. — ele se levantou rápido — É que de todos os dormitórios, esse tem uma vista melhor.

 

Me aproximo devagar até sentar ao lado do mesmo que estranha, mas logo se senta novamente. Ficamos quietos por um período de tempo curto, até que ele se propôs a falar.

 

— Dessa vez não caiu em cima de mim né? — ele me olhou neutro.

 

Tem razão Shinsou”, mostrei-lhe.

 

— Então você lembra meu nome, isso é bom mas eu não sei o seu. — estava encarando de frente para mim.

 

Eu sou [Seu nome] Todoroki, muito prazer”.

 

— Uma Todoroki? Que legal... Ah, eu tenho que te devolver uma coisa. — esticou minha luva — Você acabou... esquecendo, eu acho.

 

Obrigada”, agarrei a luva sem demora.

 

— Sabe... eu vi aquelas marcas na sua mão. Mas posso te falar uma coisa? Você não precisa se envergonhar delas, afinal elas fazem parte da sua história. — seu semblante é sério.

 

Você não sabe o que elas significam, já que não passou pelo mesmo que eu”, desviei o olhar.

 

— Eu sei, eu sei. — riu — Mas, um herói esconde suas marcas de batalha?

 

Qual o motivo, eu não sei. Mas esse garoto repentinamente me chama atenção, e eu não posso deixar de olhar para o mesmo enquanto vejo seu largo sorriso tocar meu coração, que eu creio,  cicatrizará logo.


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Notas finais do capítulo

Gente, estou muito confusa em como se usa o site, me "embanano" toda! Mas, me digam o que estão achando da história e até o próximo cap!



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