Cuidado com o que você usa como chaveiro escrita por Vanessa Sakata, Marimachan


Capítulo 1
Gritar "Pega ladrão" não garante que ele será pego


Notas iniciais do capítulo

Olá, meu povo e minha pova! Tudo bem?
Aqui estamos nós para postar no Nyah a nossa crossover entre Redemption e Paradoxo Temporal! Estou muito feliz por estar escrevendo com @Marimachan esta fanfic, e espero que se divirtam lendo assim como nos divertimos enquanto escrevemos.
Prontos para uma aventura interdimensional? Apertem os cintos e boa leitura! ;)
~Vanessa

OIE
Finalmente resolvemos postar essa crossover aqui no Nyah. Ela é feita com muito amor e carinho, e muitos risos! XD
Espero que gostem ❤️
Boa leitura! ;)
~Marima



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Era uma manhã ensolarada, com o céu azul e sem qualquer nuvem. Gintoki e Ginmaru haviam acabado de sair da ferraria de Murata Tetsuko, onde a katana do jovem estava para melhorar a afiação da lâmina de aço. Os dois albinos caminhavam pela rua de chão batido ao avistarem Shinpachi, que estava em serviço. Os dois companheiros de farda que o acompanhavam numa ronda tinham entrado numa loja de conveniência enquanto ele aguardava, ouvindo música em seu smartphone.

A conversa entre eles fluía até bem, quando Ginmaru sentiu passarem a mão no bolso traseiro da calça branca que vestia.

— Hã? Peraí... A MINHA CARTEIRA E AS MINHAS CHAVES! PEGA LADRÃO!

O jovem Sakata olhou para trás à procura do criminoso e viu o homem magro, vestindo um yukata marrom-acinzentado e sandálias, correndo como um louco. Ginmaru também disparou atrás do sujeito de cabelos pretos presos em um mage desarrumado e prestes a desembainhar a katana. Gintoki correu atrás do filho, seguido por Shinpachi, que também berrava.

— EI, VOCÊS DOIS! ESQUECERAM QUE SOU POLICIAL?

Ignorando os berros do comandante da Shinsengumi, os dois Sakatas aceleravam ainda mais o passo na tentativa de alcançar o cara. Ginmaru estava mais à frente e desembainhou a espada na tentativa de fazê-lo parar, mas o sujeito disparou ainda mais com os braços para trás.

— “Peraí, baixou o espírito do Naruto nesse cara?!” — pensou com certa indignação.

— SE ABAIXA, GINMARU! — Gintoki bradou.

O Yorozuya arremessou a bokutou contra o batedor de carteiras, que acabou tropeçando e caindo de cara no chão. O homem viu que os três perseguidores se aproximavam e, rapidamente, catou a carteira de Ginmaru e as chaves — cujo chaveiro era bem peculiar — para depois empreender nova fuga, trombando com outros transeuntes que estavam em frente a uma loja que inaugurava naquele dia.

— PARADO AÍ, MELIANTE! — Shinpachi gritava enquanto brandava a katana desembainhada. — AQUI É O COMANDANTE DA SHINSENGUMI! PARE EM NOME DA LEI!

O ladrão soltou um “Eita!” e acelerou ainda mais o passo, correndo tão rápido quanto um competidor de atletismo nos cem metros rasos. Ainda assim, conseguiram alcançá-lo e saltaram para cima do indivíduo, que caiu no chão. E, nesse mesmo momento, uma luz estranha e brilhante surgiu acima deles.

— Mano do céu...! — ele exclamou. — Isso é um portal?!

O homem então saiu de debaixo dos três e encarou os objetos em sua mão. O chaveiro tinha uma luz verde piscando, o que não ocorria na hora que o afanara de Ginmaru.

— Ginmaru — Gintoki questionou. — Esse chaveiro é...?

— EU PRECISO PEGAR ESSE GERADOR DE PORTAL! — ele interrompeu o pai e pulou novamente no ladrão.

Junto com o jovem, Gintoki e Shinpachi também voaram para cima do homem e os quatro caíram juntos no portal, que logo se fechou.

(...)

O portal reabriu a cerca de um metro do chão, de onde caíram Shinpachi, Gintoki, Ginmaru, junto do ladrão que, tão logo se refez da queda, correu disparado em fuga como se não houvesse amanhã. Não demorou muito para a perseguição recomeçar, com os outros três no encalço do homem de yukata marrom-acinzentado.

Entretanto, após várias viradas de esquina, correndo por várias ruas diferentes e mudando bruscamente de rota algumas vezes, o ladrão conseguiu despistá-los. O trio, exausto, viu-se obrigado a parar para tomar fôlego e Shinpachi tentou chamar por rádio seus homens para pegar o delinquente, mas em vão.

— Droga! — o de óculos resmungou enquanto tentava fazer o rádio pegar no tranco. — Esse troço tá com algum problema!

— Ei, Patsuan — Gintoki se endireitou após ficar alguns instantes apoiando as mãos nos joelhos tomando fôlego. — Dá uma olhada em volta.

— O que tem?

— Você tá reconhecendo este lugar?

— Não — o comandante do Shinsengumi respondeu intrigado. — Você reconhece?

— Não é o Distrito Kabuki, com certeza. ― ele coçou o queixo enquanto olhava ao redor e tinha uma estranha sensação de déjà-vu.

— Também não é nenhuma parte de Edo. — Ginmaru atalhou. — Pra onde aquele portal nos trouxe?

— Aliás, o que você tava fazendo com esse gerador de portal... — Gintoki puxou a orelha do filho com força. — COMO CHAVEIRO, GINMARU?!

— AIAIAIAIAIAI! — o rapaz choramingava, havia esquecido como os puxões de orelha do pai doíam a cada bronca. — Eu coloquei no chaveiro pra levar ontem pro vovô Gengai trocar a bateria e me esqueci de tirar das chaves! LARGA MINHA ORELHA, PAI, EU JÁ SOU GRANDE DEMAIS PRA ISSO!

— POR QUE DIABOS COLOCOU UMA COISA DESSAS NUM CHAVEIRO?! — Mas ele não parecia disposto a largar o pedaço de cartilagem, que já estava bastante avermelhado àquele ponto. — NÃO PODERIA USAR OS BOLSOS COMO QUALQUER PESSOA NORMAL?!

— Gin-san! Já chega... — o antigo otaku, porém, intercedeu pelo albino mais novo. — Agora não adianta mais brigarmos por isso. Precisamos descobrir aonde fomos parar. Eu não faço ideia de que lugar seja esse...

— Bem, ainda estamos no Japão, pelo menos. — Ginmaru resmungou enquanto esfregava a orelha dolorida, olhando em volta.

Eles estavam à frente de um lámenya, em uma rua pouco movimentada àquela hora. Acreditavam ser por volta das 18 horas, dado o pôr do Sol que acontecia. Era uma rua ladrilhada, aparentemente residencial, com pouco comércio em volta, mas tipicamente japonesa. Resolveram caminhar um pouco, na tentativa de descobrirem onde estavam.

Após andarem por cerca de uns cinco minutos, alcançaram uma avenida, também ladrilhada, que ao contrário da rua que antes estavam, se encontrava bastante movimentada, com transeuntes se locomovendo de forma distraída pelas calçadas. Logo supunham que era a avenida principal da cidade, que parecia não ser uma grande metrópole como Edo. Não enxergavam prédios altos, menos ainda arranha-céus. Era muito arborizada e a única grande construção que conseguiam enxergar daquele ponto era o imenso castelo ao longe. Além disso, uma dentre as tantas diferenças em comparação à Edo era o fato de ser uma cidade absurdamente limpa e organizada, embora o movimento àquela hora fosse muito grande.

— “Espera... Castelo?” — No mesmo instante em que a percepção chegou, Gintoki tornou a olhar em direção à imponente construção ao fim da Avenida, poucos quilômetros dali.

O soco em seu estômago não podia ser descrito.

— Merda, merda, merda!!! — Foi a única coisa que conseguiu expressar enquanto olhava em volta e aos poucos ia reconhecendo o local em que estavam. — Merda!

— O que foi, Gin-san?! — Shinpachi alertou-se ainda sem compreender exatamente o que estava acontecendo.

— Precisamos encontrar aquele ladrão!!

— Onde diabos estamos...? — Ginmaru mais uma vez se questionou, agora encarando o pai e Shinpachi.

— Comandante! — Um chamado aparentemente urgente não permitiu que o Yorozuya respondesse. — Que bom que está aqui! Precisamos de reforços imediatamente, em frente à Soverteria Delacour!

Os três se viraram ao mesmo tempo, com grandes interrogações na cabeça, e aproximando-se às pressas vinha uma mulher de cabelos curtos e loiros, vestida num uniforme que imediatamente trouxe lembranças e sentimentos desagradáveis ao albino mais velho e ao comandante da Shinsegumi.

— Naraku?! — Shinpachi fora o primeiro a se pronunciar, já se colocando em alerta, com as mãos sobre a katana embainhada.

— Quem? — Ginmaru, no entanto, permanecia perdido na história.

Os olhos de Gintoki, por sua vez, se arregalaram numa estranha expressão de alerta e tensão, como se uma luz vermelha incandescente tivesse acendido em sua cabeça ao ver aquele uniforme. Não pensou duas vezes em agarrar com a mão direita a camiseta regata preta do filho e, com a esquerda, o casaco da farda preta do amigo e começar uma corrida alucinada.

— Merda!

Deixando a mulher loira para trás com um monte de interrogações sobre a cabeça, além da confusão estampada na face, ele acelerou ainda mais os passos. Ignorando os protestos dos outros dois, exigiu mais velocidade de suas pernas, correndo ainda mais rápido do que se lembrava de correr quando fugia das cobranças de aluguel de Otose, das perseguições de Catherine e os lança-chamas da vassoura de Tama. Aos quarenta e tantos anos descobria que continuava com muito fôlego e corria quase tão bem quanto na sua juventude.

Após virar várias esquinas com o intuito de despistar a possível perseguidora, Gintoki alcançou uma rua com uma movimentação mais moderada ainda correndo a toda velocidade. Entretanto, a corrida desabalada terminou com ele trombando em outra pessoa e todo mundo indo ao chão. Para completar, uma bola de sorvete de morango caiu em sua cabeça, junto com a casquinha.

― EI, OLHA POR ONDE ANDA! EU DEVERIA TE PRENDER POR DESACATO!

O Yorozuya conhecia muito bem aquela voz. Agora menos atordoado, levantou seus olhos para ver o outro homem, que agora o encarava com uma pasmalidade tamanha em seu rosto, que não parecia sequer perceber que ainda estava jogado no chão.

— Mas que diabos... EH? EEEEEEEH?!

Shinpachi e Ginmaru ficaram paralisados ante a cena que se desenrolava, pois sabiam que não haviam ingerido nenhuma gota de álcool, logo não havia qualquer chance de estarem bêbados para estarem vendo dobrado como ocorria naquele momento. O homem de óculos piscou os olhos castanhos mais algumas vezes para ter certeza de que não estava maluco.

— MAS O QUE É QUE TÁ ACONTECENDO AQUI?!

O grito de Shinpachi não mudou em nada a situação embaraçosa em que estavam. Os dois albinos mais velhos ainda continuavam a se encarar com estupefação, sob os olhares confusos e surpresos de Ginmaru, Shinpachi e mais alguns transeuntes que haviam parado seu caminho por conta da confusão.

— QUE DIABOS ESTÁ ACONTECENDO?! — berraram finalmente, os dois ao mesmo tempo.

— Ok... Não voltamos no tempo, porque isso nunca aconteceu... — Ginmaru foi quem começou a pensar alto, após se recuperar do choque inicial, enumerando as opções que tinham com seus dedos. — Nem fomos para o futuro... eu acho. — Levou o olhar até o Gintoki que não era seu pai, observando-o brevemente. — Definitivamente não. Então... Isso... Seria... Um universo paralelo??

— Você disse que tinha levado o controle para o Gengai-san trocar a bateria, não é? — Shinpachi foi quem perguntou, agora também se recuperando do choque e erguendo-se.

— Sim, por quê?

— Talvez você não saiba, mas ele gosta de colocar umas “melhorias” naquilo que conserta. Uma vez, ele colocou um compartimento para shoyou na bokutou do Gin-san, e em outra inventou de colocar propulsores na scooter.

O jovem Sakata arregalou os olhos e encarou seu mestre.

— ‘Tá dizendo que além de trocar a bateria, o velhote botou um modo de viajar entre universos paralelos?!

O Shimura ajeitou os óculos de grau enquanto suspirava.

— Acredito que sim.

— Droga, como sou ingênuo! — Ginmaru deu um facepalm.

— Oe, oe, oe... — o comandante da Shinikayou voltou a falar, também levantando-se, assim como sua contraparte. — Vocês estão me dizendo que isso tudo é culpa daquele velho lunático?!

— POR QUE NÃO USOU O BOLSO, GINMARU?! — berrou novamente com o filho.

O comandante suspirou contrariado, mas tentando não surtar, o que o fez levar a mão no rosto ao resmungar.

— Por que minha vida não pode ser normal um único dia sequer???

— Eu me pergunto isso o tempo todo... — sua contraparte concordou.

— Vamos sair daqui, estamos chamando atenção demais. — Olhou em volta, já com preguiça só de pensar no murmúrio que aquela história traria para a cidade toda.

Ao dar os primeiros passos, porém, um jovem samurai passou na beira deles, carregando um kasa em sua cabeça, o qual Gintoki imediatamente surrupiou e enfiou com certa emergência em sua contraparte de Edo, arrancando reclamações nada educadas.

— Cale a boca, idiota — ordenou rabugento, por entre os lábios, tomando cuidado para não permitir que o homem que vinha em sua direção ouvisse. — Yo, Kasai. Não deveria já estar no castelo a essa hora? — disfarçando muito bem o homem atrás de si, o líder da Shinikayou cumprimentou ao ex-comandante de forma descontraída.

Kasai, por sua vez, encarou o antigo pupilo com desconfiança, mas preferiu ignorar a situação estranha, dada sua pressa em chegar em casa naquele momento.

— Boa noite, Comandante. Tive que ficar até mais tarde na sede — explicou brevemente o motivo de ainda estar na rua. — Inclusive, deixei as fichas com os novos candidatos do processo seletivo em sua mesa.

— Amanhã eu as analiso, obrigado — respondeu, tomando o cuidado para não trazer ainda mais desconfiança ao homem.

— Por nada. Minha reunião com Souichirou-sama começa em alguns minutos. Sendo assim, preciso ir. Boa noite, Comandante — despediu-se e então tomou de volta seu caminho.

Um suspiro de alívio geral foi ouvido e logo já estavam caminhando pela rua lateral, com intenção de tomar outro caminho para chegar à casa que naquela cidade Gintoki vivia.

O comandante da Shinikayou suspirou aliviado, assim como os demais do grupo. Ginmaru se sentiu ainda mais aliviado, pois tudo o que conseguira pensar naquele momento fora em se abaixar para ficar atrás de seu pai e não chamar atenção com a permanente natural herdada dele, a qual tentava cobrir precariamente com as mãos. Já Shinpachi seguia a sua sina de sequer ser notado, o que ajudava naquele momento. E estava na cara que ele se esforçava também para fingir que nem conhecia seu ex-chefe.

A caminhada seguiu por mais alguns minutos, com todos mergulhados em um silêncio absoluto e constrangido. Quando passaram por outro transeunte, que ouvia música no celular no último volume pelos fones de ouvido, Ginmaru afanou outro kasa. Não queria passar o sufoco que passara com o tal do Kasai. Já tivera confusão demais até então.

Gintoki ergueu levemente a aba do chapéu que usava para examinar melhor o homem albino à sua frente. Apesar do biótipo ser o mesmo, bem como seus traços e a voz, aquele Gintoki não lembrava tanto a si mesmo, e menos ainda à sua contraparte mais jovem que viera do passado meses atrás. Realmente não era apenas seu “eu” de outra época... Mas, sim, de outra realidade, de outro universo.

Um outro “Gintamaverso”, talvez. Não duvidava.

O grupo passou pelo primeiro portão que dividia a bifurcação — o outro caminho levava ao castelo —, cumprimentando brevemente os dois seguranças postos um de cada lado. O portão de ferro se abriu por meio da leitura da digital do Sakata fardado. Caminharam por mais uns cinco minutos, até que se detiveram em frente a um segundo portão, esse maior e aparentemente mais seguro, também vigado por dois soldados, aos quais deram um breve “boa noite”. Os portões já mostravam o luxo que certamente seria encontrado também lá dentro.

O outro Gintoki se adiantou alguns passos e chegou até ao dispositivo que leu sua digital mais uma vez, o que logo liberou a passagem para que entrassem. Ele olhou para trás.

― Vamos. Aqui em casa fica melhor para conversar sobre essa confusão — chamou já caminhando pelos jardins imensos que circundavam a mansão ao centro.

Nas cabeças de Ginmaru, Shinpachi e Gintoki ecoaram várias vezes a expressão “aqui em casa”, até que finalmente caiu a ficha e as bocas se escancararam de tal modo que as mandíbulas poderiam chegar ao chão. E como não ficar boquiaberto, se era um pobretão, e sua contraparte conseguia ter mais posses do que Hasegawa quando ganhara na loteria em sua ausência?

— OEEE! — o Yorozuya berrou chocado ao seu alter ego. — VOCÊ GANHOU NO PACHINKO DEPOIS DE TANTOS ANOS PERDENDO AS CALÇAS?!


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Notas finais do capítulo

Para quem veio para esta fanfic e ainda não leu as histórias de origem desta crossover, seguem os links:

?” Redemption: https://fanfiction.com.br/historia/725154/Redemption/

?” Paradoxo Temporal: https://fanfiction.com.br/historia/343350/Paradoxo_Temporal/

Fiquem à vontade para comentar e até o próximo capítulo! o/



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