Gil já estava avisado, já tinha preparado uma série de possíveis respostas para o furacão Sidle. Porém ainda que tivesse total poder sobre o que falar ele foi surpreendido, quando abriu a porta.
— Você não tinha o direito de fazer isso comigo Grissom - disse Sara após um belo e harmônico tapa.
— Eu entendo que tenha muita coisa pra processar porém se você deixar que eu explique minha versão e porque tudo isso .. - foi interrompido.
— Você teve esse tempo todo pra isso, você colocou últimos meses de Hank nesse joguinho sujo, colocou seus colegas no meio - andava de um lado pra outro — Você não me contou porque? .
Nessa hora os gritos já eram ouvidos pela casa toda, incluindo onde estava Alice e Mateo, que após entreteter o garoto se apressou pra vir para onde estavam os dois para ver o que era tudo isso.
— Claro como não pensei nisso, ela não é? - apontou pra mesma que estava na porta entre sala e corredor. — Se você me contasse a verdade perderia sua amante.
— Olha senhora Sidle cuidado com você fala - disse Alice — eu e Gil não temos nada.
— Não - debochou — Imagina se tivessem, como seria não é?
— Do que você está falando Sara? - indagou Gil sem entender.
— Ela uma mulher..- olhou de cima abaixo — Atraente digamos assim, você um homem bom e com necessidades, 4 anos me diga que nunca rolou nada? Se disser que não é mentira, porque hoje mais cedo quando saia daqui vi vocês dormindo abraçados e depois com vários risinhos. - olhou para tudo em forma de disfarça o ódio — Meu filho não vai ficar mais um segundo nesse "lar" - ia passando para o local onde estava o menino e foi barrada por Alice — se você não me deixar passar agora eu volto com uma ordem do juiz me dando total acesso à guarda dele até porque você é só uma babá empregada contratada por esse homem para cuidar do filho. Nada mais!
— Sou apenas isso mesmo, porém nesse momento levar ou não Mateo não vai te fazer mais ou menos mãe dele, só vai assustar ele, se é que não está já com essa gritaria - deu uma olhada para ambos que fez calar. — nunca quis ser a mãe dele, sei o meu lugar da casa e pra seu governo sempre torci para sua volta.
— Como mente né? Os dois, cínicos – passou por Alice e foi até Mateo. — Oi meu filho.  - sorriu enquanto pegava o menino no colo.
— Você não vai levar meu filho daqui - Gil chegando logo atrás.
— Quer apostar que vou? - pegou uma bolsa que tinha ali e menino e ia saindo.
— Sara não faça nada que não vá se arrepender.
— A única coisa que me arrependo e de não ter lembrado do meu filho de primeira e te ter tirado de você a tempos – aconchegou o menino em seus braços. — Ele é meu filho e vai comigo pra onde eu quiser.
— Você não pode fazer isso - disse Alice.
— Tanto que eu estou fazendo, agora por favor poderiam me dar a cadeirinha ou então ele vai no banco da frente comigo.
Então Gil vendo que seria impossível conversar com ela naquele estado deu ordens a Alice que fizesse o que Sara pedia mesmo contra vontade assim o fez, Alice queria apenas a segurança de Mateo mas discuti ou contrariar Sara só seria pior. Então ajudou ela colocar as bolsas do mesmo e a colocar a cadeirinha no carro.
— Por favor dona Sara, pensa no que você tá fazendo.
— Eu sei o que tô fazendo, recuperando o que você e seu patrão ou amante me tirou desde que voltei do coma.
Colocou as coisas dentro do carro e nem esperou Alice se despedir do garoto ou Gil saiu dali numa velocidade controlada porém com pressa.

Assim parou o carro num dos hotéis mais chiques de Las Vegas, Sara ligou para o seu amigo juiz Luiz Roberto que imediatamente disse que ajudaria ela com o seu pedido, até porque conhecia Sara desde sempre e ela sempre foi uma pessoa boa porém naquela ligação ela tava transtornada e parecia querer vingança de toda forma.
— Ok Sara, vou emitir os papéis e enviar imediatamente ao Grissom, com urgência para que saia o mais rápido possível a guarda total a você. - disse ele enquanto anotava tudo que ela dizia.
— Obrigada Luiz, não sabe o quanto está me ajudando, estou horrorizada como Grissom pode fazer isso comigo e com nosso filho, colocar uma mulher e fazer ela passar por babá só pra poder ter ela na cama com ele - sua voz era de choro.
— Calma Sara, sabe que terei que ser imparcial porém seu caso já tem um lado, sempre o da mãe, creio eu que ninguém vai ficar do lado dele até porque de acordo com as provas que você me disse foi extremamente errado o que ele fez.
— Sim, espero que sim juiz não quero mais perder nenhum ano do meu filho - disse olhando para o retrovisor onde o pequeno dormia, ele era um anjo, no começo se assustou mas depois que Sara contou pra ele de uma forma fantasiosa o que tinha acontecido ele ficou calmo, realmente ele tinha o gênio de Grissom e jeito dela. — Mais uma vez obrigada por me ajudar com essa história.
— Vamos conseguir, vai ser de um jeito que ele não possa recorrer.
— Bom eu tenho que desligar, tô chegando em casa, até mais ver.
— Até.
Sara ficaria ali por pelo menos 1 semana pois assim que conseguisse a guarda total de Mateo ela iria sair de Vegas e iria pra bem longe pra que Grissom nunca mais tivesse sequer contato com menino, já que ele foi tão capaz de magoa-la e afastar do tão sonhado anjinho ela faria o mesmo.

— Meu bebê, sei que aqui é pequeno porém é provisório, quando a mamãe conseguir tudo que tem direito vou embora daqui e a gente vai ter uma casa enorme você terá um quarto só pra você. - disse Sara ao por Mateo na cama de casal, o quarto era o mais lindo que podia ter, com vista para as ruas de Vegas, com um espaço bem amplo já que Mateo já andava pra todo lado, ela queria o mínimo de conforto possível para seu filho até que pudesse ter um lar oficial.

Alice e Grissom não sabiam como reagir, agora a culpa caia sobre os ombros de ambos já que por culpa de uma cena tinham perdido Mateo, Grissom estava arrasado porém concordava com Sara ela era a mãe do menino e desde que saiu nunca sequer teve contato com ele nem quando não sabia que era mãe e filho, Alice por outro lado se sentia suja como pode deixar se levar e beijar o que até então era como irmão pra ela.
— Sr Grissom desculpa por isso, talvez se eu não tivesse ficado tão apegada ao menino, feito amizade com senhor, sido somente a empregada vocês não estavam passando por isso.
— Não pense assim, Sara está outra pessoa, ela está brava chateada magoada e também acabou de perder alguém então nada que ela fizer ou falar tem que ser levado em consideração e isso que vou usar se caso ela vir a fazer o que disse que faria. - abraçou a menina que estava atordoada, realmente não era só culpa dela, ele também se excedeu.
— Sr Grissom, o que vai ser do Mateo agora com os pais brigando assim - sua voz passou a ser de choro.
— Vamos conseguir convencer a Sara a não fazer nada e a entender que tudo foi pro bem dela. - disse ele .
— Espero que ela repense, e que perceba que nada foi de propósito, que Mateo tem que ficar com os dois não só com ela ou só com o senhor.
— Olha não leve o que ela disse em consideração, ela não tá bem mentalmente - falou numa voz mais ríspida.
— Eu sei, mas eu entendo ela, no lugar dela faria isso muito pior talvez. - saiu do abraço.
Grissom então se sentou na poltrona e pensou um pouco puxando em sua mente quem poderia pedir socorro, logo pensou no Luiz Roberto porém lembrou que ele seria o primeiro que Sara iria atrás, e com certeza ela estaria bem amparada pois ele tem contatos , logo pensou em Carlos.
— Alice vai dar tudo certo, ela não tem como fazer nada, o doutor pode e vai com certeza estar do nosso lado para falar pós coma ela ficou fora de si, que não pode cuidar do Mateo, não por agora.
— Você está se ouvindo? - Alice disse indignada.
— Sim, estou e eu só quero meu filho.
— Ela é mãe dele, e tem todo direito de estar com ele também, pensa bem Grissom você no lugar dela faria pior bem pior tanto que quase fez quando soube que ela e Hank dormiam na mesma cama mesmo não acontecendo nada entre eles. - bateu nos ombros do chefe — pense bem antes de fazer qualquer coisa pra depois não se arrepender.
— Ok - então viu ela sair de seu ângulo. — É ela tem razão, haja com a cabeça e não com momento. - pensou.