Devuelveme el Corazon escrita por JuliaMiguel


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura



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Julho, 2009 — Hogwarts, Texas

Hogwarts é uma pequena cidade no interior do Texas, formada por muitas fazendas. A cidade é conhecida por seus inúmeros rodeios e festas de peões. Hoje era o último dia do rodeio, a cidade está lotada de pessoas de diversos lugares. 

Na arena estava tudo uma loucura, havia gritaria em todos os lados o jovem prodígio da região havia ganhado mais uma vez nos últimos dois anos.

Era para Rose estar lá embaixo na festa da pelo dono da casa para comemorar a vitória do namorado da jovem. Mas a carta em suas mãos impedia de ter qualquer reação. Não conseguia sair de onde estava. Estava em choque.

Rose Jean Weasley era uma jovem estudante universitária que sonha cursar a faculdade de medicina veterinária na capital do Estado do Texas. Seus pais eram donos de um pequeno Haras que se localizava em Hogwarts. Ronald Weasley e Hermione Weasley haviam criado Rose e o irmão Hugo, através do Haras Weasley, que Ronald havia herdado do pai.

A jovem ruiva era apaixonada pelos animais, principalmente cavalos. Desde de muito nova sempre sonhara em trabalhar com eles. E seu sonho estava em suas mãos. Havia sido aceita na na Universidade do Texas em Austin.

Porém, ela estava dividida. Pois havia Scorpius no meio disso tudo.

Scorpius Hyperion Malfoy era namorado de Rose, os dois se conheciam desde que nasceram, haviam estudado juntos desde dos os primeiros anos. Além de dividirem os melhores amigos Albus Severus Potter, primo de Rose e Lyra Adhara Malfoy, irmã de Scorpius. Um sempre fora apaixonado pelo outro, e até os dezoito anos sempre foram orgulhosos para assumirem o que sentiam um pelo outro, até que resolveram cair em si.

Já haviam se passado mais de uma hora que estava lá em cima no quarto do rapaz, com aquela carta na mão. Havia subido para guardar sua bolsa e trocar de blusa já que alguém havia derramado alguma bebida nela, quando entrou no quarto e viu na mesa do computador do rapaz a carta aberta direcionada a ela. Não conseguia acreditar que o namorado havia feito isso, e como ele havia conseguido essa carta? Ela estava com endereço do Haras dos pais dela! 

Ele não podia esconder isso dela, ele sabia que aquele era o sonho da vida dela.

Rose se perdia em seus pensamentos, e as horas iam passando ninguém parecia notar que ela não estava na festa, na verdade ela não sabe quanto tempo ficou lá em cima, encarando aquele pedaço de papel lendo e relendo, tenta não acreditar o ele havia feito isso. Precisa conversar com alguém, mas todas as suas amigas estavam na festa lá embaixo, até mesmo Albus que a viu subir não veio atrás. 

Estava se sentindo sufocada naquele quarto, ela precisava de ar. Só havia um lugar na fazenda Malfoy que ela conseguiria respirar. Saiu do quarto e desceu a escada, a festa estava acontecendo nos fundos da casa então Rose seguiu outra direção até o estábulo da fazenda. Há um ano e meio Scorpius havia comprado para Rose uma égua, mas não quis deixar ela no Haras dos Weasley já que não havia mais espaços para cavalos lá. Star, nome que os dois haviam dado a égua estava quieta em sua coxia.

— Oi menina. Acho que só sobrou você para eu conversar. — disse Rose passando a mão pela crina da égua.

— Onde está Rose? — perguntou Scorpius vendo que a namorada não havia voltado.

— Não sei campeão! — falou Albus entregando uma cerveja ao loiro. — Deve estar se sentindo mal, não vi ela descer e já faz um tempinho que ela subiu.

Scorpius olhou para a escada que dava ao segundo andar e estranhou, a namorada estava bem ao subir, brava mas bem, não havia motivos para aquela demora.

— Vou atrás dela. 

Subiu as escadas até seu quarto, mas o encontrou vazio. Não havia nenhum sinal da garota no local. O loiro pensou e só havia um lugar onde ela poderia estar. Caminhou até o estábulo. Pode ver a garota fazendo carinho na crina da égua como se contasse um segredo.

— Posso saber o que faz aqui? — perguntou se aproximando da namorada tentando ganhar um beijo mas a ruiva se afastou. — O que foi? Aconteceu algo?

Rose tirou um papel do bolso da calça jeans e entregou a Scorpius. 

— Pode-me explicar por que isso estava no seu quarto Scorpius?

O loiro engoliu seco, não sabia se era por causa da bebida ou do clima pesado que havia fica entre os dois

— Ro eu posso explicar…

— Então explique! Por que diabos essa carta estava no seu quarto?

O loiro tentava dizer algo, mas não sabia como explicar aquilo.

— Você não tinha esse direito. - falou Rose passando por ele.

— Rose me desculpa, tá! Eu sei que eu errei, mas o que eu podia fazer? — falou indo atrás dela.

— Me apoiar Scorpius! Era o que você deveria fazer! Não esconder essa carta no seu quarto! Você sabe o quanto eu sonho com isso!

— Eu sei, mas não queria que você fosse! Sempre fugi desse assunto porque achei que você fosse mudar de ideia. Mas quando eu vi essa carta na sua casa eu fiz a primeira coisa que veio a minha mente, quando eu li que você tinha sido aprovada eu decidi esconder assim você nunca saberia.

A ruiva olhava para o loiro perplexa. Era como se seu mundo estivesse desmoronando aos poucos só restasse ela.

Era hora de seguir em frente.

— Rose… Onde você vai?

— Eu vou para casa. -  Seguindo em direção a casa.

— A gente precisa conversar.

— Conversa o quê? Como meu namorado foi tão egoísta ao ponto de esconder uma carta direcionado a mim. — falou Rose subindo as escadas para pegar a bolsa que havia ficado no quarto.

— Eu te amo Rose! Me desculpa, eu não vou mais fazer isso. - disse Scorpius se colocando de frente para ela. - Me perdoa.

Rose olhou alguns segundos nos olhos dele, sabia que tinham que parar ali.

— Eu também te amo Scorpius, mas não dá — disse tirando o anel que ele havia dado a ela na formatura dos dois.

—Rose…

— Não queria deixar tudo para trás, mas eu tenho que continuar, seguir o que eu acredito, o que eu quero. Agora, aqui não é o meu lugar e eu espero que você entenda. Por enquanto eu tenho que seguir meu próprio caminho. Adeus Scorpius.

Fevereiro, 2019 — Austin,  Texas

Era terceira vez que Rose recebia uma mensagem de seu irmão dizendo que sua mãe havia piorado naquela noite. E era em momentos assim que Rose percebia que fora a melhor decisão voltar a Hogwarts depois de longos nove anos, muitas coisas haviam acontecidos depois de ter saído da cidade, na verdade nunca havia volta, nem mesmo em nenhum feriado, sempre seus pais iam ao seu encontro. Nunca mais soube de Scorpius, e se afastou de muitos amigos da pequena cidade.

Sabia que o certo era voltar até aquela cidade cuidar de sua mãe, ajudar o seu irmão e pai no haras, além de claro já ter um emprego na clínica veterinária de seu tio Charlie, onde sempre quis trabalhar, ainda havia o medo de encontrar todo seu passado.

Encarou mais uma vez a mala sobre a cama, estava na hora de voltar para casa.

— Vou sentir falta de você caipira. — disse a morena parada na porta.

— Sabe que pode ir me visitar sempre que quiser Mia.

— Não… — disse a jovem fazendo uma careta. — Não curto campo.

As duas se despediram e a ruiva seguiu para seu Jipe Preto, seriam somente algumas horas de viagem cansativa, e uma longa jornada até seu passado.

— Mãe já falei que não precisava preparar tudo isso. — falou a jovem vendo o banquete que havia sido preparado para sua chegada. — A senhora precisa descansar.

— Você está parecendo seu pai e seu irmão com essa conversa de que eu preciso descansar. Meu tratamento está indo bem, não quero me sentir uma inválida. — Falou colocando os últimos pratos na mesa.

— Me desculpa mãe. É que foi uma longa e cansativa viagem e eu queria descansar um pouco.

— Pode descansar depois do almoço, sua tia Gina e sua prima Lilly disseram que viram. Seu tio Harry anda com muito serviço na delegacia, James também está muito ocupado na fazenda Potter e Albus não me respondeu.

“Claro que não responderia” pensou Rose ao ouvir o  nome do primo que um dia foi seu melhor amigo.

— Rox? — perguntou a ruiva.

— Disse que vem te ver à noite, junto com a namorada. Seu tio está deixando ela e o pequeno Fred bastante ocupados, já que houve muitos pedidos devido às boas colheitas. Seus avós vêm mais tarde. Seu pai e seu irmão também não conseguiram vir almoçar, hoje é dia de entrega de cavalos. Charlie disse que você pode começar amanhã mesmo se não for incomodo. O resto espera te ver no domingo na casa da sua avó.

— Só vou precisar de uma boa noite de sono.

Quando depois do almoço e de uma conversa com sua tia e prima Rose se retirou para seu antigo quarto, não esperava o encontrar da mesma forma que estava antes de partir, na verdade a única mudança era a cama de casal posta no lugar da antiga cama de solteiro, mas até o mural de fotos estava no mesmo lugar, como se tivesse saído do quarto a somente alguns dias.

— Mamãe nunca deixou ninguém mexer em nada. — ouviu a voz do seu irmão.

Virou para trás e encontrou seu irmão, não o vi já tinha uns dois anos então vê-lo de barba era um pouco estranho. Era como ver seu pai mais novo.

— E olha que eu tentei ficar com a melhor vista da fazenda. — disse o mais novo.

Rose riu e abraçou o irmão.

— Senti sua falta. — disse a ruiva. — E quem mandou você ficar maior que eu. 

— Ora culpe seus pais e meus genes não a mim. E Alice não reclama de eu ser alto.

— Alice Longbottom? Não acredito que esteja namorando ela.

— Já tem quase dois anos. Mas vamos conversar sobre isso depois. Papai está lá embaixo juntos com a vovó e vovô

A ruiva desceu as escadas correndo ao encontro do pai.

Era bom estar em casa outra vez.

— Ora, Ora se não é a minha prima favorita que resolveu voltar para casa. — disse Roxanne na porta do quarto da ruiva.

A jovem de cabelos pretos e pele preta pulou direto na cama ao lado da prima fazendo Rose reclamar de ser interrompida em sua leitura.

— Eu também senti sua falta Rox, onde está sua namorada.

— Ocupada. Ela é médica especializada em fisioterapia, tem muitos pacientes na região que sofreram algum acidente em rodeios, um deles passou mal e ela foi socorrer. Mas vai ter a chance de conhecê-la. Na sexta no Três Vassouras.

— Ah não Rox, não acredito que esse lugar ainda existe.

— Sua cunhada cuida muito bem de lá.

— Ainda não acredito que Hugo esteja namorando.

— Muitas coisas aconteceram nesses nove anos. Mas eu sei que você não quer saber de algumas coisas, então é melhor me contar como são os rapazes em Austin.

— Você nem gosta de homens.

— Mas isso não me impede de ouvir sobre Rosita.

As duas se divertiram enquanto Rose contava como foram seus últimos anos longe daquela pequena cidade.

Havia chegado ao consultório do tio com uma recepção calorosa do mesmo e da secretária Jane Watson que lhe mostrou como era a clínica e como funcionam os atendimentos as fazendas e ranchos na região.

— Espero que se dê muito bem aqui Rose.

— Eu também.

— Doutor Weasley, temos dois chamados, um urgente, parece que aquela égua que você olhou no rancho Wood deu uma piorada.

— Certo, senhorita Watson eu irei atender esse, passe o endereço do outro para a senhorita Rose e explique mais ou menos o que é. Anote todos os telefonemas ou mensagens. Qualquer coisa ligue para mim ou minha sobrinha.

— Certo doutor. — disse vendo o médico pegar suas coisas e sair.

A jovem foi até sua mesa e anotou o endereço do local para a ruiva.

— Um dos cavalos dessa fazenda se machucou na cerca da divisa. Olha um dos donos é bem ranzinza então cuide bem do cavalo dele tá. Vou avisar ao chefe dos peões que é você que está indo.

Rose concordou com a cabeça e seguiu para seu carro, ainda conhecia a cidade e a região então dependendo do local seria fácil chegar. Mas quando a ruiva leu o endereço era como se seu coração tivesse tomado uma pancada.

Mesmo que se passasse cem anos a ruiva nunca ia esquecer aquele lugar. Ainda podia ver de longe a plantação de girassóis feita pela dona da casa ao lado da cozinha, a velha árvore de nozes perto do lago, o barulho dos cavalos rondando o local. Era como se tivesse quinze anos outra vez e estive se escondendo de seus amigos.

A fazenda Malfoy não havia mudado nada, na verdade somente alguns pequenos detalhes na velha casa, mas o resto ainda era o mesmo quando estacionou seu carro no local.

— Você deve ser a Doutora que a Jane falou. — disse um jovem rapaz de cabelos pretos que Rose não conhecia. — Eu sou John Taker, trabalho aqui na fazendo, o patrão e o patrãozinho pediram para eu te levar ao estábulo e chamar eles em seguida, eles tão na plantação.

— Claro. Se quiser adiantar seu lado, eu sei onde fica o estábulo.

O homem olhou para Rose por alguns instantes.

— Pode ir na frente. Baia 4, e por favor não mexa com a égua na Baía 5.

A ruiva respirou fundo quando seguia em direção ao estábulo, lembrou de quantas vezes fez aquele caminho com Star após uma tarde de domingo. Não teve mais notícias dela depois que partiu, talvez já até tenha sido vendida. Chegou ao local e caminhou até a Baía quatro.

Era um cavalo Morgan preto, pelo nome na porta se chamava Meia-Noite, Rose podia ver os arranhões nas patas, era bem superficial e nenhum profundo.

— Olha só Meia-Noite, você vai sobreviver, só vai precisar de uma boa pomada e alguns analgésicos. — disse fazendo carinho na crina do cavalo.

Rose ouviu um relincho vindo da baía 5 e lembrou de que era uma égua.

— Eu já volto garotão. — falou atravessando até a baía a frente. — Não pode ser. 

Ela estava lá, égua que um dia fora de Rose, parada olhando para ela. Rose se aproximou passando a mão na crina dela e como se fosse reconhecida a animal relinchou ao sentir o carinho.

— Eu também senti sua falta, garota. Depois que fui embora nunca mais montei sabai. — disse olhando nos olhos da égua. — Não tinha graça se não fosse você.

Uma pequena lágrima escorreu no rosto ao pensar na saudade que teve dela.

— Mas o que tá acontecendo? — ouviu a voz do peão que a recebeu. — Eu disse a ela para ficar longe da baia senhor. Essa doutora é muito atrevida…

—Rose. — ouviu seu nome ser chamado.

Mesmo conhecendo a voz ela teve que virar para vê-lo, parecia mais velho, não o mesmo rapaz de dez anos atrás. Os cabelos loiros estavam cheios com o mesmo chapéu de sempre na cabeça, estava em pé apoiado em uma muleta, o que para a ruiva era novidade. Haviam se passado tantos anos para ambos. Haviam traçados caminhos diferentes. Mas acabaram se encontrando ali, no mesmo lugar onde tudo havia desmoronado.

— Scorpius.


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Notas finais do capítulo

Vem Fortes Emoções por ai...



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