Do not marry him escrita por A Grace


Capítulo 1
I would marry you, right now


Notas iniciais do capítulo

Helow,
Como estamos?
Minha primeira vez escrevendo para um projeto e devo dizer que foi uma experiência bem gostosa, ainda mais escrever algo au, coisa que eu não faço com frequência, me deu uma verdadeira vontade de voltar a escrever.
Não sei se essa one ficou um pouco confusa, espero que não, mas me deem um desconto, eu estava completamente enferrujada. E sim, cara de pau a minha falar que estou enferrujada e escrever essa quantidade de palavras, é eu sei, ainda mais quando eu prometi meros 3k quando abri o formulário de inscrição , contudo fazer o que sou hipócrita.
Queria, mais uma vez, agradecer a essa capa maravilhosa que a Foster fez para mim, estou simplesmente encantada e fiquei horas e dias em duvida de qual usar, sério, além de uma escritora maravilhosa ela faz umas capas que deveria ir para museu de tão bonitas. Inclusive, leiam as histórias dela, afinal eu estou apaixonada por Sex on fire.
Ah, última coisa antes de deixar vocês com a leitura: Por favor, comentem, é muito importante para mim saberem o que vocês acharam. Para falar a verdade, eu odeio escrever para fantasmas
Enfim, aproveitem o junhoscorose,
Boa leitura,
nós vemos lá embaixo.



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Testamento de Ronald Weasley antes do casamento. 

 “ Eu, Ronald Bilius Weasley, nacionalidade britânica, viúvo, empresário de profissão e residente em Londres, Inglaterra.

Estando em perfeito juízo e em pleno gozo das minhas faculdades mentais, livre de qualquer sujestão, induzimento ou coação, deliberei fazer meu testamento, na presença das seguintes testemunhas:

 Dave Jonhs Lamartel, nacionalidade escocesa, noivo, administrador de profissão e residente em Londres, Inglaterra

Addelena Marie Fiorgel, nacionalidade britânica, casada, Advogada e residente em Londres, Inglaterra. 

 

Por possuir herdeiros necessários, disponho em testamento todo meu patrimônio disponível. 

 

I- Do herdeiro testamentário:

Nomeio como herdeiro: 

Hugo Granger-Weasley, residente em New York, Estados unidos, sob as seguintes indicações :

que já seja maior de vinte e quatro anos; que em tempo algum compre a parte de sua irmã.

Nomeio, também, como herdeiro:

Rose Granger-Weasley, residente em Londres, Inglaterra, sob as seguintes indicações:

que já seja maior de vinte e quatro anos; que em tempo algum compre a parte de seu irmão; e que esteja casada. Parte de suas quotas poderão ser dadas em vida, caso Ronald Bilius Weasley esteja presente (vivo) neste casamento.

Nomeio, também, como herdeiro:

Dave Jonhs Lamartel, noivo de Rose Granger-Weasley, residente em Londres, sob as seguintes indicações:

Após o casamento com Rose Granger-Weasley, ele dispondrá de vinte por cento das ações da empresa; Este se tornaria, em caso da morte de Ronald Bilius Weasley, o presidente da Empresa.

 

Se os herdeiros supracitados não receberem a herança, por qualquer motivo, sua quota será destinada a seus herdeiros. ”

 

Cento e quarenta dias antes.

 

Os três estavam em um pub em Camden Town há pelo menos duas horas, comemorando o novo contrato para o quinto livro de Scorpius. 

—Ele vai escrever mais um livro sobre você. Certeza. -Albus falou quando Scorpius levantou se para pegar mais uma rodada de shot de tequila. Rose o olhou sem entender. Mais um? Scorpius jamais escreverá livros sobre ela, ou escreverá ?

— Ele já escreveu sobre Maddie, Lizzie e Jackie, mas nunca sobre mim. - A ruiva se inclinou na cadeira. A revirada de olhos de Albus foi dramática, quase escutável, a ruiva riu da cara do primo. 

—Para alguém tão esperta você é realmente muito burra, Rose. 

Ela estreitou os olhos para o moreno tentando entender o que ele falava, mas levando em consideração os últimos seis shots que havia tomado, nada fazia lá muito sentido.E sem contar que Albus era,além de fofoqueiro de primeira, um verdadeiro dramático, e aquilo devia ser apenas um de seus exageros. Quando Scorpius voltou à mesa, ela o olhou com mais atenção, tentando encaixar a fala de Albus nos olhares que ele lhe direcionava. 

Eram melhores amigos, e prezavam a amizade acima de tudo. Ela duvidava que Albus estivesse certo, afinal, racional como Scorpius era, ele jamais colocaria a ligação de anos que tinham a perder. Era por isso que ela havia se obrigado a se desencantar de Scorpius, em primeiro lugar, e estava se dispondo a se casar com um cara que ela apenas gostava de transar, mas traria grandes louros a empresa de seu pai. Certo? 

Não conseguindo tirar os olhos de seu melhor amigo, a ruiva crispou os lábios enquanto admirava a risada dele. Se eram apenas amigos, por que sua mente havia embaralhado, novamente, com a fala de Albus? 

Ela sentiu, então, o peso do dedo anelar direito, quando não conseguiu parar de olhar para os lábios de Scorpius, como se tivesse vinte anos novamente. 

 

Dois meses antes. 

—Você prometeu, Scorpius. - A voz de Rose ecoou pelo escritório. O loiro levantou a sobrancelha em claro desprezo, afinal era o que sentia  a respeito daquele casamento de quinta categoria. - Al estava de prova. 

— Não tenho tempo, Rosie. - Ele encarou a ruiva extremamente afetada do outro lado da mesa.-  Além do mais, eu estava bêbado quando prometi que iria ajudar nessa coisa ridi..

—Não chame meu casamento de ridículo, Malfoy. 

—Você vai se casar com um ser humano ridículo, Weasley. O que torna esse casamento o mesmo. - Ele retirou os óculos que usava para ler e escrever. Havia algo em seu tom de voz que pingava ciúmes, mas ele esperava do fundo de sua alma que ela não notasse. Rose apenas revirou os olhos para a implicância de Scorp, estava, quase, se acostumando. - De qualquer forma tenho que entregar o último capítulo do livro em menos dois dias, não estou com tempo para caça ao vestido. Por que não chama Dominique?

Rose inclinou a cabeça para o lado fingindo ponderar sobre o assunto, a verdade era que ela queria que ele a visse no vestido de noiva. Ela não queria a opinião de Dominique, até por ter escolhido o vestido com ela. Afinal, eram melhores amigas desde o berço. Ela queria, mesmo, que o loiro a sua frente a visse num vestido de noiva, mais do que querer, ela precisava que ele a visse, no fundo de sua mente em letras garrafais fluorescentes estava escrito que aquilo poderia ser um erro, dos grandes, mas ela não se importava. Não conseguia explicar exatamente a razão por trás daquele desejo, talvez fosse apenas por um capricho ridículo vindo de uma insinuação sem cabimento de Albus, mas ela sabia no fundo do seu ser que era ele que tinha que estar lá, que ela tinha que escutar o que ele pensava dela em um vestido de noiva. 

—Dominique já viu o vestido. - Ela estalou a língua. - Eu quero que você veja. 

—Por.. ?

—Por Morgana Malfoy, quero a sua opinião. 

A risada de Scorpius saiu sonora, como ela gostava de ver, desde o início da amizade deles. A risada a qual ela passou anos apaixonada, a mesma que a tempos ela não via, bom, a tempos era muito vago, ela não o via rir assim para ela desde o dia em que anunciou que iria casar com Dave. Ela o olhou quase pidona, antes de levantar e ir em direção ao outro lado da mesa, onde Scorpius estava sentado de frente para o rascunho de seu novo livro. 

—Eu tenho certeza que você já tem a história inteira planejada. - Rose se apoiou na mesa, virada para ele. - Juro que serão menos de duas horas na minha horripilante presença e eu não vou mais falar no assunto. - Ela sorriu docemente para ele, como fazia sempre que queria conseguir algo do Malfoy.

 Ele revirou os olhos observando a pose em que ela se encontrava, como a saia preta havia levantado alguns milímetros, mostrando as coxas convidativas dela, pensando  em como seria se ele pudesse simplesmente se posicionar entre as pernas dela e fazê-la dele ali, mas não, ela iria se casar com o ser humano mais ridículo da Terra. Queria tanto provar que aquele infeliz não servia para ela, apenas pela vontade de tê-la para si. Por Merlin, trincou o maxilar antes de  estalar a língua e mudar seu foco de visão.

—O que você não me pede sorrindo, que eu não faço chorando? - Scorpius falou se levantando. O olhar de Rose foi o suficiente para ele sorrir para ela, se rendendo aos caprichos da menina mimada que ela era, ele admirou as covinhas melhor amiga por alguns segundo antes de soltar uma de suas habituais implicâncias. -  Se eu perder o prazo de entrega nesse meio tempo, você vai ter que ficar horas negociando um novo, Weasley.

Ele negaria para o resto de seus dias, mas no momento que a viu entrar por seu escritório, Scorpius já soube que ela o ganharia. Ela sempre conseguia tudo que queria dele. 

 Scorpius se negou a deixar Rose dirigir ,algo sobre ele ainda querer viver alguns anos mais para ver seus livros ganharem prêmios , e ela o proibiu de escutar suas rádios noticiarias enquanto ela estivesse no carro, sempre havia sido assim. E então eles foram, da casa do Malfoy até o ateliê de Victoire, implicando um com o outro e cantando músicas aleatórias.

 Chegando  ao destino, Rose começou a morder a bochecha, internamente, apreensiva, pensando se havia sido boa ideia escutar a ladainha de Albus. Entraram, comprimentaram as ajudantes de Tori, estas logo puxaram Rose para dentro dos provadores, falando horrores, deixando Scorpius sentado em um largo sofá de visitas, mexendo em seu telefone, pensando seriamente em mandar mensagem para Albus perguntando  por que diabos havia aceitado dar pitacos no vestido de noiva da mulher por quem ele era apaixonado desde os 20  anos.  

O loiro bebeu toda a taça de champanhe em sua mão em um único gole com facilidade após esse pensamento passar sobre sua mente. Sabia que ele havia sido um idiota em falar para ela que estava tudo bem, que ela poderia se casar com Dove, David , Davi ou quem fosse. Não estava bem, ela devia se casar com ele. No entanto, tinha ciência, também,que nada adiantaria se declarar para ela. Ela não o enxergava assim, mesmo que ele já tivesse escrito quatro livros sobre ela. Por Deus, ele era patético. 

Mas ele não era gestor de grandes firmas, apesar da família imponente e minimamente nobre. Ele havia sido criado diferente, Draco e Astoria haviam deixado claro que ele não precisaria seguir com os negócios da família, ainda mais depois da morte de sua mãe, e por isso hoje aos 32 ele era escritor. Renomado, mas ainda assim não era o que ela necessitava. Rose precisava de um gestor, um empresário, um administrador para que ela pudesse herdar todo aquele império que Ronald Weasley havia criado. E ela ainda gostava do cara que haviam escolhido para ela, por que sim Dave havia sido escolhido a dedo para ela, e havia cultivado o carinho dela, apesar de todos os esforços do universo em dizerem que ele não era seu encaixe perfeito, ele havia conseguido.Quem seria ele, Scorpius, a lhe dizer para fazer algo diferente daquilo se aquilo era o que ela dizia que iria fazê-la feliz, e ele, Scorpius, não queria nada que não fosse a felicidade de Rose. 

Ele percebeu que estava divagando demais quando a voz da ruiva aumentou um oitava, chamando atenção para si. Scorpius demorou para subir o olhar, quase inconscientemente, admirando a bela imagem dela naquele vestido branco.   

Ela estava deslumbrante, mesmo com um coque feito às pressas e sem maquiagem, Rose estava esplêndida. O vestido que Vic havia desenhado era perfeito para ela e Scorpius poderia descrever como ela estava magnifica em diversas formas diferentes, mas nenhuma palavra que saísse de sua boca seria o suficiente para  explicar o quão absurda era a imagem da ruiva a sua frente. 

— Você se casaria comigo? - Ela perguntou pela segunda vez.

Ele se levantou, andando vagarosamente em direção a ela, o meio sorriso no rosto e um olhar que ela reconhecia bem, ele soltaria alguma gracinha que ela jamais saberia distinguir a parte que era brincadeira e a parte que era pura sinceridade escancarada. 

—Eu casaria com você, agora mesmo. - Ele soltou, admirado, segurando a mão de Rose antes de girá-la sobre o próprio eixo, ela fechou os olhos agradecendo por serem apenas eles dois ali, mas quando parou de girar o grande diamante em seu dedo anelar direito pesou.  - Mas posso esperar para roubá-la do altar. 

E então ela riu jogando a cabeça para trás, sabendo que Scorpius certinho Malfoy jamais faria uma cena no meio de centenas de pessoas. Talvez em seu íntimo ela quisesse  que ele fizesse uma cena por ela, mas ela iria casar, e Albus, estava provavelmente muito equivocado.

—Você não ousaria. - Ela sorriu para ele, olhando em seus olhos. Seu tom era de brincadeira, contudo, a Weasley não conseguiu evitar pensar em como seria se Scorpius fizesse o que estava lhe prometendo. Algo gritava no fundo de seu ser, na boca de seu estômago e nas batidas de seu coração que se Malfoy pedisse ela fugiria com ele sem pensar duas vezes. 

O barulho de várias  notificações do celular de Scorpius os acordou do transe em que se encontravam. Observando a imagem de Rose no majestoso vestido de noiva, ele correu para ver, pensando que seria algo- sério- relacionado a seu livro, mas era meramente Al:

Albus Potter 

“Ela só vai casar.

não morreu nem nada

Tio Rony me mataria se escutasse isso

Você deveria resolver isso 

não qero ficar escutando ladinha na festa de casamento

*quero” (16:05)

 

 

Um mês antes. 

Embora Rose não conseguisse tirar a imagem de Scorpius a admirando encantado de sua cabeça e sua promessa vaga não saísse de seus pensamentos os dias que seguiram passaram voando, com a quantidade absurda de coisas que ela tinha que fazer apenas aumentando era raro que Rose tivesse um tempo  para qualquer coisa que não envolvesse provas e amostras e tecidos. Faltando um mês para seu casamento, Rosie chegava a pensar que apenas veria Dave, seu noivo, no altar.  

Contudo, havia conseguido encaixar um jantar romântico em sua agenda, um verdadeiro milagre, como disse Dominique pelo telefone. Ela, Rose, propôs que fosse na casa dele, visto que assim teriam mais intimidade, não estariam sujeitos a interrupções e bom, como seu noivo mesmo dissera, era perto da cama. Ela podia não ser perdidamente apaixonada por Dave, mas tinha que admitir que ele era bom de cama e bom de boca, não era tão bom quanto lembrar de sua viagem a Glasgow, mas era o suficiente.  

No entanto, o que aconteceu alguns minutos antes dela apertar a campainha foi como um tiro direto na barriga, dispersando de qualquer imagem de sexo que ela tivesse naquele momento. Poderia não amá-lo, mas receber cinco imagens seguidas de um número anônimo com aquele conteúdo, era o mesmo que chamá-la de corna em cinco idiomas diferentes. 

As fotos pareciam ser de dias e horários diferentes, ela analisou ainda de frente para a porta fechada. E certamente aquilo eram mulheres diferentes. Sabia que eram minimamente atuais pelo fato daquele apartamento, que ela estava parada na frente, ter menos de um ano. Riu, seca, nervosa, embriagada no nojo. Ele querer o status que vinha com ela não era novidade, mas precisava mesmo daquilo?  Era ela tão ruim de cama assim? 

Ela ampliou uma das fotos, ao notar que as mãos que apalpavam a bunda da mulher loira tinham algo familiar. Um anel de noivado. Um puto anel de noivado. Engoliu em seco antes de comprimir um lábio ao outro.  

Encaminhou as fotos rapidamente para Dominique e apertou a campainha na força do ódio. Respirou fundo vestindo uma máscara de indiferença, ainda com o celular em mãos, pensando em como falaria daquele assunto com seu noivo ridículo porém extremamente amado por seu pai. Grunhi de raiva, segundo antes da porta ser aberta pelo moreno. 

Dave era alto, esguio, magro e bem trajado, sempre. Seus olhos avelãs, que Rose um dia achará divinos, nunca havia lhe trazido segurança e junto com os lábios grossos, o sorriso de lado nunca saia de seu rosto, sempre presumido e arrogante. E diferente de pessoas normais, ele não escondia ou tentava ao menos fingir, isso sempre a irritava, mas havia relevado quando entendeu que precisava se casar com ele, caso quisesse herdar o império que seu pai construirá.

—Rosinha, vem. - Dave abriu a porta para ela que entrou em passos rápidos, com o salto ecoando e os pensamentos a mil. Ela bateu com o celular contra o peito dele e o encarou, analitica. Scorpius jamais faria aquilo com ela. 

Ele segurou o celular contra o peito, sem jeito e riu nervoso, imaginando o que  teria saído no jornal a aquela altura. Seria alguma gafe sobre o casamento dos dois? Ele adoraria rir um pouco.   

—Precisava? Sério, precisava? - Foi o que ela falou, sem nem mesmo tirar a bolsa do ombro. Ele então olhou o conteúdo que estava no celular. Seu coração palpitou, errou uma batida e sua mente logo pensou em uma mentira apropriada.

—Essas fotos são antigas, essa é Maddie, você conhece Maddie. - Ele falou tranquilo, aquela ruiva estúpida deveria acreditar. Então ele fechou a porta do apartamento. 

—Não minta para mim. 

—Não estou mentindo, Rose!

— Está insultando minha inteligência, isso sim. - Ela rangeu os dentes- Isso é recente, inferno.  

—Eu não tenho culpa se você não tem tempo para mim. - Ele preferiu soltar, o sorriso arrogante voltando a tomar conta de seu rosto

—Como?- Ela perguntou, incrédula.

—Para alguém que se diz tão inteligente, você parece mesmo burra. - Ele passou o dedo indicador pelo queixo dela. - Foi o que eu disse a culpa é sua. 

—Você só pode estar de sacanagem. - Ela falou baixo, olhando em seus olhos. 

— É simples, Rosie… 

—Não fale meu nome, estrupício. - Ela o interrompeu, batendo em seu braço. 

—Como eu estava, dizendo, Rosie - Ele fez questão de usar o nome dela- Eu apenas encontrei o que eu buscava em minha noiva e ela não me dava. 

—Eu estava sem tempo. 

—E eu precisava transar e foder bastante, - Ele falou, sorrindo como se aquilo não fosse o fim do mundo. Afinal, ela precisava dele, não precisava? Ela o olhou, ainda incrédula, puta e assustada com o monstro com quem ela iria se casar.

—Agora eu entendo por que Scorpius não gosta de você. - Ela falou, sentando-se na cadeira mais próxima. 

 -Era só o que me faltava… 

—Bom, te falta bastante coisa, a começar por caráter. 

—Estamos afiadas, hoje.  - Ele parecia calmo demais, o que apenas deixava Rose mais possessa de raiva e em cinquenta tons de vermelho diferente. 

—Estou é puta, Dave. Falta um mês para nós nos casarmos e isso aparece na minha mão. Você acha certo? 

—Bom, você tem que se casar comigo de qualquer forma. - Ele deu de ombros, os sentimentos dela não lhe valiam muita coisa mais.

— Perdão?  - Ela olhou e seu tom subiu, pelo menos, cinco oitavos.

—Seu pai já passou as ações para o meu nome. Ou você se casa comigo ou..

—Ou eu perco tudo. - Ela resmungou. - Eu sinceramente te odeio. 

— Deveria ter chegado a essa conclusão antes. 

—Meu pai me cegou. - Fechando os olhos, tentando controlar a raiva. 

—De qualquer maneira você não pode para o casamento, então o que recomenda? 

—Recomendo que pare de me trair, imbecil. - Ela se levantou, querendo sair dali o mais rápido possível. 

—Então recomendo, querida, que você comece a me dar quando eu estiver com vontade ou se acostumar à ideia de chifres.

Talvez, afinal, teria sido melhor que apenas se encontrassem no altar. Com certeza a pouparia daquilo tudo. Pensando naquilo, ela saiu porta afora, sem saber o que fazer com aquilo tudo que tinha escutado.

Ligou o carro já com destino certo, a casa de Scorpius. O caminho era longo, uma vez que a casa que Scorpius comprará ficava a poucos minutos para fora de Londres - algo sobre ser reservado e cheio de espaço havia chamado a atenção do loiro, além de ser perto da casa de seus pais-, desencadeando então em tempo o suficiente para decidir se poderia desabafar com o Malfoy ou se apenas iria aparecer lá para jogar conversa fora, beber e esquecer do dia horrível que estava tendo. 

Scorpius estava descendo as escadas em direção a cozinha quando o seu furacão ruivo destrancou a porta, com a chave reserva que ele havia dado a ela - havia dado outra a Albus e outra a seu pai-, ele olhou de longe o rosto inchado, parecia de choro, enquanto Rose retirava o casaco pesado que condizia com o frio inglês.

—Se veio me convencer a mais um teste de vestido ou prova de comida, eu vou ser obrigado a te expulsar e pegar de volta as minhas chaves reservas. -   Ele falou, brincando, descendo as escadas mais rapidamente. 

—Prometo agora apenas para o próximo casamento. - Ela brincou, mas soou amuada. Caminhou em direção a sala da casa do loiro e esperou que ele descesse todos os lances de escadas. 

—E como vai ser comigo, ficarei feliz em acompanhar. - Ele voltou a brincar, com um desejo de que aquela promessa fosse verdadeira. Quando ele, enfim, chegou na frente da sardenta, Scorpius teve certeza que algo estava muito errado com ela, então antes mesmo que ela se jogasse em seus braços em busca de conforto, o Maloy a abraçou, afagou seu cabelos e perguntou baixinho, duas vezes - Ei, o que houve? 

A Granger-Weasley não notou, mas algumas lágrimas começaram a cair, molhando, suavemente, o moletom do homem. Em meio ao embaralho de pensamentos que corriam por sua mente, ela havia se apegado a um específico, Scorpius jamais, em tempo algum, teria feito aquilo com ela. O mesmo, notando que a mulher em seus braços chorava, se ocupou de limpar com o polegar as lágrimas que teimavam em escorrer pelo rosto sardento. Ele nunca sabia muito bem como lidar com aquele momento, mas ali, não tinha outra opção que não fosse acalmá-la e depois matar com suas próprias mãos quem havia feito aquilo com seu pequeno furacão.

—O que houve? - Scorpius tentou de novo. - Foi seu pai? Algo com o casamento? - Ela tentou limpar novamente as lágrimas que caiam pelo rosto dela, que muda estava. Passando os dedos pelos fios ruivos, o loiro fez, finalmente, a pergunta certa.- David te fez alguma coisa?

Os olhos de Rose se levantaram no momento, fazendo o Malfoy entender que havia acertado. Ele respirou fundo, sabendo que teria que guardar sua raiva naquele momento, afinal os olhos da mulher ruiva estavam demonstrando algo que Scorpius jamais pensou em ver, e esperava que nunca mais tivesse que ver de novo. Ela estava ruindo, estava quebrada, em pedaços, seus olhos mostravam como ela estava devastada. 

—Rosie.. O que esse estrupício fez? - Ele fez um carinho superficial na bochecha dela. Sua voz estava pingando raiva, mas sabia que tinha que primeiro estar ali por ela, depois quebraria a cara do vagabundo.

           Rose engoliu o choro que havia a pouco notado, tirou o nariz do peito de Scorpius e olhou-o, quase como se pudesse nadar na imensidão cinza que eram seus olhos. Scar jamais faria o que Dave fez, jamais teria dito o que ele disse. Ela fungou, ainda dividida em contar tudo ou apenas parte.. Veja bem, ela não queria parecer mais louca do que já estava, dizendo que iria se casar de qualquer forma com um cara que ela não amava- e a havia feito de corna a rodo-  apenas para poder administrar a empresa de seu pai. Ela soaria mesquinha, pequena e muito interesseira.. Apesar que ela achava que Albus já havia contado a Scorpius a parte que sabia, não que ele soubesse tudo, mas.. Bom, ela de qualquer maneira contou a Abus que apenas ia casar com Dave por precisar dele, ele sabia no fundo do seu ser que acabaria abrindo a boca para o primo na primeira bebedeira que tivesse. 

Por fim ela decidiu.

Se ela não contasse o fofoqueiro de seu primo, contaria.

Pensando assim, apenas pegou o celular que estava consigo, preso entre a pele e o sutiã e mostrou ao Malfoy.

A primeira reação do loiro foi grunhir de raiva,mas logo depois, assim que entregou o celular de volta à ruiva, ele a abraçou de novo.

—O que você quer fazer? - ele perguntou em um sussurro.

—não tem muito o que fazer.

—Como não?

—Dave me traiu, Scorpius. 

—Você não pode se casar com esse ver— esse cara. 

—Scorpius… As coisas não são tão branco no preto nessa situação. - Rose lamentou.

Ele então a soltou, entendendo então que nada havia mudado. Fechou os olhos com força.

—Você é masoquista, por acaso? - Ele perguntou alto demais, assustando-a por um segundo. Ele não deixou com que ela o respondesse.- Não, você não é. Mas está claramente se comportando como uma 

—Scorpius! 

—Ele te traiu, Rosie! - Ele parou vendo as palavras dele a acertarem em cheio, machucando seu orgulho. Ele pensou em parar, quando a viu, daquela forma, machucada, mas não conseguiu deixar a língua dentro da boca soltando após alguns segundos o que sabia desde o dia que os viu juntos pela primeira vez- Ele não te ama! 

— Eu também não o amo. - Ela falou após um momento, deixando um silêncio reinar por incontáveis minutos na sala de Scorpius Ela estava pronta para pedir para mudarem de assunto, para entrarem em uma conversa boba deles, em piadas mal feitas, um copo de whiskey, qualquer coisa quando Scorpius soltou pela primeira vez o que realmente queria que ela fizesse.Saiu mais bem como uma ordem, do que como a verdadeira súplica que era, Scorpius não deixou de notar.

—Não case com ele.

— Não é assim Scar.

—Não case com ele, Rosie. - O Malfoy pediu mais uma vez, segurando suas mãos.

—Eu tenho que me casar com ele. 

—Você não tem nada.. Você sempre foi dona de si. Sempre teve o mundo

—Scorpius, eu preciso me casar com ele.

—Ele não te merece.

—Não, mas ainda assim. Eu vou me casar.

— Você vai fazer merda, Weasley. Você..

—Você não entende Scorpius.. Meu pai- Ela o interrompeu. 

—Seu pai, o que?

—Meu pai testamentou meu casamento.

—Oi? 

—Não. Eu.. Como eu vou explicar? - Ela passou as mãos pelo pescoço. - Meu pai colocou Dave como herdeiro e bom.. colocou no testamento que eu apenas seria sua herdeira se casasse. 

—E aí vemos que Ronald Weasley realmente enlouqueceu. - Os olhos de Scorpius se arregalaram e sua cabeça pareceu dar pane. A raiva misturada ao ciúmes apenas crescendo em suas veias também não ajudava a ordenar seus pensamentos.

—Ele não só enlouqueceu como foi o pior dos machistas.

—Rose. Eu estou sem palavras… Mas.. Deve ter algo que possa ser feito. - O loiro andou pela sala desnorteado, aquilo sim parecia ser seu verdadeiro ultimato. 

—Nada a ser feito a não ser aguentar o crápula do meu noivo e me divorciar assim que meu pai morrer. - Rose riu, sem humor. - Ai que morte horrenda.

—Você não pode se.. - Scorpius passou as mãos pelos cabelos- Há de haver outra solução.

Rose não quis respondê- lo, ela sabia muito bem qual era a solução. Quais seriam as chances de seu pai mudar de ideia, tirar aquele imbecil de seu testamento, da empresa? Ele já tinha até mesmo passado - EM VIDA!- as ações para o nome de Dave. O trabalho que ia dar.. Sem contar em como diabos ela cancelaria seu casamento? Todos esperavam algo dela. Todos, até mesmo Scorpius esperava algo dela - mesmo que fosse para o seu bem. Dominique e Albus também. Sua cabeça doía em pensar em quantas coisas estava colocando em jogo e quantas mais ela estaria colocando no tabuleiro caso desistisse do casamento. Assim, ela caminhou até o sofá, após muitos minutos, disposta a forçar Scorpius a mudar de assunto.

—Vamos mudar de assunto, por favor.- A ruiva se sentou no sofá da sala encolhida - Sobre quem vai ser o livro dessa vez? 

—Que livro? - o loiro se fez de desentendido, indo em direção ao carrinho de bebidas que deixava ali. 

—Como que livro, Scar? O seu, óbvio. - Ela o olhou rindo da cara de sonso do melhor amigo. 

—Esse livro. 

—Sim, esse livro. Vai escrever sobre quem?

—Sobre você. - Scorpius falou baixo em um lapso de coragem. 

—Como? - Ela mexeu no celular rapidamente e voltou a atenção para ele- Você está falando muito baixo. 

—Você que não escuta nada. Uma surda se quer minha opinião. - Implicou, sorrindo de lado para ela. Ele ficou, então atrás do sofá, oferecendo um martini para ela. 

—É sobre quem, Scar? - Ela aceitou com um sorriso e perguntou novamente. 

—É sobre, - Scorpius respirou pesadamente antes de tomar todo o whisky de seu copo e contar para ela - sobre você, Rosie.

—Sobre como a minha vida amorosa é patética? - Ela riu, sarcasticamente ácida.- Vai ser o primeiro livro seu que eu vou odiar.   

—Não. - Scorpius passou para frente do sofá. - É sobre Glasgow. 

—Glasgow? - Rose olhou para ele surpresa. Ele não faria aquilo, faria? Como ele iria contar uma história que não sabia, não lembrava. - Eu achei que você não lembrasse de Glasgow.

—Quem te disse isso? - Scorpius uniu as sobrancelhas, sem entender.

—Você sempre agiu como se nada.. - A ruiva respirou fundo e olhou nos olhos cinzas do loiro- Nunca tivesse acontecido. 

— Achei que era isso que você quisesse. - Ele deu de ombros, não sustentando o olhar penetrante por muito tempo. 

Um filme rápido passou pela cabeça de Scorpius, o mesmo filme que passou pela cabeça de Rose, do final de semana que passaram em Glasgow com os amigos. Aos vinte e quatro tudo parecia simples e fácil, ponderou Malfoy, Rose e Alice dançando pelas ruas com seus vestidos curtos e jovens e ele e Albus bebendo e admirando a bela paisagem que era a alegria das duas. Naquele final de semana, eles dois fingiram ser um casal, vezes o suficiente para terminarem juntos na mesma cama. Os detalhes daquela noite haviam deixado Rose bêbada de amor por meses, mas ela nunca dissera nada a Scorpius. O Malfoy nunca esquecerá aquele final de semana inteiro, afinal foi ali, entre aquelas ruelas, que Scorpius entendeu que ele e Rose pertenciam um ao outro. Porém, assim que voltaram de viagem, Rosie se formou em administração e foi apresentada a Dave, aquele que já estava predestinado a ser seu marido. Scorpius entendeu o início do relacionamento deles como um sinal da ruiva, aquele final de semana não poderia mais se repetir. Melhor, aquele final de semana nunca nem existiu. Ele engoliu quieto aquilo por anos, mas quando contou, bêbado, a história de Glasgow ao seu editor, ele ficou convencido que essa devia ser a história de seu quinto livro.  No fundo, bem no fundo, sabia que essa era uma história que seu furacão ruivo conhecia, talvez essa sim, ela notasse que fosse sobre ela, contudo ele não parou de escrever, ainda mais quando notou que aquela história era escrita com uma facilidade tamanha, como se ele apenas vomitasse tudo que estava dentro dele.  

Sacudindo de leve a cabeça, esperando uma reação não muito boa, Scorpius se sentou ao lado de Rose.

—O que eu queria? - Um oitavo foi aumentado quando a ruiva se pronunciou indignada após alguns minutos

—Você agiu como se nada tivesse ocorrido e depois apareceu com aquele retardado do David.- Ele deu de ombros. Rose abriu a boca algumas vezes, talvez para corrigi-lo, talvez para argumentar, mas nenhum som saiu, o que fez Scorpius continuar. - Você achou que eu tinha simplesmente apagado da minha memória?

—Eu… - Ela começou e riu nervosa, pensando no absurdo que estava prestes a falar- Eu achei que você não lembrasse por que estava bêbado demais. Achei que só tinha ficado de memória uma coisa ou outra. Partes.

—Ficou tudo. 

—Claramente, deu até para fazer um livro. - O rosto de Rosie estava da cor de seus cabelos, fazendo todas suas sardas desaparecerem. Ela cobriu o rosto com as mãos e soltou uma gargalhada, completamente nervosa. - Por que agora? Você podia ter escrito lá atrás. Você nunca escreve sobre mim, são sempre histórias incríveis sobre outras mulheres que você ficou. Por que agora você resolveu escrever sobre mim?

—Você realmente não vê, né? 

—O que?

—Caralho, Rosie. 

—Eu ein, Scorpius. O que eu não vejo? 

—Todos os meus livros são sobre você, Rosie.

A ruiva não teve reação, olhou para a cara daquele que havia passado a maior parte de sua vida adulta encantada, apaixonada. Será que ele tinha noção que estava cinco anos atrasado? Ela verdadeiramente queria perguntar-lhe isso. Idiota, imbecil, era isso. Ele podia simplesmente estar falando aquilo para que ela não se casasse, ele odiava Dave e por isso estava falando aquilo tudo. Tinha que ser. Ele jamais escreveu sobre ela, havia lido seus livros, vezes o suficiente para jamais se encontrar neles. Fechou os olhos com força, ainda digerindo e analisando as supostas mentiras que Scorpius lhe contava.

—Você não vai falar nada? - Scorpius interferiu no silêncio incômodo que se instalou entre ele. O loiro então colocou seu copo na mesa de centro e prosseguiu- Então eu falo. - Ele suspirou e então despejou tudo que estava entalado dentro de si a quase dez anos.- Achei que tivesse deixado claro, nítido. Imaginei que você não queria nada comigo, por que não sou o que você precisa e pporra como eu quis ser o que você precisa, mas eu não consigo evitar, meus livros são sobre você, minha vida gira em torno de você. Tudo é sobre você, Rose, sempre foi e provavelmente sempre será.

—Scorpius cala a boca. - Rose mandou entre dentes. Ele estava a deixando muito irritada, acumulando com todo o estresse que estava tendo naquele dia ela estava se tornando uma pequena bomba muito letal. 

—Não, espera, escuta. Eu sei que você precisa de alguém como ele, eu não sou um administrador e estou bem longe de ser o genro perfeito para o seu pai mas caralho Rose eu te amo.  - Scorpius falou rápido, nervoso, vomitando palavras. - E eu sei que ele diz te amar, coisa que eu e o mundo sabemos que é mentira, afinal ele só ama a sua fortuna e o status que vem com ela. Mas ele certamente não te ama. - A cara de Rose desmanchou naquele instante, aquela pequena frase a fez reagir um pouco depois da última súplica de Scorpius.- Você não pode se casar com esse verme, panaca ambulante Rose. 

—Não! Não. - Rose gritou - Você não tem esse direito! Eu sofri por anos, Scorpius! Anos! Achando que você nunca iria gostar de mim. Porque somos amigos, por que você estava sempre com outra. Eu segui a minha vida!  E posso ter seguido o caminho errado, mas… Você não tem o direito de chegar agora e dizer que me ama. Não.

—Rosie. - Ele foi firme, queria que ela parasse de falar antes que o machucasse mais. 

—Por Deus Scorpius, pare! Eu vou me casar em um mês. Puta merda. Eu tenho, eu vou me casar em um mês e o imbecil do cara que eu chamo de melhor amigo resolveu que era a hora certa de dizer que eu não deveria casar. 

—É isso que você quer, afinal, né? - Ele falou exasperado, nervoso e extremamente venenoso - Casar com aquele imbecil, ter uma vida de madame e morrer infelizes para sempre. Ótimo. case com ele!

—Eu tenho que!

—Ele nunca vai conseguir te fazer feliz, Rosie! -Scorpius soltou, respirou profundamente e encarou a imagem da ruiva chateada a sua frente.

Ela fechou os olhos furiosa, aquele dia estava sendo um completo desastre. Não entendia como havia chegado naquele ponto da noite, onde estava pegando seu casaco extremamente nervosa e batendo a porta da casa de Scorpius enquanto saía apressada. 

 

Uma despedida de solteira antes.

Fazia um mês que nem sequer olhava na cara de Scorpius- não que Scorpius não tivesse tentado se comunicar com ela, oh ela havia tentando e muito! Fazia, era, um mês que ela o estava evitando a todos os custos. Fazia um mês que fingia que não estava com um burraco no estômago. Fazia um mês que havia assimilado que se casaria com um completo babaca que apenas queria as regalias que vinham com aquele casamento. Bufou. 

Contudo, ela seguia os planos, como se nada estivesse acontecendo. 

 Estava em um quarto de hotel com todas as suas primas e Alice, esperando que desse a hora marcada do grande evento que antecedia seu dia de noiva. Com uma taça de champanhe na mão e um sorriso falso se encontrava Rose com seu vestido verde favorito, com uma tiara na cabeça e uma faixa que dizia “Vou me casar” em letras garrafais gigantes e cintilantes. Sua mente, assim como aquele cômodo, pareciam o verdadeiro caos. As palavras de Scorpius, há um mês atrás, ainda ecoavam em sua mente, seu anel parecia muito mais pesado do que deveria ser e seu noivo era realmente um idiota. Bebeu um gole do caro líquido borbulhante que haviam pedido para a pré festa, lembrando de Dave dizendo que ela teria que se acostumar a ideia de chifres se ela não quisesse transar com ele quando ele queria, respirou fundo engolindo o nojo que estava sentido de seu futuro marido. 

Dominique, Alice e Roxanne gritavam animadas e riam enquanto contavam as histórias mais esquisitas da vida de Rose para as demais. Molly II estava encarregada de ser a única sobria da festa e se divertia vendo o início de uma noite que tinha tudo para ser incrível. Lily ainda se maquiava com a ajuda de Victoire e Lucy. Tudo ali estava indo bem, pensou Rose, ninguém estava notando as coisas surreais que passavam em sua cabeça. Em mais ou menos uma hora elas desceriam para um salão onde teria uma gloriosa festa de despedida de solteira e encheriam a cara, e ela esqueceria tudo aquilo, tinha que ter fé que aquilo aconteceria. Ouviu Alice começar a contar sobre como Rose enlouqueceu James quando tinham quinze anos e sorriu para o grupo de mulheres reunidas ali por ela.Bebeu o restante do champanhe que ainda tinha em sua taça. 

Foi no momento que se levantou para encher novamente seu copo que escutou três batidas suaves na porta do quarto. Deixando a garrafa em cima do frigobar, a ruiva se dirigiu a porta, pensando que seria sua cerimonialista indo buscá-las. Entretanto, era o concierge do hotel, ela percebeu pelo uniforme, que segurava um embrulho em suas mãos. Rose olhou intrigada para o moreno alto desconhecido. 

—Senhorita Weasley? - O homem perguntou, no que a ruiva assentiu concordando ele continuou-  Me pediram que isso fosse entregue em mãos para a senhorita. 

—Quem pediu? - Ela perguntou enquanto pegava o embrulho das mãos do serviçal. 

—Ele pediu para que eu não dissesse. 

—Como não ... - Rose não teve uma reação de primeira ainda encarando o embrulho verde esmeralda entre seus dedos.- Obrigada pela entrega, eu acho. 

—Boa noite, senhorita Weasley. 

—Boa noite. - A ruiva falou fechando a porta. O barulho do quarto diminuindo conforme ela voltava para a cama espaçosa. Suas primas com olhos atentos e brilhantes encarando e analisando cada passo que a noiva dava. 

Ela sorriu sem entender nada, analisou o embrulho de sua cor favorita e mordeu a bochecha ansiosa. 

—Quem mandou isso? - Não se aguentou Dominique.

—Com certeza foi Dave. - Alice falou. 

—Quem mais seria afinal? - Riu Roxanne

É, quem mais seria? Se perguntou Rose abrindo o laço. Ela esperava do fundo de seu âmago que não tivesse sido Dave. 

—Rose abre logo! - Lily gritou de forma aguda, arrancando risos das primas. - Deve ser uma joia.

Com o laço de fita já desfeito, ela abriu devagar o papel que embrulhava seu misterioso presente.Quando o embrulho estava finalmente desfeito ela teve o vislumbre da capa de um livro. Uma foto embaçada de uma garota ruiva dançando em seu vestido branco, letras misturadas que escreviam o nome do livro e mais abaixo o nome daquele que havia o enviado para ela. S.Hyperion.  Ela arfou passando os dedos pela capa. 

—Ai por Deus, isso tudo por mais um livro de Scorpius? - Lily falou revirando os olhos.- Achei que era Dave mandando uma joia para ela usar amanhã. - Suas primas riram, mas no fundo concordaram, logo voltando a atenção aos preparativos para a despedida. Todas menos uma. Dominique, que sabia de tudo que acontecia na vida de Rose, se levantou de onde estava, sentando-se em seguida ao lado da prima e melhor amiga na cama. A loira lhe deu seu melhor sorriso, incentivando a ruiva a abrir a primeira edição do livro que Scorpius havia mandado entregar para ela. 

—Você sabia disso? - Rose perguntou.

—Sabia que as primeiras cópias saiam hoje. - Dominique passou a mão pelos cabelos de Rose e sorriu. - Não achei que ele ia te mandar. 

—Bom, Scorpius não costuma me dar nem um minuto de paz. - Ela debochou, mas tinha um sorriso no rosto e os olhos colados naquela imagem tão estranhamente familiar. Dominique beijou a testa de Rose,e com a desculpa de pegar mais bebida para elas, Nique se levantou dando alguns minutos de privacidade para a ruiva. 

Ela folheou o livro grosso, ele havia feito novamente, ela pensou. Abrindo na primeira página, onde Scorpius sempre colocava uma dedicatória a alguém especial em sua vida, Rose sentiu seu coração falhar. Lendo as poucas palavras, sua boca se abriu em choque. Albus estava certo afinal. 

 

"Dedico esse livro à minha Rose.

Talvez agora você entenda que é sobre você.

Sempre foi só sobre você.”  

 

Ela não notou quando Dominique tirou todas suas convidadas do quarto, mas agradeceu mentalmente quando se encontrou sozinha no cômodo, apenas ela, o livro, seu celular e uma garrafa grande de champanhe. Então, notando isso, ela se permitiu arfar passando os dedos pelas palavras impressas na página. Então ela realizou.. Todos os livros de Scorpius eram mesmo sobre ela? 

Naquele momento, o celular da ruiva fez um sonoro “plin” que a acordou de seus devaneios. Com a cabeça atordoada pela informação que acabara de ser obrigada a processar, ela viu o nome do seu odioso melhor amigo na tela. Respirando fundo ela desbloqueou a tela e leu a mensagem daquele loiro desgraçado que ela insistia em manter em sua vida:

Scorpius M. 

“Eu queria pedir desculpas, mas não tinha ideia como.

 e me desculpar por não entregar pessoalmente.

As vendas começam amanhã, mas achei que você 

merecia receber antes de todos.

Já leu a última pág? “ (22:56)

Rosie

“Por favor, não venha amanhã.” (23:30)

 

Aquilo foi o que ela digitou rápido para ele antes de jogar o telefone na cama e passar as páginas do livro rapidamente até chegar na última página, que deveria estar em branco, como em qualquer livro, mas aquela, especificamente, não estava. Escrita a mão, na caligrafia caprichada de Scorpius estava um texto avulso, destinado a ela e apenas a ela. Passou os olhos pelo, supostamente, título e ela riu baixinho. 

 

“Pequeno furacão ruivo, 

Eu não sei como você nunca notou que tudo que eu escrevo é sobre você. A essa altura eu apenas pensei que você soubesse, não se importasse ou não achasse que era nada demais. 

Eu sei que você vai casar, e que eu falei algo como ‘tudo bem’ no dia que você me embebedou para contar, mas eu acho que você precisa saber a verdade, de uma vez por todas e sem gritos.. Não, não está tudo bem. Não case com ele, Rosie. Por favor, não se case com esse cara. Casa comigo. Esquece  Davi, Dave, sei lá o nome dele, mas esquece esse imbecil. Desiste. Casa comigo, Rosie, eu sei que eu posso e quero te fazer feliz.

Eu já te disse isso, há um mês, eu te amo, Rosie, eu pertenço apenas a você.  

Eu te amo. 

SHM. ”

 

Um sorriso bobo se plantou em seus lábios. Era tudo que ela queria ouvir anos atrás, da forma correta daquela vez, e então seu sorriso murchou aos poucos, mas ele havia demorado demais. Bebeu o champanhe diretamente da garrafa antes de se levantar, deixando seu celular de lado, junto ao livro fechado. Ela queria tanto poder fazer algo, largar tudo, mas não podia. No dia seguinte ela teria que recepcionar a mais de quinhentos convidados em sua festa de noivado, como cancelaria tudo ali, naquele instante? Tirou a tiara de sua cabeça, passando em seguida as mãos pelos fios ruivos. Não poderia decepcionar toda aquela gente. Não poderia decepcionar seu pai. Não podia, certo? Ou podia e apenas lhe faltava coragem?

No dia do casamento. 

 

Scorpius estava na Foyles, uma das livrarias mais famosas de Londres, autografando exemplares e tirando fotos com fãs, quando recebeu uma ligação de Albus. No primeiro momento não quis atender, sabia da onde o amigo estava ligando e não queria ter nenhum contato com aquele casamento, e aparentemente a noiva também não queria que ele estivesse envolvido em nada daquilo. Não sabia como se portar diante daquela situação e por mais que estivesse disposto a tirar a Grange-Weasaley a força daquele casamento estudpido, ele não podia.  Já havia feito de tudo que estava em seu poder,ao menos achava, e se Rose havia escolhido ficar com aquele panaca ele não podia fazer nada, afinal ela sabia que ele era um babaca. Apenas esperava que a mulher de sua vida pudesse ser feliz, com ou sem ele. Contudo, o Potter insistiu, ligando mais duas vezes, deixando Harpia, a assessora de Scorpius, louca . Quando a mesma passou o telefone, exacerbada, achou que era melhor que  atendesse. 

—Potter não para de ligar. Por Deus Scorpius controle esse homem. - Herpia falou enquanto passava o telefone para o de olhos cinza. 

—Rosie está com você? - Foi a primeira coisa que Albus perguntou quando Scorpius colocou o celular no ouvido . 

—Como assim comigo? - O loiro seguiu para uma sala reservada aos fundos da livraria, ele não iria se queixar da falta de comprimentos a essa altura .

—Puta merda. - Sentiu a voz de Albus murchar. 

—Vocês perderam a noiva? - Ele perguntou em um misto de choque e contentamento.

—Dave perdeu a noiva. - Do outro lado da linha seu melhor amigo riu, em um misto de nervoso e sarcasmo - Tio Rony está enlouquecido. Você ta.. Você não devia estar no seu lançamento?

—Eu estou. - Scorpius começou a pegar sua jaqueta e capacete, sem pensar muito. 

—Puta merda. - o Malfoy soube que o melhor amigo estava passando as mãos  nervosamente pelos cabelos do outro lado da linha.- Desculpe. Eu só surtei.. Achei que Rosie..

—Que Rose podia estar aqui. Era meio lógico. Não se preocupe. 

—Foi mal cara, eu vou.. 

—Fica aí no hotel,para caso ela apareça, eu vou sair pela cidade atrás da noiva fujona.

—Scar, cara,  não. Não precisa.Você tem seu lançamento. Nós vamos dar um jeito por aqui. 

—Quando eu encontrar ela, te aviso. - E com isso Scorpius desligou o telefone, avisando seu editor que teria que resgatar uma amiga e que voltaria em breve- ou no dia seguinte, inferno ele poderia nem voltar se aquilo significasse que Rose não iria se casar. 

Acelerou a moto conforme pensava aonde a Weasley poderia estar, já havia passado pelo apartamento dela, a loja de doces favorita e até a livraria que ficava ao lado do prédio dela. Olhou o relógio em seu pulso, notando que já fazia uma hora que ele estava a procura dela, o casamento de Rosie era em meia hora. Ele riu de escarnio, quando pediu que ela não casasse com o perfeito idiota do noivo dela, ele não falou que era para deixa lo plantado no alltar, apesar da ideia soar bastante boa para ele. 

A verdade era, Scorpius não sabia por que exatamente estava fazendo aquilo, mas no momento que escutou Albus dizer que Rose não estava no casamento algo dentro dele se iluminou, ainda havia esperança. Respirou fundo, pensando melhor onde ela poderia estar. Como em um estalo, ele lembrou. Hyde park. Onde as cinzas de Hermione Granger haviam sido jogadas junto ao lago que ali havia. Acelerou o máximo que podia e foi em direção ao parque torcendo por tudo que lhe era mais sagrado que ela estivesse lá. Não saberia onde ir se ela não estivesse lá. Estacionou de qualquer jeito perto do extenso gramado, e ainda sentado em sua moto, tirando o capacete ele a viu. 

Naquele vestido branco que lhe caía perfeitamente bem, sentada no meio do parque, com duas crianças trançando seus longos cabelos ruivos. Lá estava Rose fujona Granger Weasley.  Ela tinha um sorriso aliviado no rosto, ele notou, esperava que ele continuasse lá quando ela notasse sua presença.  Mandou uma mensagem rápida para Albus, dizendo que a tinha encontrado e então colocou o celular de volta no bolso, caminhando em direção a mulher.

— Quando eu pedi que não casasse com ele, não esperei que você fosse enlouquecer sua família no processo. - Scorpius chegou por trás, sorriu para as duas garotinhas que agora colocam flores no cabelo de Rosie, essas riram e cochicharam algo que o mesmo não entendeu, estava focado demais no sorriso dela.  Rosie abaixou a cabeça, ainda sorrindo. 

—Como me achou aqui?

— Te conheço o suficiente para saber que você precisava da sua mãe. - Rosie olhou para Scorpius que estava em pé, agora na sua frente. Ele estava tão bonito, com uma blusa simples e preta por baixo da jaqueta de couro e os cabelos despenteados. Ele sempre foi tão bonito, e Rose nunca pode dizer que não havia notado. 

—Preciso, e muito. - ela falou, calma, se virou para as garotas desconhecidas atrás de si, dizendo que iria se levantar para falar com seu príncipe encantado, as pequenas ficaram encantadas, mas logo saíram correndo para dar privacidade a eles. 

—Albus me ligou. - Scorpius falou, oferecendo- lhe a mão para levantar da grama. Ela aceitou, arrumando o vestido, lindo e feito para ela, assim que se equilibrou em pé.- Estão todos preocupados, Rosie. 

—Eu não posso me casar, Scar. Não com ele. 

O coração de Scorpius pulou naquele minuto, olhando a imagem da ruiva deslumbrante a sua frente, ela estava ali pronta para casar, mais lindo do que nunca, com cada traço seu marcado e resultado da maneira correta, dizendo tudo que ele sonhara nos últimos meses. 

—Tudo bem. - Foi o que Scorpius conseguiu dizer. Ele fez um carinho singelo na mão dela, notando algo que até aquele momento lhe havia passado despercebido. Rosie não usava seu anel de noivado. Seu grande, pesado e imponente anel de noivado, não estava em seu dedo anelar. Suspirou e fitou a mão dela por alguns segundos.

—Eu joguei no lago. - Ela falou simplesmente, dando de ombros.

—Diamantes nunca combinaram muito com você de qualquer maneira. - Scar brincou, piscando para ela. Ele sabia que ela detestava jóias clássicas com diamantes, preferia rubis e esmeraldas.

—Ei! - Ela reclamou, mas o sorriso em seu rosto denunciava que ele estava certo.

—Eu teria te dado um de esmeralda. 

—Mas não deu. - A voz de Rosie murchou novamente, parecia estar pensando demais, todas as engrenagens de sua cabeça trabalhando em velocidade máxima.

— Então você vai fazer o que? - Scorpius então perguntou. A mulher no vestido de noiva ficou calada por alguns minutos, pensando se vomitaria toda aquela informação que estava entalada em sua garganta ou apenas… apenas nada, do jeito que seu melhor amigo era lento, demoram mais doze anos naquela ladainha. E então ela resolveu soltar tudo para fora.

—Eu não posso me casar com ele. Dave é um idiota, como alguém avisa que vai me fazer de corna? E eu não quero ser corna. Não apenas para receber a empresa de papai. Além do mais... - ela mordeu a bochecha, engoliu em seco e sorriu nervosa. - Eu sempre soube que eu era sua, e apesar de te odiar setenta por cento do tempo eu ainda pertenço a você. Eu não poderia me casar com ele, nem ninguém mais que não fosse você.

—Rose, eu sempre...

—Espera, deixa eu terminar. - ela riu apertando a mão dele, ele a puxou para mais perto, era como se não houvesse mais ninguém naquele parque.- Eu sempre me blindei quando você lançava os livros, para mim eram sempre de outras, nunca sobre mim. - Scorpius soltou uma mão dela e lhe acariciou o rosto - Fiquei nervosa quando você disse que tudo era sobre mim, mas no fundo fez sentido. E então eu fiquei assustada, afinal, eu pensei que o tempo todo eu estava sentindo tudo sozinha.- Ela respirou fundo, após vomitar toda aquela informação. - Eu não quero me sentir sozinha, Scorpius. 

Scorpius olhou no fundo dos olhos dela, tinha tanta coisa que queria dizer para ela, mas ali, envolto naquela bolha deles, ele soube que teria todo tempo do mundo para dizer o que fosse. Rosie, sua Rosie era finalmente sua. Ele encostou a testa na dela.

—Eu sempre fui e sempre serei seu, meu pequeno furacão.- Ele diminuiu totalmente a distância entre seus corpos, puxando-a em sua direção e abraçando-lhe a cintura. O sorriso dela era gigantesco e podia iluminar Londres inteira, estava genuinamente feliz de estar nos braços dele. - Às vezes acho que não te mereço, mas prometo melhorar para ser o cara que você precisa que eu seja. - Scar colocou uma mecha solta do cabelo dela para trás de sua orelha e sussurrou, enquanto roçava os lábios nos dela- Eu não brinquei quando disse que te amava. 

—Eu sempre te amei, apesar de você ser extremamente lento. - Ela riu antes que fosse beijada por seu príncipe encantado. 

O beijo começou lento e cheio de significado mas logo a paixão a muito reprimida por ele começou a comandar transformando aquele ato carinhoso em um beijo intenso e quase cheio de segundas intenções, Scorpius apertou firme a cintura da ruiva  e a outra mão logo se encarregou de desfazer a trança feita pelas crianças mais cedo. Rosie passou os braços em volta do pescoço de Scorpius, e sorriu feliz para ele, querendo nunca esquecer aquela sensação de encaixe perfeito. Descabelada, corada e vestida de noiva, Rose sentiu ser erguida do chão momentaneamente, e riu alto chamando atenção de todos em volta do casal. Scorpius a havia levantado no ar, rodopiando com ela, alegre. 

Finalmente, a mulher de seus sonhos era dele.  

—Não ouse escrever seu próximo livro sobre isso, Malfoy. - Foi o que ela disse antes de depositar um selinho nele. 

—Essa história vai ser o nosso segredo? - Scorpius lhe olhou sugestivo e Rosie sorriu, afirmando. 

Eles se beijaram novamente, e mais uma vez após aquele, felizes, realizados. Demorou um pouco mais de meia hora para que a ruiva interrompesse um dos muitos beijos para pedir emprestado o celular de Malfoy. Ela tinha que fazer uma ligação. 

Sem sair dos braços de Scorpius, coisa que ela nem mesmo havia cogitado, ela discou o número de Albus, que logo atendeu no primeiro toque:

—Me diz que tá tudo cert.. - Rose não o deixou falar, anunciando logo que, graças a tudo que lhe era mais sagrado, não haveria casamento coisa nenhuma.

—Avise a todos que Rose Granger-Weasley não se casa hoje, nem nunca, com aquele imbecil.- A gargalhada de Albus do outro lado da linha foi o suficiente para que ela desligasse o celular na cara do primo e voltasse a beijar o verdadeiro homem de sua vida.

Ela se preocuparia em recuperar seu império, que era seu por direito, em outra hora. 



Testamento de Ronald Weasley após o não- casamento e a descoberta que seu ex genro adorado era um cretino.

 

“ Eu, Ronald Bilius Weasley, nacionalidade britânica, viúvo, empresário de profissão e residente em Londres, Inglaterra.

Estando em perfeito juízo e em pleno gozo das minhas faculdades mentais, livre de qualquer sujestão, induzimento ou coação, deliberei fazer meu testamento, na presença das seguintes testemunhas:

James Sirius Potter , nacionalidade inglesa, noivo, Advogado e residente em Londres, Inglaterra

Addelena Marie Fiorgel, nacionalidade britânica, casada, Advogada e residente em Londres, Inglaterra. 

 

Por possuir herdeiros necessários, disponho em testamento todo meu patrimônio disponível. 

 

I- Do herdeiro testamentário:

Nomeio como herdeiro:

Hugo Granger-Weasley, residente em New York, Estados unidos, sob as seguintes indicações :

que já seja maior de vinte e quatro anos; que em tempo algum compre a parte de sua irmã.

Nomeio, também, como herdeiro:

Rose Granger-Weasley, residente em Londres, Inglaterra, sob as seguintes indicações.

que já seja maior de vinte e quatro anos; que em tempo algum compre a parte de seu irmão.

Se os herdeiros supracitados não receberem a herança, por qualquer motivo, sua quota será destinada a seus herdeiros. ”

 


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Notas finais do capítulo

Talvez tenha sido um verdadeiro surto, pensando beem. Um verdadeiro surto de 10K de palavras, mas um surto.
Eu notei, quando estava relendo - pela milésima vez - que o trecho em que Scorpius pede que Rose não se case com Dave, parece muito (MUITO) com a cena em que Laurie pede que Amy não case com Fred em Little woman, e apesar de eu achar que foi inconsciente, vamos dar os créditos devidos.
O que vocês acharam????
Inclusive eu estava pensando em colocarno "papel" a historia de Glasgow, mas vai depender de como vão reagir a essa one.
Queria agradecer mais uma vez ao junhoscorose e as criadoras maravilhosas, obrigada pela oportunidade.
Comentem, por favor, eu imploro.
Muito obrigada
Beijinhos



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