Tão Simples como Amar escrita por Daan_
— Mas já tá desenhando?!
— Julia sua filha de uma...
— Puta. Pode falar, eu deixo. Sabe que meu relacionamento com a minha mãe num é lá essas coisas — disse com meio sorriso.
— Sua idiota. — esbravejou vermelha.
— Bom dia pra você também. — respondeu cínica.
— Tem café fresco na garrafa, vai lá tomar uma xícara e te manda daqui!
— Aconteceu algo, Lili?
— Não Guh, não aconteceu nada...
— Você tá com uma cara desde que chegou...Deve...
— Bobagem minha Guh, esquece, ok? — interrompendo o irmão.
— Tudo bem, sabe que se precisar...
— Já sei, já sei. — disse suavemente — Agora deixa eu ir, já tá na minha hora.
— Vai lá, maninha. Bom trampo.
— Cara...Eu realmente preciso de uma mulher.
— Tava pensando na garota? — perguntou já sabendo a resposta.
— Vai fazer o que hoje?
— Num sei ainda...
— Que tal...
— Nada de boates!
— Porque?
— Sem clima pra boate Julia...Vamo fazer uma coisa mais suave, vamo prum barzinho, ouvir uma musica ao vivo tomando uma cerveja. Que achas?
— Acho que isso vai ser um porre...Num vai ser lá que eu vo arrumar uma mulher, Mari.
— Julia, do jeito que tu chama a atenção, você arruma quem você quiser, gata.
— As vezes eu acho que você é afim de mim, sabia? - e riu.
— Você bem que queria, né. — resolveu brincar também.
— E aí, topas?
— Topo, né. Mas com uma condição...
— Qual?
— Nada de choperia com musica ao vivo, quero ir prum quiosque agora...
— Tá bom, né. Nem afim de debater...
— Assim que é bom. — e sorriu.
Um tempo depois chega em casa e dá de cara com o irmão deitado no sofá, o cumprimenta com um beijo na testa e vai trocar de roupa enquanto o irmão vai preparar a mesa...
— E aí Lih, é pra hoje isso aí?
— Calma Guh, tô terminando de me arrumar.
— Poxa Lih, você tá aí tem bem uma meia hora...Eu já tô ficando angustiado aqui.
— Espeeera! — exclamou numa ponta de irritação — Coisa mais chata.
— Tá bom, tá bom...Você tem dez minutos, saco?
— Vaai pra sala esperar, moleque chato!
— Pronto, vamos? — e sorriu.
— Vamo logo, vai. — levantando do sofá.
— Cê tá gata hein, Lili...
— Brigada, você também tá gatinho.
— Vamos?
— Agora mesmo! — cruzando seu braço ao do rapaz.
Chegaram na galeria e logo os dois ficaram encantados pelas obras. O movimento não era muito grande, mas as pessoas que estavam lá se mostravam encantados, assim como os dois irmãos. Os dois foram caminhando por entre as obras lentamente, observando atentamente cada quadro, até que Augusto parou num quadro e passou a fita-lo completamente admirado:
— A mãe ia pirar nisso aqui... — comentou baixinho.
— Gostou Guh?
— Amei...Cara, esse quadro me lembrou tanto da mamãe. — disse completamente encantado.
— Por que?
— Ele é tão vivo...Intenso...Não sei, é lindo demais Lili.
— Viiu, esse é um dos motivos deu sempre arrastar o Dé pra qualquer exposição...Eu me sinto...Mais próxima da mãe, entende? Ela amava demais esse mundinho, Guh.
— Viajei demais nesse quadro.
— Vamo ver os outros, vai. — segurou o irmão pelo braço e o puxou.
— Porra, tá com problema no dedo, Julia?
— Oi amiga! — a cumprimentou toda sorridente.
— Entra. — e deu passagem a morena.
— Num tá pronta ainda, Mah? — seguindo pelo corredor.
— Ah, tô sim...Hoje quando eu saí do banho eu vi que fico muito sexy com a toalha na cabeça, aí resolvi não tirar. — respondeu sarcástica.
— E realmente acertou, ficastes muito sexy com essa toalha, Mah. — e ensaiou uma cara de desejo que mais parecia uma careta.
— Você num presta, sabia? Te odeio! — e sorriu.
— Eu também Mari, também... — e se jogou na cama.
— Passar na exposição...
— Oi?
— Tchau! Julia, você prestou atenção no que eu falei? — perguntou com as mãos na cintura.
— Maaari, eu estava com os pensamentos longe.
— Num quero saber! Mas eu vo te contar o principal, me ligaram lá da exposição, pediram pra eu passar lá pra resolver uns assuntos.
— Mari tá precisando de macho. — disse baixinho, mas foi alto o suficiente para a loirinha ouvir.
— Julia! Eu vo fingir que num escutei, ok? — disse bem irritada.
— Mano, o que foi que aconteceu, me conta vai...
— Assim que você saiu, aquele...Aquele imprestável ligou!
— Tá, mas me responde porque você tá tão doída assim, sendo que nem ficar com ele, cê ficou.
— Ele é gato! Muuito gato.
— Cê arruma um melhor hoje...Mas vê se melhora esse humor, vai. E anda logo que eu num tô afim de esperar a barbie se arrumar.
— Tô indo secar o cabelo, general...
— Lili, eu tô encantado com isso aqui, a mulher é realmente muito boa. — comentou Augusto.
— Realmente, eu adorei os trabalhos da Mariane.
— E eu continuo encantado com aqueele quadro. Me vem a mãe ne cabeça, na hora...Mas então, vamo embora?
— Vamo sim. E aí bonitão, curtiu o programa careta?
— Sabia que viria uma coisa do gênero. — comentou abraçando a irmã.
— Lili! Meu Deus, que mulheres são essas... — comentou sem conseguir conter a admiração.
— Espera aí.
— Lili...Você...Conhece?
— Gosta?
— Muito. — respondeu simplesmente tentando se mostrar o mais natural possível.
— Lembra de mim? — perguntou insegura.
— Leembro, lembro sim...É que...Bom, é... — “Gaguejando de novo Julia? Mas que raio que tá havendo?” Pensou Julia completamente confusa.
— Que bom... — e abriu um largo sorriso.
— Ahn...É...
— Gostou das obras? — perguntou tentando descontrair.
— São todas lindas...
— A minha preferida é essa... — e olhou discretamente para o quadro a sua frente. — Mas a Mari num quis me dar.
— Você...Você conhece Mariane Avila?
— Conheço...Conheço muito bem. Sabe aquela loirinha, baixinha que tava aqui comigo há pouco tempo atras? Então, era ela.
— Sua...Amiga? — perguntou incerta da resposta.
— Melhor amiga — corrigiu Julia.
— Você também desenha? — perguntou Lili deveras curiosa.
— Ah não, não...Sinceramente, até meu bonequinho de palito fica feio. — e riu.
— Conhece ela há muito tempo?
— Uns bons longos anos, menina...Uns bons longos anos.
— Aaai, desculpa te encher de perguntas assim do nada...É que...Bom, sei lá. — e corou consideravelmente — Ah! Você num sabe nem o meu nome...Prazer, meu nome é Lilian. Lilian Vasques. — e estendeu a mão.
— Julia...Julia Almeida. Prazer é meu — sorriu simpática e pegou na mão estendida a sua frente.
— Julia, vamo embora?
— Vamo sim...Bom, antes de mais nada. Mari, essa é a Lilian...Lilian, essa é Mariane Avila.
— Prazer Lilian... — cumprimentou Mari.
— Prazer é meu... — respondeu Lilian deveras simpática.
— A Julia nunca me falou de você... — comentou Mari confusa.
— A gente tá meio que se conhecendo agora...Já nos vimos antes, mas não sabíamos os nomes. — respondeu Lilian.
— Eu falei dela sim pra você, Mari. Lembrou?
— Aaaaaah, você é a garota da praia, não é? — Mari demonstrou um subíto interesse que chegou a assustar até mesmo Julia.
— Sou... — respondeu Lilian num fio de voz.
— Maari, a gente já tá indo, né? — Julia a repreendendo com o olhar.
— Nossa gente, me desculpa... — disse Mari corando levemente.
— Não liga Lilian, a Mari é assim mesmo...Faz bobagem e nem percebe. — comentou Julia.
— Lilian...Não vai me apresentar? — chega Augusto todo sorridente.
— Esse é outro que faz besteira e nem percebe, meu irmão...Augusto. Guh, Julia e Mariane...Meninas, Augusto.
— Prazer. — respondeu Julia e Mari ao mesmo tempo.
— Prazer é meu meninas...
— Bom, agora a gente realmente tá de saída, né Julia? — disse Mari.
— É...Realmente, vamos indo Mah.
— Ah! A proposito, parabéns, suas obras são lindas. — comentou Lili.
— Obrigada...Muito obrigada.
— A gente se vê por aí... — disse Julia.
— Hey...— se aproximou dos dois — O que vocês dois vão fazer quando saírem daqui?
— A gente vai pra uma choperia agora... — respondeu Augusto.
— Bom...Ahn...Eu e a Mari estamos indo prum quiosque agora, se vocês tiverem afim de ir com a gente...
— Claro! — respondeu Lilian imediatamente.
— Então...vamos? — perguntou Julia olhando para Augusto.
— Vamos né. — respondeu o rapaz.
— Vocês seguem o nosso carro?
— Claro, claro. — afirmou Lilian.
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