Is It Possible? escrita por Kit Kat


Capítulo 19
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Oi Oi Gente!
Aí está mais um capítulo.Está um pouco viajado, mas não vai ficar assim, prometo. kkkkkkkkk
Espero que gostem!



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Harry.

— Por que você fica lendo e relendo esse livro? - perguntou a morena entediada.

— Quando você lê algo e depois relê você sempre capta algo que não prestou atenção antes. - respondi deixando o livro de lado e a olhando jogada na poltrona. - Igual quando se vê um filme, você sempre vê algo “novo” - fiz aspas com a mão. - quando assiste de novo.

Pansy se sentou ereta, me olhou com o cenho franzido e me perguntou meio sem graça:

— O que é filme?

A olhei com os olhos um pouco arregalados, mas tentei espantar minha cara de choque quando me lembrei que ela pertencia a uma família de sangue puro e não tinha nenhum contato com o mundo trouxa.

— Hã... - tentei achar as palavras exatas para descrever, mas nada me vinha na cabeça. - Bem, é como uma foto bruxa, mas bem mais extensa e com efeitos sonoros e audiovisuais.

— Entendi. - respondeu, mas me olhava como se eu tivesse falado na língua das cobras.

— Me lembra de te apresentar a um filme um dia desses. - respondi rindo.

— Muito obrigada, Potter, mas acho melhor eu não me familiarizar com essas coisas trouxas. - ela disse com desdém e se levantou, se aproximando de mim e se sentando ao meu lado na mesa. - Achou alguma coisa interessante?

— Eu estou comparando as poções com esse livro. - ergui o livro do Príncipe Mestiço. - Tem muitas poções que são quase idênticas, que o que muda é um ingrediente ou outro.

— E você só me avisa agora? - ela perguntou irritada, tirando o livro da minha mão. - Eu estou entediada faz duas horas! - reclamou e leu a primeira página. - Quem é o Príncipe Mestiço?

— Era o Snape. - respondi. - Eu usei esse livro no sexto ano, ele dá ótimas dicas de como fazer com perfeição as poções.

— Por que nunca me mostrou? - ela perguntou atenta ao livro. - Preciso aumentar minhas notas em poções.

Eu ri.

— Achei que suas notas eram boas, Srta. Parkinson. - brinquei e ela riu.

— São excelentes, mas eu e Emília estamos apostando para ver quem tem a maior grade escolar até o fim do ano e em poções ela consegue ser um pouco melhor que eu. - ela bufou.

— Se usar isso vai ser trapaça. - respondi sorrindo de lado.

— No sexto ano, onde conseguiu o livro? - ela me olhou atenta.

— No armário de materiais do professor Slughorn.

— Se estava em uma sala de aula e em um armário onde era para os alunos usarem os materiais, então não é trapaça, é sorte. - ela respondeu e sorriu chacoalhando o livro em frente ao meu rosto. - É o famoso "quem pegar pegou"!

— Meus amigos discordavam disso. - respondi lembrando o fuzuê que foi para eles me fazerem concordar em me livrar do livro.

— Deixa eu adivinhar. - ela riu com escárnio. - Suas notas estavam maiores que as deles? - eu não respondi e ela soltou uma risada anasalada. - Típico e completamente normal. Se eu aparecesse com esse livro Draco faria eu me livrar dele, já que é a única matéria na qual ele é o melhor do nosso ano.

— É a cara do Malfoy fazer isso, também.

Nós rimos.

— Mas se você se livrou dele como o recuperou? - ela perguntou curiosa.

— Gina me levou até a sala precisa e o escondeu lá e foi a mesma sala em que o diadema de Rowena estava escondido. - respondi relembrando a pequena luta que travamos naquela sala. - Eu o encontrei enquanto brigávamos com Malfoy, Zabini e Crabbe, mas não deixei meus amigos saberem.

— Muito esperto, Potter. - ela disse e olhou no relógio que ficava na parede a nossa frente que marcava 7:00 p.m. - Caramba, passamos a tarde toda aqui! - exclamou. - Vamos ou nos atrasaremos para o jantar.

Eu assenti e me levantei, com ela, recolhendo meus materiais. Mesmo faltando uma hora para o jantar eu ainda queria deixar meu material no dormitório e tomar um belo banho antes.

— Nada disso! - ela disse movendo o dedo indicador para um lado e para o outro, em sinal de negação, na frente de meu rosto. - O combinado é deixar essa coisa aqui! - ela apontou para o livro de Voldemort que eu havia pego. - E aproveita e deixa o do Príncipe Mestiço também, não precisamos dos seus amiguinhos encrencando com isso de novo.

Eu bufei, mas fiz o que ela mandou. Confesso que ficar um pouco longe do livro me fazia bem, parecia que me tirava um grande peso das costas. Pansy e eu estávamos trabalhando nesse livro fazia quase uma semana, quando eu esbarrei com ela no corredor e ela se interessou por ele.

Nós havíamos pedido essa sala de estudos para a Sala Precisa e desde então nos encontrávamos aqui para aprender mais sobre as artes das trevas, Pansy se interessava muito pelo assunto e eu não o achei tão ruim desde que eu comecei a ler aquele livro.

Nos despedimos com um breve “até amanhã” e eu segui para a torre da Grifinória enquanto ela seguia para as masmorras. Deixei meus materiais em meu dormitório e fui tomar meu banho.

****

Cheguei na mesa da Grifinória e o jantar já havia sido servido, fiquei contente em ter perdido o discurso chato que Minerva insiste em fazer antes do jantar, não sei como ela arranja tanta coisa para falar.

Me sentei ao lado de Dino e Simas, com Hermione, Rony e Gina em minha frente.

Gina continuava sem olhar para a minha cara e ao que tudo indica ela não havia contado aos outros dois o que aconteceu entre nós. Não entendo o que me deu aquele dia para falar aquelas coisas para ela, apesar de eu ter dito tudo o que eu pensava, não fui nem um pouco justo com ela e com meus amigos e tudo o que ela havia me dito eu sabia que era a mais pura verdade. Eu precisava me desculpar com ela, mas eu não sabia como, principalmente agora que ela não largava aquele sonserino metido.

— Onde esteve Harry? - Ron perguntou abraçando Hermione e a puxando para mais perto. Esses dois estavam incrivelmente pegajosos hoje, isso me dava vontade de vomitar. – Te procurei a tarde toda.

— Fui estudar um pouco na sala precisa e perdi a noção do tempo. – respondi me servindo.

— Agora todo mundo resolveu me abandonar para ficar estudando. – o ruivo reclamou bufando e fazendo bico. Hermione o olhou fazendo uma carinha de dó, lhe deu um selinho e ficou dizendo que não era verdade e prometendo que ficaria mais com ele.

Olhei a cena enjoado e, a julgar pela cara da ruiva ao lado da castanha, que olhava a cena com a cara contorcida, eu não era o único com esse sentimento. Gina reparou que eu a olhava e fechou a cara voltando sua atenção ao prato a sua frente.

Passei o jantar inteiro conversando com Simas e Dino sobre Quadribol, até que Hermione e Rony se levantaram para ir embora e resolvi segui-los. A castanha tinha ronda em uma hora e o ruivo não queria deixá-la sozinha com Malfoy.

Os acompanhei até um certo ponto e os dois se despediram com a desculpa de que iam passar na biblioteca antes de irem para a torre dos monitores. Eles achavam que me enganavam.

Segui meu caminho para o salão comunal da Grfinória e fiquei lendo “Quadribol através dos séculos” o livro que Hermione me dera no natal passado.

Me senti sozinho novamente e isso era algo que havia se tornado muito frequente em minha vida logo depois da guerra. Eu sentia falta das pessoas que havíamos perdido e sentia falta de como as pessoas que ficaram eram antes das perdas. Eles haviam dado a vida por mim e esse peso acabava comigo.

Não consegui prestar atenção no livro, minha cabeça vagou para os anos antes da volta de Voldemort quando todos sorriam de verdade e não temiam um possível tirano. Lembrei de como eu me sentia livre e feliz em estar em Hogwarts, minha casa, mas que agora eu só sentia culpa e tristeza ao ver tantos rostos que sofreram com essa guerra, que sofreram por minha causa.

Gina entrou no salão comunal acompanhada de Neville e Parvati, essa era a minha chance de tentar resolver as coisas entre nós.

— Gina. – a chamei antes que subisse com a outra garota para seu dormitório. Ela me olhou com cara de poucos amigos e eu engoli em seco antes de continuar. – Posso falar com você a sós?

Patil a olhou, assentiu apertando sua mão e subiu para o quarto, enquanto Gina me acompanhava, bufando, até um sofá que ficava mais no canto do salão.

— O que você quer? – ela perguntou cruzando os braços?

— Quero resolver as coisas. – suspirei. – Não quero continuar assim.

— Se espera que eu peça desculpa… - ela começou, mas eu me adiantei:

— Não espero, na verdade não tem o porquê de você me pedir desculpas. – ela assentiu e ergueu as sobrancelhas, esperando que eu continuasse. – Eu te devo desculpas pelo modo que falei com você aquele dia e por como venho me comportando ultimamente. É que as coisas estão meio difíceis.

— Não só para você, Harry. – ela disse dura. – Estão difíceis para todos, é só você parar de olhar o próprio umbigo.

— Eu sei. – suspirei sem saber como continuar.

— Não posso dizer que está tudo bem entre a gente, o que você me disse aquele dia não se diz para ninguém. – ela respondeu. – Mas eu te desculpo e espero que tenha um choque de realidade para essa nova pessoa que você se tornou, essa pessoa que não é o nosso Harry.

Ela terminou e saiu em direção ao seu dormitório. Fiquei estático tentando assimilar o que ela me dissera.

Eu não tinha mudado tanto assim, tinha? Todos depois da guerra mudaram, mas só porque eu disse o que eu pensava agora eu era uma pessoa ruim?

Estava pensando nessa minha conversa com a ruiva, quando um outro furacão ruivo entrou bufando e batendo os pés.

— Se ela prefere ser a boazinha da história e dar uma segunda chance a um comensal de quinta, que ela fique lá com ele. – ele passou por mim reclamando. Estava tão nervoso que nem prestava atenção nas pessoas com que esbarrava pelo caminho.

— Rony! – o chamei meio alto e ele pareceu se assustar. Se voltou para mim e pude ver seu rosto mais vermelho que o normal.

— Ah, oi Harry. – ele disse de mau-humor e veio se sentar ao meu lado.

— Aconteceu alguma coisa? – perguntei curioso e ele bufou, o gene Weasley se mostrando bem fiel.

— Nada de mais, - ele disse irônico. – só a Hermione que resolveu que dar uma segunda chance a comensais inúteis é algo legal de se fazer.

— Sabe, isso não é uma má ideia. – respondi lembrando-me de quando eu havia visto uma pequena parte da marca negra no braço de Pansy e ela parecia querer esconde-la a todo custo.

Ron me olhou com irritação.

— Até você vai vir com essas coisas, Harry?

— Pensa bem, Ron. - disse calmamente. - Muitos se arrependeram do que fizeram.

Ele pareceu pensativo, mas sua carranca logo voltou.

— Duvido! - ele cruzou os braços. - Pelo menos da parte do Malfoy.

Então, esse era o prolema! Hermione devia ter defendido Malfoy dos ataques dele e agora ele estava todo revoltado. Até onde eu sabia Rony não ainda sabia sobre os dois e eu fico imaginando o que ele faria se um dia descobrisse.

— Ele não vai machuca-la, se é isso que te deixa com medo. - eu disse tentando acalma-lo. - Ele não seria louco de fazer isso.

— Mesmo assim, é bom mantermos um pé atrás com ele. Não só com ele como com todos.

****

Fiquei um bom empo ouvindo Rony reclamar dos comensais e dei graças a Merlin quando com um bocejo ele se despediu e foi dormir. Eu estava sem sono, então, continuei no sofá com a cabeça a mil, até que resolvi dar uma volta.

Andando absorto em pansamentos, pelos corredores mais escuros e pelas passagens secretas que os gêmeos haviam me mostrado, acabei parando, inconscientemente, em frente a sala precisa. A porta da sala que eu divda com Pansy apareceu e eu entrei, encontrando a morena entada na mesa de costas para mim.

Fechei a porta silenciosamente e me aproximei dela, mas ela nem se quer moveu um dedo, parecia estar muito concentrada. Olhei por cima de seu ombro para ver o que atraia tanto sua atenção e vi dois livros abertos, o livro de Voldemort e o livro de Snape.

— O que você está fazendo? - pergutei em seu ouvido e ela deu um pulo de susto.

— Qual o seu problema, Potter? - ela perguntou irada e pegou um dos livvros, me batendo com ele enquanto dizia pausadamente: - Nunca. Assuste. Alguém. Assim.

Tirei o livro de suas mãos rindo.

— Não vai me responder? – perguntei quando ela se acalmou e se sentou.

— Perdi o sono e vim dar uma volta. - ela disse desviando os olhos.

Apesar de fazer tão pouco tempo que nos encontrávamos, eu aprendera a ler direitinho aquela morena e sabia que não era verdade. Olhei fundo em seus olhos verdes, com minhas sobrancelhas erguidas, demonstrando que eu sabia que era mentira.

— Está bem! - disse irritada. - Eu vim roubar o livro do Principe Mestiço, mas juro que eu ia devolver amanhã.

— E por que não pegou e foi embora? - perguntei rindo e me sentei ao seu lado.

— Eu parei para comparar os dois livros e achei várias poções de Voldemort que podem ser combatidas ou modificadas para o bem com as poções que conhcemos se acrecentarmos ou tirarmos alguns ingredientes. - ela respondeu e começou a me mostrar as poções que ela havia achado e os ingredientes que anulavam as poções de Voldemort. - Mas essa poção me deixou intrigada.

Pansy abriu os dois livros em uma poção que tinha o mesmo nome.

O do Principe Mestiço:

 

"Poção do Morto Vivo.

Faz com que aquele que a beber mergulhe num sono profundo que pode durar indefinidamente.

Ingredientes:

Losna

Raízes de valeriana

Raiz de asfódelo em pó

Vagem sudorífera"

 

E o de Voldemort:

 

"Poção dos Mortos Vivos.

Traz de volta aqueles que já se foram.

Ingredientes:

Sangue de unicórnio

Mandrágora adulta

Raiz de asfódelo em pó

Vagem sudorífera"

 

— Isso não bate, Harry. - ela disse como cenho franzido. - Esse livro só tem coisa ruim e de repente promete algo bom? - ela disse apontando para o livro de Voldemort. - E outra, os ingredientes também não batem. Sangue de unicórnio mantém a pessoa viva e uma dose grande de Mandrágora causa overdose e é fatal. É como se ele quisesse trazer as pessoas dos mortos, mas mantendo-as mortas.

Eu arregalei os olhos e comecei a rir com o que instantaneamente me veio na cabeça, algo insano, mas que só poderia ser isso, não tem outra explicação.

— Um zumbi. – eu disse e ela me olhou sem entender.

— O que é um zumbi?

— Um morto vivo. – respondi e comecei a gargalhar.

— Do que está rindo?

— Um zumbi é algo fictício do mundo trouxa. - eu disse quando parei de rir. - São cadáveres reanimados que se alimentam de carne humana e com uma mordia infecta outras pessoas e no fim temos um apocalipse.

— Isso é horrivel! - ela disse horrorizada.

— Pansy, não se preocupe. - eu disse. - Isso é uma bobagem.

— Espero que tenha razão. - ela disse bocejando. - Se alguém vier tentar me comer no sentido literal da coisa, eu te mato. - eu ri e ela se levantou. - Vou para o meu salão comunal, já está tarde.

— Já estou indo também. - respondi e ela pegou o livro de Snape.

— Prometo que devolvo amanhã. - eu ri e assenti, vendo-a sair pela porta logo depois de se despedir.

Fiquei olhando aquela poção totalmente insana. Se Voldemort queria criar mortos vivos, ele estava bem perto. Naquele livro tinha toda a teoria, passo a passo de como fazer a poção e de como deixa-la eficaz.

Olhando aquilo tudo, algo me veio na cabeça, algo que Pansy havia me dito: "achei várias poções de Voldemort que podem ser combatidas ou modificadas para o bem com as poções que conhecemos...".

E se isso fosse possível e se trazer as pessoas de volta fosse possível? Eu teria minha família de volta e nunca mais estaria sozinho. 

 


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Notas finais do capítulo

Oi Oi de novo!
E aí, gente? O que acharam?
Espero de coração que tenham gostado e como eu disse antes: a história não vai começar a ficar viajada, juro de dedinho!



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