Is It Possible? escrita por Kit Kat


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Oi Oi Gente!
Aí está mais um capítulo, espero que gostem!
***AVISO!!***
Esse é o ultimo capítulo baseado nos filmes, portanto é o ultimo grande os próximos serão menores.
Amanhã tem mais capítulo, já que estou devendo vários kkkkkkk



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A Segunda Guerra. – Draco.

— Nem tudo é culpa de seu pai, querido. – minha mãe disse suspirando. Eu não conseguia acreditar no que eu estava ouvindo, não sabia como ela ainda conseguia defende-lo mesmo depois de tudo.

— Nem tudo é culpa dele? – perguntei irônico e muito irritado. Levantei do sofá e parei em frente a ela, que estava na poltrona. Ergui a manga da minha camisa lhe mostrando a marca negra em meu braço. – Isso não é culpa dele?

Ela engoliu em seco.

— Meu bem, seu pai não faz essas coisas porque gosta. - ela disse tristemente.

Ela só pode estar brincando com a minha cara!

—Lucius Malfoy um dos maiores seguidores de Voldemort não faz isso porque quer? - perguntei debochando.

Lucius só perdia para Bellatrix como o seguidor mais fiel daquele verme.

— Seu pai é obrigado a fazer esse tipo de coisa.

— Foi obrigado a seguir aquele verme? – debochei mais.

Minha mãe arregalou os olhos à menção de Voldemort como um verme e olhou para a escada preocupada.

— Nunca mais diga isso! – ela me repreendeu. – Se alguém ouvir você falando isso te matam.

Revirei os olhos. Com a invasão à Hogwarts e a morte de Dumbledore, Voldemort parecia não se importar em se esconder e desde então minha casa havia se tornado um covil de comensais.

— Um dia você vai saber de tudo e entender seu pai. - minha mãe disse e me deu um beijo no rosto. – Agora vá se lavar e desça para jantar, seu pai logo chegará.

Me levantei ainda irritado por vê-la defender meu pai mesmo depois de tudo, mas não consegui parar de pensar no que minha mãe havia me dito. O que eu precisava saber para entender meu pai? Não tinha nada para saber! Lucius Malfoy é um seguidor doentio daquela coisa e sempre deixou mais do que claro que se orgulhava disso.

Passei em frente ao quarto de minha tia e a vi em frente ao espelho se olhando e dando risadas psicóticas enquanto cantarolava "eu matei Sirius Black". Já fazia um ano e ela ainda cantarolava isso pela casa com o maior orgulho do mundo. Vê-la agora me dava calafrios e pena, ela era completamente diferente da mulher que eu conheci quando criança.

Tia Bella, como eu a chamava, sempre teve no olhar um brilho estranho, mas não demonstrava sua loucura e psicopatia, pelo menos não em minha presença. Gostava quando ela vinha me visitar e me levava para voar escondido de minha mãe, que achava perigoso.

Eu me divertia muito com ela e vê-la agora com uma aparência doentia e completamente pirada pelos anos em Azkaban acabava com a imagem da tia legal que eu tinha em minha mente, é como se aquela pessoa que conheci quando criança fosse uma mera imagem criada em uma mente inocente e eu sentia falta dela.

— Draquinho? – ela perguntou me olhando com seu habitual sorriso psicótico que me dava calafrios. – Precisa de alguma coisa?

— Só vim avisar que a janta está quase pronta. – inventei rapidamente para não ter que explicar o porquê de eu observa-la.

Ela assentiu e eu dei espaço para ela sair do quarto.

— Apesar de você não ter matado aquele velho repugnante, saiba que eu tenho muito orgulho de você estar do nosso lado. – ela disse ainda com aquele sorriso e me deu um beijo no rosto indo saltitante para o andar debaixo.

Me encaminhei para meu quarto e fui me banhar. Minha mente vagou em direção a Hermione, eu não havia nem conseguido me despedir dela. Fazia quase um ano que eu não a via e isso me deixa louco de preocupação. Meus pais acharam melhor eu não ir à Hogwarts esse ano, aparentemente todo mundo já sabia que eu era um comensal e, apesar de Snape ter assumido o cargo de diretor, minha mãe não me deixou ir. Se bem que mesmo se eu fosse para lá eu não a veria, pois de acordo com as cartas de Blás, Theo e Pans o trio de ouro não estava em Hogwarts.

— Draco! – um grito vindo de meu quarto me assustou, me tirando de meus devaneios. – Draco, rápido precisamos de você urgente! – meu pai gritou novamente esmurrando a porta do banheiro.

Desliguei o chuveiro e me enrolei na toalha, abrindo a porta logo em seguida para ver o que ele queria, mas Lucius já não estava mais lá. Me troquei o mais rápido que eu consegui e desci apressadamente encontrando minha mãe na entrada da sala de estar, andando de um lado para o outro inquieta.

— O que aconteceu? – perguntei.

— Os sequestradores encontraram Ronald Weasley e Hermione Granger em uma floresta e junto deles um garoto deformado. – eu engoli em seco à menção do nome de minha castanha e minha mãe me olhou preocupada. – Precisamos que você confirme se é Harry Potter.

A olhei pasmo, mas assenti colocando minha máscara de indiferença, que eu havia aprimorado durante esse tempo que tive que dividir minha casa com comensais, e me encaminhei para a sala. Eu finalmente veria Hermione, depois de tanto tempo, e era no pior lugar para ela estar.

Meu coração faltou uma batida quando entrei na sala e a olhei. Fenrir Greyback puxava seus cabelos, a pressionando contra ele, e cheirava seu pescoço, sorrindo maliciosamente. Hermione se dividia entre fazer careta de dor e de nojo, quando seus olhos pousaram em mim e um brilho suplicante passou por eles.

— Draco! – meu pai me chamou agarrando meu braço e me puxando em direção ao garoto que claramente era Potter, porém inchado. – Esse é Harry Potter?

— Não tenho certeza. – respondi baixo.

— Olhe direito! – meu pai disse colocando a mão em meu ombro e Bellatrix puxou o rosto de Potter mais para cima. – Se formos nós a entregar Harry Potter ao Lord das Trevas tudo será perdoado.

Meu pai estava em maus lençóis perante a Voldemort, por causa de todas as tentativas falhas de atentar contra Potter e seus amigos e principalmente pelo fiasco no Ministério, onde, além de não conseguir capturar Potter, ele perdeu a profecia que o Lord tanto queria.

— Draquinho, querido, venha aqui. – minha tia me puxou pela mão me olhando com aquele brilho doentio que nunca se apagava de seus olhos. – Olhe com bastante atenção. Se for Potter e o perdermos, todos morreremos.

— O que houve com o rosto dele? – perguntei engolindo em seco ao me ajoelhar na frente dele. Eu precisava enrolar todos a minha volta, eu não conseguiria continuar omitindo a identidade do garoto à minha frente, se continuassem insistindo em me pressionar.

— Isso é uma boa pergunta! – Bellatrix se levantou do meu lado e caminhou em direção aos sequestradores.

A breve conversa que ela teve com eles eu não dei a mínima atenção, estava focado em olhar Potter e pensar em um jeito de não o entregar e ajuda-lo a escapar para que ele tirasse Hermione daqui. Potter me olhava com suplica e balançava minimamente a cabeça para os lados me pedindo segredo.

Minha atenção voltou à sala quando ouvi um grito furioso de minha tia, que agora atacava os sequestradores e segurava uma espada de maneira protetora para com a mesma. Minha mãe colocou a mão em meu ombro e me puxou para perto da lareira, provavelmente com medo de eu ficar no caminho de Bellatrix, que com certeza mataria qualquer um que chegasse perto dela. Os sequestradores saíram correndo pela sala e ela mirou sua atenção totalmente em Hermione.

— Sua pequena ladrazinha! – ela sibilou para garota que em momento algum recuou, nem mesmo quando Bella estava a centímetros dela e com um olhar ameaçador. – Cissa, leve os garotos para o porão e eu terei uma conversa com essa ladra. De mulher para mulher!

Minha mãe a obedeceu sem pestanejar e levou Harry e Ronald para o porão com a ajuda de Rabicho. Olhei desesperado para as duas mulheres que se encaravam à minha frente. Bellatrix começou a fazer perguntas sobre onde Hermione havia conseguido a espada, mas a castanha se recusou a responder e ficou completamente muda.

Avancei em direção as duas quando ouvi a palavra crucio sendo proferida pela mulher sádica e vi Hermione se curvando no chão gritando de dor. Eu sabia muito bem que dor era aquela tive que passar por essa mesma tortura depois de não ter conseguido matar Dumbledore. Meu pai segurou meu braço o apertando fortemente e me olhando com raiva, me impedindo de chegar perto delas.

— Se você der mais um passo Bella perceberá e a garota morrerá. – ele disse entredentes. – E tudo pelo que você passou para esconde-la será jogado fora. – ele completou.

Lucius sabia, sempre soube que nunca parei de encontra-la. O olhei sem entender o porquê de ele nunca ter dito ou feito nada, e ele apenas ignorou meu olhar e me puxou para o outro lado da sala, minha mãe veio logo em seguida e segurou minha mão firmemente enquanto ouvíamos os gritos de Hermione, que tinha sua pele marcada pelas palavras "sangue-ruim".

Aquilo estava acabando comigo e a cada grito que ela dava eu estava cada vez mais perto de avançar em minha tia e me forçava a tentar achar um plano para fazer aquela mulher louca sair de cima de Hermione, mas meus planos foram por água a baixo quando uma pontada forte de dor se espalhou em minha cabeça.

Cai de joelhos no chão segurando minha cabeça entre as mãos e apertando os dentes para reprimir um grito de dor. Ouvi a voz preocupada de minha mãe ao meu lado me perguntando o que estava acontecendo, mas eu não conseguia responder. Olhei ao redor da sala que agora girava e parei meus olhos em Hermione que continuava a ser torturada, mas agora me olhava com preocupação e foi quando uma onda de lembranças passou em minha mente.

Um filme de minha vida passava diante de meus olhos, um filme no qual eu e Hermione éramos protagonistas. Eu vi todas as cenas as quais eu tentava esconder de Voldemort, todas as cenas de mim e Hermione desde o nosso primeiro ano até a última vez em que a vi no castelo.

Voldemort me pegou em meu momento de fraqueza e agora não tinha o que eu fazer. Ele sabia de tudo, ele vira tudo.

Tudo ficou preto e de repente eu estava em minha sala, mas agora vazia e ele apareceu em minha frente, me olhando com desprezo e nojo. Ele nada disse, apenas sustentou seu olhar em mim por um tempo me infligindo dor e, então, ele sumiu junto com a dor e eu consegui levantar.

Comecei a ouvir um choro baixo e quando olhei Hermione estava no chão chorando e me chamando. Tentei correr até ela, mas eu estava paralisado e a risada de Voldemort se fez presente ecoando por toda a sala.

— Você foi uma decepção para mim, meu jovem. – sua voz fria estava atrás de mim e eu senti suas mãos em meu ombro. – Eu tinha a esperança de que você não seria como seu pai, mas me enganei. – ele se pôs ao meu lado e começou a observar Hermione. – Parece que ser um traidor está no sangue. – continuou e me olhou sorrindo friamente enquanto puxava a varinha e apontava para Hermione.

Depois de um Avada Kedavra proferido por ele, lá jazia o corpo sem vida da minha castanha. Eu finalmente consegui me mexer e corri até ela a pegando em meus braços e a abraçando fortemente enquanto suplicava para que ela não me deixasse, mas já era tarde. As lágrimas rolavam livremente por meu rosto e não fui capaz de segurar os soluços que vinham um atrás do outro.

— Eu consegui consertar seu pai – Voldemort parou em minha frente. – e eu vou consertar você!

Nada respondi fechei os olhos fortemente ainda abraçado ao corpo dela, desejava mais que tudo na minha vida que aquilo não fosse real. Eu não seria capaz de perde-la desse jeito. Fiquei um tempo ali de olhos fechados com ela em meus braços e só os abri quando escutei sons de feitiços e vi Potter e Weasley lutando para tirarem ela daqui que lutava para se levantar do chão. Eu estava de volta na minha sala e tudo não passara de uma imagem criada, graças a Merlin!

****

— Draco, querido, acorde! – minha mãe me chamava desesperada. Tentei abrir meus olhos, mas parecia ser impossível.

Eu estava acorrentado no porão da minha própria casa. Como já era de se imaginar Voldemort não deixou barato depois de descobrir sobre mim e Hermione. Perdi a noção de quanto tempo eu estava trancado, só conseguia perceber se era dia ou noite quando Voldemort ou seus torturadores entravam para me fazer pagar. Minha mãe aparecia de vez em quando e me dava uma poção revitalizadora.

— Querido, vamos. – ela me deu a poção e me soltou das correntes. – O Lord requer sua presença.

Não conseguia falar nada apenas murmurava tentando fazer palavras saírem de minha boca. Eu não tinha forças para nada, estava fraco e com dores em todas as partes de meu corpo.

Minha mãe precisou me ajudar a me levantar e a andar até aquela maldita criatura, já que a poção não tinha efeito instantâneo. Paramos em frente a ele, que abriu um largo sorriso provavelmente orgulhoso do resultado de suas sessões de tortura, e ela teve que continuar ao meu lado, pois eu não conseguia ficar de pé sem ajuda.

— Meu jovem, você não parece nada bem. – ele disse em um falso tom de preocupação. – Quer que eu chame sua sangue-ruim para cuidar de você? – debochou e eu abaixei a cabeça sentido a poção começar a fazer efeito e minha vontade de socar aquela criatura aparecer.

Alguns dos comensais presentes riram enquanto outros fizeram sons de nojo. Olhei ao redor e me surpreendi ao ver a quantidade de comensais presentes, aparentemente seria uma grande reunião ou ele havia se cansado de me torturar e me mataria na frente de todos para uma demonstração do que acontece com traidores de sangue.

Vi meu pai e Bellatrix ao lado da cadeira que Voldemort usava como "trono", minha tia tinha um misto de tristeza e desgosto em seu rosto, enquanto meu pai permanecia com sua cara de indiferença.

Em um canto mais afastado avistei Blás, Theo e Pans que me olhavam com preocupação e, no caso de Pansy, com lágrimas nos olhos. Os três haviam recebido suas marcas, na tentativa desesperada de Voldemort de conseguir mais aliados.

— Então, Draco, - Voldemort continuou depois das risadas sessarem e veio em minha direção. – te darei uma segunda chance de provar seu valor, se é que você tem um. – mais risadas ecoaram pela sala. – Você irá para a guerra conosco e terá a missão de capturar Harry Potter e trazê-lo para mim.

— E se eu não o fizer? – me atrevi a perguntar e vi minha mãe ao meu lado prender a respiração. Voldemort me olhou com um sorriso torto.

— Então desviarei o foco de meus comensais de Harry Potter para sua amada sangue-ruim e aposto que ela não sairá viva dessa. – seus olhos, em cima de mim, brilhavam de forma maquiavélica me desafiando a falar mais alguma coisa, mas não o fiz. – Creio que ela dará um ótimo brinquedo aos meus homens.

Greyback deu um uivo enquanto os outros homens riam e concordavam animados. Eu poderia vomitar a qualquer momento.

— Já se decidiu? – Voldemort perguntou com diversão na voz.

— Eu o farei.

****

Aparatei no meio de um mar de gente correndo para lá e para cá desesperados com o ataque que estava acontecendo. Os comensais já haviam começado a atacar, tentando quebrar a proteção de Hogwarts, e eu só queria encontrar Hermione e tentar tira-la daqui.

Saí correndo pelos corredores a procura dela e a encontrei correndo com o Weasley em direção ao banheiro da Murta que geme. Corri atrás deles e os vi abrindo a câmara secreta, precisava afastá-los e levar ela para um lugar seguro.

Desci à câmara depois de um tempo que eles já estavam lá embaixo, não podia deixar o Cenoura me ver. Cheguei na outra entrada a tempo de ver Weasley puxando Hermione, desesperado, fugindo de uma onda e de uma névoa preta, ele a abraçou, tentando protegê-la, quando viu que não adiantava correr pois mais uma onda os cercou e se quebrou em cima deles.

Por fim tudo se normalizou e Hermione se afastou rindo aliviada, mas foi aí que meu ódio por aquele pobretão aumentou. Ele a puxou para um beijo e eu avancei para bater nele, mas parei quando ela o empurrou e disse:

— Ron, acho melhor não fazermos isso.

Isso me tranquilizou, mas não diminuiu minha vontade de mata-lo, então, para não fazer nenhuma merda resolvi sair dali o mais rápido que pude.

****

Depois de ver os dois na câmara secreta resolvi focar na minha missão e por mais que eu detestasse o Weasley Hermione estava segura com ele, bem mais segura do que se estivesse comigo. Então, passei nas masmorras para encontrar maus amigos, tinha que tira-los de lá também, mas apenas Pansy e Theo fugiram e Blás se recusou a me deixar para trás, fora que ele tinha que achar a Luna. 

Junto com Blás e Crabbe fui atrás de Potter.

— Potter! – chamei quando entrei na sala precisa logo atrás dele. – Você precisa vir comigo.

— Nunca, Malfoy! – Harry disse apontando a varinha para nós e fizemos o mesmo.

— Você está me devendo, Cicatriz! – rugi para ele e ele ficou incerto. – Você precisa vir ou Hermione sofrerá e não posso deixar isso acontecer. – eu apelei para a verdade, mesmo que parecesse fraco diante meus amigos e abaixei a varinha. Potter fez o mesmo e meus amigos também.

— O que quer dizer com isso? – ele perguntou. Eu abri a boca para responder, mas fui cortado pelo barulho da porta se abrindo e Weasley e Hermione apareceram.

— Draco! – ela disse e eu quase corri para abraça-la, mas essa ideia se desfez de minha mente quando Weasley apontou a varinha para mim se colocando em sua frente de forma protetora e Harry se juntou a eles. Blás e Crabbe ergueram as varinhas e Hermione e Harry fizeram o mesmo.

— Abaixe a varinha, Weasley. – disse entredentes. – Vim buscar o Potter, não quero encrenca com vocês dois.

— Você só pode estar brincando! – respondeu. – Acha que vamos deixar?

— Ron, eu acho que... – Potter tentou falar, mas foi cortado por um Avada que saiu da varinha de Crabbe e quase pegou Hermione se não fosse pelo protego de Blás.

Olhei com ódio para Crabbe e Blás fez o mesmo, mas não pude dizer nada pois Weasley começou a nos atacar e saímos correndo com ele atrás gritando:

— Ela é minha namorada, seus imbecis!

Ele só podia estar de brincadeira com a minha cara! Me virei o atacando e ele se defendeu surpreso.

— Vou te mostrar quem é sua namorada, Weasley! – berrei e começamos a lutar. – Vou te mandar pra junto da Murta!

Crabbe tentando me ajudar lançou o feitiço do fogo maldito e ferrou com tudo. Weasley voltou correndo e gritando para os dois, enquanto nós subíamos nas montanhas de coisas velhas tentando ficar longe do fogo. No caminho para o topo Crabbe se desequilibrou e caiu sendo engolido pelo fogo e não vou mentir, isso não me deixou nem um pouco triste depois de ele ter tentado matar Hermione.

Eu já estava desistindo da ideia de sair vivo de lá, quando os três apareceram em vassouras e nos salvaram. Pulamos da vassoura um pouco perto da porta e segurei a mão de Hermione correndo o mais rápido possível para fora. Paramos no corredor tentando retomar nosso folego, quando Blás perguntou:

— Vocês viram a Luna?

— Ela está bem, Blás. – Hermione respondeu sorrindo para meu amigo e Weasley a olhou confuso.

— "Blás"?

E aquela foi a minha deixa, enquanto eles discutiam me aproximei de Potter segurando seu braço.

— Você vem comigo, Potter. – sussurrei e aparatei logo em seguida.

**** 

Voltei para o castelo correndo, desesperado para encontrar Hermione. Precisava tirar ela de lá e esconde-la em algum lugar, Potter estava morto e ela seria uma das primeiras pessoas que Voldemort mataria. 

Os corredores do castelo estavam vazios, eram poucos os alunos que andavam por eles e era apenas para tirarem os corpos do meio do caminho. Encontrei Hermione no Salão Principal, ela abraçava o Weasley que chorava copiosamente ao lado do corpo sem vida de um dos gêmeos. 

Me senti triste por eles, os gêmeos eram os únicos Weasley que eu suportava. Eu sempre comprava seus Kits Mata-Aula, para fugir das aulas duplas de McGonagall, quando eles ainda estavam na escola. 

Olhei ao redor e vi mais pessoas chorando perto de corpos de amigos e familiares. Achei Blás em um canto junto com Luna, que sorria para ele como boba. Sempre admirei essa capacidade dela de sorrir até em momentos tristes, ela sabia como animar as pessoas. 

Meus olhos encontraram os de Hermione e fiz um sinal para ela me encontrar fora do Salão Principal. Saí e fui esperar ela lá fora, assim que ela chegou se jogou em meus braços me apertando forte.

— Eu preciso te tirar daqui. - respondi correspondendo o abraço apertado e enterrando meu rosto na curva de seu pescoço. 

— Por que? - ela se afastou. 

— Potter está morto. - respondi hesitante. Ou ela começaria a chorar ou ela surtaria e me mataria. 

— O que? - ela perguntou com a voz falha e as lágrimas se acumulando em seus olhos. - Mas como? Ele não pode... - suas lágrimas já rolavam livremente por suas bochechas. 

— Voldemort o matou. - respondi e me arrependi de tê-lo feito, pois ela pareceu despertar e me olhou com raiva. 

— Você o entregou, não foi? - perguntou aos berros enquanto me estapeava. - Traidor! Imbecil! Eles tinham razão eu não devia ter acreditado em você! - essa ultima frase foi como uma facada em meu peito. Segurei seus pulsos a impedindo de continuar me batendo. 

— Eu precisei fazer isso, Hermione! Era ele ou você. - respondi elevando a voz. - E, para ser bem sincero, eu não dou a mínima para o Potter.

— Não sei se posso te perdoar por isso. - ela disse se afastando. - O mundo bruxo dependia de Harry e você o entregou de mão beijada. 

— Não podia perder você. - sussurrei.

— Pessoas morreram para que Harry permanecesse vivo, para que ele nos salvasse e agora essas pessoas morreram em vão, porque você não consegue pensar em outras pessoas a não ser você. - aquilo me doeu mais que tudo. - Você não podia me perder e por isso entregou o mundo bruxo às trevas. 

— Me desculpe se você é mais importante para mim que a porra do mundo bruxo, Granger! - eu gritei. 

— Advinha, Malfoy, sua tentativa de me salvar foi bem falha. - ela retrucou friamente, enquanto enxugava as lágrimas que ainda insistiam em rolar por seu rosto. - Eu serie uma das primeiras pessoas a morrer agora. 

— Por isso que eu estou tentando te tirar daqui! 

As pessoas começaram a sair do Salão Principal preocupadas em direção à saída do castelo. Puxei Hermione para um canto, respirei fundo tentando me acalmar e sussurrei:

— Se você parar de ser mal agradecida e vier comigo, eu consigo te salvar. Podemos fugir para um lugar bem longe, conheço uns feitiços que com eles ninguém nos encontrará. 

— Acha que eu vou fugir e deixar meus amigos para trás? - ela perguntou me olhando indignada.  -   Não vou abandonar meus amigos. Não sou covarde, você que é!

— Hermione! - o fósforo ambulante veio correndo em nossa direção e a puxou pelo braço, ficando entre nós e erguendo a varinha para mim. - Não se aproxime mais dela, filhote de comensal! 

Essa cenoura está pedindo para ser cozida. Cerrei os punhos e trinquei os dentes indo para cima dele. 

— Ron, está tudo bem. - Hermione ficou entre nós. - Ele não fez nada, está tudo bem. 

Ela tentava acalmá-lo quando ouvimos um grito vindo de fora. Weasley correu na direção do grito e Hermione me deu uma última olhada antes de segui-lo. Esperei um pouco tentando me acalmar e fui para onde todos tinham ido. 

Os comensais estavam todos rindo de algo que Voldemort falou, Potter estava morto nos braços de Hagrid e todos os outros estavam chateados com o ocorrido. 

— Draco! - Voldemort me avistou. - Meu jovem, devo lhe agradecer pelo presente. - ele apontou para Harry e todos me olhando com ódio, com exceção de Hermione que me olhava chorando e os comensais que comemoravam. - Venha conosco e seja o primeiro Malfoy a nos orgulhar. - mais risadas vieram dos comensais. 

Eu não queria ir, não podia deixar Hermione e nem queria ter que ficar do lado daquela coisa. Minha cabeça começou a doer e a voz fria dele se fez presente em minha mente: 

— Venha por vontade própria ou sua sangue-ruim sofrerá! - e a dor se foi.

Olhei em volta e todos me olhavam esperando minha resposta. Blás negava com a cabeça ainda abraçado à Luna e Hermione me olhava esperançosa. Não respondi nada apenas fui até Voldemort sob os olhares de todos, esmagando a esperança de minha castanha. 

****

Eu estava sentado no banco em frente ao lago negro contemplando a vista. A guerra havia acabado, por algum milagre Potter sobreviveu ao Avada Kedavra e venceu aquela múmia. Estava aproveitando meus últimos momentos livres, pois como comensais eu e meus pais teríamos sorte se não fossemos para Azkaban e a sorte nunca esteve a nosso favor. 

— Draco. - ouvi a voz que eu tanto amava atrás de mim, mas não tinha coragem de encara-la. Ela sentou ao meu lado e se virou para mim. - Me desculpa ter surtado com você aquela hora. Achei que eu tinha perdido Harry e surtei. 

— Não precisa pedir desculpas por algo que você tem razão. - respondi ainda sem coragem de encara-la. 

— Eu não tinha razão. - ela suspirou. - Você pensou em mim e eu te esculachei.

Soltei uma risada nasal. 

— Eu pensei em você por que não sei se conseguiria ficar sem você. - respondi sincero. - Eu não consigo me importar com as pessoas que eu não amo e, sim, eu prefiro fugir e sobreviver do que encarar uma guerra.

— Mas você voltou por mim. - ela segurou minha mão. - Podia ter fugido, mas voltou para me salvar. - ela puxou meu rosto para encara-la e juntou nossas testas. - Para mim você é uma das pessoas mais corajosas que conheço, só pelo simples fato de passar pelo que passou e continuar sendo a pessoa que eu conheci e por quem me apaixonei.  

— Hermione... - sussurrei, mas não consegui falar nada. A vontade de beija-la foi mais forte e a puxei para mim beijando-a apaixonadamente. Queria que ela sentisse o quanto me fez falta. 

— Eu te amo. - ela sussurrou no fim do beijo. 

— Eu te amo. - sussurrei de volta e ela abriu o sorriso mais lindo que eu já vi. 

— O que vamos fazer agora? - ela perguntou entrelaçando nossas mãos. - Vou te ajudar no julgamento, com o meu depoimento eles vão amenizar sua sentença e você não vai para Azkaban, e depois temos que decidir o que faremos.

— Não, Hermione. - disse abruptamente soltando sua mão. - Não posso fazer isso com você, não é justo. Provavelmente eu irei para Azkaban e se isso não acontecer serei visto como o cara que entregou Harry Potter. 

— Você fez isso por mim! - ela disse exasperada. - Não posso lhe deixar levar a culpa, você quis me salvar. 

— E com isso coloquei o mundo bruxo todo em perigo.

— Mas você não tinha escolha. 

— Eu tinha. - suspirei, me levantei e fiquei de costas para ela. - Eu escolhi você.

— Ninguém te julgará por isso! - ela se levantou me abraçando por trás. 

— Já estão. - eu apontei para um grupo de estudantes que nos olhava e cochichavam. Me voltei para ela segurando seu rosto. - Não posso fazer isso com você, não posso te deixar passar por isso. Você já passou por muita coisa e precisa de paz e sossego agora. 

— Você está terminando comigo? - perguntou com os olhos marejados. 

— Sim. - juntei nossas testas novamente. - Eu devia ter feito isso a muito tempo, você não merecia ter me acobertado e nem ter sido constantemente ameaçada. 

— Draco, não me importo. - ela me deu um selinho. - Só preciso de você. 

— Eu não posso Hermione, não vou suportar fazer você passar por tudo o que eu vou passar. - me afastei dela. - Eu mereço, você não.

— Malfoy, se afaste dela! - aquele ruivo sem noção vinha em nossa direção provavelmente com a ideia de me matar.

— Draco... - ela o ignorou se virando para mim. Eu sorri para ela, me afastando cada vez mais. 

— Eu te amo. - sorri tristemente para ela e aparatei.


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Notas finais do capítulo

Oi Oi de novo!
Espero de coração que tenham gostado.
Desculpem qualquer erro.
Beijos!



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