Extinção escrita por Alina Black


Capítulo 24
Renesmee - Confiança




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/801614/chapter/24

Arquipélago Ártico Canadiano- Ilha  Bella - 73° N 91°O

Setembro de 2003

— É lindo.- Murmurei enquanto observava o presente que mamãe havia me dado, um medalhão antigo feito em prata com uma pequena abotoadura ao lado, ao abri-lo sorri ao ver uma foto que papai, mamãe e eu havíamos tirado juntos com uma descrição“ Mais do que minha própria vida.” - Obrigada mamãe – agradeci a abraçando.

—Desse jeito ficarei com ciúmes.

Eu sorri para o papai assim que o vi entrar pela porta do meu quarto, apesar daquele ainda ser o segundo eu gostava dos meus aniversários, cronologicamente eu estava completando dois anos enquanto biologicamente eu aparentava ter sete.

— Eu também amo você, não precisa ter ciúmes.

Papai deu um tímido sorriso e aproximou-se se sentando ao lado da mamãe e depositou um beijo em seus cabelos – Todos estão ansiosos por Renesmee na sala para ouvi-la tocar em seu novo piano.

Coloquei o medalhão em meu pescoço e mamãe segurou meus cabelos me ajudando – eu tocarei Beethoven – respondi .

— Für Elise? Murmurou mamãe – É meu favorito.

— Então tocarei para você.

Mamãe sorriu tocando o medalhão e me puxou fazendo eu sentar em suas pernas – Um dia quando seu pai e eu não estivermos com você, você só precisará olhar para esse presente e vai sentir nossa presença.

Segurei o medalhão com ambas as mãos e olhei para meus pais – Porque está dizendo isso se sempre estaremos juntos, nunca iremos nos separar?

— Você tem razão querida – meu pai respondeu – Mas se um dia sua mãe e eu precisarmos ficar longe, terá uma parte nossa com você.

Me senti confusa – Mas para onde eu iria sem vocês?

— Um dia você compreenderá – mamãe explicou em um tom carinhoso – Mas não se preocupe com isso, se um dia nós precisarmos nos afastar de você, você terá alguém que a protegerá e a amará tanto quanto seu pai e eu a amamos.

Refugio subterrâneo de Wichita-  34 ° 46′N 98 ° 42′W- Oklahoma.

Fevereiro de 2021- Setor de abastecimento, armazém.

 

— Renesmee.

Ergui a cabeça a tirando do meio dos meus joelhos e passei suavemente uma das mãos em meu rosto enxugando minhas lagrimas, após fugir do refeitório tinha encontrado um lugar escuro e afastado o suficiente dos olhos humanos, mas alguém havia me encontrado.

— Ou melhor Nessie.- A voz masculina e grave me chamou mais uma vez, lentamente eu me levantei tentando me esconder entre as pilhas de caixas que haviam ali, só então percebi que estava em um grande deposito – Você gosta que chamem você assim não é? Nessie? – o desconhecido insistiu.

Dei alguns passos tentando ver melhor quem era mas seu cheiro era familiar, eu havia sentindo aquele cheiro na floresta antes de me machucar, me abaixei tentando passar rapidamente para o lado oposto ao que eu estava mas acabei derrubando uma das caixas que estavam empilhadas no chão.

O homem alto e moreno virou seu corpo imediatamente na direção do ruído que eu havia ocasionado.

— Quem é você? – Perguntei tentando me ocultar na escuridão.

O homem sorriu dando alguns passos na direção da minha voz – Eu sou o Jacob – respondeu ele.

Jacob, claro, eu não havia o reconhecido de imediato, mas agora eu lembrava daquele rosto, o mesmo rosto que vi antes de ficar desacordada, o mesmo que estava na foto com Sara.

Me senti envergonhada, Jacob Black havia me acolhido naquele lugar e ainda havia salvo a minha vida, e eu estava lhe causando problemas estando a poucos dias naquele lugar— Eu sinto muito – Sussurrei aparecendo diante dele, só então eu percebi o quanto ele era bonito, alto, com a pele em um tom bronzeado, músculos definidos e um rosto jovem apesar da barba mal feita, eu ruborizei pela analise que eu havia feito então desviei meus olhos dos dele – Eu sei que não foi muito gentil o que fiz, mas eu não posso...

— Não precisa se desculpar – Ele me interrompeu aproximando-se um pouco mais – Eu quem devo um pedido de desculpas a você, então podemos recomeçar?

Olhei novamente em seu rosto e ele sorriu estendendo a mão para mim – Eu sou Jacob Black, acredito que já falaram sobre mim para você.

Eu congelei, nunca havia tido um contato tão próximo com um homem a não ser meu pai, avô e meus tios, meu rosto queimou, mas não podia deixa-lo sem uma resposta, timidamente eu aproximei minha mão da dele retribuindo ao seu gesto, a mão de Jacob segurou a minha, sua mão era quente e áspera, seus olhos se prenderam nos meus e eu perdemos a fala naquele momento.

Senti o corar em meu rosto e puxei minha mão — Então você leu a carta. Eu poderei ficar aqui? Perguntei tentando disfarçar meu constrangimento.

— Mesmo que a carta não existisse você ficaria, não tenho palavras para agradecer por ter protegido Sara.

Sua resposta entrou em meus ouvidos tirando todo o medo que estava sentindo até aquele momento, mas não somente as palavras dele haviam me surpreendido a forma carinhosa como falava também, apesar de não conhece-lo quando ele falar meu coração se sentia aquecido, parece que mamãe tinha razão, Jacob era um bom homem.

Dei um tímido sorriso – Não precisa, ela é muito especial, será que eu posso vê-la?

— É claro que sim – Ele respondeu me olhando como se fizesse uma breve analise, novamente eu ruborizei, estava me sentindo uma grande idiota agindo daquela forma e acho que ele acabou percebendo– Então, a convido para almoçar comigo, e com Sara, não está com fome?

Mordi meu lábio inferior e agradeci por ele não saber que eu sempre fazia isso quando estava nervosa – Para ser honesta eu estou.

— Então é melhor irmos ou as almondegas da Leah ficam frias, acredite ficam bem piores quando esfriam.

Baixei a cabeça e ri, Jacob Black era engraçado.

Nós saímos do deposito e caminhamos em silêncio enquanto eu olhava para os corredores iluminados por algumas lâmpadas sobre os olhares curiosos dos humanos, disfarçadamente dei um suspiro olhando para o ferimento em minha mão passando a ponta dos dedos suavemente sobre as ataduras.

— Está incomodando você, ainda vai demorar um pouco para cicatrizar.

O olhei de soslaio – Não, eu estou bem é que, eu nunca havia me machucado.

Foi quando fui surpreendida por ele.

Jacob puxou minha mão e a segurou, surpresa eu cessei meus passos e o encarei, ele estava preocupado comigo? Tudo era um pouco estranho, nós mal nos conhecíamos e ele demonstrou uma preocupação como se fossemos amigos há anos – Vou me certificar que não se machuque nunca mais – Ele prometeu. Eu me perdi nos olhos dele até sermos interrompidos.

— Jacob.

A mulher loira se aproximou, a mesma mulher que havia me oferecido sangue no refeitório, seus olhos se mantiveram em um ponto fixo, minha mão que estava sobre a palma da mão de Jacob, lentamente tirei minha mão e desviei meu olhar do dela.

— Jessica.

— Você a encontrou – a mulher falou como se eu não estivesse presente, eu não gostava da forma que ela olhava para mim, senti que havia hostilidade entre eles e agradeci quando ouvi a voz de Liah, ela havia aparecido em um excelente momento.

— Nessie- Disse Liah ao se aproximar – Que bom que a encontrou tio Jake.

Me senti envergonhada, Liah havia sido muito gentil comigo e eu tinha saído daquela forma— Me desculpe por ter corrido daquela forma – tentei me desculpar.

— Não tem pelo que se desculpar Nessie, só não liga para Jessica – Liah respondeu, meus olhos se dividiram entre ela e a Jessica parece que não era só com Jacob que o clima se tornava hostil, com Liah não era diferente.

— Será que podemos conversar? A mulher loira perguntou.

— Vou almoçar com Renesmee e assim que terminar nos encontramos na sala de reuniões– Jacob respondeu e olhou para Liah – Você poderia pedir para Leah o nosso almoço? Estaremos no quarto da Sara.

— É claro que sim – Respondeu Liah sorrindo para mim, retribui ao seu sorriso, eu havia acabado de conhece-la mas eu já gostava dela.

— Jacob – A mulher falou em um tom de insistência.

— Depois –Jake respondeu me puxando pela mão, meu rosto formigou enquanto passávamos na frente de Jessica que lançou um olhar sobre mim que me causou arrepios, aumentei meus passos tentando acompanha-lo enquanto ele me guiava, eu sabia que não conhecia Jacob Black tão bem, mas havia algo dentro de mim me dizendo que eu podia confiar nele.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Extinção" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.