Nightmare escrita por AccioPudim


Capítulo 1
I'm no sweet dream


Notas iniciais do capítulo

Eu ainda não estou acreditando que eu estou participando desse projeto lindo e maravilhoso que é o Junho Scorose, obrigada as lindas Tahii e Miss A por criarem essa salvação no mundo das fanfiqueiras.
Demorei um certo tempo para decidir o que eu ia fazer, mas achei que seria uma boa eu dar uma mudada e fazer uma história não tão feliz assim. De verdade eu espero que vocês gostem.
Mais uma vez, caso você seja sensível aos tópicos sequestro ou abuso psicológico eu peço que não leia a história.
Dito tudo isso, boa leitura!



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— Pode me chamar de Rose, quase ninguém me chama pelo meu primeiro nome.

— Prazer Rose, sou o Scorpius, mas você pode me chamar de amor da sua vida.

É estranho pensar que foi a pior cantada que eu já tinha ouvido que me fez cair nas graças de Scorpius Malfoy, mas foi exatamente assim que tudo começou. Eu estava no meu terceiro dia na Universidade de Oxford quando encontrei o loiro pela primeira vez, e não foi difícil me deixar levar pela conversa e quando vi ambos estávamos atrasados para a primeira aula do dia.

Não demorou muito para os dois se encontrarem todos os dias na mesma cafeteria antes das aulas, depois para jantares e quando me dei conta já tinha aceitado o pedido para um namoro. O mundo na universidade era muito diferente do que eu esperava, ainda mais depois de anos tendo aulas em casa por causa de pais superprotetores. Esse era o meu primeiro relacionamento, era minha primeira vez morando longe dos meus pais, longe da minúscula cidade em que eu cresci, era a primeira vez que eu me relacionava com qualquer pessoa que não fosse a minha família. Tudo era tão novo, tudo era tão mágico.

— Então você é adotada? – Scorpius perguntou certa noite

— Sim, meus pais me adotaram quando eu tinha três anos, e eu não tenho nenhuma lembrança antes disso.

Eu nunca soube meu nome de nascença, mas quando eu fui adotada, o meu nome se tornou Elizabeth Rose Watson e por mais que todos tentassem me chamar pelo primeiro nome, eu sempre me senti mais confortável respondendo pelo meu nome do meio.

Desde que me mudei para a cidade grande, foi difícil explicar que minhas maiores interações com pessoas da minha idade somente aconteceram durante as aulas no conservatório. Meus pais haviam perdido dois bebês antes de me adotarem, e viviam com medo de me perder ou que algo acontecesse comigo, então a grande parte das minhas lembranças da infância aconteceram no perímetro da fazenda do meu pai, brincando com os animais e com meus brinquedos, a primeira vez que falei com alguém que não fosse minha família eu tinha 11 anos e foi ao lado da minha mãe no conservatório da cidade mais próxima da fazenda, porque eu queria fazer aulas de piano.

Mas eu só consegui sair de casa mesmo quando fui aceita em Oxford, meus pais se opuseram em todos os sentidos imagináveis e demorou muito para convencê-los que eu era capaz de me virar no mundo real. E não foi nada fácil, mas depois que eu conheci o Scorpius, as coisas mudaram. Ele foi como uma guia com tudo o que era novo para mim, e bem foi outro grande choque para os meus pais, tanto que logo depois do pedido de namoro, eles vieram passar o final de semana em Londres.

— Por favor, não falem nada que me deixe envergonhada.

— Você tem que aprender a confiar nos seus pais, meu coração. – Minha mãe respondeu pegando minha mão, antes de bater na porta do apartamento de Scorpius. Era um prédio longe da universidade, mas os pais dele apenas davam o melhor para o herdeiro da família, então não podia esperar menos do que a cobertura em um prédio luxuoso.

— Me explica de novo como um garoto que vai fazer 19 anos consegue pagar por um aluguel em um prédio desse? – meu pai perguntou baixinho para mim, antes de eu abrir um sorriso de lado e responder:

— Os pais são donos os proprietários do prédio e parte do quarteirão também.

Scorpius abriu a porta e sorriu para mim, sussurrando algo que eu não fui capaz de identificar. Apresentei meus pais e ele nos convidou para entrar, parecia estar tudo tão perfeito que eu não conseguia acreditar que tudo estava dando certo. Isso até a campainha tocar.

Era estranho, mas eu não estava pronta para conhecer os pais do meu próprio namorado, e quando o casal aristocrata passou pela porta, me faltou ar nos pulmões. Eles eram a descrição perfeita da nobreza, vestidos com roupas que claramente foram feitas especialmente para eles, com uma beleza que não parecia sequer real. Era possível ver de onde toda a beleza de Scorpius vinha. Fiquei aliviada quando eles sorriram para mim e me abraçaram, eram pessoas tão simpáticas, mesmo que não tirasse o sentimento de nervoso.

— Eu não sabia que seus pais vinham – falei para Scorpius enquanto o ajudava a pegar as bebidas para servir.

— Eu também não – ele falou, visivelmente nervoso com a situação – Acredito que eles devem ter se sentido na obrigação de vir aqui após eu contar que conheceria seus pais hoje.

Estávamos jantando quando eu notei que o senhor Malfoy não tirava os olhos de mim, era extremamente estranho e eu apenas desejava que ele parasse. Eu tentei sinalizar para o Scorpius, mas ele parecia estar envolvido demais na conversa para notar. E eu achei que se eu me levantasse para ir ao banheiro, ele perceberia que algo estava errado, mas não foi ele que eu encontrei do lado de fora do banheiro me esperando.

— Me desculpe, senhorita Watson. – Mesmo sabendo que toda a situação estava estranha, eu não consegui me mexer, achei que o pior fosse acontecer naquele local mesmo, eu já ouvi histórias de meninas serem abusadas por parentes, mesmo com todos no outro lado da casa, por que aqui seria diferente? – Tem certeza de que nunca nos encontramos antes?

— Tenho certeza. – Respondi, o mais fria possível, será que essa seria a desculpa para me distrair e me pegar desprevenida?

— Peço perdão se a deixei desconfortável, por favor, deixe-me acompanhá-la até a sala. – Andei o mais distante possível do homem, mesmo que o corredor não me desse muitas rotas de fuga. – Seu rosto me parece muito familiar e eu apenas não consigo decifrar de onde.

É claro que os olhares pararam após a estranha interação no corredor, mas isso ainda me deixou nervosa pelo resto da noite, eu não aguentava passar muito tempo olhando para os pais do meu namorado, e notei que meus pais notaram como ambos Malfoy me observavam durante parte da noite, os deixando cada vez mais desconfortáveis, até que meu pai falou:

— Vocês querem algo de minha filha para a olharem desse jeito?

— Não, ah, meu Merlin, não. – A senhora Malfoy falou, corando com o comentário. – Eu e o meu marido simplesmente não conseguimos descobrir onde vimos sua filha antes.

— Acho muito difícil terem visto ela antes, mãe. – Scorpius falou pegando na minha mão – Lembra que eu comentei que é a primeira vez que ela vem para Londres?

— Eu nunca havia saído da fazenda dos meus pais antes, e duvido que vocês conheçam Rye, que é a cidade mais próxima – Ressaltei antes que meus pais começassem a falar.

— Por mais que eu tenha conhecimento da cidade, realmente, nunca fomos para lá.

— Elizabeth teve aulas em casa, com um tutor pessoal. – Minha mãe falou, mais alto do que gostaria, chamando a atenção de todos na sala.

— O que minha mulher quer dizer, é que seria impossível que tenham visto minha filha anteriormente a esse encontro, tendo em vista que ela não saia muito da fazenda, nem mesmo ia muito para a cidade mais próxima.

O rumo da conversa mudou muito depois disso, os Malfoy ficaram muito curiosos de como meus pais conseguiram fazer com que uma adolescente não fugisse de casa e nem se revoltasse por ficar tanto em casa, comparando com o comportamento de Scorpius quando era mais novo.

Diferente do que achei que aconteceria, meus pais foram ficando cada vez mais desconfortáveis com a conversa, dando respostas curtas e rápidas, como se não quisessem falar de mim para eles. As coisas apenas pioram quando Scorpius comentou sobre o fato de eu ser adotada.

Eu nunca havia visto meus pais agindo daquela maneira, eles estavam nervosos, mexendo as mãos e se tornando cada vez mais grossos, de certa forma até agressivos. O estopim veio quando o senhor Malfoy me perguntou se eu nunca quis saber sobre os meus pais biológicos.

Meus pais se levantaram e anunciaram que iriamos embora, não tive a chance de me despedir porque meu pai me puxou pelo braço e saímos do apartamento na pressa. Eu não era capaz de falar algo para eles, como as pessoas que me educaram podem agir dessa maneira? Eu também não consegui atender Scorpius, que me ligava e mandava diversas mensagens, pedindo desculpa e que se pudesse arrumar a situação ele faria. Eu estava tão concentrada em meus pensamentos que não notei quando saímos de Londres e estávamos na estrada.

— Aonde estamos indo?

— Para casa, de onde você nunca deveria ter saído – meu pai respondeu, sem sequer tirar os olhos da estrada.

— Pai, não seja ridículo.

— Ele tem razão, coração. – Minha mãe falou – não deveríamos ter deixado você ir para a faculdade tão longe.

— Eu não estou entendendo, eu estou chegando no meio do meu primeiro ano de faculdade! Em duas semanas eu vou voltar para a fazenda para o Natal e Ano Novo, vocês não podem simplesmente me levar para casa porque não se sentiram confortáveis com os pais do meu namorado.

— Isso me lembra, você vai terminar com esse menino. – Minha mãe me falou, ignorando tudo o que eu havia falado até agora. – E me dê seu celular, vamos jogar esse chip fora e trocar por um novo número.

— Isso é simplesmente ridículo! Pai, para o carro!

— NÃO RESPONDA ELIZABETH – meu pai gritou, parando o carro abruptamente no meio da estrada, fazendo com o que eu batesse a cabeça no banco da frente. Senti meu pai puxando o celular da minha mão e o jogando pela janela, não tive tempo de protestar porque ele já havia acelerado. – Você contou onde fica a fazenda para o garoto?

— O que?

— RESPONDE A PERGUNTA DE SEU PAI.

— Não! Apenas comentei sobre Rye.

— Ótimo.

O que você faria se não reconhecesse as pessoas a sua frente? Eu nunca havia visto meus pais se comportarem de tal forma, era assustador, eram como dois monstros. Eles me trancaram no meu quarto quando chegamos na fazenda, e eu vi quando meu pai levou uma caixa para a entrada, ele parecia extremamente desesperado.

Na manhã seguinte, minha porta estava destrancada e meus pais agiam como se a noite passada não havia acontecido, estavam sorridentes e fizeram meu café da manhã favorito. Não trocamos uma palavra durante a refeição, e quando parei para olhar em volta a porta da cozinha estava fechada com um cadeado. Notei depois que o computador da casa não estava mais embaixo das escadas, onde ele sempre ficava, e quando eu voltei para o quarto, ele estava revirado, como se alguém estivesse procurando algo.

Foi apenas depois que arrumei o quarto que eu percebi que meus pais estavam procurando o meu notebook, mas eles esqueceram que meus eletrônicos ficaram no meu quarto, no apartamento que eu dividia com outra menina. Eu estava sem qualquer tipo de comunicação com as pessoas fora da fazenda.

Será que eu estava realmente sendo mantida prisioneira na minha própria casa?


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Notas finais do capítulo

Vou usar esse espaço aqui para pedir desculpas para as pessoas que leram o trecho de divulgação e acharam que ia ser uma história ia ser fofa, eu não sabia que trecho colocar sem dar um spoiler do que estaria por vir. Sorry.
Eu não quero falar muito porque eu morro de medo de falar mais o que eu devo. Mas o que acharam? Acham que o Scorpius vai fazer alguma coisa? Alguma teoria sobre o que vai acontecer?



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