Oneshots Bridgerton escrita por Mavelle


Capítulo 2
Sleep on the Floor - Pheloise


Notas iniciais do capítulo

Oi!
Como eu tinha dito ao pessoal que lê a She, resolvi fazer essa oneshot Pheloise! (e aí mudei a oneshot Polin pra oneshots Bridgerton porque tava com preguiça de criar outra história pra isso, perdoem a autora)
Enfim, espero que gostem!

Beijos,
Mavelle



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Sair. 

Eloise precisava sair.

Sua vida estava mudando a passos rápidos demais. 

No Natal, sua irmã Daphne tinha anunciado que estava grávida e, enquanto Eloise ficou feliz pela chegada de mais um sobrinho ou sobrinha, não pôde deixar de pensar nas implicações que aquilo teria para ela. Mais de um ano antes, quando ela começou a trabalhar no setor de Relações Internacionais da Bridgerton, a editora de sua família, sua irmã disse que provavelmente se afastaria de seu posto como vice-CEO quando tivesse o primeiro filho, deixando as responsabilidades para ela. Continuaria com um emprego dentro da Bridgerton, mas reduziria as responsabilidades extra, passando-as para Eloise. 

E agora aqui estavam elas. Dentro de seis meses, Eloise teria passado de uma simples funcionária dentro do setor de Relações Internacionais para vice-CEO da empresa. Certo, ela era dona da empresa também, mas nenhum de seus colegas a tratava assim. Ela era Eloise Bridgerton, mas também era a principal fonte e principal comunicadora do canal de fofocas da empresa. 

Daphne tinha se comprometido a ensinar tudo para ela e ela tinha certeza de que a irmã realmente a ajudaria no que precisasse, mas o que realmente a tranquilizava é que também teria o apoio de Benedict. 

Benedict tinha ocupado a função antes de Daphne, e era ainda mais novo do que as duas quando começou a exercer a função, então um pouco da ajuda dele seria muito bem vinda por Eloise. Eles dois sempre tinham se entendido bem demais e saber que teria o apoio dele era algo que a deixava mais calma sobre a perspectiva de assumir um cargo para o qual não se sentia completamente pronta. 

Então quando ele anunciou que ele e Sophie estavam noivos apenas alguns minutos depois da virada do ano, Eloise ficou feliz pelo seu irmão favorito, mas uma partezinha dela começou a surtar. Seu irmão, além de estar afastado da empresa há anos, agora teria sua própria família. Não teria mais a disponibilidade para dar tanto apoio quanto ela sabia que precisaria e parte dela queria surtar por isso.

Deus do céu, como estava sendo egoísta. 

No fim de um ano insano, seu irmão estava assumindo um compromisso com a mulher que amava, e ela devia estar mais feliz por eles, porque queria mesmo ver eles construindo suas vidas, mas só pensava em seus próprios problemas fúteis, que não eram nada comparado ao que eles tiveram de passar. 

Ela respirou fundo. 

Não é que seus problemas fossem fúteis ou não importantes, eles eram problemas diferentes dos problemas deles. Sua psicóloga lhe dizia isso o tempo todo e ela tinha de começar a internalizar mais aquilo. E achava que, pela primeira vez, podia realmente fazer isso. 

Mas não queria começar a discutir esse problema em particular com alguém de sua família.

Queria conversar com Phillip. 

Phillip era… bom, Phillip. 

Eles tinham se conhecido pela internet alguns anos antes e tinham desenvolvido uma amizade forte e sincera antes mesmo de se conhecerem pessoalmente. Ele tinha, inclusive, lhe ajudado quando fez o teste para verificar sua compatibilidade com Charlotte um ano e meio antes, dando a confirmação de que realmente poderia doar medula óssea para ela. 

Então, em março, quando eles decidiram finalmente se conhecer, foi como reencontrar um velho amigo. 

Mas um velho amigo que era estupidamente atraente, tinha olhos lindos e uma risada que jamais poderia ser perfeitamente captada por um microfone. Por que nunca tinha notado o quanto ele era bonito? Sabia que tinha passado horas e horas conversando com ele por chamadas de vídeo e que às vezes pensava que ele devia ter sua cota de garotas doidas por ele, mas como nunca tinha notado que ele lhe atraía?

 Ele não era muito alto, mas aquilo não era um problema para ela. Gostava de olhar nos olhos das pessoas enquanto conversava e não queria que olhassem para baixo enquanto conversavam com ela. E aí, logo da primeira vez que saíram, ela o beijou.

O que não foi um choque completo para Phillip. 

Sim, eles eram amigos para todos os efeitos, mas, mesmo antes de se encontrarem, já havia algum tempo que a conversa acabava inevitavelmente evoluindo para um flerte. E, Deus do céu, ele queria beijá-la. 

Ela era linda e divertida e escutava mesmo quando ele começava seus monólogos sobre samambaias, que ele mesmo sabia que deviam ficar chatos depois de uns dois minutos, apesar de Eloise dizer que eles não eram chatos. 

O que, novamente, adicionava ao seu não choque quando ela o beijou.

Eram poucas as outras pessoas que realmente estavam interessadas tão a fundo em samambaias, então ou ela era esquisita que nem ele ou queria continuar conversando com ele e Phillip considerava que, qualquer alternativa que fosse, era um milagre e ele tinha sorte.

A verdade era a segunda parte. 

Eloise tinha vários amigos, mas Phillip era diferente. Ela sabia que podia ser ela mesma com ele, talvez mais do que com qualquer outra pessoa que conhecia. Se o preço para uma amizade sincera era escutar seus monólogos sobre samambaias por alguns momentos, então que fosse. 

Tinha mandado feliz ano novo para ele cerca de meia hora antes, mas tinha voltado para continuar celebrando com sua família. 

“Eloise: Oi, você ainda tá aí?”

Menos de um minuto depois, a resposta chegou. 

“Phillip: Oi, tô sim

Phillip: Cansou de interagir ouvindo as vozes das pessoas?

Eloise: ha ha

Eloise: Tô com uma noia, aí fiquei meio conflitada

Eloise: Mas é egoísta, então não quero falar pra eles

Phillip: Tá precisando conversar?

Eloise: Basicamente isso

Eloise: Na verdade, eu queria mesmo era te ver 

Phillip: Quer que eu passe aí? 

Eloise: Não estou em Londres

Eloise: Vim passar o ano novo em Brighton, lembra? 

Phillip: Eu sei 

Phillip: A oferta se mantém

Eloise: Você dirigiria quase duas horas no meio da noite só pra vir me ver?

Phillip: Com certeza

Eloise: Sério? 

Phillip: Se eu tô oferecendo é porque é sério

Phillip: E sim

Phillip: Não é como se eu tivesse qualquer coisa melhor pra fazer no meio da noite do que te ver

Eloise: Como dormir? 

Phillip: Dormir no dia do ano novo é um conceito ridículo

Phillip: Manda a localização, saio daqui a cinco minutos”

Eloise mordeu o lábio inferior, ainda terminando de se decidir. Não o via desde o Natal e estava com saudades dele, então…

“Eloise: *Localização*

Eloise: Dirige com cuidado 

Phillip: Pode deixar”

Agora tinha uma hora e meia para fazer com que todos fossem dormir ou pelo menos se recolher, já que Benedict e Sophie estavam trocando uns olhares muito intensos e o quarto deles era distante dos outros (os sortudos). Não queria ter de se explicar para qualquer um, apesar de saber que devia ao menos deixar sua mãe saber que ela tinha saído com Phillip.

Ela foi a primeira a dar boa noite e “ir dormir”, o que deve ter soado estranho para todos, mas logo ouviu o resto se recolher também. Esperou mais uma hora, até que tivesse certeza de que todos estavam dormindo, então, fazendo tanto silêncio quanto conseguia, tirou sua mala do quarto e trocou o pijama que usava por algo mais apropriado para viajar. Não sabia o que fariam uma vez que se encontrassem, mas podia ser que fossem para outro lugar.

Pegou a bolsa pequena com que sempre andava e colocou a carteira e o telefone nela. Saiu do quarto agradecendo que Gregory e Hyacinth tinham um sono pesado e que sua mãe não tinha acordado, mas seu momento de felicidade não durou muito. Quando chegou na base da escada e se sentou para calçar os tênis, ouviu uma voz familiar do topo da escada. 

— Aonde está indo a essa hora? - Violet perguntou, já descendo as escadas. Já estava perto das duas da manhã e todos os outros estavam em seus quartos. 

— O Phillip está vindo me buscar. - Eloise respondeu. Era melhor ser honesta do que tentar mentir para a sua mãe.

Esperava que ela fosse colocar alguma dificuldade, mas, para a sua surpresa, tudo o que ela disse foi:

— Tá bem, divirta-se. 

— Sem nenhum aviso?

— Estou com cara de Anthony ou Benedict? Você já está bem grandinha pra poder tomar suas próprias decisões e se seu namorado está vindo de Londres para te ver… quem sou eu para te negar isso? 

— Phillip não é meu namorado, mãe. 

Violet revirou os olhos.

— Tá, seu amigo colorido exclusivo está vindo de Londres no meio da noite para te ver. Vá. E pelo amor de Deus, deixa de enrolar ele e assume o rapaz. Já vai fazer quase um ano que vocês estão nesse negócio de nome grande que é um namoro e vocês cismam em dizer que é outra coisa. Só aceita que ele é seu namorado e pronto. 

— Tchau, mamãe. - Eloise disse, dando-lhe um beijo no rosto, e foi esperar perto do portão da casa. 

Menos de dez minutos depois, a familiar camionete de Phillip apareceu na rua. 

Eloise entrou no carro, as bochechas vermelhas e alguns flocos de neve presos no cabelo. Mesmo estando no carro com ele, aquilo ainda parecia um pouco com um sonho. 

— Oi. - ela disse, com um sorriso. 

— Oi. - Phillip disse, sorrindo de volta para ela e se aproximando para beijá-la. - Feliz ano novo. 

— Feliz ano novo. - ela se ajeitou no assento. - O que está pensando em fazer? 

— Estava pensando que você provavelmente tinha alguma ideia. 

— Eu só precisava sair dali. Não tinha nenhuma ideia depois disso. 

— Noite difícil? - ele perguntou, já saindo da rua com o carro. 

— Não devia ser, mas eu estou sendo egoísta. Aonde vamos? 

— Pensei em pararmos na praia, mas numa não tão perto daqui que seus irmãos consigam nos achar de manhã e tentem me matar. 

— Excelente ideia. 

— Minha ideia original era irmos para a fazenda, mas são umas três horas daqui. 

— Só irmos até a próxima praia já está bom. Eu avisei para a minha mãe que estava saindo e eu confio nela e nas minhas cunhadas para pararem meus irmãos. Se continuássemos em Brighton seria pior.

Phillip continuou dirigindo, já procurando uma saída para a próxima praia. 

— O que aconteceu?

Eloise abriu a boca para falar, mas desistiu. 

— Esquece. Antes eu achava egoísta e agora me dei conta que estou reclamando de estômago cheio. 

— Fala. - ele insistiu. - Não vou te julgar. 

— Vai sim. Eu estou me julgando agora. Não parecia ruim na minha cabeça, só egoísta, mas é muito ruim. 

— Você matou alguém?

— Não??? Tá doido? Por que homicídio não pareceria tão ruim na minha cabeça? 

— Sei lá. Você vive dizendo que tem gente que vale a perda do réu primário. 

— E existe mesmo, mas não tem nada a ver com isso. - ela respirou fundo. - Eu vou ser promovida esse ano.

— Er, parabéns? 

— Uma promoção muito grande. Uma para a qual eu definitivamente não estou preparada. 

— Eu chamo isso de os benefícios do nepotismo. - Phillip disse, recebendo um peteleco no ombro. - Menti? 

— Não, mas eu não queria esse trabalho. Não quero ser a vice do Anthony. Não estou nenhum pouco preparada para isso e ninguém tem mais certeza disso do que eu. 

— E vão simplesmente te jogar aos lobos? 

— Não necessariamente, mas aí é a parte que eu estou sendo egoísta. Daphne e Benedict disseram que me ajudariam, mas agora os dois vão ter suas próprias famílias e… sei lá. Não acho certo importunar nenhum dos dois com meus problemas. 

— Eu tenho certeza de que nenhum deles pensa assim. Além do mais, as coisas ainda vão continuar do mesmo jeito por um tempo, certo? 

— É. Daphne só vai ter o bebê em junho e eu  não sei quando o Benedict vai casar. Acho que é a última coisa na cabeça dele no momento, inclusive. 

— Ah, então eles realmente estão começando as próprias famílias.

— Sim. E eu tinha dito que isso ia acontecer, lembra? 

— Claro. Nós estávamos almoçando juntos e você do nada começou a tirar fotos dos dois e disse “tá vendo aqueles dois com cara de bobos? Dou até o final do ano para estarem noivos”. 

— É fofo que você se lembre. 

— Você me beijou logo depois disso pra disfarçar que estava olhando. 

— Olha só quem lembra do nosso segundo beijo. 

— Claro. - ele sorriu para ela. - E eu tenho certeza de que você vai se sair bem. Eles vão te ajudar, claro, mas você é a pessoa mais competente que eu conheço. Qualquer coisa que você decida fazer, você faz melhor do que qualquer um.

Eloise simplesmente deu um beijo na bochecha dele. 

— Bom, eu não consigo fazer nada de jardinagem. Toda planta que eu toco morre.

—  Não é pra isso que eu existo na sua vida? 

— Não só pra isso. - já mais calma sobre suas opções, Eloise perguntou: - Como estão as coisas? 

Phillip respirou fundo e seguiu uma placa que indicava o caminho para outra praia. 

— George pode perder a guarda da Amanda e do Oliver. 

— O que? 

Eloise olhou para ele, claramente chocada, mas Phillip só continuou dirigindo. 

— Desde que Marina morreu, ele, compreensivelmente, tem tido dificuldade em se ajustar à nova vida como pai solteiro. Continuou com o mesmo ritmo de viagens de sempre e, bem, os meninos estão ficando comigo mais tempo do que com ele. 

— Caramba, Phillip.

— Eu sei. Eu recebi uma ligação da escola essa semana pedindo para eu ir buscá-los. 

— Essa semana? Eles não estão… 

— Em recesso de fim de ano? Sim. 

— Então por que a escola te ligou? 

— George passou lá para deixá-los antes das 8 porque precisava sair para trabalhar. A sorte é que a diretora precisou ir lá buscar um material que tinha esquecido e, como ela sabe que eles são meus sobrinhos, ligou para mim.  

— E aí? 

— Eu avisei para o George que tinha pego eles na escola e fiquei com eles o resto do dia. Quer dizer, pelos próximos dois dias, porque foi só aí que ele apareceu. 

— Então ele esperava que eles ficassem na escola por dois dias? 

— Acho que ele esperava que a escola ligasse para mim quando ele não aparecesse para buscá-los no fim da aula.

— Ele realmente não sabia que estavam em recesso? 

— Não. 

— E você só pegou as crianças na escola e levou pra casa? 

— É. Eu sei que estou sendo conivente com a situação, mas o que posso fazer? Eu tentei dizer para ele que ele precisa prestar mais atenção neles, mas ele surtou e começou a dizer que eu não fazia ideia de quão difícil era e depois falou muita merda. George não vai mudar. Se eu não for conivente e tentar estar lá para Oliver e Amanda, o que eu faço? Digo para o conselho tutelar que meu irmão é um pai de merda, ainda pior do que o nosso em alguns aspectos, e que meus sobrinhos ficariam melhores sem ele? 

— Bom, claro que você não vai denunciar seu irmão se algo extremo não acontecer, mas e se a escola denunciar ele? Ele deixou duas crianças de 4 anos sozinhas na frente de uma escola vazia na última semana do ano. Eles ao menos estavam agasalhados, certo? 

— Sim, mas não o suficiente para ficar na frente da escola por uma hora. Amanda tremeu o caminho inteiro até chegar em casa. - Phillip engoliu em seco, os nós dos seus dedos completamente brancos ao redor do volante, que ele segurava com força. - Se isso acontecer, eu vou criar Amanda e Oliver. Não posso deixar eles irem parar no sistema. E se separassem eles? Eles já são a única coisa que o outro tem. 

— Eles tem você. Eles tem um tio que faria de tudo por eles, mesmo que vá mudar seus planos completamente. 

— É, mas até agora eu sou só tio deles. Se isso acontecesse, seria como se… 

Seria como se fosse o pai deles, Eloise completou na cabeça.

— Eu sei. - ela disse, entrelaçando seus dedos nos dele.

— Eu não quero isso. 

— Ninguém quer isso. Principalmente porque, para que isso aconteça, uma merda muito grande tem que acontecer. Ainda assim, se for necessário, você vai fazer isso. 

— É claro. Eu amo meus sobrinhos mais do que tudo no mundo. 

— Eu sei. - ela respirou fundo. - Caramba, agora eu me sinto mal de ter reclamado daquilo para você.

— Você precisava conversar. - Phillip disse, já ligando a seta para seguir a última placa que indicava onde a praia estava. - E é um receio válido. Não acho que ninguém da nossa idade queira as responsabilidades de ser a vice-CEO de uma editora gigante. 

— E ninguém da nossa idade quer criar gêmeos de 4 anos. 

— Acho que ninguém, de nenhuma idade, quer criar gêmeos de 4 anos. 

— Você tem um ponto. Depois do Colin e da Daphne, minha mãe só se arriscou a me ter quando eles já teriam 5 anos. E se tem alguém que adora crianças é ela. 

— Disso ninguém pode discordar. 

Phillip parou o carro quando eles chegaram na praia, tentando ver se a água chegaria até aquele lugar ou não, caso a maré fosse encher, mas aparentemente, estavam seguros.

E a vista era incrível. 

O mar e o céu à noite sempre eram vistas incríveis na concepção de Eloise, mas algo sobre estar naquele lugar isolado do mundo com Phillip tornava a paisagem ainda mais especial. As estrelas brilhavam naquela noite sem luar e, combinadas com o barulho do mar, criavam uma atmosfera quase mágica. 

Mas estava frio. Muito frio. 

Então quando Phillip mostrou a quantidade enorme de cobertores que tinha levado no banco de trás do carro, a única reação de Eloise tinha sido beijá-lo. Eles espalharam os cobertores na caçamba da camionete e se deitaram aconchegados um ao outro enquanto viam o mar e as estrelas acima. 

— Aparentemente, ambas as nossas vidas podem mudar drasticamente esse ano. - Eloise disse, simplesmente. 

— É, mas tem uma coisa que eu não quero que mude. - Phillip disse, olhando diretamente para ela. Quer dizer, eu quero que mude um pouquinho, ele pensou. 

— E o que seria? 

— Você e eu. Eu adoro o que nós temos e não quero que isso se perca, não importa o que acontecer com nossas vidas…

— Eu também te quero por perto. Sempre. - ela o beijou mais uma vez e lembrou do conselho que sua mãe tinha lhe dado antes de sair de casa naquela noite. - Você acha que eu estou te enrolando?

Ele respirou fundo. 

— Acho que a essa altura eu já sou um novelo de lã. 

— Caramba. Eu tenho que parar de te enrolar mesmo, então. Quer ser meu namorado? 

Phillip piscou uma vez.

— Você acabou de me pedir em namoro?

— É. Desculpa, eu sou horrível com essa coisa de ser romântica e fofinha, mas você sabe que eu sou assim. E, enfim, você é meu namorado. A gente chama de outra coisa e eu tento dizer o tempo todo que você é só meu amigo colorido, apesar de nenhum de nós estar vendo outras pessoas há séculos e… 

— Eloise. - ele a interrompeu. 

— Oi. 

— Sim. 

Ele simplesmente a beijou e a puxou um pouco mais contra si. Eloise se aconchegou contra o peito dele, que passou um braço pelo corpo dela. Ficaram assim por uns momentos, ambos com sorrisos bobos no rosto enquanto olhavam as estrelas.

— Sabe, eu te amo. - ela simplesmente disse. 

— Ama?

— Sim. Muito mesmo. Primeiro te amava como só meu amigo, mas agora é muito mais. 

— Ótimo. Eu te amo também. 

— Eu acabei de me declarar pra você e o que eu ganho de resposta é um “ótimo”? 

— Um “ótimo” e um “eu te amo também”.

— A segunda parte foi boa, mas um “ótimo”?

— O que você queria? - ele saiu do casulinho que tinham montado e se ajoelhou, abrindo os braços e olhando para o céu. - Obrigado todas as divindades celestiais, ela me ama também!

— Não era isso que eu queria dizer. É só que, sei lá, ótimo não é bem a reação que você espera quando diz que ama alguém. 

Ele voltou para o seu lado e ela voltou a se aconchegar contra ele. Àquela altura, nenhum dos dois se importava mais com o frio ou com qualquer outra coisa que não fosse o outro ou aquele lugar em que estavam. 

— Elô. 

— Hm?

— Eu te amo. Não importa o que aconteça este ano, não importa o quanto nossas vidas mudem. Sempre vou te amar. 

Aquilo sim era uma resposta. 

— E eu sempre vou amar você. 

E ali, no meio da praia, no início de um ano incerto e que prometia ser desafiador, ambos adormeceram, tendo ao menos uma certeza: estariam juntos para enfrentar o que quer que viesse. 


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