Afire Love escrita por eve


Capítulo 48
Capítulo 48


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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P.O.V. Daryl

—Onde você estava? -pergunto quando Sophie passa pela porta. -Eu te procurei feito um louco.

Ela desapareceu a tarde inteira e ninguém tinha nem ideia de onde ela poderia ter se metido. Eu estava preocupado que ela pudesse ter se sentido mal ou aberto os pontos de novo e estivesse sozinha, mas ela parecia fisicamente bem.

—Sua cara tá péssima, o que aconteceu? -ela não me responde, mas anda até mim e tira minha camisa com cuidado.

—Você ainda está machucado. -diz ela olhando para os hematomas da briga que ainda não tinham desaparecido. 

—Você tá estranha.

—Eu não posso ir com você. -anuncia ela e eu espero que ela não esteja falando do que eu acho que ela está falando.

—É o que? -pergunto sem acreditar.

—Eu não posso ir embora com você. -repete ela.

—Por que você está dizendo isso? -eu não consigo entender, de todas as pessoas Sophie não é a que me deixaria sozinho.

—Porque eu não posso.

—De onde veio isso, Sophie? -insisto. -Essa não é você dizendo isso.

—Talvez eu tenha percebido que você vai ficar melhor se for sem mim. -agora ela parece eu falando.

—Você é muito convencida pra chegar a uma conclusão dessas.

—Daryl eu não estou brincando, eu não vou com você. -diz ela séria. -Eu vou dormir no Aaron hoje, vou ficar com a Gracie para ele descansar um pouco. Eu sinto muito, Daryl.

Ela sai com a mesma rapidez que chegou e eu fico pensando no que acabou de acontecer. Normalmente eu pensaria que ela finalmente se deu conta de que eu não mereço ela, mas eu a conheço bem o suficiente para saber que aquela que estava na minha frente não era a mulher por quem eu me apaixonei. Alguma coisa aconteceu, ela não iria simplesmente me abandonar como todos fizeram durante a minha vida, ela não. E eu não vou ficar aqui parado esperando por respostas.

Quando decido ir atrás dela na casa do Aaron acabo esbarrando em Carol.

—Ei, o que está acontecendo? -pergunta ela quando vê minha expressão que deve ser de muita indignação agora.

—Nada, o que está fazendo aqui até agora?

—Já estava ficando escuro, eu decidi passar a noite aqui. -explica Carol. -Mas você não me engana Daryl, o que aconteceu?

—Sophie desistiu.

—Desistiu?

—De ir comigo.

—Oh. -diz ela.

—Você não parece surpresa.

—Nós conversamos.

—E ela te disse por que está fazendo isso?

—Daryl, não fique bravo, mas eu acho que vai ser melhor para você passar esse tempo sozinho. Olha só pra você, está completamente dependente dela.

—Isso é besteira.

—Não é não Daryl, e você sabe disso. Você está tão cego que nem percebe até onde iria por essa garota.

—Nós dois já fizemos muita coisa pra salvar a pele dos outros Carol, você pode ter se cansado disso, mas eu não porque isso faz parte.

—Faz parte?

—De ter uma família.

—Meu Deus você a ama?

—Não foi o que eu disse. -me defendo.

—Você a ama. Isso é muito mais grave.

—Grave? O que está acontecendo com você? -digo. -Essa é a razão pela qual nós fazemos o que fazemos caso você não se lembre.

—Você faz demais e isso tem me deixado muito preocupada, quem vai te parar quando vocês estiverem lá fora? -quando ela diz isso tudo fica claro pra mim.

—Foi você quem a convenceu, não foi? -pergunto, mas não preciso que Carol responda para saber que foi, está claro no seu rosto. -Não deveria ter feito isso.

Deixo Carol sozinha e sigo meu caminho para a casa do Aaron, as luzes ainda estavam acesas então não demora muito até que ele abra a porta.

—Eu sabia que isso ia acontecer. -diz ele abrindo a porta para que eu entre. -Sophie!

—O que foi? -pergunta ela saindo do quarto com Gracie.

—Não levou nem uma hora, você me deve cinco dólares. -diz Aaron tirando Gracie de Sophie. -Vou deixar vocês sozinhos.

—Eu já sei o que aconteceu.

—Do que estamos falando? -pergunta ela.

—Da conversa que você teve com a Carol.

—Daryl eu…

—Eu não quero saber dos detalhes, só vim pra te levar de volta pra casa.

—Ela está certa Daryl, eu tenho medo do que você possa fazer.

—Eu não vou me colocar em perigo.

—Na prática nós dois sabemos que isso é bem diferente.

—Dessa vez é diferente, eu sei que não posso me colocar em perigo. -digo. -Eu já convivi com você o suficiente pra saber que você atrai lesões, se eu estiver em perigo quem vai te livrar de encrenca?

—Isso é muito fofo. -diz ela abrindo um sorriso. -E eu nunca achei que eu fosse dizer que Daryl Dixon é fofo.

—Não fala uma coisa dessas de novo, vai manchar minha reputação. -digo fazendo ela rir. -Agora vamos voltar pra casa.

—Eu prometi mesmo ao Aaron que iria ajudar com a Grace, você deveria aproveitar a noite de folga pra ir falar com o Rick, se nós vamos mesmo viajar juntos então acho que seria bom pra vocês dois resolver essa questão.

—Por que você está dizendo isso agora?

—Porque eu também falei com ele hoje e acabei indo atrás do Negan.

—Você o que?

—Não fica bravo, vamos voltar ao Daryl fofo que veio me buscar para irmos juntos para a nossa casa. -diz ela e caminha até mim segurando meu rosto. -O Rick sente sua falta, vocês poderiam só conversar e sobre o Negan, bom, eu fiquei com muita raiva quando fui visitá-lo hoje, ele parecia muito feliz em estar onde está, mas então eu percebi que ele deve estar odiando tanto isso que finge estar bem para que a gente não tenha a sensação de dever cumprido.

—Então agora você acha que o melhor é deixar ele viver?

—Não, eu ainda prefiro ele morto, mas agora eu entendi que enquanto ele estiver preso ele também vai estar sofrendo e tentar parecer bem vai sugar toda a energia que ele ainda finge ter, no fim das contas ele mesmo está se punindo. Isso me trouxe algum alívio.

—Tem que ser hoje? Com o Rick?

—Nosso combinado é sair em uma semana, acho que vai ser tempo suficiente para vocês conversarem, se desentenderem, se arrependerem e finalmente fazerem as pazes.

—Você parece saber do que está falando.

—Eu sou a voz da sabedoria Daryl Dixon, eu sei o que estou fazendo.

—Eu não estaria tão convencido, hoje você deu uma de Daryl Dixon.

—Como eu dei uma de Daryl Dixon?

—Você caiu na conversa de que estava atrapalhando minha vida, tomou uma decisão no impulso e se afastou quase estragando tudo, mas eu como o bom homem que sou quis esclarecer as coisas.

—Nossa, eu dei mesmo uma de Daryl Dixon. -diz ela. -Deus nós estamos passando muito tempo juntos.

—Vou falar com o Rick. -digo e ela me beija.

—Te vejo de manhã. E vai com calma. 

[...]

Eu demoro um pouco pra me convencer a bater na porta. As luzes estão acesas então eu sei que eles estão acordados, eu não tenho mais nenhuma desculpa para fugir disso então apenas bato na porta e tento me controlar pra não transformar isso numa discussão.

—Daryl. -Rick parece surpreso ao me ver.

—Isso é mesmo necessário? Eu já concordei com o que você queria quando Michonne veio falar comigo.

—Eu quero que você entenda.

—Você entende?

—Eu não estou fazendo isso porque eu gosto dele, mas eu preciso fazer isso pra resgatar um pouco da humanidade que nós tínhamos antes de tudo isso. -diz ele. -Eu quero deixar um mundo melhor para a Judith e para o Carl.

—O Negan faz parte de um mundo melhor?

—Ele faz parte de mostrar um caminho em que todo mundo não tenha que morrer.

—Muita gente já morreu, que diferença faz a vida do Negan?

—A diferença é que o Carl queria isso e eu quase perdi meu filho porque ele estava tentando fazer o que era certo. Certamente ele não estava se espelhando em mim, mas eu quero que ele possa me ver como exemplo.

—E que exemplo o filho do Glenn vai ter? De que o assassino do pai foi perdoado e nada aconteceu com ele?

—O Negan não está de férias naquela cela.

—Mas é o que parece.

—Nós tiramos tudo que importava para o Negan e ele está sendo obrigado a viver com isso, se sentindo impotente, não me parece férias.

—Vale a pena fazer a Maggie sofrer por isso?

—Eu não estou tentando ferir ela com isso

—Mas você está e isso eu não consigo entender. -digo. -Nós estamos tentando fazer isso do seu jeito Rick, mas no momento em que a Maggie se cansar disso o Negan já será um homem morto e nem você e nem ninguém vai poder impedir isso.

—Você não vai passar por cima do que já foi decidido.

—Não vou? E quem vai me impedir? Você?

—Você está avisado, ninguém vai passar por cima do que já está decidido.

—Não conheço ninguém aqui capaz de me impedir de conseguir o que eu quero. -digo. -Fique você avisado de que no momento em que ela decidir está feito.


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