Forks, Washington – 08 de fevereiro de 2022

Em meio ao abraço, de repente fomos despertos pelo toque do celular de Edward.

— Pode atender.

Incentivei, fazendo menção de nos distanciar.

— Não é preciso. – Respondeu simplesmente.

— Tudo bem. Pode ser até o Emmett te procurando e não quero que tome bronca por minha causa.

Falei quando nos afastamos o suficiente para nos olhar.

— Não é preciso, porque esse não é o toque de chamada do meu celular e sim o despertador. – Esclareceu. – O programei para não perder o horário do treino.

— Ah, então tudo bem. Quer dizer, não está muito bem. Engatamos na conversa e acabamos não dando andamento nas organizações. – Falei preocupada.

— Não tem problema Bella. Já fizemos muita coisa hoje e amanhã continuaremos. – Comentou e assenti. – Além do mais, não me arrependo de ter tirado esse tempo para conversar com você.

— Eu também não.

Confessei com o coração realmente mais leve.

Levantamos e começamos a seguir para fora do ginásio.

— Ficamos combinados para amanhã no mesmo horário?

Perguntei quando alcançamos o corredor.

— Pode ser. – Caminhamos mais um pouco. – Você vai embora agora?

— Vou encontrar a Bree e vamos para casa, mais tarde volto para buscar o Fred, depois do treino com você.

— Se quiser posso deixá-lo em casa. – Sugeriu, mas antes que pudesse responder, emendou — Ou você poderia ficar para assistir ao treino...

— Não sei Edward, eu adoraria de verdade. Mas tenho que ver com a Bree se ela não se importa em ficar.

— Tudo bem. Você sabe onde fica o ringue. Se aparecerem, serão muito bem-vindas, mas senão, entenderei que tiveram que ir embora. E minha oferta de levar o Fred ainda está de pé...

— Eu agradeço, mas de todo modo, caso não fique para o treino, voltarei para buscá-lo. Não quero dar trabalho.

— Não é trabalho Bella. Minha casa fica no mesmo bairro que a de Alice e Jasper, então nem precisarei desviar do meu caminho.

— É mesmo?

— Sim e sinta-se convidada a conhecê-la quando quiser. – Falou.

— Obrigada. – Agradeci sinceramente. – Mas agora você precisa ir para o treino e eu procurar a Bree. Se não nos vermos mais, foi ótimo passar esse tempo com você e mal vejo a hora de nos reunirmos novamente amanhã.

— Sinto o mesmo Bella. Espero vê-la daqui a pouco, mas de todo modo, tchau.

Ele se aproximou depositando um beijo na minha bochecha.

— Tchau Edward.

Sussurrei quando ele se afastou caminhando pelo corredor.

Sozinha, fui até o prédio da Bree e logo a encontrei caminhando com algumas amigas, acenei e ela veio em minha direção.

— Oi tia Bella.

— Oi minha linda. Teve um bom dia?

— Sim. E a senhora? Fez muitas coisas para o baile?

— Fiz sim. Mas amanhã tem mais. – Respondi e Bree assentiu, então toquei no assunto. – Querida, você está com pressa? Quer ir para casa descansar ou cuidar dos deveres?

— Hoje não tem dever tia Bella.

— Que ótimo. – Exclamei.

— Uhum, mas por que quer saber se quero ir para casa?

— Porque recebemos um convite para assistir ao treino de hóquei do seu irmão, você gostaria? – Contei.

— Sim, vai ser muito legal.

— Então vamos lá.

Peguei sua mão e seguimos até o ringue de patinação da Forks High School.

Não demoramos a chegar e mais uma vez assim que atingi o local fui inundada por várias lembranças, dessa vez felizes.

Lembrei-me das tardes que também ficava após a aula vendo Edward treinar com o time ou de quando aconteciam as competições e ficava louca de tensão e euforia por vê-lo jogar.

Caminhei discretamente com Bree até encontrar um bom lugar para assistirmos ao treino, então sentamos.

Fred nos viu primeiro e acenou animado com nossa presença, por conta de sua ação, Edward que estava de costas, também virou e sorriu acenando. Retribuímos os cumprimentos, então ficamos quietinhas apenas assistindo os meninos treinarem.

O treino foi ótimo, os garotos são bons e Edward é ainda melhor...

Ele realmente sabe o que está fazendo e como pode explorar o melhor de cada um dos garotos.

Com o fim do treino, acabei me despedindo apenas de longe de Edward, já que ele ainda ficou conversando algumas coisas com os garotos após o treino, enquanto Fred foi liberado a ir para casa.

No caminho, ele comentou como ficou feliz por termos assistido ao treino, por conta do trabalho dos pais, não conseguem comparecer assim de surpresa, mas sempre fazem o máximo para assistir aos jogos.

Fiquei feliz com a felicidade do meu sobrinho, já que nunca pude assistir a um jogo, ao menos marcamos essa lembrança com o treino.

Já na casa, mudei a rotina e os coloquei para tomar banho logo, Fred por conta do treino e Bree para não perder o embalo. Enquanto isso, por conta de ter passado o dia fora tive que optar por uma refeição rápida para alimentá-las.

Então fiz um macarrão com queijo, aproveitei que ainda tem frango e grelhei mais uns filés e completei tudo com uma salada.

Quando as crianças apareceram atacaram a comida sem pestanejar e após o almoço Bree subiu para brincar no quarto, enquanto Fred ficou fazendo os deveres e eu arrumando a cozinha. Ao terminar foi a minha vez de tomar banho e descansar um pouco da maratona diária.

O restante do dia passou como o anterior, comigo ficando com as crianças na sala, mais conversa com os pais por telefone e por não ter jogo da seleção de hóquei, o entretenimento ficou por conta de um filme do agrado dos três. E logo após o jantar as crianças já quiseram dormir, provavelmente cansadas do dia mais agitado.

Assim que me assegurei que ambas já estão descansando confortavelmente, segui até o meu quarto, mas não dormi de pronto, porém dessa vez não por um motivo ruim e sim porque de algum modo comecei a ter um tipo de inspiração, ao menos para esboçar pequenos rabiscos e desenhos em folhas de papel.

Não chegou nem perto de ser uma obra, mas com certeza já é um grande avanço...

Forks, Washington – 09 de fevereiro de 2022

— Já confirmei com o DJ que tocará no baile.

Edward comentou em meio as nossas tarefas.

— Que ótimo. E eu falei com a Alice, então amanhã vocês poderão ir a Port Angeles comprar as coisas que estão faltando. – Informei.

— Ótimo.

Respondeu, mas sinceramente não senti total sinceridade na resposta.

Enquanto posicionamos mais um conjunto de mesas e cadeiras, ele comentou.

— Lembra-se o tanto de vezes que você caiu aqui mesmo nessa quadra?

— Como esquecer? Devo ter alguns hematomas espalhados pelo corpo até hoje. – Respondi e sorrimos. – Diferentemente de você, nunca tive muita aptidão para os esportes.

Informei dando de ombros.

— Pois é. Eu quis muito ensiná-la a patinar, mas depois de um tempo, entendi que contra certos fatos da natureza não devemos lutar.

— Ao menos você entendeu isso, agora o Sr. Barnes parecia me obrigar a continuar praticando esportes só de birra.

Falei em referência ao nosso antigo professor.

— Talvez ele fosse um pouco mais esperançoso do que eu. – Respondeu.

— Não. Ele gostava de me ver sofrer. Não acredito que você como professor, obrigue seus alunos a passar por torturas como ele fazia comigo. – Pontuei.

— Eu poderia concordar com você, mas não o farei, porque agora como colegas de profissão tenho que prestar solidariedade ao meu companheiro.

— E vai negar essa solidariedade a mim? – Questionei falsamente ultrajada. – Achei que eu fosse sua amiga!

— É claro que é Bella. E estou feliz que ainda seja. – Informou.

— Eu também... — Sorrimos. – Sem contar que mesmo sem me apoiar diretamente, acredito que deva ser um professor até melhor do que ele.

— Acha que gostaria de educação física se eu fosse seu professor? – Provocou.

— Mas é claro. Assim como não tenho dúvida que todas as garotas devem adorar ter aulas com você. – Brinquei.

— O que está querendo dizer com isso Srta. Swan?

— Nada professor Cullen, nada.

Caminhei em direção à outra mesa para arrumar o conjunto, mas ele veio atrás de mim.

— Por que desse sorriso?

— Estou sorrindo diferente?

Perguntei por realmente não ter me atentado a isso.

— Sim.

— Acho que fiquei pensando na forma que o tratei. – Ele me olhou confuso. – Tê-lo chamado de professor e por ouvir os meninos se referirem também como treinador. Ainda não me acostumei a essas nomenclaturas dirigidas a você. – Acabei confessando.

— Eu entendo. Também estranhava quando comecei a dar aulas e treinar o primeiro time. Não foi algo a qual me preparei, mas acabei me adaptando.

— Você não apenas se adaptou ou conformou com a situação, você a assumiu para si. Encontrou outra vocação e é muito bom não só saber, mas ver o quanto está realizado agora. – Declarei.

— Obrigado. Realmente me sinto assim. Nunca esquecerei tudo que passei e o que poderia ter vivido, mas a vida que o destino tinha para mim tem se mostrado muito boa também.

— Não tenho dúvida.

Continuamos trabalhando mais um pouco, porém reparei no momento que sua expressão mudou e sem querer deixar passar, o questionei.

— O que houve? Agora você que mudou.

— Apenas um pensamento que tem passado pela minha cabeça de vez em quando apareceu novamente.

— E o que é? Quer dizer, se quiser e puder compartilhar comigo, estou aqui para ouvir. – Informei.

— É que algumas pessoas comentaram comigo durante meu tempo de recuperação e depois quando souberam do meu novo rumo, que talvez fosse interessante escrever um livro contando sobre a minha história...

Contou como se não fosse nada, sendo que a informação é simplesmente tudo!

— Edward, isso é incrível e uma ótima ideia. Não tenho dúvida que sua história seria de muita inspiração a várias pessoas, caso queira dividi-la com o mundo. Não tenho contato com pessoas do ramo, mas sei que se optar por seguir esse caminho, terá muito sucesso também e digo que desde já conta com meu total apoio. – Falei empolgada.

— Obrigado Bella. Tenho pensado muito nisso nos últimos tempos. Talvez uma hora acabe aceitando.

— Tome o tempo que precisar e se informe bastante antes de decidir algo em definitivo, mas sei que independente da escolha que fizer, tudo dará certo. Mas já pensou? Atleta, professor, técnico e protagonista de livro? Desse jeito ninguém te segura Cullen.

Provoquei dando um tapa em seu ombro, mas após o toque, ele pegou minha mão tirando do local, mas não a soltando imediatamente.

— Só você para pensar nisso. Mas de todo modo, obrigado pelo apoio. Quem sabe se for em frente com a ideia do livro tenha que ir a Nova York para divulgá-lo, então você me apresentará sua nova cidade.

— Não precisa esperar por esse possível momento futuro para ir me visitar. Desde já, deixo um convite aberto para que vá até Nova York e assim lhe mostrarei todas as belezas da cidade. – Prometi.

— Então está marcado.

— Está...

Sorrimos cúmplices e a contragosto, ao menos da minha parte, soltamos as mãos para continuar trabalhando...

Não percebi quanto tempo passamos ocupados, mas só me atentei quando Edward comentou.

— Você percebeu que ontem trabalhamos direto sem ao menos parar para almoçar?

— Para dizer a verdade não. Como as crianças almoçam quando voltam para casa, acabei aguardando para comer junto com elas e não percebi o tempo passar. – Confessei.

— Mas você sabe que elas têm o horário do lanche aqui e não passam o dia todo sem comer, certo?

— Sim, eu me lembro.

— Pois bem. Como professor, estou acostumado a esse horário também. Ontem acabou passando despercebido, mas hoje a fome não me deixará seguir direto. Sendo assim, gostaria de almoçar comigo?

Convidou e em frente ao lindo sorriso que compartilhou com o convite, seria impossível recusá-lo.

— É claro, adorarei almoçar com você. – Confirmei.

— Então vamos.

Seguimos para fora do ginásio comentando amenidades, mas pouco antes de deixar o prédio rumo ao estacionamento, encontramos com Emmett.

— Olá vocês.

Falou quando nos viu.

— Oi Emm. – Retribui o cumprimento.

— Oi. Está indo almoçar? – Edward perguntou.

— Sim e vocês?

— Também. Ontem acabamos trabalhando o dia inteiro sem pausa, mas hoje chamei Bella para almoçar e ela aceitou.

— Mas isso é ótimo. E querem saber? Tenho uma proposta ainda melhor. Porque os dois não vem almoçar comigo? Na verdade com Rose e eu, já que estou indo encontrá-la. – Emm ofereceu.

— Eu adoraria almoçar com vocês. – Respondi de pronto, mas ainda questionei a Edward. – Tudo bem por você?

— Sim, claro, podemos ir. – Concordou.

— É isso ai. E vamos num carro só, não há porque nos dividirmos. E eu escolho o Edward como motorista da rodada. – Emmett falou.

— Como se alguém fosse beber em meio a um almoço feito no horário de trabalho. – Edward retrucou.

— Mas ainda assim, vamos no seu carro, você vota comigo Bellinha?

— Eu não sei, posso dirigir também se quiserem... – Respondi simplesmente.

— Não se preocupe Bella, vamos no meu carro mesmo.

Edward apontou para um automóvel prateado estacionado em uma vaga próxima.

Segui até uma das portas traseiras, mas Edward adiantou-se abrindo a porta do passageiro indicando para entrar e agradeci com um aceno.

Ele fechou a porta e enquanto deu a volta para assumir o volante, ainda consegui ouvir o comentário de Emmett.

— Abrindo a porta do carro? Impressionante. Está tentando conquistar a moça?

Não sei o que Edward respondeu ou se respondeu, mas logo ambos já estavam no carro também e seguimos para fora da FHS.

Durante o curto caminho até a lanchonete, local escolhido para almoçarmos, conversamos amenidades, Emmett basicamente nos perguntou como andam as coisas com a decoração e o inteiramos.

Ao entrarmos na lanchonete, vimos Rose sentada em uma mesa localizada mais ao fundo do estabelecimento, ela acenou para nós e seguimos ao seu encontro, ao nos aproximar, ela levantou para os cumprimentos.

— Oi amor. – Falou com Emm.

— Oi linda, oi bebê.

Emm lhe deu um selinho enquanto fez um carinho em sua barriga.

— Oi Rose, como vão?

Edward foi o segundo a cumprimentá-la.

— Muito bem cunhado e você?

— Bem também, obrigado.

— Imagino que sim... – Respondeu a ele, mas passou seu olhar a mim. – E Bella, que grata surpresa.

— Oi Rose. Espero não estar atrapalhando o almoço de família. – Ponderei.

— Imagina Bella. Você é muito bem-vinda ao nosso almoço.

— É Bella, você sabe que sempre foi praticamente da família.

Emmett completou a frase e assenti.

Rose voltou a sentar e Emm passou para o seu lado, enquanto Edward indicou para sentar no outro banco se posicionando a minha esquerda, assim ficamos de frente para o casal.

— Mas como está sendo sua estada em Forks? Quando nos encontramos no mercado você disse que tinha planos de apenas ficar com seus sobrinhos, mas pelo visto eles mudaram um pouco.

— Pois é Rose, realmente não esperava passar por nada disso, porém Alice precisou de outra ajuda e não pude dizer não. – Respondi.

— Fico feliz que esteja se entretendo durante sua estada, ainda mais na organização do baile da escola.

— Ao menos até a volta de Alice, pois sou apenas uma substituta. – Brinquei.

— Mas não tenho dúvida que está se saindo muito bem Bellinha. A baixinha terá que cortar um dobrado para te substituir quando voltar, não é Edward?

— Sim Emmett. Bella está trabalhando muito bem e o baile será incrível por conta de sua dedicação e empenho.

Edward respondeu me olhando e senti meu rosto esquentar.

— Essa não é toda a verdade Edward, só estou dando uma ajuda. E você também tem sido ótimo. – Completei.

— Do modo que vejo, o baile será realmente especial contando com a colaboração dos dois.

Rose falou, porém antes que pudéssemos respondê-la, à garçonete apareceu para anotar nossos pedidos.

Após a moça anotar tudo, pediu licença informando que logo receberemos as bebidas e os pratos escolhidos.

Durante esse ensejo, direcionamos os assuntos a frivolidades rotineiras, porém depois que os pratos chegaram, tomei as rédeas da conversa.

— Mas digam, vocês planejaram a gravidez ou o bebê foi uma surpresa bem-vinda?

— Acredito que um pouco dos dois. – Rose respondeu. – Assim que fizemos dois anos de casados começamos a conversar sobre a possibilidade de ter um bebê.

— E a praticar também, não que não praticássemos antes, porque já o fazíamos bastante, porém depois dessa conversa, passamos a praticar ainda mais. – Emm falou causando risos em Edward e eu, porém recebendo um beliscão da esposa. – Ai, ai mulher. – Protestou.

— Não fale essas coisas. – O repreendeu. – Enfim, próximo ao fim do ano passado teria que tomar uma nova dose da injeção contraceptiva, mas optei por não tomar e ver o que acontecia...

— E o bebê aconteceu. — Emm completou.

— Isso é ótimo, meus parabéns novamente. Vocês serão pais incríveis, não tenho dúvida. – Falei e os dois se olharam sorrindo. – Mas me contem. Como foi o anúncio da gravidez? Rose, você fez alguma surpresa?

— Ah, essa é uma ótima história.

Edward comentou rindo e vi Emmett fechar o semblante.

— O que houve? – Perguntei confusa.

— Eu que soube que estava grávida próximo ao natal. E aproveitando que toda a família estaria reunida, resolvi contar a Emmett e aos outros naquela noite...

— Foi uma grande surpresa, eu não estava esperando. Rose também contou antes da ceia, eu estava com fome.

Emm começou a se justificar, enquanto Rose e Edward começaram a rir.

— O fato irmãozão, é que você desmaiou. – Edward falou em meio aos risos. – Imagina só a cena Bella. Rose pediu atenção a todos, falou sobre os anos difíceis que tivemos, mas que conseguimos superar e disse que além de tudo que tínhamos a comemorar, o próximo ano também traria algo ainda mais especial. É claro que suspeitávamos sobre o que ela se referia, quer dizer, nem todos suspeitaram. Então quando ela anunciou que estava grávida, Emmett simplesmente perdeu toda a cor e desmaiou. Por sorte papai e eu conseguimos pegá-lo antes que ele caísse por cima da árvore de natal da mamãe, mas foi uma cena memorável.

Mesmo me compadecendo um pouco da situação de Emmett, não pude evitar cair no riso ao terminar de ouvir o relato de Edward.

— Vocês ficam rindo, porque não foram os que desmaiaram.

— Ah Emm, sinto muito, coloque a culpa no Edward, pois ficou impossível não rir após ouvi-lo contar a história. – Falei. – Mas depois tudo ficou bem, não é?

— Sim, quando Emm acordou e confirmou que tinha ouvido direito, pudemos comemorar a notícia e terminar de celebrar o natal. – Rose explicou.

— Mas continua sendo engraçado mesmo assim. – Edward disse. – E você sabe que contarei isso ao meu sobrinho ou sobrinha, não é? Como o pai simplesmente caiu duro ao saber da notícia de sua chegada.

— Você é um péssimo irmão. – Emmett afirmou.

— Mas serei um excelente tio. – Edward rebateu sorrindo.

— Mas não pense você que não terei histórias maravilhosas a compartilhar também com os seus futuros filhos. – Emm provocou.

Assim passamos a relatar fatos antigos e engraçados das nossas vidas.

O restante do almoço passou como um borrão, quase não conseguimos parar de conversar e foi com tristeza que me despedi de Rose sem ter ideia se realmente voltarei a vê-la, já que Alice e Jasper retornarão a Forks amanhã e com isso devo ir embora...

Mas ainda assim, ao nos despedirmos não o fizemos com sentimentos tristes, mas sim envoltas a muita alegria compartilhada no almoço...

Ao voltarmos à escola, me despedi também de Emmett que seguiu para a sua sala, enquanto Edward e eu fomos para o ginásio.

Apesar de manter a conversa, procuramos focar realmente nas organizações necessárias. Porém quando o tempo de aula acabou encerramos também nosso período juntos...

Se foi difícil me despedir de Rosalie e Emmett, foi ainda mais mortificante dizer adeus a Edward...

Prometemos manter contato, mas ao soltá-lo após o último abraço, senti imediatamente uma sensação de vazio em meu corpo...

Quando encontrei as crianças para irmos embora, tentei me contagiar com suas conversas animadas, mas não consegui de todo. No entanto, como tive um almoço diferenciado optei por lhes presentar com a mesma regalia, então a caminho de casa passei na lanchonete para que eles escolhessem algo para comer, mas por conta do clima preferiram almoçar em casa.

Após o almoço, os deixei descansar um pouco antes de incentivá-los a fazer os deveres. Bree tirou um cochilo no sofá enquanto fiquei jogando um pouco de videogame com Fred e após perder muito, encerrei o entretenimento por hora e indiquei para ir tomar banho, acordei Bree para fazer o mesmo e após os dois estarem limpos e despertos, os deixei fazendo os deveres para tomar meu banho também.

Quando voltei à sala, os encontrei quase terminando tudo e como informaram não precisar da minha ajuda, decidi começar a cuidar das coisas na cozinha que protelei também por todo o dia e durante esse tempo recebi uma ligação de Alice.

— Olá irmãzinha.

— Oi Bella.

— Opa, esse não é seu tom habitual. O que houve?

Me afastei um pouco saindo da visão das crianças para continuar falando com Alice.

— Não se preocupe, não é nada sério. Apenas estamos enfrentando um contratempo.

— Mas o que aconteceu?

— Íamos sair daqui a pouco para o aeroporto, assim chegaríamos em casa de madrugada e pela manhã você já poderia voltar.

— Sim, eu sei. Foi esse o nosso combinado.

— Mas agora não conseguiremos mais seguir esse plano.

— Por quê?

— Por sorte estávamos com a TV ligada enquanto nos arrumávamos e ouvimos passar no noticiário que os aeroportos de Nova York não estão operando com normalidade. Ainda estão recebendo pousos já programados, mas não estão procedendo com embarques, apenas para voos internacionais, porém esses estão saindo com grande atraso.

— Nossa que péssimo. E não tem previsão para normalizar?

— Não. Ao menos não até amanhã de manhã.

— Caramba e o que vocês vão fazer? Trocar o voo para amanhã?

— Nós pensamos nisso, mas quando entramos em contato com a companhia aérea, eles falaram que poderíamos tentar embarcar em um aeroporto não localizado no estado. Sendo assim, estamos com a ideia de seguir de carro até outro estado para ver se conseguimos embarcar.

— Mas Alice, isso não seria arriscado? Não é melhor esperar?

— Ah Bella, o clima aqui não está ruim. Fomos informados que a questão com os aeroportos de Nova York são técnicas, não climáticas, por isso ainda existe a possibilidade de conseguirmos pegar um voo hoje e só atrasar um pouco nosso planejamento.

— Tudo bem, vocês que sabem, mas tomem cuidado e me mantenham informada.

— Pode deixar. Não vou pedir para falar com as crianças agora porque estamos com pressa, te liguei mesmo para contar sobre as mudanças de planos, mais tarde se tudo der certo falamos com elas.

— Está bem. Dirijam com cuidado e até mais tarde.

— Até Bella.

Encerrei a ligação e voltei ao centro da cozinha onde estava cuidando das coisas, decidi por hora não informar as crianças sobre a mudança de plano na viagem dos pais, afinal, pode ser que tudo dê certo e eles consigam embarcar ainda hoje sem maiores problemas.

Porém quando caminhei pela cozinha, percebi o chão molhado e sem entender, olhei para verificar de onde está vindo a água, então notei que a lavadora de louças está vazando.

— Mas era só o que faltava...

Murmurei em voz alta.

Imediatamente apertei o botão para desligar, porém fiz a burrice de abrir a porta da máquina, com isso, uma grande quantidade de espuma espirrou.

— Ah, meu Deus.

Gritei assim chamando a atenção das crianças.

— Tia Bella o que houve?

Fred perguntou, sendo seguido pela Bree.

— Por que está toda molhada?

— A lavadora de louças deu algum problema. – Tentei fechar a máquina, mas com a bagunça instaurada, acabei não conseguindo. — Não se aproximem.

Percebendo sua movimentação, logo as refreei.

— Mas queremos ajudar.

— Vão ajudar muito mais se não se envolverem na bagunça. – Respondi a Bree.

Comecei a raciocinar em quais são minhas opções no momento.

— Vocês sabem onde fica o registro de água? – Os dois balançaram a cabeça negando. — Isso não ajuda. — Murmurei.

— Temos que pedir ajuda a alguém tia Bella.

— Você tem razão Fred, mas a quem? – Assim que elaborei a pergunta, uma luz se ascendeu. – Fred, com cuidado, pegue meu celular que está em cima da mesa e ligue para o Edward, pergunte se ele tem o contato de um encanador.

— Pode deixar tia.

Como pedi, o vi caminhar com cuidado ao redor da mesa e alcançar o aparelho.

Nesse meio tempo e percebendo que a máquina não vai me ajudar, comecei a tirar os objetos guardados colocando-os dentro da pia.

— Oi treinador Cullen, é o Fred. — Ouvi a voz do garoto ao telefone. – Tô ligando porque a tia Bella pediu. — Pausa. – É que a nossa lavadora de louças deu problema e precisamos de ajuda. — Nova pausa. – A tia Bella pediu para perguntar se o senhor tem o contato de um encanador. — Mais uma pausa. – Não, ela desligou a máquina, mas tem espuma e água por boa parte da cozinha, inclusive na tia Bella.

— Fred. — O repreendi.

Ignorando-me, ele prosseguiu com a ligação.

— Tudo bem treinador Cullen, obrigado.

— E ai? Ele passou o contato do encanador?

Perguntei quando encerrou a chamada.

— Não. Mas disse que está vindo para nos ajudar.

— Como assim Fred? Não foi isso que pedi.

— Mas ele falou que estava vindo o que mais podia fazer? – Explicou.

— Tudo bem, você fez sua parte. Edward que resolveu contrariar. – Resmunguei.

— Vamos torcer para que ele nos ajude tia. – Bree falou.

— Vamos sim querida. E quer saber? Vocês também podem ajudar. – Informei e os dois se animaram. – Novamente com cuidado, vão até a lavanderia e peguem alguns panos, por favor. Vamos tentar evitar que a água continue se espalhando, como não sabemos onde fica o registro, não poderemos limpar tudo, mas ao menos não faremos mais bagunça.

— Pode deixar tia Bella.

Fred falou sendo seguido por Bree.

No tempo que levaram para voltar, consegui esvaziar a lavadora, então indiquei para posicionarem os panos próximos ao local que estou na bagunça para que absorvam a água e em meio à tarefa ouvimos a campainha.

— Será que já é o Edward?

Perguntei espantada com a rapidez.

— Eu atendo.

Fred anunciou e foi correndo até a porta.

Graças ao layout em conceito aberto da casa, assim que Fred abriu a porta, vi a figura de Edward parado em frente à mesma, então quando o menino pediu para o adulto entrar, fiquei tranquila sobre a presença do convidado.

— O senhor veio rápido professor.

Bree comentou quando Edward se aproximou da cozinha trazendo um tipo de maleta consigo.

— Fora da escola pode me chamar só de Edward.

A informou sorrindo e minha sobrinha não resistiu em retribuir o sorriso.

Sei bem como é essa sensação...

— Edward, as crianças têm razão, você realmente veio rápido. – Falei.

— Fred disse que você precisava de ajuda e vim o mais rápido que pude, além do que, eu disse que moro perto. – Esclareceu.

— É verdade. Mas não precisava ter vindo, só pedi para te ligar a procura do contato de um encanador. – Informei.

— Nenhum encanador está mais trabalhando essa hora da noite Bella. Aqui é Forks, onde as pessoas encerram seus expedientes cedo, não Nova York. – Falou.

— Você tem razão. Não pensei nisso quando tive a ideia. De todo modo, agradeço por ter vindo.

— Não há de quê. Mas agora vamos tentar resolver as coisas. Você desligou o registro?

— Não. Perguntei as crianças se elas sabem onde fica, mas quando negaram, fiquei de mãos atadas, ou melhor, molhadas. – Brinquei.

— Estou vendo. – Sorriu. – Então deixe-me pensar, pode ser que o registro fique atrás dessa parede pelo lado de fora. – Apontou para a parede da pia. – Mas também na garagem ou em um dos banheiros. Vamos ter que arriscar.

— Estou contando com você. – Indiquei minha situação.

— Está bem. Vou começar a procurar e quando encontrar aviso.

Falou começando a andar pela casa.

Pelo que percebi, ele olhou primeiro nos banheiros e quando não encontrou, deu a volta na casa para procurar o registro ao lado de fora.

E como deduzido anteriormente, o registro estava localizado na parede da cozinha, quando o fechou, vi imediatamente a água parar de escorrer da lavadora e agradeci internamente.

Quando Edward apareceu de volta na cozinha, falei.

— Você conseguiu.

— Não foi tão difícil, a parte difícil vem agora, tentar entender o que houve com a máquina e se podemos consertá-la. – Respondeu.

Assim, finalmente me distanciei da bagunça e deixei Edward tomar a frente. Ele pegou a maleta que trouxe consigo e percebi se tratar de um compartimento de ferramentas, fiquei próxima às crianças observando tudo.

Passado alguns minutos e após ver Edward manusear diferentes ferramentas, ele por fim pareceu dar o trabalho como encerrado.

— Tenho boas e más notícias. – Falou ao ficar de pé.

— Conta a má primeiro. – Bree pediu.

— A má é que não poderão usar a lavadora, ao menos não por enquanto. Eu consegui conter o problema por hora, mas vocês ainda terão que chamar um encanador para fazer o conserto completo.

— E qual a boa notícia? – Foi à vez de Fred perguntar.

— A boa notícia é que a água poderá ser religada.

— Essa sim é uma boa notícia, porque no estado que estou, com certeza precisarei de um novo banho.

Apontei para a calamidade que a situação causou na minha roupa e as crianças riram, acompanhadas de Edward.

— Mas agora chegou a hora de todos colocarem a mão na massa. – Indiquei os pequenos. – Vocês dois, vão pegar alguns baldes e mais panos secos, para agora sim, limparmos a cozinha.

Ele me obedeceram de pronto e ao deixarem o cômodo, falei com Edward.

— Muito obrigada. Não teria conseguido sem você.

— Não tem o que agradecer. Fico feliz em ser útil.

— E eu não sabia que você tinha essas habilidades de encanador. – Brinquei.

— Quando se mora sozinho, precisa saber de tudo um pouco.

— Eu moro sozinha há bastante tempo e até hoje não aprendi a fazer esse tipo de coisa.

— Mas não tenho dúvida que tem muitas outras habilidades que eu não possuo. – Pontuou.

Quando foi que nos aproximamos tanto?

Só percebi o fato quando as crianças voltaram à cozinha e tivemos que nos afastar.

— Aqui está tudo tia Bella.

— Obrigada Bree. Vamos apenas nos despedir do Edward e começar a limpar.

— O que é isso Bella? Está querendo me expulsar?

— O que? Não. Mas você já nos ajudou com a máquina, não posso pedir que ajude a limpar também.

— Você não está pedindo, eu estou oferecendo. – Piscou me deixando sem fala. – Agora mãos a obra crianças, quanto mais cedo começarmos, mais cedo acabamos.

Com seu indicativo, Bree e Fred logo começaram a ajudar e não querendo ficar de fora, passei a trabalhar também.

No fim das contas, com quatro mãos trabalhando, terminamos de limpar a cozinha bem rápido.

— Agora sim posso ir embora.

Edward falou quando voltamos à sala após guardar todos os materiais usados na lavandeira.

— Não vai Edward. Fica para jantar com a gente. – Bree pediu.

— É treinador Cullen. Hoje tem um novo jogo de hóquei. Você pode ficar e assistir comigo. – Fred completou.

— Pode me chamar de Edward também Fred, mas realmente acho que é melhor eu ir. – Tentou novamente.

— Edward, fica. — Pedi. – E Bree tem razão, o mínimo que podemos fazer depois de tudo é lhe convidar para jantar. Ai você assiste ao jogo conosco, depois vai embora.

Ele passou os olhos entre as crianças e eu, e por fim respondeu.

— Tudo bem, aceitarei o convite.

— Eba.

Meus sobrinhos comemoram enquanto sorrimos.

— Tia Bella, podemos pedir pizza?

— Não sei Fred. Já deixei vocês comerem lanche mais cedo.

— Mas tia Bella, a senhora não vai conseguir cozinhar com a pia daquele jeito e não queremos arriscar mais problemas. – Bree refutou tentando me convencer.

— Tudo bem, podemos pedir pizza. – Ouvi um novo coro de comemoração. – Depois me entendo com seus pais sobre esse tipo de estripulia durante a semana...

Com o combinado, pedimos as pizzas e enquanto esperamos, pedi licença a Edward para poder tomar um novo banho, já que fui à única que se prejudicou mais com o acontecimento da lavadora, ele prometeu olhar as crianças na minha ausência e assim deixei os três na sala.

Quando voltei, não demorou muito para as pizzas chegarem, organizamos tudo pela sala e começamos a comer enquanto esperamos o jogo da seleção americana de hóquei iniciar.

As crianças não pararam de conversar com Edward e ao descobrirem que estudamos juntos, nos encheram de perguntas sobre esse tempo, mas para minha sorte, o jogo começou antes que a história chegasse aos nossos tempos de adolescentes, com isso Edward e Fred passaram a se concentrar totalmente na TV, mas Bree e eu não ficamos atrás também, entretidas com o esporte olímpico.

Para alegria de todos, a seleção está na frente no saldo de gols e prestes a iniciar o terceiro e último tempo, deixando os meninos animados e esperançosos com a vitória.

Em meio ao intervalo, meu celular começou a tocar e atendi de pronto quando vi que é minha irmã.

— Oi Alice.

— Oi Bella. Desculpa a demora para ligar.

— Tudo bem. As crianças ainda estão acordadas. Estamos assistindo ao jogo de hóquei.

— Ah, que ótimo. Imagino como Fred está animado.

— Está sim. Ele e Edward estão bem contentes porque a seleção está ganhando.

Acabei falando sem pensar.

— Espera um pouco. Edward está ai com vocês? Edward Cullen?

— Sim Alice. Mas você e Jasper? Onde estão?

Mudei rapidamente de assunto.

— Não vou esquecer isso, ouviu mocinha? Mas terá que ficar para depois, porque estamos a caminho da Pensilvânia.

— Como assim vocês estão a caminho da Pensilvânia Alice? O que houve?

— Ah Bella, desde que saímos do estado de Nova York estamos tentando contato com vários aeroportos, porém eles não têm voos para hoje ou não estão embarcando. Assim continuamos na estrada.

— E pretendem seguir até onde?

— Até o aeroporto de Harrisburg na Pensilvânia. Se não conseguirmos um voo, vamos parar para descansar um pouco e voltar a tentar logo cedo.

— Ai minha irmã, sinto muito por vocês.

— Pois é, mas Jasper e eu estamos tentando levar tudo como uma pequena Road trip não planejada. — Sorri.

— Esse é o espírito e sei que no fim tudo dará certo.

— É o que esperamos, mas com isso, é certeza que não conseguiremos chegar a tempo de você voltar amanhã, pelo menos não cedo.

Assim que ouvi a fala de Alice olhei para Edward e percebi que ele está atento a minha ligação.

— Não tem problema Alice. Sabe que estou de folga até o fim de semana. E também vou adorar passar mais um dia com as crianças.

— Obrigada Bella, por tudo. Mas agora será que posso falar com elas?

— É claro. Beijos e se cuidem, mantenham-me informada.

— Pode deixar. Beijos.

Tirei o celular do ouvido indicando a Bree.

— É a sua mãe ao telefone querendo falar com vocês.

Ela pegou o aparelho já passando a conversar animada com a mãe, enquanto isso, Edward sussurrou.

— O que houve?

Contei em resumo o que está acontecendo e que por isso ficarei ao menos mais um dia em Forks.

— Espero que dê tudo certo a eles.

— É o que espero também.

— Mas como dizem, existem males que vem para bem...

Comentou e o olhei.

— O que quer dizer com isso?

— Que por conta desse atraso, você terá mais um dia com seus sobrinhos e também já que Alice não voltará a tempo de resolver as coisas do baile, ao menos por mais um dia, teremos que continuar organizando tudo juntos. – Pontuou.

— Você tem razão, teremos ao menos mais um dia juntos...

Edward sorriu e o acompanhei.

E agradeci internamente pela oportunidade de aproveitar por mais um dia as maravilhas de Forks...

CONTINUA.