Marinette chegou em casa, depois de ter jantado com seu novo parceiro em uma lanchonete barata, que foi a única que eles encontram aberta ali por perto.

Ela tinha que admitir que Adrien, além de um lutador habilidoso, era simpático e muito inteligente. E ela queria muito confiar nele, mas precisava ir com calma. No trabalho de Marinette, confiança era algo muito valioso e que não podia ser entregue com facilidade.

Apesar disso, Marinette sabia que Adrien não era uma pessoa ruim. Afinal, se fosse, Bridgette com certeza não teria aceitado sua transferência. Muito menos para a divisão Miraculous, que era a mais eficiente e secreta do governo.

Marinette chegou no seu quarto e se despiu, indo direto tomar um banho. Tinha sido um longo dia, e amanhã provavelmente também seria. E todos os dias seriam, até que finalmente conseguissem parar Hawk Moth. O que não era uma tarefa fácil.

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Alya estendeu o saco plástico com um celular dentro para Marinette.

— Eu fiz uma análise completa do celular da Kagami e está limpo. Nenhuma mensagem, ligação ou pista que nos leve a Hawk Moth. Agora é com o Nino.

— Obrigada, Alya. – a mulher apenas assentiu e girou a cadeira na direção de Marinette, que possuía uma expressão de frustração no rosto.

— E aí, como é o seu novo parceiro? – questionou com um sorriso sugestivo.

— Bem, ele é legal. – deu de ombros – Difícil de ler, mas legal.

— Ele é do tipo misterioso então? – Marinette riu – Mais cedo eu vi ele em uma conversa animada com o Nino. Depois até vou perguntar sobre o que eles estavam falando e te conto.

— Eu não disse que queria saber.

—É, mas eu já estou antecipando a vontade que você provavelmente vai ter. – Marinette revirou os olhos. De certa forma, sim, ela estava curiosa. Mas curiosa a nível de investigação, pois queria saber mais sobre o seu parceiro. Só que não falaria isso em voz alta, pois sua melhor amiga certamente entenderia outra coisa.

— Obrigada de novo. – balançou o celular em sua mão e saiu, indo até Nino.

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Adrien adentrou o laboratório que dividia com a sua parceira e colocou um dos cafés que tinha na mão na frente de Marinette.

— Obrigada. – ela sorriu, enquanto ele sentava na mesa à sua frente. – Como soube como gosto do café? – questionou ao ver que era exatamente como ela pedia, café com leite e uma gota de chantilly.

— Perguntei para o seu amigo Nino. – Marinette sabia que isso certamente se tornaria um motivo para ser zoada por Alya, afinal, Nino sempre contava tudo para ela – Espero que não se importe.

— Não, tudo bem. Só fiquei surpresa. – os dois trocaram um sorriso – Falando no Nino, ele está analisando o aparelho de celular da Kagami, que estava com ela ontem à noite. A Alya analisou as mensagens, ligações, aplicativos... Mas o Nino está verificando se não tem algo de errado com o aparelho.

— E a Alya não encontrou nada? – Marinette negou – Nossa! Vai ser bem difícil rastrear esse Hawk Moth. Quero dizer, como ele contata as vítimas?

— Esse é só mais um dos mistérios desse caso. – ela suspirou – As vítimas são completamente aleatórias, sem nenhuma ligação entre si. No caso da Kagami, ela tinha acabado de chegar do Japão. Quais as chances?

— Tem razão. Mais aleatório impossível.

— Isso que eu não entrei nem na parte do “como?”. Como ele obriga as pessoas a fazerem o que ele quer? São pessoas que não fariam isso. Ele... Ele potencializa as melhores habilidades delas. Isso é surreal! É tipo... Tipo magia, sei lá. – a frase de Marinette deixou os dois pensativos – De qualquer maneira, um passo de cada vez. Sei que desvendar o segredo de como Hawk Moth faz o que faz, seria como cortar o mal pela raiz, mas não temos nem por onde começar a investigar isso. – o loiro sorriu, pois mesmo que estivesse divagando, Marinette parecia se sentir mais confortável na sua presença. Ou apenas estava tentando ser legal por conta do café.

— Não foram encontradas nenhuma substância, ou algo anormal nos exames das outras vítimas?

— Nada. – Adrien escorou suas costas na cadeira. – Acho que finalmente entendi porque Bridgette achou que eu precisava de um parceiro. – disse, captando a atenção do loiro – Esse caso... Eu nunca vi nada igual. – Adrien entendia perfeitamente, nunca enfrentou algo parecido também.

— Marinette? – ouviram batidas na porta e logo Nino adentrou o local, segurando o celular de Kagami dentro do saquinho. – Tenho uma boa e uma má notícia. A má é que não tem nada no aparelho que possa ter a ver com Hawk Moth. E a boa notícia é que, na análise da Alya, ela descartou a possibilidade de rastrear o celular pela localização atual, visto que ele estava desconectado da rede. Mas eu descobri que o chip do celular da Kagami é feito com tecnologia rastreável. – entregou o aparelho na mão de Marinette – Eu verifiquei e isso não é coisa do Hawk Moth, e sim, da mãe dela. Porém...

— Se conseguirmos acessar o rastreamento, podemos saber os locais em que ela esteve depois de ser akumatizada e talvez achar alguma pista do Hawk Moth! – Marinette exclamou animada e Adrien sorriu de lado. As coisas estavam começando a ficar interessantes. – Que tecnologia é essa? Eu sequer sabia que existia.

— Bem, não é uma coisa comum e nem comercial. A mãe dela deve ter usado seus recursos para mandar fazer algo assim sob encomenda. – Nino explicou.

— No interrogatório da Sra. Tsurugi, deu pra ver que ela tem tendência a fazer algo do tipo. – Adrien suspirou – Sei bem como é isso.

— É, a parte difícil vai ser convencer a Sra. Tsurugi a nos ceder os dados.

— Sobre isso, eu meio que estou cuidado dessa parte. – Alya apareceu na porta – Daqui a algumas horas eu vou conseguir acessar os aparelhos daquela mulher esquisita. – olhou para o tablet que segurava na mão – Trixx está baixando tudo manualmente, por isso a demora. O firewall dela não é mole.

— Alya, você é a minha heroína! – Marinette fez um toque com a melhor amiga.

— Ei! E o cara que tornou isso possível? – Nino apontou para si, fazendo os três rirem. Alya se aproximou e beijou a bochecha dele.

— Tem razão, Nino. Se não fosse por você, ainda estaríamos andando em círculos. – o homem sorriu satisfeito. — Ah! Mais uma coisa, Rose pediu pra avisar que conseguiram agilizar os exames da Kagami e acabaram de ficar prontos. Os novos aparelhos médicos estão a todo vapor!

— Excelente! – Adrien ficou de pé e pegou seu café – Vou buscar os exames e já volto para darmos uma olhada, ok? – Marinette assentiu com um sorriso, encarando seu parceiro enquanto ele saía. As coisas finalmente pareciam estar dando certo.

— Foi só o Adrien chegar, que nós já avançamos na investigação. – Alya disse com um sorriso sugestivo, chamando a atenção da melhor amiga. Pelo menos ela ainda não tinha usando a história do café para rir da cara de Marinette – Coincidência, ou ele é uma espécie de talismã?