Vicious escrita por ladyenoire


Capítulo 10
Killer


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!!!



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Um silêncio recaiu sobre o cômodo. Marinette e Adrien permaneciam encarando um ao outro com a respiração ofegante.

Marinette tinha sido enganada, o garoto em sua frente era uma farsa. Mas, apesar de tudo isso, ela não estava sozinha. Pela primeira vez, depois de descobrir seu estranho poder, o sentimento de vazio em seu peito – de não poder contar a ninguém, de que era um tipo de monstro –, tinha ido embora.

— O que... O que é você? O que nós somos? – Marinette foi a primeira a falar, fitando as próprias mãos e as do parceiro.

— Sinceramente? Eu não faço ideia. – Adrien se aproximou depois de trancar a porta do laboratório. Não estava nem aí para o que as pessoas pensassem, pois a conversa que teria com Marinette, necessitava do máximo de privacidade possível – Só sei que isso não é natural.

— Magia não existe. – era uma afirmação que a própria Marinette não acreditava completamente.

— Então o que seria? Porque eu passei muitos anos me questionando e procurando respostas, mas não encontrei nada. Não cheguei nem perto. – Marinette olhou para o rosto do parceiro, vendo a agonia dele e que provavelmente também estava estampada em seu rosto também. – E você?

— Nada. Não sei de nada. – ela sentou em uma das poltronas próximas à janela e Adrien fez o mesmo, ficando de frente para sua parceira – Por que mentiu sobre quem era? – o loiro deu de ombros. Já não fazia mais sentido esconder a verdade de Marinette, de alguém que era como ele e poderia o entender.

— Porque eu nunca fui agente do serviço secreto da Inglaterra.

~—————~

As portas abriram com a aproximação de Gabriel e então o empresário passou por elas, exibindo a expressão de indiferença habitual. Quem o visse agora, não imaginaria que o que estava prestes a fazer, ia além da compreensão humana.

—Senhor, acha mesmo que é uma boa ideia? – Nathalie sabia que Gabriel a considerava o suficiente para se importar com a sua opinião. Apesar disso, nunca questionava diretamente o chefe, aquela era uma pergunta mais simbólica do que indagadora.

— Riposte e Miraculer foram as cobaias mais promissoras até agora, mas eram meras garotas. Precisamos de alguém mais forte.

Os dois caminhavam entre um jardim de borboletas brancas, que Gabriel cultivava com todo aparato que a ciência permitia. Para Nathalie, foi um choque muito grande a primeira vez que viu o cômodo, pois foi naquele momento que percebeu do que seu chefe era capaz. E também, que era um homem brilhante.

— Certo. Devo me retirar agora, ou senhor ainda precisa de mim? – novamente uma pergunta simbólica. Gabriel nunca deixava que ela o visse usando seu poder. E Nathalie morria de curiosidade para ver, mas jamais desobedeceria a uma ordem.

— Pode se retirar. Preciso que prepare a sala de reuniões. – disse, de costas para ela – Depois que eu terminar aqui, tenho assuntos importantes da empresa para tratar.

A maneira como ele fazia pouco caso das suas vítimas podia até ser aterrorizante, mas Nathalie não se assustava fácil. E a admiração que tinha pelo cientista brilhante que Gabriel Agreste era, superava a barreira do medo e da incerteza.

— Como quiser, senhor. – ela se retirou da sala, mas antes de passar pela porta, deu uma última olhada para Gabriel.

O homem estendeu a mão e uma borboleta branca pouso nela. Gabriel até parecia uma pintura daquele ângulo. O rosto determinado, a postura rígida e a frágil borboleta em sua mão.

Gabriel era uma das maiores mentes vivas. E Nathalie sentia orgulho de trabalhar para ele.

~—————~

— Então quem é você? Por que está aqui? – sua vontade era ter usado um tom mais acusatório, mas não tinha mais forças para isso.

A verdade é que Marinette deveria grita com ele, pedir ajuda, chamar reforços ou fazer qualquer coisa para desmascarar a sua farsa. Só que o fato de saber que Adrien era, de alguma forma, parecido com ela, a deixava incapacitada.

— Sou Adrien Agreste, como falei.

— Seu pai é Gabriel Agreste? Das Indústrias Agreste? – o loiro assentiu.

— E é exatamente por isso que tive que omitir meu sobrenome. Graham de Vanily era o sobrenome da minha mãe quando era solteira. Ela realmente serviu ao serviço secreto inglês. – e usando os recursos da família Agreste, com o sobrenome forte de sua mãe, foi assim que ele conseguiu forjar os registros. Não foi uma tarefa fácil demorou anos para que tudo ficasse perfeito ao ponto de ninguém desconfiar. Bem, ninguém exceto Marinette.

— Você achou mesmo que eu não ia pesquisar sobre a sua vida? A propósito, como conseguiu passar por Bridgette?

— É uma longa história que envolve uma papelada e muitos crimes internacionais. – ele riu sem humor – Eu sinto muito por ter te enganado. Mas acho que você, mais do que ninguém, sabe que é preciso conhecer de verdade alguém antes de confiar um segredo desses. – sim, ela sabia. Só que era diferente.

— Acontece que o seu segredo, é crime.

— Sim, isso é verdade. – Adrien atirou-se na poltrona depois de dar um suspiro pesado. Precisava que Marinette entendesse os seus motivos, senão tudo iria por água abaixo. Além disso, queria que ela confiasse nele de verdade, porque pela primeira vez em anos, tinha encontrado alguém como ele. – Eu fiz tudo isso, cometi esses crimes, enganei pessoas e menti, porque queria ver Hawk Moth pagar pelos seus crimes.

A expressão no rosto dele se tornou sombria e Marinette percebeu que Adrien praticamente tinha apostado todas as fichas para estar nesse caso. De alguma maneira, o assunto era pessoal para ele.

Porque, apesar das mentiras, ela sabia que os momentos que passaram juntos foram verdadeiros. Adrien era um bom parceiro, uma pessoa determinada e que tinha um bom coração. Para alguém como ele, se meter nisso da maneira como fez, só podia ter um motivo pessoal.

A mão da garota pousou sobre a mão de Adrien, que fez menção de se afastar por puro reflexo. No entanto, ela a segurou antes que se afastasse.

Adrien tinha aprendido a conter seu poder de destruição ao longo dos anos, mas ele sabia que quando ficava nervoso, principalmente quando estava com as mãos expostas como agora, era impossível controlar. Só que, para sua surpresa, não aconteceu nada.

O loiro ficou alguns segundos encarando as mãos juntas. Algo naquele gesto o fez sentir como se pudesse soltar a respiração que prendia por anos.  Como se pela primeira vez, experimentasse como era respirar ar puro.

— O que ele fez? – Adrien olhou para o rosto da parceira. Esperava que Marinette dissesse que não tinha como justificar suas atitudes, não importava os seus argumentos. Ao invés disso, ela fez a pergunta que tinha ficado nas entrelinhas. E aquilo tinha tirado outro peso do seu corpo.

— Hawk Moth matou a minha mãe.


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Notas finais do capítulo

UOOUUU POR ESSA NÃO ESPERAVAM NÉ????

Sim gente, eu sei que demorei hehe. Mas recentemente eu voltei a escrever e agora os processos de escrita demoram um pouco mais. Por questão de tempo e de perfeccionismo mesmo. Eu gosto de entregar algo que sei que é no mínimo bom.

De qualquer modo, eu estou escrevendo a continuação de Sweet Love (inclusive, dei alguns detalhes no meu Instagram de fanfics) e no momento estou revisando para começar a postar em breve. Enquanto isso, resolvi dar continuidade a Vicious, que eu não vou abandonar, embora os updates demorem um pouco.

Enfim, espero que tenham gostado ♥



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