Heróis de Boreatia: a Perfídia de Macker escrita por Goldfield


Capítulo 5
BOREATIA - Ordens e Organizações




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BOREATIA – Ordens e Organizações:

 

Desde o início dos tempos, os mortais têm se organizado em diversos grupos e ordens, de caráter religioso, militar ou simplesmente integrando interesses comuns, para alcançarem seus objetivos. Segue a descrição do que é publicamente conhecido sobre alguns desses grupos.

 

ORDEM DE GARTUR: Estabelecida pelos seguidores do profeta Gartur, um dos fundamentadores da chamada “Religião Comum” (o culto aos deuses dos Panteões Benigno e Neutro), no ano 5869 ACD, a Ordem de Gartur existe para preservar o culto aos deuses e agregar pessoas dispostas a abrirem mão de suas vidas para servi-los diretamente. A Ordem é responsável pelo estabelecimento da maior parte dos templos pelo mundo antes do Crepúsculo dos Deuses, e por ter organizado e formalizado os rituais e símbolos de cada divindade. Seus padrões e preceitos foram adotados por milênios em todo mundo e ainda o são.

De tempos em tempos, os sacerdotes da Ordem viajam por Boreatia num ímpeto missionário, pregando os deuses em locais em que a mensagem que eles trazem precise ser ouvida. Em muitas guerras, seus membros adotaram postura pacifista e, através de pregações religiosas, conseguiram conciliar os lados em conflito. Muitos dos tratados de paz já assinados em Boreatia tiveram seus termos mediados pela Ordem de Gartur.

Quando a chamada Liga do Norte adotou o culto monoteísta a Swordanimus e passou a impô-lo pelo mundo, a Ordem foi sua principal adversária. Tentaram dissuadi-la em polêmicas religiosas e debates públicos, sem sucesso. Os governantes da Liga, fazendo uso de seu poder militar, passaram então a perseguir e exterminar os sacerdotes da Ordem. Muitos pereceram na prisão da Ilha de Atklum (285 ACD), e o ataque final à Ilha de Rentis (10 ACD), onde a Ordem por muito tempo manteve seu principal santuário, praticamente dizimou todos os seus membros. Pouquíssimos sobreviveram, partindo para o exílio e só retornando à vida pública após o Crepúsculo dos Deuses. Agora, os sacerdotes de Gartur procuram aos poucos reorganizar sua instituição e continuarem pregando a Religião Comum.

A Ordem é liderada por um Grão-Mestre, que representa o próprio Gartur como propagador da “boa nova”, devendo coordenar o trabalho de todos os seus seguidores. O cargo de Grão-Mestre é vitalício e ocupado mediante votação dos sacerdotes mais proeminentes. Quase todas as ordens religiosas do mundo, dedicadas aos diversos deuses e sendo masculinas ou femininas (como a Ordem dos Vassalos de Northar ou as Sacerdotisas de Wella, respectivamente, por exemplo), estão subordinadas à Ordem de Gartur e a ela respondem em última instância. Em cada santuário das Sacerdotisas de Wella, por exemplo, existe uma sacerdotisa-mor que é integrante direta da Ordem de Gartur e cuida para que suas clérigas subordinadas sigam todos os ritos de acordo com o que for estabelecido pelo Grão-Mestre.

Com a destruição do santuário da Ilha de Rentis, a Ordem de Gartur atualmente angaria fundos, via doações, para a construção de uma nova sede nas Ilhas Médias.

 

CAVALEIROS DA LUZ: Compõem o braço militar da Ordem de Gartur. Tal ordem de cavaleiros foi estabelecida em 734 ACD com o objetivo de combater militarmente as medidas heréticas empreendidas pela Liga do Norte. Também visavam compor oposição direta à Ordem da Espada Longa, a elite de cavaleiros da Liga do Norte e principal instrumento de repressão aos seguidores da Religião Comum.

A maioria dos combatentes dos Cavaleiros da Luz foi recrutada inicialmente entre os sacerdotes da Ordem dos Vassalos de Northar, e por esse motivo, até hoje, o voto a Northar e a total fidelidade a ele ainda são pré-requisitos para o ingresso na Ordem. Tendo como emblema a Espada de Northar (uma espada com a lâmina voltada para cima, em oposição ao símbolo de Swordanimus e da Ordem da Espada Longa, uma espada com a lâmina para baixo), os Cavaleiros da Luz contam com um treinamento árduo e devem viver uma vida completamente austera, sendo impedidos de se casar e se comprometendo com a prática de boas ações e lisura ética e espiritual por todas as suas vidas. Como se diz popularmente, “é difícil se tornar um Cavaleiro da Luz, mas deixar de sê-lo é extremamente fácil”, devido à dificuldade que os membros da Ordem muitas vezes encontram em cumprir suas regras.

Nos últimos séculos antes do Crepúsculo dos Deuses, os Cavaleiros da Luz combateram os exércitos da Liga do Norte diversas vezes, obtendo, porém, poucas vitórias. Perseguidos assim como os sacerdotes de Gartur, também batalharam bravamente no cerco à Ilha de Rentis (10 ACD), quando foram igualmente massacrados devido à inferioridade numérica. Pouquíssimos sobreviveram à queda da Liga do Norte e ao Crepúsculo dos Deuses, sendo que, atualmente, os poucos cavaleiros ainda vivos retornam à vida pública e recrutam novos membros entre a juventude. Somente representantes das três raças primordiais (humanos, elfos e anões) são aceitos para treinamento.

Também contam com um Grão-Mestre vitalício, selecionado geralmente de acordo com sua bravura, diplomacia e habilidade em combate, além, é claro, de sua integridade pessoal. Após o Crepúsculo dos Deuses, os cavaleiros organizam-se em quartéis pelo mundo, geralmente situados nas grandes cidades e capitais. Mas, devido ao extermínio, ainda são poucos.

 

ORDEM DO UNICÓRNIO: Estabelecida em 4000 ACD, sob os auspícios do próprio deus Mager, em Etressia, a Ordem do Unicórnio agrega os praticantes de magia que buscam utilizá-la sempre para propósitos, em sua concepção, benignos. Identificados como Magos Brancos devido à cor dos mantos que costumam trajar, seus membros desde o início se comprometeram a converter toda a magia utilizada no mundo para fins que estejam de acordo com os preceitos representados pelo Panteão Benigno. Não são, porém, necessariamente religiosos. Revestem-se apenas de uma postura benfeitora que guia praticamente todos os seus atos.

Pouco se sabe publicamente sobre a Ordem. Sabe-se apenas que já empreenderam duas guerras contra seus opositores, os denominados Magos Negros, e que os Magos Brancos frequentemente apóiam publicamente reis e governantes que estejam de acordo com seus ideais. Existem testes rigorosos para o ingresso de novos membros e os refúgios da Ordem têm sua localização quase sempre conhecida, ao contrário dos bem-escondidos redutos dos Magos Negros.

A razão de adotarem o unicórnio como símbolo é desconhecida publicamente.

 

ORDEM DO CORVO: Surgidos em Barbety em 3000 ACD, os Magos Negros, assim identificados devido a seus mantos, são popularmente tratados como vis e malignos. Os membros da Ordem, no entanto, defendem-se com o argumento de que desejam apenas praticar a magia em sua plenitude, sem quaisquer restrições, ao contrário dos Magos Brancos, que se auto-limitam aos preceitos éticos que acreditam caracterizarem o bem. Os Magos Negros são movidos apenas por sua paixão pela magia, e não desejam impor à sua prática restrições criadas por criaturas mortais. Para eles, “bem” e “mal” são somente pontos de vista muitas vezes semelhantes.

Muito misteriosos, pouco se sabe a respeito de seus membros. Freqüentemente são vistos perambulando pelas cidades e campos, cuidando de seus próprios assuntos, e poucos ousam se intrometer. Seus esconderijos são desconhecidos, assim como os motivos que os levam a interferir em diferentes situações. Mas, ironicamente, o significado do corvo como símbolo da Ordem é bastante conhecido: ele remete aos primeiros tempos do culto a Swordanimus, quando este era identificado como deus da boa sorte. Para os Magos Negros, cada mortal deve construir sua própria fortuna, seu próprio destino. Assim como um corvo que voa livre e desimpedido pelos céus.

 

ORDEM DA LEBRE: Fundada em Barbety pelo bandido Rievar Belostri em 1343 ACD, a Ordem da Lebre constitui uma das primeiras tentativas históricas conhecidas de se agremiar praticantes de atividades escusas e ilícitas. Primeiramente se tratava de um grupo de gatunos que roubavam o que queriam e depois se auto-acobertavam, cada membro cobrindo a retaguarda do outro. Todos ágeis como uma lebre, animal que logo se tornou símbolo do grupo. Com o tempo, o grupo se organizou, tornando-se uma sociedade e, mais tarde, uma ordem. Expandiu seus negócios, realizando contrabando, pirataria e outras atividades ilegais. Nos primeiros séculos após seu surgimento, já possuía membros e esconderijos em todos os continentes habitados. Ainda hoje, representa uma mão invisível que controla boa parte de Boreatia, até governantes estando presos a seus esquemas.

Não existe hierarquia definida dentro da Ordem, ao menos conhecida. Sabe-se apenas que alguns membros recebem maiores encargos e representam mais os interesses do grupo do que outros. No geral, compõem uma sociedade unida e capaz de tudo para garantir seus próprios benefícios.

 

SOCIEDADE DOS COLIBRIS: Outro grupo organizado de ladinos, estabelecido nas Ilhas Kartan em 1316 ACD. O fundador foi, segundo a tradição, o contrabandista Bruman, que desejava montar uma agremiação que fizesse frente à então todo-poderosa Ordem da Lebre. Agrupando diversos gatunos e golpistas, tão sorrateiros e rápidos quanto colibris, logo a Sociedade possuía seus próprios negócios ilícitos – principalmente jogo e prostituição – e uma rede em expansão por todo o mundo, favorecida pelo comércio marítimo baseado em Kartan.

Existe certa controvérsia no tocante às atividades mais recentes da Sociedade, pois ela teria apoiado muitas ações repressoras e cruéis da Liga do Norte. Após o Crepúsculo dos Deuses, especula-se que seus membros sejam os principais responsáveis pelas atividades ilegais na Behatar em reconstrução, posando como benfeitores que desejam auxiliar a recuperação do continente.


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