A New Smile - A Nova Visão de uma História Antiga escrita por Jay Frances


Capítulo 7
Mind and Body


Notas iniciais do capítulo

Eu acho engraçado que enquanto a maioria das garotas da minha idade suspiravam pelos garotos da disney na época que eu publiquei a primeira versão dessa fanfic, e eu? Bom, eu suspirava pela Jessica Jones



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Pov. Kara:

              –Esse soro vai ampliar suas habilidades, ele é mais forte então você talvez vá sentir um impacto maior que os comprimidos. - Expliquei aplicando o soro em sua veia basílica mediana, a principal de seu braço, faziam alguns dias que havíamos começado a treinar sua resistência mental e Jessica estava cada vez melhor nisso, tanto que já não conseguia afetá-la com meus comandos. - Por quê mesmo estamos fazendo isso? - Perguntou me olhando seriamente enquanto colocava os pequenos eletrodos em suas têmporas, eu sabia que era maçante pra ela, era doloroso, e era inevitavelmente cansativo para mim usar das minhas habilidades por tanto tempo, mas era necessário.

              –Eu não sou a única telepata que existe, Jessica - Falei, me segurando para não chamá-la de mãe como às vezes fazia e ela me corrigia com o olhar. - E se alguém descobrir algo sobre você, estará totalmente vulnerável - Conclui, ocultando o fato de que era a minha maneira de conseguir protegê-la, afinal, Kilgrave podia não ter sido um bom pai, mas ele ainda era meu pai e eu o perdi, não quero que isso se repita com Jessica. - Agora, está pronta? - Ela assentiu em resposta, respirei fundo antes de me concentrar, a olhando, vasculhando suas memórias por um instante antes de criar a ilusão necessária. - Me desculpa. - Foi o que deixou meus lábios.

             Para mim tudo continuava completamente normal, mas para Jessica, a imagem viva de meu pai estava a sua frente, falando com ela normalmente, recriando uma de suas piores memórias, o momento antes do primeiro abuso. Era necessário que ela sentisse essa raiva, pois era o que a obrigava a resistir, já havia entendido isso das outras vezes que tínhamos treinado. Por um dos computadores, eu acompanhei quando suas sinapses cerebrais aceleraram, sua cabeça trabalhando para resistir a ilusão, ela sabia que era uma, mas nem por isso ficava mais fácil, eu sabia, podia ouvir cada um de seus pensamentos. Não conseguindo mais aguentar o quanto seus pensamentos eram dolorosos, me aproximei arrancando os eletrodos de seu rosto, eu só não havia sido rápida suficiente em livrá-la da ilusão.

               No momento em que minhas mãos tocaram seu rosto, eu a senti socar meu rosto, me jogando contra a parede do outro lado do laboratório, por pouco não batendo minha cabeça na mesma, comprimi meus lábios, suprimindo um gemido de dor que deixaria-os, mas foi o suficiente para que eu fraquejasse na ilusão e Jessica visse o que havia feito, vindo até mim com preocupação, mas tudo que eu conseguia fazer era rir, sentindo um leve gosto de sangue em minha boca, do lado contrário de onde estava o corte que havia feito apenas alguns dias antes.

                –Me lembre de acolchoar as paredes - Pedi ainda rindo enquanto ela me ajudava a levantar com cuidado ainda que revirasse os olhos, minhas costas doíam pra cacete devido ao impacto. - Acho que deveríamos parar com os treinamentos por um tempo - Sugeriu, assenti em concordância. - Eu acho que preciso aprender alguns movimentos de defesa. - Resmunguei, lhe causando um sorriso enquanto subíamos as escadas de volta para a sala, eu precisava de um saco de gelo e me deitar pelo menos por aquela tarde.

               –Eu sei exatamente quem poderia te ensinar - Foi tudo o que me disse, antes de sumir para a cozinha para encontrar algo para colocar em meu rosto agora machucado.

†‡†

            No dia seguinte, estamos no apartamento de Trish enquanto ela me olha um tanto preocupada pelo roxo em minha bochecha direita e surpresa pelo sorriso divertido em meus lábios apesar do corte no mesmo. - Você quer realmente que eu te ensine Krav Maga? - Perguntou como se para ter certeza de que eu não havia enlouquecido de vez com um pedido desses, então ela se virou para Jessica, que tomava um gole do garrafa de cerveja que havia roubado da geladeira. - E você concordou com isso?

             A morena sorriu para ela. - Você é basicamente uma ninja e ela precisa aprender, por quê não? - Concluiu, causando um suspiro da parte da loira, que se questionava qual de nós duas era pior. - Eu não sou fraca quanto pareço, Walker - Afirmei, nunca havia realmente testado minha força e sabia que nem de longe era uma Jessica Jones, mas havia me garantido bem na briga de bar dias antes, só precisava lapidar essas habilidades. Com um suspiro, Trish assentiu. - Tudo bem, eu acho que posso te ensinar algumas coisas.

Pov. Trish:

              Ensinar Charlie não era tão desafiador quanto tentar entendê-la, ela parecia conhecer seu próprio corpo e seus próprios limites, diferente de Jessica. E apesar de nunca ter feito nada daquilo, ela era ágil e aprendia rápido, tanto que facilmente havia me derrubado depois de algumas horas. Em dois dias de treinamento ela já havia aprendido bastante, mas como todo adolescente e sendo filha de quem era, ela era um tanto presunçosa quando conseguia me derrubar com facilidade.

                   Eram nesses momentos em que eu fazia questão de derrubá-la com um único golpe e mostrar que não seria sempre tão fácil assim, e ela logo se recompunha e levantava para continuar, mas não havia feito naquela última vez, eu havia ensinado a ela um novo golpe, que como os outros ela havia aprendido rapidamente e tirado uma com uma cara, me levantei e com o mesmo golpe a derrubei, mas como uma trapaceira, ela me puxou junto, me fazendo cair ao seu lado, o que lhe despertou uma risada alta, uma gargalhada totalmente desinibida, quase como a de um bebê, e como uma, era contagiante. Quando percebi, a acompanhava nas risadas, totalmente ofegante e cansada.

               Ali, por um momento entendi Kara, porque eu vi um pouco de mim nela. Uma criança que não havia se permitido ser apenas isso. Pelo que Jess tinha me contado, no momento em que ela completou seis anos, Kilgrave a internou em um colégio interno e negligenciou a filha até a descoberta de seus poderes, os quais ajudou a aprender a usar antes de mandá-la de volta para a escola, antes de se irritar com a vinda do pai para a América aos doze e graças a sua telepatia aprender o que era necessário e obrigar o diretor a escrever uma recomendação para Cambridge, onde estudou por dois anos apenas. Tudo que ela havia feito tinha sido pra agradar Kilgrave enquanto ele se beneficiava do que as habilidades dela podiam fazer, reconhecia aquilo, bem até demais.

                 –Vou precisar de alguns dias para me recuperar - Admitiu quando parou de rir, apenas assenti, o natal se aproximava e seria bom termos um descanso durante esse período, ainda mais depois de descobrirmos que seu aniversário era no último dia do ano. - Eu também - E com isso, como duas crianças, voltamos a rir.

†‡†

Pov. Jessica:

                    A ideia de esperar no apartamento de Trish enquanto as duas treinavam naquele que costumava ser meu quarto era estranha, mas me deixava um tanto mais confortável. Apesar de não ter tido mais nenhum surto de raiva perigoso, Kara agia como eu, por instinto e com raiva quando estava com dor e ela não tinha a mesma resistência que eu, mas foi ver as duas saindo do quarto rindo feito idiotas mesmo com os hematomas em seus corpos que me deixou um pouco menos preocupada, eu me sentia uma idiota por isso, ambas sabiam se cuidar.

           Mas a quem eu queria enganar, Trish sempre havia sido importante pra mim, crescemos juntas, como irmãs e ela estava ali quando precisei, quando me livrei de Kilgrave, quando ele voltou, e Kara, surpreendentemente a filha da pessoa que eu mais odiava nesse mundo, estava começando a ganhar um lugar em meu peito, um que só havia permitido a quem realmente merecia.


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Notas finais do capítulo

Meus gostos na época deviam ter despertado as suspeitas, mas nunca fizeram, estranho não?
Beijos, JF.



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