The Revolution escrita por lipemorais


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Peço mil perdões por só estar postando agora, mas acabei tendo alguns problemas e minha saúde mental, ou a falta dela, também não ajudou
Mas aqui está e espero que gostem :)



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CHANYEOL

 

Droga, droga, droga, droga, o que foi que eu fiz? Mal havia acabado de apagar minha fênix, e já a ascendo novamente, pronto para conflito, Kai vai para trás de mim, mas fica um pouco de lado para poder ver o que está acontecendo e o que está sendo revelado, a nuvem de poeira cresce e quase me cega e ouço Kai tossindo atrás de mim, o som de pedra sendo arrastada é alto e então para de repente, meu coração bate acelerado esperando alguma coisa, algum ruído, algum cheiro, alguma coisa que indique perigo, mas nada acontece.

A nuvem de poeira vai perdendo corpo até que some totalmente e eu e Kai estamos parados esperando alguma coisa, algum ataque, alguma ação, mas nada acontece.

Estamos olhando para um buraco na parede do labirinto, sem luz alguma. Enquanto a luz aqui é fraca, ela ainda existe, o que não é o caso dentro desse buraco.

— Está vendo algo? – Kai pergunta atrás de mim.

— Nada. – Respondo diminuindo minha fênix a uma capa de fogo ao meu redor.

— Eu não ouço nada também. – Kai comenta ao ficar ao meu lado – Se tiver alguma coisa aí, está nos esperando fazer o primeiro movimento. – Ele tenta perceber alguma coisa no buraco, se abaixa para ver se algo está no chão, mas não parece ver nada.

— Eu vou jogar uma chama lá dentro. – Digo já ascendendo minha mão.

— Espera! – Kai quase dá um pulo ao ficar de pé e quase segura meu braço, mas se detêm ao ver que estou envolto em fogo – Joga uma pequena e deixa ela flutuando, só para iluminar lá dentro, nada mais. Ok?

— Tudo bem. – Ele parece estranhamente muito relaxado quando concordo com sua sugestão.

Eu produzo uma pequena bola de fogo e a deixo flutuar alguns centímetros a minha frente que logo se tornam metros até que ela está dentro do buraco na parede, mas é muito pequena para conseguir iluminar alguma coisa. Aponto com a mão esquerda para ela e giro os dedos no sentido horário e ela começa a aumentar gradativamente junto com o movimento da minha mão.

Logo, sombras começam a se formar e percebo que o buraco na parede revelou uma sala quadrada, não muito grande, escura e com teto baixo, consigo até mesmo ver a parede mais distante de mim.

— O que diabos é isso? – Kai exaspera cobrindo a boca com as mãos.

Expando a chama mais um pouco e começo a movê-la para os lados e tenho dimensão do tamanho da sala, o buraco na parede é um quadrado perfeito por onde eu e Kai podemos passar lado a lado com espaço de sobra e serve de porta para o quarto, mas o que há dentro dele ainda me intriga.

Resolvo dividir a chama em várias chamas menores e as espalho pelo quarto de modo que providenciam uma boa iluminação dentro dele, porém ainda continuo sem entender o que vejo.

— Acha seguro entrar? – Embora tenha perguntado para Kai, não tiro o olho do quarto que se abriu a nossa frente.

— Eu vou me teleportar por um segundo e depois volto, - ele responde esfregando as mãos nas calças parecendo secar o suor delas – se tiver alguma armadilha eu consigo pular fora bem rápido.

— Boa ideia.

Ele some no meio do ar com um barulho surdo, estou olhando diretamente para frente quando ele aparece dentro do quarto e uma luz branca muito forte se ascende lá dentro, ele reaparece ao meu lado no mesmo lugar antes mesmo de eu ter aumentado o fogo ao meu redor.

Ele está em guarda, fico na sua frente e espero o impacto de qualquer coisa que seja que possa vir, porém novamente, nada acontece, o quarto foi aceso e nada mais aconteceu. De dentro dele, jorra luz branca e pura iluminando o corredor do labirinto em que estamos e depois de alguns segundos, ele apaga novamente.

— Só eu me borrei um pouco? – Ouço Kai sussurrar atrás de mim.

— Não foi só um pouco. – Minhas mãos estão tremendo e eu odeio como esse novo labirinto me assusta e me deixa apreensivo. – Acha que é seguro entrar?

— Ainda não. Eu vou repetir o que eu fiz agora. Vou entrar e sair de novo. – Ele se demora um pouco para concluir seu pensamento. – Vou demorar um pouco lá dentro...depois eu saio novamente.

— O que? Não... – Quando me viro, ele já sumiu e ouço um baque surdo novamente e ele já está dentro do quarto, as luzes não demoram para ascender novamente jorrando para fora. – Sai logo daí, Kai! - O chamo, mas ele não me obedece, ao invés disso, começa a olhar em volta tentando descobrir o que é aquele quarto. – Sai logo daí! – O chamo mais uma vez.

— Chanyeol...você precisa ver isso. Agora. – Ele está de costas para mim e olhando para a parede mais distante, ele não hesita e vai em direção a ela se distanciando.

Sentindo meu coração martelar dentro do meu peito eu adentro a sala e percebo que ela tem um formato um pouco maior que o buraco que serve de porta para ela, as paredes são de um metal polido e reluzente, o teto baixo é branco e a luz sai de buracos nele, mas é o que tem nas paredes que chama atenção não só de Kai, como a minha também.

Por todas elas do teto ao chão, com exceção da que está de frente ao buraco pelo qual entrei, existem retratos de garotos e embaixo deles, palavras escritas.

— O que acha que podem ser essas imagens, Chanyeol? – Kai pergunta e percebo uma nota de desespero em sua voz.

— E porque elas estão aqui, escondidas no meio do labirinto. – Me aproximo da parede a minha esquerda, Kai está na outra. – Quem são esses garotos?

— Não faço ideia, - Kai responde do outro lado – Não vê nenhum rosto familiar?

— Vou procurar. – Respondo olhando em volta, porém nenhum rosto me chama atenção. Ao me aproximar de cada uma, as molduras em volta das fotos se elevam da parede aproximando a foto para que facilite sua visualização e leitura do que está embaixo, quase como se percebesse a presença de alguém perto delas. O que me intriga é o que está escrito embaixo de cada uma delas.

Paro para ler de um garoto em especial.

Individuo: 8372095-2

Nome: Lee Minho

Tipo Sanguíneo: A

Idade: 21 anos

Natureza: 5

Status: Morto em consequência de veneno de criatura.

A foto é de um rapaz de cabelos castanho cor de chocolate, olhos apertados, castanho escuro, pele levemente tom de caramelo claro de rosto um pouco quadrado.

Minha cabeça começa a girar tentando entender o que acabei de ler, mas não faço ideia do que acabei de ler, indivíduo, natureza, status...morto. Deve ser um dos garotos que vieram antes de mim.

— Chanyeol, você parou para ler o que está escrito embaixo das fotos? – Kai pergunta e pelo seu tom de voz, pelo nojo imputado, acredito que ele também tenha parado para ler – O que é essa natureza e porque cada um tem um número?

— Não faço ideia. Seriam nossos poderes, talvez? – Respondo sem retirar a atenção da parede.

No momento em que termino de falar, bato o olho em uma que me chama atenção e me aproximo dela depressa.

Pele morena, cabelo preto na testa em franja jogado na testa, olhos amendoados, antes que eu perceba seu nome – Kai... – escapa da minha boca – Kai, é você aqui.

Kai se aproxima de mim e procura por sua foto na parede.

Individuo: 9804367-6

Nome: Kai

Tipo Sanguíneo: A

Idade: 19 anos

Natureza: 5

Status: Vivo

— Porque sabem meu tipo sanguíneo? – É só o que Kai consegue falar. – Eu sou um número? – Agora ele assume um tom de raiva em sua voz.

— Acho que a natureza é algo relacionado aos nossos poderes, - comento apontando para a foto de Lee Minho, que eu nem mesmo cheguei a conhecer – esse Lee Minho tinha a mesma natureza que você. – Indico o número 5.

— Eles me vêm como um mísero número? – Kai pergunta de novo e está começando a ficar irritado – Como eles se atrevem a me tratar como apenas um número, todos nós? – Ele abre os braços apontando as fotos com raiva – Você já entendeu, não é, Chany? Todos esses rapazes, todas essas fotos, são todos que estão e estiveram aqui dentro.

Eu olho de relance para a parede mais uma vez sentindo meu coração apertado ao pensar que todos aqueles garotos passaram por aqui e estão mortos. Passo os olhos por ela de relance e uma segunda imagem me chama atenção.

Cabelo preto, porém, grande e jogado cobrindo a testa toda e caindo nos olhos, lábios carnudos em uma boca grande e uma expressão de medo que eu conheci muito bem.

 - Quem é? – Kai se coloca ao meu lado. Ele parece congelar no lugar. – Taemin... – O nome se demora em sua boca e fica pendurado nela por alguns segundos.

Individuo: 64504750-1

Nome: Lee Taemin

Tipo Sanguíneo: B

Idade: 20 anos

Natureza: 4

Status: Morto em consequência de veneno de criatura.

— Ele foi assassinado isso sim! – Kai chega a cuspir quando grita e estapeia a foto do amigo.

Eles eram muito amigos, talvez a pessoa da qual Kai mais se aproximou dentro do labirinto e ele nunca se perdoou por não ter conseguido ajudar a salvar sua vida.

Taemin sempre teve muito medo de sair para o labirinto e por isso nunca desenvolveu bem seus poderes de terra igual Kyungsoo, então quando saiu, não conseguiu lutar bem e Kai não conseguiu protegê-lo. Ele já estava aqui há bastante tempo, já estava aqui quando Kai chegou e quando eu cheguei também, mas havia saído poucas vezes.

Foi Kai que o incentivou e encorajou a sair naquele dia.

— Como se atrevem a nos tratar igual animais desse jeito? Se referindo a nós como números! Malditos! – Kai estapeou e socou a parede com a foto de Taemin.

— Para com isso, você vai machucar sua mão! – O puxo pelo ombro para longe da parede com as fotos – Não vai adiantar ficar brigando aqui, vai? O que temos de fazer é achar um jeito de sair daqui.

Kai não me responde, apenas anda de um lado para o outro com as mãos na cintura e respirando com raiva. – Tenta achar alguma coisa útil aqui dentro, as fotos dos outros, ou sei lá, alguma coisa.

— E como isso pode ser útil?

— Eu não sei, ok? Só, sei lá, procura alguma coisa.

Continuo olhando e procurando as fotos e acho a minha e a de Sehun, porém nada de fato útil, então vou para o lado de Kai e percebo que ele está muito concentrado em uma foto. – Quem é esse?

— Eu também queria saber. – Olho para a imagem que ele está encarando.

Outro rapaz de pele levemente tom de caramelo, olhos muito apertados, quase fechados, castanho escuro, lábio inferior mais grosso que o superior, bochechas cheias e altas e cabelo cinza partido na esquerda e fios jogados pela testa.

Individuo: 28541237-4

Nome: Kim Namjoon

Tipo Sanguíneo: A

Idade: 18 anos

Natureza: 11

Status: Morto em combate com individuo 31097612-5, nome: Suho.

Suho matou esse garoto?

KAI

 

A reação de Chanyeol é exatamente como eu pensei que seria, assim como eu, ele ficou chocado com o fato de Suho ter matado o tal Namjoon. Parece ser mentira pensar que ele poderia fazer algo assim, logo ele que presa tanto pela união da equipe.

— Deve haver alguma explicação. – Chanyeol se apressa a tentar justificar. – Tem que ter.

— Mesmo que tenha...é demais, não acha? – Pergunto ainda incrédulo. – Além de hipocrisia da parte dele, se você parar para pensar que ele sempre está falando que nossa força está na equipe e em estarmos juntos. Seria por isso que ele se preocupa tanto com nós? Por remorso?

— Já chega, Kai! – Chanyeol se irrita, para minha surpresa – Eu confio no Suho e você também deveria, ele sempre tomou conta de nós.

— Agora eu entendo o porquê do Taemin parecer ter tanto medo dele. – Continuo com minhas indagações – Isso poderia explicar, ele matou um de nós.

— Dai-me paciência, - Chanyeol faz um ruído de exasperação – Taemin tinha medo de todo mundo que não se chamasse Kai e você sabe muito bem disso. Tanto que não treinava por medo do que podia fazer. Usá-lo como comparativo é um argumento vazio e você sabe muito bem disso. Taemin estava aqui antes de todos nós, você nem sabe se ele conheceu esse Namjoon.

— Ainda assim não explica ou justifica ele ter matado outra pessoa, Chanyeol. Não com essa baboseira dele de se importar e preocupar com nós todos aqui dentro. – Eu suspiro longa e ruidosamente – Porém, eu tenho que admitir...ele se preocupa muito com todo mundo...seja por remorso ou não...

— Se ele fez isso, ele deve ter um bom motivo... – Chanyeol parece tentar convencer a si mesmo, mais do que a mim. – Vamos deixar isso para lá.

— Não. – Eu respondo imediatamente – Se ele nos lidera, se escolheram ele para nos liderar, antes mesmo de eu chegar aqui, quero saber o que aconteceu. Eu tenho o direito, todos temos esse direito, Chanyeol.

— Kai isso não faz diferença, está no passado, já foi. – Chanyeol tenta argumentar, mas percebo que está titubeando sem saber ao certo no que acredita.

— Eu vou perguntar e ponto final. – Encerro essa discussão inútil.

— Puta merda, como você...o que é aquilo?

Ele aponta para um ponto mais a esquerda e acima na parede. Um ponto de luz pisca nela e então uma moldura salta na parede com uma foto e logo em seguida se retrai nela ficando no mesmo nível da parede.

Nos aproximamos e lemos o nome do novo garoto.

Tem a pele mais clara, olhos amendoados, lábios pequenos e uma cicatriz no lábio inferior, queixo levemente oval e cabelo em mechas grandes jogadas de lado cor de areia.

Individuo: 73094195-2

Nome: Xiao Lu Han

Tipo Sanguíneo: O

Idade: 22 anos

Natureza: 11

Status: Vivo

— A natureza dele. – Chanyeol sussurra.

— É a mesma do tal Namjoon.

— Acha que ele chegou agora ao labirinto? – Chanyeol sussurra mais uma vez.

— Faria sentido. A foto acabou de aparecer, não é?

Mais um recém-chegado ao labirinto.

Somos doze agora.


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