Steampunk escrita por Aiwa Schawa


Capítulo 6
Capítulo 5




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Capítulo 5

O Maior Resgate

Nós novamente, estávamos sobrevoando as nuvens sobre território alemão, estávamos indo para próximos da fronteira com a França, porém bem mais ao norte dessa vez.

Talvez eu devesse contar sobre como conseguimos o dirigível, afinal, eu lembro claramente dele ter todo tipo de arma instalada e guardada em si, logo, devia ser um exemplar feito para os militares, o problema é… eu honestamente não lembro muito bem, deve ter sido fácil demais, talvez entramos no lugar durante o horário de almoço e ninguém estranhou a partida sem aviso. É o que eu decidi concluir como a verdade.

—Novamente, estava boa parte do time sem fazer nada em uma sala pequena, no caso, era uma imitação de sala de estar, estranhamente semelhante a que tínhamos em nosso velho dirigível, com sofás e a cozinha incluídos.

—Chihuahua, nós vamos matar Edwin? Apesar da nossa missão ser…

—A verdade é que… Edwin não era um homem perfeito. O motivo de eu não estar em seu laboratório quando ele sumiu foi algo que não cheguei a contar para vocês, não é?

—Não… o que houve?

—Tivemos um desentendimento, Edwin estava sendo muito apressado naquele invento, ele não queria uma guerra, contudo, o coração com certeza guarda potencial para esse tipo de uso, apesar de eu desejar o coração tanto quanto ele, ou ao menos, eu me dizer que queria tanto quanto ele, não irei deixar meu invento ser usado como uma arma de guerra, não importa o que aconteça. Eu vivo pela paz. Sei bem disso...

—Estou vendo sua história, vocês discutiram e…

—Peguei algumas partes do projeto e falei que acabaria o coração antes dele, do meu próprio jeito, eu não deixaria ele ser usado para guerra, iria terminar antes e impedir que o projeto de Edwin fosse completo, mas parece que esse problema foi resolvido por mim, afinal… estamos prestes a matar Edwin, não é? 

—Idiota… está dizendo tudo isso, mas aquilo não é só outro Edwin? Um falsário…

Yuki proclamou aquelas palavras sutilmente, mas não em silêncio.

—Aquele era um Edwin diferente, eu acho difícil acreditar que um homem frio como aquele pudesse mudar. Contudo, eu senti algo genuíno do Edwin que vimos, imaginando que ele possa ser do mesmo mundo daqueles viajantes… eu imagino se não foi o mundo devastado o que o fez mudar assim…

“Pois afinal, ouvir sobre não é diferente de ler sobre uma tragédia em um livro, mas ver por si mesmo, ver seu invento ser o responsável por tantos desastres e ainda saber que a responsabilidade é toda sua… isso pode mudar qualquer homem”

—Que falando nisso, Chris, eu comecei a pensar que quando voltar para casa, eu podia começar a pesquisar sobre viagem no tempo, eu diria que a ver ocorrer tantas vezes em minha frente será… bem útil durante minhas pesquisas. Imaginando que tenha sido o Edwin a fazer o relógio… eu poderia o fazer também.

Era apenas natural, eu era o segundo maior cientista do mundo, sim, mas até agora… havia uma carta na minha manga que eu ainda iria revelar, essa se tratava do exato elemento que me permitia ultrapassar o primeiro, era com ela que eu podia ser o maior cientista do mundo… assim eu gostava de dizer.

—O esconderijo está próximo. Se preparem garotos, nossa missão está chegando ao fim.

Jacob fez seu anunciou e finalmente… nós sabíamos que o esconderijo estava mais perto do que nunca.

Preparamos todo o equipamento que poderíamos precisar, nossas armas, então… esperamos enquanto o dirigível pousava.

E quando finalmente Jacob realizou o pouso, após todos nós finalmente tocamos o solo novamente após algo como três dias de viagem, eu logo percebi…

—Como esperado… neblina até onde consigo enxergar…

Pois não importava a direção que você olhasse naquele campo, nos meus pés havia um gramado em um forte verde, para todas as outras direções, um vasto e denso nevoeiro, cheguei a teorizar se ele não poderia ser artificial, uma invenção do Edwin para que ele se escondesse melhor, contudo, isso se trata apenas de uma possibilidade, eu sei que seria possível para ele fazer tal invenção, contudo, a possibilidade daquilo ser natural nunca foi descartada, eu também acredito que nunca mais terei uma chance de comprovar essa questão por razões que… logo serão vistas.

Felizmente, eu não estava me guiando por algum ponto de referência, segundo as instruções, só tinhamos que continuar, a noroeste, sem nunca parar, foi então o que fizemos…

—Nós vamos mesmo matar o Edwin?

—Claro, Chris, se aquele Edwin disse para fazermos isso, eu acho que ninguém pode fazer algo sobre aquilo. Se o que pensei estiver correto… aqueles viajantes estavam realmente certos, parece que o futuro pode ser alterado…

Eu havia descartado essa possibilidade, mas não totalmente. Afinal, parecia que minha  morte era impossível, um viajante atirou contra mim a uma distância tão curta e ainda podê errar… hoje em dia, eu decidi me conformar com isso ser apenas minha sorte, aquela não foi a ultima vez em que eu me veria em meio a uma chuva de balas, onde todas elas “misteriosamente” parecem se desviar de mim.

Assim disse, reafirmando para Chris minhas certezas, para tal, ele respondeu:

—Antes, podemos fazer algumas perguntas para ele? Nada demais…

—Claro, não é como se importasse o que você fizesse antes, mas tome cuidado, não temos ideia do tipo de coisa que ele poderia tentar fazer. Edwin é um homem esperto e que pensa em tudo, talvez até nós aparecermos possa ser algo que ele tenha considerado.

—Hum…

Enquanto conversando trivialidades, das mais e das menos triviais, nós continuamos a andar em direção a caverna, a tal caverna que havia sido modificada extensivamente para servir de esconderijo. E bem… eu não tinha ideia de o quanto Edwin havia modificado sua caverna, isso é, até chegarmos lá....

Do lado de fora eu já via como aquela caverna parecia anormalmente escura, talvez algum truque para esconder sua presença, eu imaginei.

Eu resolvi ir a frente, esperando que pudesse notar qualquer possível armadilha preparada por Edwin. Contudo…

“Nada do tipo, ele nem plantou armadilhas de verdade por aqui, o que será que ele planejou…?”

Continuei andando em frente, após Jacob tomar a dianteira e… eu não acreditei.

Em um momento estávamos andando por corredores cavernosos, eu via escritas pelas paredes em línguas que eu sequer reconhecia, me fazendo crer que elas poderiam muito bem sequer ser desse planeta, ou desse tempo…

Mas quando percebi, todas as luzes acenderam de uma vez e nós vimos…

As paredes e o teto de bronze, duas estações elevadas em ambos lados da caverna, conectando-se por passarelas de ferro e escadas de aço. Por todo canto, os diversos aparatos e ferramentas próprias do Edwin, a sua chave de fenda que ele mesmo produziu para funcionar em parafusos de qualquer tamanho, o maçarico que não queimava a pele, dentre todo tipo de ferramente que demonstrava seu gênio unico, o que era capaz de criar um coração a vapor.

Contudo, de todas as coisas lá, essas todas apenas eu podia as identificar e entender seu significado, o motivo da supresa de todos os outros era bem maior. Literalmente…

Um grande robô to tamanho de um prédio de três andares, que quase batia no teto daquela caverna, ele tinha duas pernas gigantescas de ferro e cobre, além de braços com armas pesadas, uma metralhadora que deveria disparar balas do tamanho da Yuki e um lança foguetes em outro. Aquilo… sem duvidas, era uma arma de guerra.

E ela começou a andar, dando um passo então… eu ouvi uma voz explodindo por aquela caverna, ecoando em cada parede e voltando para nós, quase fazendo nossos ouvidos sangrar:

—O QUE ESTÃO FAZENDO AQUI? QUEM SÃO VOCÊS?

Ninguém havia ainda sacado suas armas, eles sabiam o quão inutil elas seriam contra um monstro daquele tamanho, em vez disso.

—Aiwa!

—Yuki!

Jacob correu, me agarrando e pulando para trás de uma coluna, longe da visão do gigante de aço, enquanto Chris puxou Yuki pelo braço e se escondeu conosco.

—Chihuahua, você é o cientista, tem alguma forma de desligar aquela coisa?

—Eu não sei… aquela porcaria devia ter algum ponto fraco, eu só não faço ideia de qual…

Havia conseguido o enxergar apenas por alguns segundos, não bastando isso, a verdade era, eu nunca havia visto sequer um exemplar de um monstro daqueles, ele era maior do que qualquer autômato que já tenha visto. Funcionava de uma tecnologia totalmente distinta deles.

Mas naquele momento… essa podia ser nossa única opção, por um instante eu havia visto na “cabeça” daquele robô, ele definitivamente tem algo como uma cabine de onde seria pilotado e naquele momento… ele estava vazio…

No dia eu havia chamado aquilo de “piloto fantasma” contudo, claro, atualmente um nome mais familiar e comum seria “piloto automático” 

Portanto, sabendo disso, não adiantaria tentar falar com aquele monstro, teriamos que dar um jeito de usar seus sistemas contra ele, para isso…

—Vou tentar dar uma boa olhada nele… vocês podem tentar distrair o robô até lá…?

—Chris?

—Eu tenho algumas ideia também.

—Ok, eu vou tentar ir por aquelas escadas e pegar uma visão melhor do robô, só me deem um tempo.

Pois quando não havia força bruta para ser usada contra aquele gigante, talvez se eu pensasse… o robô poderia ter uma fraqueza e era isso o que eu estava procurando.

Assim, Yuki foi a primeira a partir, sem sequer sacar uma arma, ela correu pelo esconderijo, tal velocidade a fazia parecer um borrão em minha visão, tão veloz a ponto de fazer até mesmo as balas terem problemas em atingi-la.

Ela conseguia jogar suas pernas para frente uma dezena de vezes por segundo, sua velocidade era seu maior orgulho, algo que a fazia ganhar de qualquer corredor olimpico,naqueles momentos de intensa concentração, Yuki podia fazer seu corpo e mente se tornarem apenas uma coisa, a resposta, os reflexos eram todos impecaveis, o ápice da velocidade que um humano jamais poderia atingir apenas com treino.

O que não poderia durar para sempre…

Enquanto isso, logo após os outros dois pularam também e começaram a trocar fogo contra o gigante, eu finalmente tive uma abertura e pulei para fora e corri, durante essa corrida…

“Estou vendo! Estou vendo!”

Quando corria e vi aquele monstro de metal em ação, eu não tive dúvida de que se tratava de um protótipo, Edwin nunca chamaria algo tão atrapalhado e desengonçado ser a versão final de qualquer projeto seu. Isso só me dava mais evidência ainda de que aquilo, com certeza, tinha alguma fraqueza.

Mas eu ainda não sabia qual.

As balas bateram perto do meu chão, fazendo cavidades do tamanho de meus pés. Eu entendi então que deveria correr logo e escalar aquelas escadas para achar a fraqueza, o mais cedo possível…

Quando cheguei lá, aquele era meu ponto de vantagem, eu havia notado que, para conseguir mirar em mim, tomaria ao menos alguns vários segundos de deslocamento para eu virar um alvo, talvez até tivesse que dar alguns “passos” e se virar.

Assim, olhei com toda minha força para aquele monstro e…

“Eu não sei…”

Apesar de ter tido uma visão clara, minha mente ter desmontado o monstro peça por peça, eu não pude observar nada como uma fraqueza que procurava… mas era impossível, não havia como algo daquele tipo não ter algum defeito…

Talvez com horas e horas eu achasse, porém, nem de longe nós tínhamos esse tempo, por isso… minha última carta teve que ser puxada, meu truque que permitiria eu ver aquele projeto em plenos detalhes, tal qual Edwin poderia, com aquele truque, a um custo eu me tornaria o maior de todos os cientistas do mundo.

Eu senti como se meu cerebro fosse ser esmagado, senti o sangue escorrer pelo meu nariz, marejando meus olhos, enquanto os efeitos colaterais faziam meu cabelo subir aos ares, como se invertendo a gravidade.

—ARGGGGGG!!!!!!

Odiava fazer aquilo, era uma admissão de derrota, uma dolorosa admissão da minha inferioridade, contudo, era também minha unica arma, unica coisa que podia usar quando chegava a isso.

E foi então… quando minha mente finalmente funcionou como deveria, eu vi:

—NA CABINE! ACERTEM AQUILO!

No mesmo momento que apontei, o percursso de Yuki mudou, enquanto o robô finalmente tomou mira em mim, que eu não havia notado até o ultimo instante.

Enquanto isso… Yuki correu pela outra plataforma, então ela fez um pulo dela até o robô, fazendo um arco até ele, puxando sua arma no ar e…

Com uma ativação, aquela faca funcionou, acertando o material trasnparente da cabine, feito para proteger o piloto e…

Ficou preso, aquilo era duro de mais, mas Yuki não aceitou isso, forçou aquela arma até seu limite e colocou toda força que tinha para então…

Um corte, com a força excessiva colocada, a faca atravessou a barreira e foi direto no ponto fraco daquele robô…

Destruindo sua “mente”

Eu havia visto que a cabine parecia cheia de vapor, isso só podia indicar uma coisa, um sistema secundário que permitia o monstro funcionar por si só, como um piloto fantasma, logo pensei em algo como os recentes computadores a vapor e a forma que eles podiam até fazer cálculos.

Em teoria, um cérebro humano é apenas uma calculadora milhões de vezes mais complexas, logo, os computadores deviam ser o primeiro passo em criar algo que ao menos imitava o comportamento humano, tal qual era o monstro que imitava um soldado, ou guardião.

Assim… ao ter aquilo quebrado, funcionar sozinho para o gigante havia se tornado, temporariamente… impossível.

Ele congelou como se fosse uma estátua. E assim ficou.

Vendo isso, eu puxei um pano branco de meu jaleco, limpei o sangue que havia sido perdido durante meu…

—Chihuahua, o que foi aquilo? Seu cabelo ficou estranho e logo depois…

—Overclock. É como nós chamamos isso. Eu explico depois, você está bem, Chris? E o Jacob?

Eu desci e me encontrei com todos eles, sabia que a Yuki não havia se ferido muito, mas os outros não tinha certeza.

—Não, não, eu só acabei sendo lançado para longe quando tentei levantar o pé do robô. Parece que meu exoesqueleto não é tão bom assim.

Ele falou isso enquanto parecia querer distorcer sua perna, eu não tinha palavras para responder a um ataque daqueles, era até um pouco estupido demais, contudo, eu não me pronunciei, olhando para o Chris…

Por sorte, ele também parecia não ter nenhum ferimento grave, algumas contusões e hematomas apenas, no fim, a batalha havia durado menos de 30 segundos.

Enquanto nos escondemos em um canto da caverna, logo atrás de uma coluna… pensando em nosso próximo movimento e retomando folego, eu lembrei sobre minha carta na manga, aquela coisa que… podia até mesmo me matar…

Overclock foi o nome que Edwin deu a isso, eu ainda não sabia a origem disso em meus dias de juventude. Isso foi uma modificação que Edwin fez em mim durante nossa pesquisa do coração a vapor, algo como um “Cérebro a vapor”

Claro, eu ainda tinha um cérebro normal, contudo, com alguns pedaços de cobre cuidadosamente construídos, colocados ainda mais delicadamente em certas partes do meu cérebro… eu podia o forçar a funcionar melhor.

E apesar de ser fantástico, com sua ajuda eu podia pensar tão bem, talvez até melhor quando Edwin, meu mestre, ele havia o defeito de danificar meu corpo a um grau que era até dificil de ser reparado pela medicina do tempo.

Portanto, nunca fazia uso daquilo por tempo demais. Penso que usar por mais de um minuto já me colocaria direto na cama de um hospital, Edwin considerou aquilo um experimento falho e ofereceu que eu retirasse aquilo de mim, contudo… eu recusei… as minhas palavras tinham sido algo como:

—Eu lembro de ter ouvido algo da Naomi uma vez… quando perguntei como ela lutaria sem armas e....

“Se não tiver minhas armas, usarei meus punhos, se não tiver eles, usarei meus ossos, se nem mesmo isso, então usarei minha vida”

Por isso, eu manti. Daquele dia em diante, eu decidi que estaria disposto a arriscar minha vida por essas descobertas, não era um preço alto demais para mim, se fosse necessário, que assim fosse…

—O que é isso?!

Uma voz veio de mais adentro do esconderijo, eu a reconheci de imediato, acenei com a cabeça, então nós saímos para o encontrar… o homem que estávamos procurando, Edwin Thursby.

—A quanto tempo em, Edwin? Desculpe, eu acho que matamos o piloto fantasma da sua… coisa, mas não tivemos escolha, nos atacou primeiro e tudo…

—Aiwa…? Você veio atrás de mim? Como me achou?

—Eu preciso perguntar antes… o que é esse relógio, Edwini?... O que você está escondendo?

Podia ver em seu bolso a corda, a corda do mesmo relógio que parecia a chave para viajar pelo tempo. A forma que o Edwin do futuro usava aquilo, certamente essa era a de alguém acostumado com viajar do tempo, portanto, o que se podia concluir…

—O que você sabe sobre viajar no tempo, Edwin Thursby?

—...

Porém, eu vi que ele não falaria muito mais, era inutil perguntar, eu não tinha certeza do que ocorreria então, mas era certeza de que teríamos de matar Edwin agora.

—Chris, se resolva com ele, eu não quero mais saber desse palhaço.

Dei as minhas costas e deixei que Yuki e Chris o levassem para uma plataforma acima e resolvessem seus problemas, supostamente então… matariam Edwin.

Enquanto isso… eu escalei o robô e estava tentando o fazer funcionar novamente, levar aquilo como nossa recompensa parecia uma boa...

E enquanto eu apertava botões e analisava circuitos...

Novamente, Chris havia criado uma chama em seu coração, em seus olhos era possível ver, via-se uma determinação sombria algo que só podia ser desenvolvido por um mercenário que estaria disposto a qualquer coisa para completar sua missão. Em seus olhos as chamas negras queimavam, pois agora, ele acabaria sua jornada a qualquer custo. 

Com isso, ele levou Edwin, apontou sua arma para o coração do homem, finalmente perguntando:

—Meu nome é Christopher Alcova, foi você quem matou o meu avô?

—Ah.... Alcova, é? Como isso.../

—Eu estou fazendo as perguntas! Me responda!

—Não tive escolha, pelo futuro…

—É isso…

Por todo esconderijo, um som ecoou, indo pelos corredores de bronze, pelos corredores naturais da caverna e atravessando por todo o mundo… pois aquele tiro, aquele tiro certeiro no coração de Edwin, o som dele fez algo que eu até aquele momento sequer havia cogitado.

Quando percebi, eu estava sentindo aquela dor novamente…

—AHHHHHHH!!!!

—Aiwa?! O que houve!?

Jacob havia me visto repentinamente sentir uma dor novamente, naquele ponto já devia haver sangue começando a sair do meu nariz, assim como levantando meus cabelos, contudo… eu não sabia o motivo.

As vezes meu overclock podia se ativar sozinho, eu tinha ciência dessa possibilidade, mas… aquilo não acontecia desde quando ele estava como um experimento, eu não entendi, até ver…

Nas paredes ao nosso redor, elas estavam se afastando. Tudo estava ficando mais distante, eu estava mais longe do Jacob, do chão, das paredes, do gigante de aço… considerando o que havia ouvido a pouco, aquilo foi um grande salto lógico a ser feito em tão pouco tempo, mas eu entendi.

—CHRIS! O TEMPO ESTÁ QUEBRANDO! RÁPIDO NÓS PRECISAMOS SAIR DAQUI!

Eu pulei do gigante e observei, Jacob corria até as escadas, queimando a caldeira em suas costas para o acelerar, assim como Chris corria em encontro a Jacob.

—ATIVE O RELÓGIO!

Faltava apenas alguns instantes antes daquele mundo sumir e ser substituido por algo totalmente diferente, com isso… eu nem queria imaginar o que seria de nós.

Chris puxou o relógio que havia tirado do Edwin, começou a imitar o seu movimento de ajustar as horas…

Jacob ainda precisava se aproximar um pouco mais…

Enquanto eu, não ia chegar a tempo nem se corresse, por isso eu precisei pular em direção a eles, uma queda de mais de dez metros então…

Finalmente, eu vi como uma distorção sobrepunha a outra ao redor de Chris, Jacob conseguiu alcançar ele então, também começou a ser engolido pelo vortex e por ultimo…

—AHHHHHHH!

Eu estendi minha mão ao máximo, quando a viagem estava quase completa.

A ponta de um dos meus dedos foi engolida pela distorção, quando vi então, todo meu corpo foi levado e…

O tempo que eu conhecia. aquele mundo acabou. Enquanto um outro tempo, um tempo totalmente novo havia se dado inicio…


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