O primeiro dia de trabalho com Audrey curiosamente seria o último da semana, o que nos daria uma pausa de dois dias para voltarmos à papelada. Geralmente eu levaria trabalho para casa, mas com meus planos pessoais… Preferi aproveitar o dia de trabalho ficando imersa em documentos e burocracia. Fato é que sou boa nisso, não preciso de grande esforço para poder organizar muitas informações. Outro fato é que trabalhar no automático me deixou viajar imaginando o que Fred havia planejado para mim, assim, ao voltar para casa, encontrar apenas um bilhete escrito "Quero dividir as estrelas contigo, Hermione"  e com coordenadas junto foi uma situação divertida e inusitada… Essa sensação se prolongaria pelo resto do fim de semana...

Eu não sabia exatamente qual era o local, mas a coordenada 0 a oeste me deu uma boa sugestão… Afinal, era em Londres que o mundo se dividia em dois.

Aparatei no Observatório real de Greenwich e conjurei uma bússola para me ajudar na busca. Achei que Fred pudesse estar junto ao grande telescópio trouxa e me acompanharia na visita ao local, mas as coordenadas me fizeram descer a colina e seguir em direção aos arredores do Observatório. Com a lua cheia iluminando a grama verde, segui a linha que dividia o Leste e o Oeste do mundo e enfim vi um jovem sentado em uma toalha para piquenique, ao seu lado, havia um pequeno telescópio montado apontado para o céu.

—Planejando me dar um olho roxo de novo, Weasley? É um jeito estranho de começar um encontro.

—Juro que dessa vez não, Hermione, sem pegadinhas.

Sentei junto ao bruxo à minha frente e vi que o mesmo havia trazido uma cesta com guloseimas. De algum jeito, provavelmente com magia, havia queijo e chocolate derretidos… Mesmo no frio de dezembro.

Fred me ofereceu um garfo para fondue e torradas. Havia uma garrafa de espumante e taças, enquanto nos servíamos, ouvi o ruivo explicar o que havia de tão especial naquele lugar, naquela noite.

—Desde pequenos, Jorge e eu gostávamos de ver os gêmeos se despedaçarem do céu… Eu sei que é bobeira pensar assim, mas era o que entendíamos dessa chuva de meteoros saindo diretamente da nossa constelação! Quando nosso pai nos deu esse telescópio trouxa ligeiramente melhorado, nossa diversão passou a ser procurar o lugar perfeito para ver  as estrelas caírem de Gêmeos.

—Gemínidas, o nome.

Me arrependi de cortar a fala de Fred, mas acho que nunca vou saber controlar meu lado nerd… Uma vez sabe tudo, sempre sabe tudo. O bom é que consegui arrancar uma risada de Fred e ele sorrindo era basicamente o paraíso.

—Sim, claro que Hermione Granger já conhece o evento… Eu seria um tolo por achar que estava apresentando algo novo para você...

—Em teoria, é claro. Mas eu nunca vi a chuva de meteoros...De verdade.

Vi o ruivo molhar um queijo no queijo derretido e experimentar a combinação com satisfação.

—Então é seu dia de sorte, porque aqui é, definitivamente, o melhor lugar do Leste  e do Oeste para se ver estrelas!

***

Depois de algumas taças de petiscos, de histórias de "Fred, o astrônomo" e minhas visitas a planetários com meus pais, nós nos sentamos próximos em posição para ver pelo telescópio.

Tivemos sorte do céu estar limpo, era possível ver a olho nu a constelação de Gêmeos … Fred parecia uma criança com um brinquedo novo, me mostrando como a invenção  trouxa funcionava, o bruxo entendia talvez melhor do que eu como funcionava a física e química do equipamento e das estrelas.

—E duas das mais brilhantes estrelas são Castor e Polux, que na Grécia antiga adivinhe só, eram gêmeos!

—Surpreendente, Fred. 10 pontos para Grifinória!

—Engraçadinha, preparando para ser uma trigêmea Weasley conosco?

—Seria uma honra!

Rimos e Fred continuou com a história.

—[...]E enquanto Castor e Pulox lutavam pelas amadas,  Castor acabou morrendo e Polux sobrevivendo, pois era filho de Zeus, ele então suplicou ao pai para que salvasse o irmão e assim dividiram a eternidade ficando juntos no céu. - o ruivo me encarava enquanto eu olhava pelo telescópio,  eu podia sentir como me encarava… Eu sabia exatamente o que aquele olhar significava - Não seria estranho se, depois de tudo que Polux fez para poder continuar ao lado do irmão, enfrentando monstros, abrir mão da vida dele… Para agora os dois estarem divididos por uma mortal muito, muito bonita… E inteligente, com senso de humor e um sorriso fascinante.

Eu tinha certeza que estava corada, mas consegui me virar e encarar o ruivo à minha frente.

— Não lembro dessa parte da história.

—É hipotético, claro…

—Bem, hipoteticamente falando… Se Polux e Castor estão divididos por uma mortal… Deve ser porque vale a pena, não? Hipoteticamente falando… Arriscar um pouco a união dos irmãos…

Enquanto eu falava, me aproximei de Fred, deixando nossos rostos quase colados e nossos joelhos se esbarrando. Nossos corpos gradualmente se aproximavam mais até que quase que por magnetismo, a distância desapareceu sendo selada por um beijo. Diferente do beijo da noite anterior, neste não havia pudor. Fred me empurrou para a grama coberta por uma toalha enquanto intensificava o beijo. Senti sua mão apoiando meu quadril  e estimulando nosso contato. 

Estávamos num parque público, mas a essa hora da noite, o local estava vazio, apenas sendo iluminados pela lua cheia. Eu sentia Fred deslizando a mão por cima da  minha blusa e isso me deixava completamente excitada. Eu queria mais e queria naquele momento.

Quando o ruivo passou a beijar meu pescoço e alcançou meus seios sobre a blusa, eu já não conseguia mais responder por mim. Fred estava no controle, o que era perfeito, porque o mínimo de razão que eu recuperasse poderia me fazer desistir do que estávamos prestes a fazer juntos. 

—Fred… 

Gemi em um sussurro.

Ouvir minha voz talvez o tenha tirando do transe que nos colocamos, mas mesmo que parte de mim se arrependesse, foi bom para nós dois que o ruivo se afastasse e percebesse onde estávamos.

A curta separação de nossos rostos mostrava como estávamos com a respiração pesada, era possível ver o vapor gélido saindo de nossas bocas. Sorrimos com vontade de rir da situação.

—Casa?

—Casa.

—Seu quarto?

—Meu quarto.

Ouvindo a confirmação do ruivo, vi o mesmo saindo de cima de mim e recolhendo todo o equipamento do telescópio numa agilidade sobrenatural, depois desaparatando no ar. Eu fiz minha parte recolhendo o que sobrou de nosso jantar, pegando a toalha e também aparatando na cozinha da Gemialidades. 

Ao chegar  na cozinha, havia um pote na bancada com o que parecia ser uma torta gelada e um bilhete.

"Espero que tenha aproveitado a noite, Hermione".

O recado, é claro, era de Jorge.

Aquilo me faria pensar na situação  em que eu estava me envolvendo e, novamente, eu não  queria  ser racional agora, então apenas deixei tudo do piquenique sobre uma cadeira e me dirigi ao quarto de Fred.

Chegando lá, o ruivo já havia se livrado de uma parte considerável de sua roupa e estava de costas para porta, o que  me pareceu uma chance que não poderia desperdiçar. Fred era musculoso, menos que Charlie, mais que os demais irmãos… Mas preciso dar ênfase em como tinha uma peça digna de um museu escondida pela cueca box.

Apenas ouvi o "slap" do tapa que lhe dirigi e suas nádegas movendo-se com uma elegância  primorosa. Que bruxo!

Pelo sorriso, ele gostou da constatação que lhe dei… Aquela seria uma noite bem aquecida em meio ao frio de dezembro.

***

Acordei cedo. Ao meu lado estava Fred, dormindo com um sorriso bobo abraçado a um travesseiro. Tentei levantar o mais silenciosamente  possível, peguei sua camiseta de ontem, grande o suficiente para me deixar vestida para descer e arrumar a bagunça de ontem.

Chegando a cozinha, encontrei Jorge com uma caneca  cheia de um líquido escuro.

—Café, Granger?

—Jorge, eu...Não imaginava que acordasse tão cedo. 

—Ah… Isso? Na verdade eu nem dormi… Foi uma noite bastante barulhenta, não?

Eu podia sentir a amargura em sua voz, meu desejo era de esconder meu rosto debaixo da mesa, mas eu tinha um plano, só esperava que funcionasse.

—A propósito, bela roupa de dormir, Granger. É bem… Adequada para você.

Respirei fundo e fiz a maior aposta que poderia fazer. Só podia torcer para que o ruivo aceitasse.

—Na verdade, eu não gostei muito dela… Acho que preciso experimentar outra para saber…

Me aproximei de Jorge lentamente, com a melhor expressão "sexy" que consigo imaginar ter. Parei à sua frente e comecei a desabotoar os botões um por um.

—E se… Eu experimentasse a sua camiseta, Jorge? Não poderia ser… Divertido?

Olhei-o manhosa e deixei a camiseta cair no chão, me revelando completamente nua. Eu sabia que se eu me preciptasse o ruivo sairia de perto, então eu precisava que ele desse o último passo. Seus olhos me desejavam, eu sabia que era questão apenas de um último empurrão, então tirei com cautela a caneca de café de suas mãos e as guiei para se posicionar sobre meus seios.

—O que me diz...Jorge?

Não foi preciso mais nada, o ruivo me agarrou naquele momento me beijando com voracidade enquanto me arguia sobre a mesa. A superfície gelada me arrepiou e me deixou agitada, pronta para mais uma dose completa Weasley.  

Logo as peças de roupa de Jorge foram arremessadas para longe e eu podia explorar seus torso musculoso. Jorge deixou de me beijar e deu atenção aos meus seios, o que me levou ainda mais à loucura! Abracei seu corpo com minhas pernas e tentei manter o máximo do meu raciocínio  para formular frases compreensíveis:

—Jorge… Seu… Quarto…!

O ruivo pareceu entender, pois aparatamos naquela mesma posição a centímetros de sua cama e logo fui jogada sobre o colchão. Jorge retirou suas últimas peças de roupa e subiu na cama, se ajoelhando e me mantendo colada em seu corpo. Num lapso de razão, o ruivo me olhou nos olhos em busca de respostas:

—Hermione, o que raios a gente tá fazendo? Você e o Fred…

—Se você não sabe o que está fazendo, preciso dizer que tem talento natural… E Fred e eu...Não pense nisso agora. Pense em Jorge e Hermione, aqui juntos… Pense no que quer e no que deseja… No momento, é só isso que importa.

Naquele instante, eu percebi algo que já imaginava. Fred e Jorge são bastante diferentes, tem gostos diferentes e ritmos diferentes. Na minha experiência com Weasley, devo reconhecer os padrões e disparates. Neste caso, Fred tem a velocidade de um furacão numa tempestade, mas com Jorge o ideal é como uma garoa  que progride a cada minuto até molhar completamente. O receio em seus olhos foi sugado com cuidado por meus lábios em sua bochecha corada. 

Deitei Jorge sobre a cama e comecei a lhe distribuir beijos por todo seu corpo, deixando que o ruivo sentisse prazer se espalhando por completo.

Eu não estava com pressa e se tudo saísse como planejei eu teria dois Weasley a disposição por todo o tempo do mundo!

Depois de Jorge ser enviado para a terra dos sonhos, sai da cama com cuidado e me dirigi ao meu quarto. Eu precisava de uma vestimenta neutra e ao mesmo tempo convidativa. 

Enquanto olhava para minhas roupas, percebi que menos é mais, eu preciso  do mínimo possível para agradar ambos… E o que eu precisava estava na cozinha, não no meu quarto.

Horas depois, os ruivos ainda estavam dormindo… Confesso que a ideia de deixá-los exaustos fazia bem para meu ego, mas eu precisava de ambos acordados, ambos dispostos a conversar.

Com a varinha posicionada em minha garganta, reverberei minha voz até seus quartos e sussurrei com volume alto o suficiente para acordá-los.

—Weasley, acorde. Por favor, acorde. Preciso falar com você AGORA!

Segundos depois, quase que de modo ensaiado, os dois ruivos saíram de seus respectivos quartos usando cada um apenas uma cueca box. As minhas últimas 24 horas foram privilegiadas com várias visões do paraíso… Talvez esse seja o céu para bruxos.

—Hermione...- Hermione…

Os ruivos se veem e entendem em que estado estão, então sincronizadamente percebem como eu estou vestida: apenas um avental.

—Bom dia, rapazes. Ou deveria dizer, boa tarde.Geralmente sou a favor de todo método de procrastinação, mas perder o almoço, meninos?! Estão ofendendo suas vagas seletas na família Weasley!

Os dois continuavam boquiabertos. Aparatei atrás deles de surpresa e os guiei para ambos sentarem no sofá.

—Acho que os dois já constataram que eu não sou a doce e inocente Hermione que um dia chegaram a imaginar… E tenho certeza que já imaginaram dividir uma garota… Talvez até já tenham feito isso… O que estou propondo é um passo à frente, porque não fazermos exatamente isso… Talvez até ao mesmo tempo, não sei… Se ficar entre nós  três apenas… Pode ser divertido.- os bruxos pareciam estar prestes a fazer perguntas e eu precisava ganhá-los com um movimento surpresa, então me joguei no colo de ambos deixando meu rosto no colo de Jorge - Por que preciso escolher um se vocês dois são tudo que quero?

Os bruxos se entreolharam como se conversassem mentalmente. Eu continuei ansiosa mantendo a pose de que sabia o que estava fazendo, quando na verdade estava morrendo de medo de ser enxotada de casa pelos dois Weasley que me receberam tão bem.

A conversa pareceu encerrar com um largo sorriso dos dois Weasley, foi Fred quem falou primeiro, seguido de Jorge:

—Você é minha nas  segundas, quartas e sextas.

—Eu fico com os domingos, terças e quintas.

— Sábado ?

Os dois bruxos sorriram com malícia e responderam em unissom:

—Ménage. -Ménage.

Isso me lembrou um detalhe muito bem vindo: Hoje é sábado!

***

Fora de casa, éramos dois gêmeos tocando um negócio e uma funcionária do ministério ajudando os melhores amigos a realizarem o casamento dos sonhos! Dentro de quatro paredes… Não haviam mais limites para a imaginação… Sem burocracia entre os irmãos, a divisão dos dias se tornou cada dia menos necessária, ao passo que nossas interações passaram a ser cada vez mais dinâmicas… Passado quase um mês, estávamos cada vez mais em sintonia. Manter dois Weasley entretidos ao mesmo tempo era difícil, mas só a prática levaria a perfeição!

Logo chegou o casamento de Gina e tudo deveria ser perfeito, tudo foi planejado para assim ser.  

Rony era o padrinho de Harry, eu como madrinha e Luna, Audrey e Fleur  como damas de honra, vestidas igualmente de azul, para dar sorte; Harry conseguia ficar incrivelmente bonito com seu smoking clássico, mas é claro que a grande estrela do dia era Gina Weasley, com um vestido perolado que lhe deixava transparecer como era uma mulher forte, mesmo em com delicado veu sobre seu rosto. 

Estávamos sozinhas, há poucos minutos da grande entrada, quando Gina me deu um daqueles enigmáticos olharem pedindo silenciosamente por socorro.

—Gina…

—Mione… E se eu estiver me preciptando? Foi tão rápido, talvez eu… Precise de tempo… Talvez Harry precise…

—Ginevra Weasley, você tem mais de 10 anos de certeza sobre seus sentimentos por Harry. Você sabe que ele é literalmente a melhor pessoa da face da terra  para você, o que está faltando?

A bruxa me fitou como se tivesse vergonha que faria:

—Algo velho, para me lembrar do meu passado…

E me deu um selinho rápido.

—Está achando que serei parte do seu passado, Gina? Tome isso - devolvi-lhe o selinho - Algo novo, para te levar a novos caminhos…

—Esse eu quero apenas emprestado... -mais um selinho - Para me dar sorte.

— E algo azul…- respondi, mas ao invés de um último beijo,dei-lhe um pequeno broche do meu penteado e coloquei em seu vestido - Para fazer todos os pensamentos ruins… Para sempre.

A bruxa sorriu, sabíamos que  aquele momento era o fim de tudo, era a realização de um sonho da ruiva e eu era grata por estar ao seu lado naquele momento.

Desejei uma última boa sorte e fui o mais rápido que pude para meu posto de madrinha.

E tudo foi perfeito como se pode imaginar! Mesmo sem magia, conseguimos realizar o casamento com todos os detalhes que os noivos sonharam. A felicidade deles naquele momento também era a minha.

Combinamos todos da festa de casamento ser na Toca, onde uma grande tenda foi armada e todas as comidas e preparativos foi organizados com antecedência. Molly, Audrey e eu fizemos boa parte do serviço hoje mesmo pela manhã, me faltava apenas os últimos detalhes da minha pequena homenagem ao casal.

Só quem viu Harry e Gina desde pequenos juntos pode ver o amor dos dois se desenvolveu durante  tantos anos… Foi assim que percebi que o presente perfeito seria mostrar a todos minhas memórias mais preciosas do casal… Era maravilhoso o que a tecnologia mágica poderia fazer por nós.

Eu estava no quarto recolhendo minhas memórias preferidas para colocar na penseira, quando um bruxo entrou sem bater na porta.

—Olá, querida. Pelo menos aqui você não vai me ignorar, certo?

Era Percy.

Nos últimos dias no Ministério eu tenho tido méritos em me manter distante dele, apesar dos seus convites inapropriados quando o mesmo sabia que a esposa estava fora da sala da nossa repartição. O pior momento certamente foi quando eu cheguei mais cedo em nossa sala e Percy estava, em palavras de baixo nível, fodendo uma assistente de seu departamento na sala da própria esposa.  Foi o dia que mais tive vontade de contar tudo para a Audrey, que não merecia o marido que tem, mas o mesmo tinha provas consistentes de que fizemos o mesmo e eu não me perdoaria por fazer isso com alguém doce como Audrey Weasley.

—Então está separando boas memórias suas com minha irmãzinha ? Por que  não coloca a do último  natal? Tenho certeza que a família  vai adorar! Oh, sabe o que mais? Aproveita e coloca toda sua coleção… Pelo jeito que você olhou os gêmeos no casamento, aposto que está quase completando o álbum... - seu comentário me pegou desprevenida e seu sorriso diabólico no instante seguinte me mostrou que ele percebeu estar certo - Por Merlin, Hermione, mas já? Qual dos dois, aliás, não  me diga… Conhecendo você como conheço, sei que são os dois! 

O bruxo ria da minha cara, já fazia tempo que me provocava e me fazia sentir um lixo muito pior do que sei que sou, dessa vez, foi a gota d'água. Fred e Jorge não fizeram mal a ninguém… Tínhamos nossas preferências exóticas, mas era, em vista dos anteriores, algo saudável.

—Se gosta tanto de pensar no que faço ou deixo de fazer, pegue para você, querido! - comecei a puxar memórias da minha mente de meus relacionamentos conturbados com os Weasley - Está tão interessado no que eu tinha com Rony? Perfeito! Essa é para você! e Gina… Sua perversão nojenta envolvia imaginar que eu pegava sua irmã? Beleza, pegue para você! E Charlie, é claro, mais homem num fio de cabelo do que você de corpo inteiro. Por que não assiste as besteiras que fiz com Charlie e aprende alguma coisa? E claro, você tem sempre razão, tenho uma boa dose de Fred e Jorge para você! Vou colocar as nossas também, assim você assiste essas porcarias para se masturbar e me deixa em paz de uma vez! 

Falar tudo isso de uma vez me deu uma sensação de alívio inacreditável.E a cara de Percy de sem palavras valeu completamente a pena. Coloquei o frasco na mão de Percy e saí da casa de volta para a tenda. Naquele momento, eu precisava de uma bebida e quem sabe de alguns gêmeos que vêm se mostrando bastante eficientes na arte de me desestressar. 

Tomei alguns copos, e vi Harry em minha direção. Sua expressão não era das melhores.

—Hermione, não sei o que aconteceu, mas eu saí por alguns instantes e quando voltei, Gina estava com uma expressão monstruosa querendo falar com você.

Merda.

Percy era um canalha declarado, mas não acredito que seja baixo o suficiente para entregar aquele frasco para destruir o dia perfeito de Gina. Não era  possível, certo?

Cheguei ao quarto de Gina onde estava a penseira e ela assistia as mesmas memórias que eu havia entregado a Percy.

—É esse o presente de casamento que você me daria surpresa, Mione!?!?! Você queria acabar com todos da família de uma vez?!!! Grandíssima vadia você, Hermione. Só porque você nunca vai ter um casamento como eu, achou que  poderia fazer isso?

—Gina, você  não…

—Sai daqui,Granger. Audrey vai assumir seu papel de madrinha… E nem pense em aparecer para o natal. Você está oficialmente banida da minha vida e da família Weasley!