P.O.V Rose

Eu queria poder acreditar que poderia dar certo com Scorpius, mas, eu sinto que sempre estaremos em altos e baixos. Não suporto isso de maneira alguma. É como se eu não pudesse alcança-lo. Como se ele não quisesse ser compreendido. Mesmo assim, eu vou encontra-lo na ronda, com mil borboletas dentro do estomago. É algo complicado quando se está apaixonado. Os sentimentos são tantos e tão confusos, que não sei como lidar com isso. 

— Você vai na ronda assim? - perguntou Lily, me fitando com um olhar critico. 

Seus cabelos ruivos batiam na cintura e ela me fitava com a mão na cintura. Era complicado desviar dela. Ela sempre queria que eu me vestisse como se fosse ir a um evento super importante. E não havia nada de importante no momento. Era apenas uma ronda, por Merlin. 

— Lily, não começa - eu pedi, suspirando.

Ela estreitou os olhos azuis para mim, como se não quisesse largar o osso. Era como um maldito cachorro. 

— Vai vestida assim mesmo? - sua voz continha descrença e eu diria que até desdém. Isso me magoou profundamente - Rose, você vai encontrar o Scorpius. Precisa se arrumar de forma digna. Como uma princesa. 

Toda minha raiva contida dissipou quando ela disse isso. Eu dei risada. 

— Lily, não sei como as coisas vão ser com Scorpius. E não é por isso que vou me produzir, está bem? - ela me fitou com um beicinho. Ela sempre foi adorável, apesar das suas opiniões fortes e sua sinceridade de matar - Não, Lily. Não vou tirar minha roupa e por outra. Essa roupa é tão quentinha. 

Eu vestia um sobretudo negro, com meu cachecol vermelho e amarelo da grifinória no pescoço. Também coloquei um moletom preto, pois eu ainda sentia muito frio. E claro, uma camisa de manga cumprida, térmica, por baixo de tudo isso. Usava meu jeans escuro inseparável, com um par de botas pretas, com cadarço. Peguei minhas luvas escuros dentro do meu baú e meu gorro marrom. Pronto, eu estava quentinha e protegida. Mas, para Lily, eu não estava mesmo bem. 

— Pelo menos deixa eu te maquiar - ela pediu, com aqueles olhos enormes e azuis. 

— Está bem - eu aceitei, resignada.

Ela me fez sentar na minha cama e pegou a nécessaire dela dentro do seu baú. Logo estava me maquiando, sem quem eu pudesse ver o resultado. Quinze minutos depois, eu pude ver meu rosto através do espelho de bolso dela. Ela havia aplicado uma sombra escuro nos meus olhos, ressaltando meus olhos castanhos. Ela usou um delineador preto, e deixou com um estilo gatinho, com a ponta arrebitada. E aplicou base, pó, blush e um brilho labial. Eu estava bonita, de fato. Mas, eu apostava que Scorpius iria achar que era para ele isso tudo. E não era. Não mesmo. Estava irritada com ele, por ter me ignorado por um tempo. Poxa, estava tudo dando certo para nós e de repente, ele some depois do Natal. Queria socar ele em todos os lugares. Isso me fez ficar  mais próxima de Henrich e estavam pensando seriamente em dar uma chance para ele, caso Scorpius me ignorasse novamente. Estava cansada de esperar sua atenção. 

Pensar nisso me deu um embrulho no estomago. Não, Henrich era só um amigo. Que bobagem.

— Obrigada, Lily - eu agradeci a ela.

— Sempre que precisar - ela piscou para mim.

— Ou sempre que você quiser me forçar, você quer dizer - eu provoquei.

Lily mostrou a língua. 

***

Andei pelos corredores de Hogwarts, como sempre faço. Olhando para qualquer ação suspeita. Até o momento, todos estão em suas casas comunais, mas há o corredor onde fica a sala precisa. Muitos alunos sabem sobre ela e sua mágica incrível, de se transformar naquilo que mais queremos. Eu aposto 10 galões que alguém está lá agora. 

Eu fiquei de encontrar Scorpius do lado do retrato da mulher gorda, saindo do meu dormitório, mas ele não estava lá. O que era típico. Ele disse que ia me encontrar, mas pelo jeito, não estava querendo que as coisas dessem certo. Não sei porque deixei que ele me beijasse. Como fui estupida. Fiz a ronda sozinha e encontrei um casal beijoqueiro, em um dos corredores. O garoto era da lufa-lufa e a menina da grifinória. Fiquei tão brava com eles, pois eu não tinha isso. Descontei pontos das casas e pensei o quanto aquela menina da grifinória iria abaixar nossa média de pontos para conseguir a taça das casas. 

Quando estava passando pelo corredor do sétimo andar, depois de despachar o casal para seus dormitórios, me surpreendi ao ver Leon parado, encostado na parede. Seu olhar era intenso. Seus cabelos loiros estavam soltos, na altura do queixo. 

— O que faz aqui, Willow? Não é o dia da sua ronda - eu falei, com ar severo. 

Ele deu de ombros, se afastando da parede de pedra. Me olhou dessa vez, sem transparecer nada.

— Eu estava procurando você. Scorpius trocou o turno comigo - ele justificou, com as mãos nos bolsos do casaco negro. Seu cachecol da sonserina estava solto em volta do pescoço. 

Revirei os olhos. Era só o que me faltava, agora teria que ficar perto de Leon? Não era Scorpius surtava quando estava perto do garoto? Sinceramente, iria desistir dele. 

— Vamos - eu disse, com rispidez.

Leon segurou meu braço.

— Wow, espera um pouco, apressadinha - ele disse, com um ar zombeteiro e um sorriso de matar. Eu sei que as garotas adoram ele, mas eu sinceramente não gosto tanto agora - Vamos devagar e conversar.

— Conversar? - pergunto, de forma irônica. Soltei meu braço, com força e me afastei dele - Leon, não temos o que conversar. Não estou de bom humor agora. 

Ele continuou ao meu lado, colocando as mãos nos bolsos. Parecia triste? Por Merlin, eu feri os sentimentos dele? Era só o que me faltava. 

— Rose - ele disse, com um ar triste - Eu não queria que a gente ficasse sem se falar ou brigados. Sei que fui um péssimo namorado e acabei atrapalhando você com Scorpius. Quero me desculpar. Podemos ser amigos? 

Eu franzo o cenho, desconfiada. 

— Scorpius não gosta de você perto de mim, Leon - eu disse - Não é bom sermos amigos. Não é bom para ninguém.

— Bem, ele parece bem mais tranquilo agora - ele argumentou, com um sorriso maroto - Eu conversei com ele e parece que ele não esta tão bravo. Nós voltamos a conversar e eu pedi desculpas. Então, ele me pediu para ir na ronda. Disse que tinha uns assuntos importantes. 

— Que assuntos? - eu pergunto, desconfiada. 

— Eu não sei, Rose. Quem dera ele me falasse tudo - respondeu, dando de ombros - Mas, então, podemos ser amigos de novo?

E deslizo o pé sobre o chão, pensativa. Não seria bom isso. Nada bom. Mas, parecia mesmo que Leon estava sendo sincero. Fitei os olhos dele e não parecia ter um segunda intenção. Parecia genuinamente arrependido. 

— Ok. Podemos ser amigos. Mas, tem limites - eu concordei.

Seu sorriso foi de tirar o folego. Eu podia ter algumas coisas contra ele, mas seu sorriso era algo muito bonito de se ver. 

— Não vai se arrepender, ruivinha - ele disse, com um tom provocativo.

Revirei os olhos e continuamos nossa ronda. Quando acabou, ele me deixou na frente da minha casa comunal. Estava perto de mais de mim. 

— Escuta, Rose. Agora que somos amigos, podíamos almoçar juntos amanhã? - ele pediu. Sua cara era engraçada. Um cachorrinho pidão. 

— Está bem. Mas, não abuse - cedi, mas com um tom severo. 

Ele puxou minha mão e depositou um beijo. 

— Até breve, ruivinha - ele disse, com uma piscadela e se afastou.

— Não me chame de ruivinha - protestei, irritada. 

Ele apenas deu risada e eu entrei, na minha casa comunal. Me joguei no sofá, de frente para a lareira, que tinha o fogo aceso. Pensei comigo mesma o que teria segurado Scorpius para não ir na ronda daquela noite. Eu sinceramente não entendia mais nada. Primeiro, ele me beijava, depois desaparecia? Eu iria colocar um ponto final nisso tudo. Eu tinha uma decisão a tomar naquele momento, depois de ver que Scorpius não veio ao meu encontro. Ia esquecer ele de vez. Não queria mais ficar triste, nem deprimida.