Criminal Love escrita por MayMay_Miau


Capítulo 7
Crisis


Notas iniciais do capítulo

Tá, vocês querem me matar, né?
Eu demorei demais e nao tenho como me desculpar com todas as meninas (e talvez algum menino, nao sei) que acompanham e me deixam review.
Agradeço a todas aquelas que nao me abandonaram e a Patriciakaulitz, que me deu uma liçao de consciência.
Espero que o cap tenha ficado bom, e que vocês me perdoem.



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Tom acordou cansado. Muita ação na noite, com pouco descanso. Ann Mary não estava na cama e quando olhou para o relógio, arregalou os olhos, vestindo suas roupas o mais rápido possível e saindo. Tinha treino.

Quando chegou ao campo do SE, Ann Mary esperava por ele, sexy como sempre.

- Chegou mais rápido do que imaginava Kaulitz. Vamos. Temos mais uma missão. – ela se levantou de onde estava sentada, começando a andar até a sala de Robert Hanshire.

Lá, encontraram George Listing, que calmamente afiava uma faca, sentado em uma cadeira de frente para o dono daquele lugar. Robert parecia mais cansado que o habitual, tendo a barba por fazer e os cabelos levemente grisalhos precisando de um pente. Tinha o queixo apoiado pelas mãos, e um cigarro repousava em sua boca. Tom não pôde deixar de reparar em como ele parecia o “Poderoso Chefão” daquele jeito.

- Enfim chegaram – ele resmungou, o tom de voz áspero – Hoje, Kaulitz, após seu sucesso na missão de ontem, decidi que era hora de algo mais complexo. Listing. – ele o chamou, incitando uma fala.

- Sim, senhor – Georg desviou os olhos do que fazia, para direcionar-se aos outros dois membros. – Escutem com atenção, nessa madrugada, Hernando Torres, líder da Numba1 foi visto com um de nossos membros, em uma negociação. Constam nos arquivos que esse membro não faz parte do grupo de infiltração ou foi designado para uma missão desse tipo. A conclusão é a seguinte: Ele traiu a Eagles88, o que é um dos piores crimes cometidos. Sua sentença é única e imutável: Morte. – o homem entregou uma pasta para Tom – E é você que o executará, Kaulitz.

Os olhos amendoados de Tom tornaram-se grandes como pratos, tamanha sua surpresa. Ele, matar uma pessoa? Pegou a pasta meio tremulo, abrindo-a e encontrando o rosto de sua vítima. Mathias D’LaRoulle. 22 anos, membro do RRE. Engoliu em seco. Somente um ano mais velho que si mesmo.

- D’LaRoulle estará no café Zimmer as 13h15min, esperando pelo que ele acha que será um pedido de missão de última hora. Você o atrairá para um galpão que existe na mesma rua, usado exatamente para esse propósito: execuções. Temos o DNA de Torres e você irá fazer parecer que foi o mesmo que o matou. Night o acompanhará.

O gêmeo mais velho permaneceu em silêncio por tangíveis segundos. Robert Hanshire o olhava, parecendo interessando em decifrar todo o conflito pessoal que o rapaz travava dentro de si. Georg parecia entediado, voltando à atenção para sua faca, ajeitando o cabelo mediano uma vez ou outra. Ann Mary ria, com sadismo. A primeira morte, para os novatos era sempre a pior. E a mais divertida para si.

Tom respirou fundo, tentando se acalmar – Está bem. Eu o farei.

- Sabia que sim – o líder da organização disse, apagando o resto do cigarro. – Você tem até às cinco da tarde para executar o trabalho. Falhas são inadmissíveis. Dispensados.

Os dois membros do SE reverenciaram seu líder e saíram da sala. O Kaulitz seguiu em direção ao seu quarto, sendo avisado por Ann Mary para estar pronto dentro de 20 minutos. Os equipamentos ficariam por conta dela, mas era Tom quem faria o trabalho. O mesmo colocou uma roupa discreta, as ainda sim em seu estilo. Ficou pronto antes do horário combinado. Bill estava no treinamento com Mikaella, por isso, não o viu.

Sua cabeça estava uma confusão. No início, quando tinha decidido se juntar a Eagles88 para saldar suas dívidas com pessoas da pesada, nunca tinha lhe passado, ou simplesmente cogitado na ideia de um dia ter de matar uma pessoa. Nunca, nem mesmo por um segundo. Tá, talvez só de brincadeira, mas nunca a sério. Acendeu um cigarro, tragando profundamente. Não tinha mais muito tempo para fumar desde sua tola decisão.

Um pensamento o aliviou um pouco: Talvez Bill não tivesse que matar ninguém, afinal, ele fazia parte do grupo de lutadores, que dava somente uma surra no indivíduo que desafiasse a organização.

Foi até onde tinha combinado de encontrar com Ann Mary, o estacionamento. Pela primeira vez, Tom a via com roupas normais, que não fossem feitas de couro ou fossem excessivamente curtas, Calça jeans, blusa preta e botas. Ela deu-lhe as chaves de um carro mais simples, já que o Ashton Martin Vanquish vermelho chamaria muita atenção desnecessária. Um Corolla prata. Nada mal.

Chagaram no local 10 minutos adiantados, mas viram o alvo, tomando com tranquilidade uma xícara de café. Mathias parecia um executivo de sucesso, pelas roupas ajustadas no corpo e de marca. Os cabelos castanhos meio compridos eram presos por um rabo de cavalo baixo, e os olhos de mesma cor eram ocultos por óculos escuros.

Entraram como um casal no café, e sentaram-se a frente de D’LaRoulle. Ele já conhecia Ann Mary Night, por isso supôs que o homem ao lado dela era o novato prodígio, Tom Kaulitz.

- E aê, gente? – ele cumprimentou, levantando os óculos escuros. – Que missão importante é essa que o Sr. Hanshire mandou a capitã do SE e o garoto prodígio virem me entregar?

Ann Mary e Tom se entreolharam. Ele tirou uma pasta, que fingia conter as informações necessárias para a falsa missão. Mathias esticou as mãos para pegar, mas Tom não deixou.

- Calminha aí, Mathias – Tom falou, levantando-se. – Temos estritas ordens de entregarmos isso – ele levantou a pasta, balaçando-a – Em um lugar mais vazio. O Sr. Hanshire está muito nervoso e eu não gostaria de desobedece-lo – tudo que Alexander tinha lhe ensinado estava servindo para convencer o homem a sua frente.

- Pois bem, se é assim, quem sou eu para discutir. – ele disse, com um sorriso preguiçoso – Mas, uau, estou me sentindo superimportante! Essa tal missão deve ser o bicho!

Ann Mary revirou os olhos, querendo acelerar o processo. Eles andaram um pouco, até entrarem no galpão onde execuções muitas vezes eram realizadas. O lugar era mofado, escuro e fedia horrivelmente a sangue pisado.

- Tinha que ser mesmo esse lugar? – perguntou Mathias, fazendo uma vistoria nas condições do recinto – Aqui sempre me deu arrepios e... – parou de falar quando viu uma arma sendo apontada em sua direção, pela mulher. – Ei! O que é isso?!?

- Senta – ela ordenou, apontando para uma cadeira de madeira, pouco atrás do alvo – Agora.

Mathias obedeceu, tremendo até o último fio de cabelo castanho do topo da cabeça. Logo, era Tom quem apontava a arma para sua cabeça.

- Que tipo de brincadeira é essa? – D’LaRoulle inquiriu, com a voz tremula, mas ainda sim exigente.

- Quem faz as perguntas aqui sou eu – Ann Mary andou um pouquinho, até ficar perto do rosto do apavorado homem – Então, Sr. D’LaRoulle, o que fazia as 4h30min desta manhã?

Ele engoliu em seco, sabendo agora o motivo de estar naquela complicada situação. Droga, nunca devia ter vendido mercadorias para Torres, que originalmente serviriam para os clientes e para o uso exclusivo da organização. Jamais devia ter confiado naquele homem... Agora, ele sabia que morreria, explicando a situação ou não. Que ingenuidade a sua...

- Eu... Eu... Eu estava com um amigo – disse, sabendo que essa desculpa não colaria, mas tentando mesmo assim.

- É mesmo? – Ann Mary riu com desprezo – Esse seu amigo se chamaria Hernando Torres?

-... Isso mesmo. – admitiu ao final, desistindo de inventar alguma coisa – Eu estava com ele.

- Fazendo o que? – foi a vez de Tom perguntar, já que até agora se mantinha calado.

- Eu estava vendendo... Vendendo “mercadorias” a ele, se é que vocês me entendem.

Sim, eles entendiam. Afinal, Mathias fazia parte do grupo RRE, ou Roy Rogers Eagles, aqueles que lidavam com as vendas de drogas e administração das casas de prostituição que a gangue possuía, junto do GE. Eram pessoas pouco confiáveis, que vendiam a mãe por um bom preço. E pensar que Tom também treinava para fazer parte desse grupo que ele considerava um dos mais desprezíveis entre todos os outros...

- Argh, cansei de ouvir esse monte de merda que você fala – a capitã do SE olhou para Tom, intimando-o a concluir a missão que eles tinham recebido.

Tom postou-se de frente para Mathias, apontando a arma para sua cabeça. Olhou dentro de seus olhos castanhos, encontrando o medo, arrependimento, mas ao mesmo tempo o reconhecimento de que havia feito uma besteira pela qual pagaria com a própria vida. Hesitou. Não conseguiria fazer isso. Era contra todos os seus princípios, contra tudo aquilo que considerava certo. E aquele homem... Ele parecia ser um cara legal, certo? Ou será que a mente de Tom Kaulitz tentava criar qualquer motivo, mesmo que pequeno para que ele não precisasse realizar o ato mais condenado de todos? Matar uma vida, acabar com a existência de uma pessoa e...

Bam!

Viu o tiro certeiro acertar a testa de Mathias, que ainda com a expressão chocada no rosto, pendeu para frente, estatelando-se no chão. A poça de sangue rodeou o corpo já sem vida. Tom olhou para a própria mão, que ainda apontava a arma, mas sem nada que indicasse o disparo.

Ann Mary Night. Essa tinha sua própria 9mm com um pouco de fumaça saindo peelo cano, delatando quem dos dois tinha puxado o gatilho. O rosto da mulher era contraído em uma mistura de satisfação e raiva.

- É muito covarde, Kaulitz! – o xingou, preparando a cena para que parecesse que Torres tinha matado o agora ex-membro da Eagles88. – Você não conseguiu mata-lo! Ficou hesitando feito uma menininha que quer chamar o garoto que gosta para o baile! Mais patético impossível!

- Eu...

- Não me venha com desculpas ridículas! Está será a única e última vez que livro o teu pescoço... – murmurou, voltando sua face raivosa para o homem.

- Como é?

- É surdo ou é só sua burrice? Não contarei ao Sr. Hanshire que você foi incapaz de cumprir a missão mais simples possível para um membro do SE! Como? Como posso tê-lo aceitado em meu grupo? – a mulher mais velha praguejava coisas do tipo, fazendo sempre; é claro, questão de ofender o Kaulitz. O pobrezinho já estava com os ouvidos doloridos e o ego machucado.

Terminaram rapidamente de ajeitar a cena, que provavelmente repercutiria nos jornais do dia seguinte, assim como nos noticiários. A capitã do SE estava bem animada, pois seria um concorrente a menos para a Eagles88, pois com a provável prisão do líder da Numba1, três bairros de importante clientela ficariam livres para as investidas dos GE e RRE, que cuidariam de ocupar velozmente o lugar. Assim, a Eagles88 teria cerca de 5% de lucro em um curto espaço de tempo, isso se tudo fosse feito corretamente. Mas afinal, sempre era. Eles não seriam uma das maiores gangues se não fosse por isso.

Ao voltar para a sede da gangue, Tom tinha o estômago embrulhado, e sentia que a qualquer momento colocaria tudo o tinha comido para fora. As imagens de Mathias e sua morte continuavam frescas em sua mente, e isso o estava perturbando profundamente. Foi até o campo externo de treinamento do local, sentando embaixo de uma frondosa árvore, que sofria com os ataques violentos dos membros do WE. Ann Mary fora entregar um relatório da missão para Hanshire, liberando Tom do treino do SE. Ele ainda tinha duas horas até o treino com Belford, isso se o mesmo tivesse voltado da sua missão.

Quase adormecendo, ficou lá por quinze minutos antes de ouvir uma voz fina e infantil o chamar.

- Tom-Tom! – aquele apelido... Só podia ser Demetria. Acertando em cheio, viu a menina indo em sua direção, vestida com uma calça jeans escura e uma blusinha de mangas compridas. O volumoso cabelo estava solto e balançava com o vento, deixando – aos olhos de Tom – a menina com uma aparência angelical – Tom-Tom, o que houve? Você não me parece muito bem.

Realmente, o Kaulitz não se sentia nem um pouco bem e não parecia muito bem. Estava demasiadamente branco, com círculos arroxeados em volta dos orbes amendoados. A menina parecia preocupada, analisando-o com cautela.

-Hoje eu tive uma missão complicada – ele respondeu, soltando um suspiro – Não posso dizer que me saí muito bem nela.

- É assim mesmo! – Demetria tentou anima-lo – Tom-Tom acabou de chegar aqui e por mais dotado que seja, é sempre muito difícil para os novatos as primeiras missões – e sorriu, tranquilizadora.

Com um pequeno aceno de cabeça Tom concordou. Demetria sentou-se ao seu lado, começando uma conversa, que estava mais para monólogo. Apesar de não falar muito, Tom prestava atenção no que a menina dizia, conseguindo afastar a imagem de Mathias de sua cabeça. Além disso, gostava de ver o esforço da princesa Hanshire para deixa-lo mais animado. Percebeu que ela tinha um gosto musical parecido com o seu, e que gostava de mitologia e astros, sempre os observando a noite. Que era pisciana e sua cor favorita era o roxo. Que dentro de poucos anos, assumiria o império que a Eagles88 criara, tendo aulas e treinamentos pesados para isso.

Percebeu então, que por mais doce que aquela menina fosse, seu futuro seria complicado e que ela teria de aprender a agir a sangue-frio.

Decidiu ali, que viraria o melhor de todos que já tinham pisado no solo da Eagles88, somente para protegê-la. Para amenizar qualquer tipo de sofrimento que ela viesse a passar no futuro.

- Tenho que ir agora, Demetria. – ele falou, levantando-se. Bagunçou um pouco os cabelos dela, um gesto que quando menor, fazia em seu irmão. – Obrigado. Você me animou bastante, pequena. – foi andando para dentro da cabeça.

A menina ainda permaneceu ali por mais uns minutinhos, não deixando de notar que Tom Kaulitz dava passos destemidos e que se pareciam muito com os que antes, Balthazar Hanshire dava.


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Notas finais do capítulo

Quem gostou dá um UP!
Eu particularmente, tive um pouco de dificultade para escrever, sabe, detalhar sentimentos e talz.
Reviews nao matam e deixam uma autora irreponsável muito feliz.
Küsses as minhas meninas



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