Reencontro escrita por CM Winchester


Capítulo 8
Capitulo 7




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Uma semana tinha se passado. Seline estava morando permanentemente com nós. O que deixava ambos felizes. Só se desgrudavam para fazer seus trabalhos, Dan nos muros e Selina na enfermaria, mas quando não estavam trabalhando, estavam caminhando para cima e para baixo conversando e rindo.

Muitas vezes acompanhados de Henry, quando este estava em Alexandria. Era um menino muito legal. Algumas noites ele ate dormia em um colchão no chão do quarto de Dan. Parecia que meu filho tinha voltado a ser aquele adolescente cheio de vida só que menos encrenqueiro. Estava sempre sorrindo.

Claro ainda era osso duro de roer perto de outras pessoas, mas seu ponto fraco sempre foi Seline.

— Então vocês vão fazer uma viagem juntos? - Dan perguntou durante o café da manhã. - De dois dias? - Lançou um olhar divertido a Seline que sorriu.

— Vamos a serviço.

— Mãe, ele esta louco para tê-la nos braços de novo. Você que esta se fazendo de difícil.

— Muitas coisas aconteceram Dan...

— Você saiu com o coração partido, teve que criar um filho rebelde sozinha e bla bla bla. Já conheço essa historia de cor. Os tempos são outros, não existe mais nada do passado, só vocês dois.

— Esta me dando conselhos amorosos?

— É... E sabe o quanto isso é nojento? - Sorri.

— Eu tenho que ir. Vamos voltar amanhã de tardezinha. Se cuidem. - Beijei a cabeça de ambos.

— Boa sorte, tia Alice. - Seline falou.

Fui ate a sala e calcei as botas flat cano baixo. Estava com uma calça jeans e uma blusa de alcinha marrom com flores pequenas brancas na frente, vesti um cardigan listrado de marrom e bege e coloquei o suporte para a katana. Verifiquei a munição da minha arma e coloquei no coldre do cinto.

Peguei minha mochila e fui encontrar com Daryl no portão. Ele estava conversando com Rick e Michonne.

— Bom dia. - Falei.

— Bom dia. Já verifiquei o mapa e estamos prontos para partir. - Daryl falou e eu assenti.

Conversamos mais um pouco depois Daryl subiu na moto e a ligou, me despedi do casal que trocaram um sorriso cumplice e suspeito depois subi na moto e abracei a cintura do caipira.

Foi uma viagem longa de mais ou menos 5 horas. Daryl estacionou e nós descemos olhando a cidade fantasma a nossa volta. Ele levou a moto ate um beco e a deixou escondida. Agarrei uma garrafa com agua e dividi com ele.

Nossa missão era simples. Fazer um reconhecimento de lugar. Ver se valia a pena voltar com um grupo grande para buscar mantimentos.

Andamos pelas ruas sempre observando as lojas e os prédios.

— Parece deserto. - Daryl comentou.

— E vai ficar pior com o passar dos tempos.

Entramos em uma farmácia, Daryl olhou o local verificando se não tinha zumbis enquanto eu olhava os remédios que poderíamos pegar. Nos sentamos no chão e dividimos algumas frutas e alguns cookies que Carol tinha dado a ele.

— Esta com eles desde que isso começou? - Perguntei.

— Só Rick e Carol. Começamos na pedreira. Lembra do lugar?

— Sim. - Respondi olhando para a garrafa com agua em minhas mãos.
Tínhamos ido acampar lá uma vez e mais duas em outras partes da floresta.

— Depois fomos para a fazenda do pai de Maggie. Passamos um tempo sem lugar certo ate encontrarmos a prisão, ai Michonne entrou pro grupo. Quando a prisão caiu passamos mais um tempo andando sem rumo. E então chegamos a Alexandria. Perdemos muitas pessoas pelo longo do caminho.

— Sei bem como é. Dan e eu tentamos nos manter sozinhos. Conhecemos algumas pessoas, mas sempre perdíamos pessoas. E quando víamos estávamos sozinhos de novo. Acho que faltou uma coisa nesses grupos. - Encarei Daryl. - Sermos uma família. Andávamos juntos, mas cada um protegia os seus e pronto. Isso não acontece com vocês.

Conversamos mais um pouco depois levantamos e seguimos caminhando. Cutuquei Daryl e apontei para o shopping a nossa frente, sorri animada.

— Vamos dar uma olhada depois voltar e procurar um lugar seguro para passar a noite.

— Esse deserto todo é quase suspeito. - Falei e ele assentiu.

Entramos no shopping que parecia praticamente vazio. Era tipo uma mina de ouro.

— Poderíamos voltar amanhã cedo para Alexandria, formar um grupo de busca e retornar. - Daryl assentiu.

Escutei um barulho e virei observando entre as lojas, puxei a katana e segui caminhando, assim que parei em frente a loja arregalei meus olhos.

Uns 20 zumbis estavam presos, quando notaram minha presença se jogaram no vidro. Ele rachou, virei meus pés e corri na direção de Daryl. O vidro se partiu provocando um barulho horrível.

Daryl virou o corredor e me viu correndo.

— Vai. - Gritei sabendo que eu estava cheia de zumbis atrás de mim.

De repente vidros começaram a se partir. O local parecia uma colmeia cheia de casas de abelhas, só que eram lojas cheias de zumbis. Não tinha como sair então corremos, dobramos uma esquina e só o que víamos foi uma porta, ele pegou a besta e a ergueu.

Abri a porta e um zumbi caiu. Daryl o acertou depois olhou o pequeno armário dos funcionários. Nós entramos e nos fechamos lá dentro no escuro. Passei a chave na porta a trancando e Daryl encostou as costas na porta.

Os passos arrastados começaram a passar, prendi a respiração sentindo o medo me dominar. Em toda a minha vida nunca senti tanto medo. A respiração de Daryl batia contra minha orelha e eu senti algo contra minha barriga.

— Se controla. - Sussurrei.

— Meio impossível. - Sussurrou de volta.

Virei de costas tentando não fazer barulho.

— Sabe que só esta piorando né? - Sussurrou contra meu ouvido.

Suas mãos tocaram minha cintura e eu senti meu corpo esquentar.

— Daryl, não é hora para isso. - Sussurrei de volta e senti suas mãos saírem da minha cintura.

Respirei fundo e virei de lado, encostei a testa na parede. Os passos continuavam se arrastando do lado de fora.

As horas continuavam passando. De repente a luz que cruzava por baixo da porta foi diminuindo um claro sinal de que estava anoitecendo.

Mas os passos foram diminuindo ate que pararam. Ficamos em silencio esperando.

— Vou sair e dar uma olhada, se eu não voltar... Alice...

— Sem despedidas, Daryl. - Falei e ele assentiu.

Daryl saiu e eu fiquei sozinha, ele voltou minutos depois. Sai e a primeira coisa que fiz foi correr para o banheiro mais próximo. Matei três zumbi que encontrei. Quando retornei Daryl tinha matado 5.

— Onde será que os outros estão? - Perguntei.

— Não sei. Acho que devíamos passar a noite aqui e amanhã sair.

Enquanto eu abria mais espaço no armário Daryl ficava de guarda, entramos e nos trancamos de novo. Comemos mais alguns cookies e bebemos mais agua.

— Você acha que era uma armadilha? - Daryl perguntou.

— Pode ser. Ou alguém pode tê-los prendido para se salvar. - Dei de ombros.

— Vou pegar o primeiro turno. - Assenti.

— Me acorda, ok? - Foi a vez dele assentir.

Demorei a dormir, mas consegui. No meio da noite Daryl me acordou. Trocamos de lugar e ele adormeceu assim que deitou no chão, estalei as costas antes de sentar sem fazer barulho. Daryl sempre teve sono leve.

Quando amanheceu o acordei, comemos mais algumas frutas e bebemos mais agua. Saímos para o corredor que parecia vazio, fui de novo no banheiro depois voltamos a caminhar em direção a saída.

A cidade estava lotada de zumbis agora caminhando.

— Vai ser mais difícil agora. - Comentei.

Antes que eu pudesse pensar em um plano um zumbi saltou em Daryl que foi derrubado. Fui ajuda-lo, mas mais dois apareceram. Dois golpes limpos e os zumbis estavam mortos. Virei para trás e encontrei Daryl todo ensanguentado e o zumbi morto em cima dele.

Minhas pernas ficaram bambas. Me abaixei e segurei seu rosto.

— Daryl? - Chamei o balançando. - Daryl, por favor fala comigo. - Ele não se mexeu e eu comecei a entrar em pânico. - Não pode me abandonar agora. Não agora que nos reencontramos. Por favor, acorda. Daryl, eu te amo. Não posso voltar e contar para Dan que o pai dele morreu. Não faz isso comigo, meu amor. - Beijei seus lábios sentindo meu rosto molhado pelas lagrimas. - Eu te amo.

— Demorou hein. - Encarei seu rosto que continha um sorriso.

— Você estava fingindo?

— Queria saber qual era sua reação.

— Devia mata-lo agora mesmo.

— Você não pode me perder, amorzinho. - Sorriu.

— Cretino. - Resmunguei me afastando.

Daryl levantou e limpou seu rosto. Tivemos sorte daquele bando de zumbis não terem nos visto.

— Tem um plano? - Perguntei o encarando. - Você é cheio de planos mirabolantes, use a cabeça caipira.

— Você é a sabe-tudo aqui, Patricinha.

— Devia joga-lo para os zumbis e sair correndo. - Ele sorriu se aproximando.

— Não teria coragem. - Em uma atitude infantil mostrei a língua para ele que sorriu mais.

Eu não tinha coragem de abandona-lo de novo.


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Notas finais do capítulo

Oie. Esse foi o penúltimo capitulo. Já? Sim. É uma historia pequena.



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